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sábado, 25 de maio de 2019

Bomba relógio no peito: conheça os riscos do aneurisma da aorta torácica



A dilatação anormal torna a artéria fraca, podendo se romper a qualquer momento 


A aorta é a artéria central do sistema circulatório, sendo a maior e mais importante do corpo humano. Ela se divide em quase todas as outras artérias do organismo, com exceção da artéria do pulmão. Alguns fatores podem contribuir para uma pequena dilatação na artéria aorta e, com o passar do tempo, ficam fragilizadas e podem estourar. 

Segundo o cirurgião cardíaco e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Dr. Élcio Pires Júnior, os aneurismas geralmente não apresentam sintomas, a não ser quando eles estouram. “Um aneurisma avança de forma silenciosa, podendo levar a artéria a dobrar o seu tamanho original no local afetado. A maioria dos aneurismas são assintomáticos, ou seja, não apresentam sintomas. Porém, é possível identificá-los em exames preventivos simples como um raio x, ou com um ecocardiograma, no caso do aneurisma da aorta torácica”, destaca Élcio.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, os aneurismas acontecem em 5% dos casos de pacientes sem outras doenças associadas. Em tabagistas e hipertensos, a incidência sobe para 12% e, em casos de histórico familiar, as chances sobem exponencialmente para 25% dos casos. 


Quais os riscos do aneurisma? 

Os aneurismas que continuam avançando podem se romper em qualquer momento, causando hemorragia interna intensa. Podendo acontecer na aorta na região torácica, na região abdominal e, se o aneurisma for no cérebro, acontece o AVC hemorrágico. 

“Quando o aneurisma é identificado, é preciso o acompanhamento médico de sua progressão. Sendo considerado de alto risco os aneurismas com diâmetro maior de 5,5 cm para os homens e 4,5 com para as mulheres”, conta o médico. 


Principais causas da patologia 

O enfraquecimento da parede dos vasos pode acontecer por diversos motivos, como: 

·  Hipertensão; 

·  Tabagismo; 

·  Hereditariedade; 

·  Obesidade; 

·  Aterosclerose; 

·  Sedentarismo; 

·  Alto colesterol; 

·  Traumas ou infecções; 

·  Malformações congênitas nos vasos. 


Tratamento e prevenção 

O tratamento do aneurisma da aorta torácica vai depender do seu tamanho, se for pequeno e considerado seguro, o médico pode indicar o acompanhamento médico e exames regulares, além de recomendações para evitar o alargamento da artéria, como remédios para baixar a pressão. 

“Caso o aneurisma esteja muito grande, com risco de rompimento, opções cirúrgicas podem ser indicadas ao paciente. Dependendo do tamanho e da sua localização, pode ser realizada uma cirurgia aberta ou endovascular, realizada a partir de um cateter inserido pela perna até o local para a colocação de uma endoprótese”, explica o cirurgião. 

A prevenção do aneurisma da aorta torácica é a mesma para qualquer outra complicação cardiovascular. É preciso abandonar maus hábitos e estar em dia com os exames preventivos. “O primeiro passo é largar o tabagismo, o cigarro é uma das principais causas do enrijecimento das artérias. Além disso, sair do sedentarismo e fazer escolhas saudáveis na hora de se alimentar é fundamental para evitar esse tipo de complicação. Não deixe de fazer um check-up anual, principalmente se houver histórico familiar. O aneurisma, se não tratado, pode ser fatal”, finaliza o cirurgião. 






Dr. Élcio Pires Júnior - coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro - Rede D'or - Osasco, e coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital Bom Clima de Guarulhos. É membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e membro internacional da The Society of Thoracic Surgeons dos EUA. Especialista em Cirurgia Endovascular e Angiorradiologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.    

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