Campanha ressalta a importância do autocuidado e da
qualidade de vida
2019 ficou marcado por relatos de pessoas públicas, como
Whindersson Nunes, Anitta, Taylor Swift, entre outros, relacionadas à
depressão, ansiedade, síndrome de burnout e estresse. Só no Brasil, de acordo
com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 12 milhões de pessoas sofrem
com depressão.
A estimativa ainda mostra que em 2030, ela será a doença
mais comum entre os brasileiros. Por isso, o mês de janeiro é dedicado à saúde
mental, discussão do propósito de vida e autoconhecimento.
Segundo a psicóloga Lia Clerot, não há como desvincular a
saúde física da mental e campanhas como esta ajudam a reforçar a discussão
sobre o cuidado com a psique. “A reação às doenças mentais é algo bem
particular e em muitas pessoas o diagnóstico é difícil, ainda mais se tratando
da depressão sorridente, uma doença assintomática que tem se tornado uma
epidemia pelo mundo”, explica a especialista.
Ela também ressalta a importância da qualidade das relações
sociais e também do autocuidado “Tratar da saúde emocional, tirar um tempo para
se cuidar, fazer um esporte, ajudam na prevenção de doenças biológicas. Ainda
há uma certa resistência das pessoas em concordar que não estão bem e pequenos
sintomas podem transformar-se em doenças psicológicas graves”, alerta.
Depressão sorridente
E quando a pessoa não demonstra sintomas? Chamada de
depressão sorridente, cerca de 89% de 2 mil entrevistados disseram ter sofrido
com os sintomas de depressão, mas os mantiveram escondidos de amigos e
familiares. Esse dado é de uma pesquisa realizada pela revista Women’s Health e
a Aliança Nacional de Doenças Mentais,
Mas como diagnosticar a doença se o paciente não demonstra
estar deprimido?! De acordo com a psicóloga Lia Clerot, o distúrbio é mais
comum em mulheres do que em homens, e muitas vezes quem sofre desse tipo de
depressão se adapta e convive bem. Inclusive, pessoas próximas não conseguem
perceber. “Sorrisos forçados, fotos felizes, falta de satisfação em atividades
que antes eram prazerosas, são algumas das características. Essas pessoas
batalham entre a angústia interior e a alegria exterior. Elas assumem uma fachada
para esconder os sintomas”, explica.
Ainda, de acordo com a psicóloga, as pessoas que sofrem com
depressão sorridente não devem deixar de procurar ajuda de um especialista. “É
muito importante que o paciente procure ajuda assim que perceber os sintomas, a
depressão é uma doença séria que precisa de tratamento especializado, quanto
mais demora para pedir ajuda, mais difícil e demorado é o tratamento”, alerta
Lia.
Para aqueles que sofrem com esse distúrbio, é importante
reconhecer os sintomas para que um profissional possa ajudar “Caso identifique,
o paciente deve procurar ajuda imediatamente. O tratamento envolve psicoterapia
e em casos mais graves, medicação e acompanhamento de um médico psiquiatra”,
diz a psicóloga.
Apoio
O
Centro de Valorização da Vida (CVV) é um serviço de apoio gratuito e funciona
24 horas com mais de 50 voluntários, basta ligar 188. A depressão precisa ser
tratada para que não chegue a situações extremas.
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