A Defensoria Pública de SP – por meio de seus Núcleos
Especializados de Defesa do Consumidor e de Habitação e Urbanismo – enviou
ofícios a órgãos municipais da Capital nesta quarta (13) com indagações sobre
dados e impactos da implantação do megarodízio de veículos na cidade. A
preocupação principal decorre das imagens de diversos ônibus lotados de
passageiros nos últimos dias.
Os dados solicitados buscam esclarecer principalmente se o
dimensionamento da frota está adequado para evitar a aglomeração de
passageiros, especialmente de regiões pobres e periféricas da cidade, que se
deslocam diariamente ao trabalho.
“A Defensoria apoia as medidas de isolamento social, que são
necessárias para salvar vidas e preservar ao máximo o sistema de saúde durante
a pandemia. Mas buscamos esclarecimentos sobre os dados que fundamentam as medidas
adotadas, para garantir que a população carente não sofra ainda mais com
efeitos da desigualdade. A frota de transporte público deve estar adequada para
evitar aglomerações, protegendo passageiros e trabalhadores do sistema”,
afirmam a Defensora Estela Waksberg Guerrini e os Defensores Luiz Fernando Baby
e Allan Ramalho.
Entre as informações solicitadas à SPTrans e à Secretaria
Municipal de Transportes, incluem-se indagações sobre se dados de GPS dos
ônibus e bilhetagem, ocupação e variação horária (horários de pico) foram
utilizados no planejamento da frota. Além disso, considerando a redução da
frota para um máximo de 65,5% do total, indagam se há planejamento ou não do
uso de total de veículos para garantir uma distância mínima de passageiros.
Entre outros pontos abordados, os Defensores indagam também
sobre medidas de reservas de assentos para preservar distâncias entre
passageiros, bem como medidas para maior distanciamento em pontos de espera e
terminais.
“As medidas relacionadas ao transporte público devem estar
coordenadas com outras ações do poder público para evitar o deslocamento de
pessoas e aumentar o patamar de isolamento social, inclusive com apoio a grupos
e parcelas vulneráveis da população. A Defensoria tem acompanhado e monitorado
essas outras iniciativas, mantendo diálogo permanente com demais órgãos públicos",
ressaltam os Defensores responsáveis.
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