Especialista fala como este tipo de
gordura pode ser prejudicial ao coração
Recentemente, a Anvisa (Agência de Vigilância
Sanitária) aprovou uma proposta para banir a gordura trans
definitivamente dos serviços de alimentação até 2023. Na resolução,
seu uso será reduzido gradativamente: na primeira fase, ela será eliminada dos
óleos refinados que são usados para frituras, como óleo de soja, girassol e
canola. A partir daí, todos os alimentos processados e comercializados não
poderão conter a gordura e, depois, por fim seja banida até 1º de
janeiro de 2023
Segundo o cirurgião cardíaco e membro da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Dr. Élcio Pires Júnior, esta decisão
pode ser o primeiro passo para reduzir as complicações cardiovasculares no
Brasil. “As doenças que afetam o coração são as principais causas de óbitos em
todo o mundo. “As doenças que afetam o coração são as principais causas de
óbitos em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde calcula que, por ano,
17,5 milhões de pessoas morrem devido às doenças cardiovasculares”, alerta.
Tipos de gordura
Existem, basicamente, três tipos de
gordura e nem todas elas são prejudiciais. Pelo contrário, uma delas
é essencial para o bom funcionamento do organismo, principalmente o do coração.
As gorduras insaturadas, conhecidas como gordura boa, estão presentes em
azeites, abacate, nozes e castanhas, e ajudam a elevar o bom colesterol, o HDL.
Já as gorduras saturadas, presentes em laticínios, carnes gordurosas e
derivados de óleo de coco, devem ser consumidas com moderação. A gordura trans
não é recomendada em nenhuma situação.
Entretanto, atualmente não há nenhum limite estabelecido
para a gordura trans, também conhecida como hidrogenada. De acordo com um
estudo do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), até os itens que dizem ser
“zero trans” possuem a gordura em sua composição.
A relação da gordura trans e o coração
“O alto consumo de gordura trans eleva as
chances de desenvolver AVC’s e infartos do miocárdio. Isso
acontece porque este tipo de gordura diminui os níveis do bom
colesterol (HDL) e aumenta os níveis do colesterol ruim (LDL) que, por sua vez,
se acumulam no interior das artérias, impedindo a circulação sanguínea. Estas
placas podem obstruir totalmente o fluxo sanguíneo, levando ao AVC ou ao
infarto”, explica o cirurgião.
Embora muitos fatores também contribuam para as chances de
complicações cardiovasculares, como o sedentarismo, diabetes descontrolado,
tabagismo e obesidade, esta decisão da Anvisa pode ser um primeiro passo para a
redução das doenças do coração. “Adotar hábitos saudáveis e estar atento à
alimentação é a principal forma de prevenir complicações cardiovasculares. A
prevenção ainda é o melhor tratamento para o infarto e o AVC”, finaliza o
especialista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário