Teste do Pezinho é fundamental (Ana Mainhardt) |
6 de Junho é Dia Nacional do
Teste do Pezinho
Considerado
como importante ferramenta para diagnóstico de algumas doenças em
recém-nascidos, o Teste do Pezinho (TP) cumpre um papel fundamental na detecção
precoce das 6 doenças por ele triadas. São 6 diferentes disfunções que podem
ser diagnósticas a partir do exame, ajudando a tratar e proporcionar melhor
qualidade de vida ao bebê e a família. Apesar da ampla divulgação nacional
sobre o tema, um aspecto, desperta ainda preocupação entre os médicos - a
realização em tempo hábil do TP, para impedir que ocorra óbito e/ou retardo
mental grave, caso o TP não seja realizado entre o 3° e o 5° dia de vida do
recém-nascido. O desafio é aprimorar o processo, conscientizando a população
sobre a importância do encaminhamento o mais breve possível, quando há qualquer
alteração no exame de triagem (TP) para posterior confirmação diagnóstica e
início do tratamento adequado quando for necessário.
-
Sabemos que alguns convênios encaminham seus TP para serem realizados em
laboratórios fora do Estado, prejudicando o controle Estadual do TP de toda a
criança nascida no RS. Especialmente, porque se o TP tiver alteração, esta
criança poderá precisar da estrutura já organizada para a confirmação
diagnóstica do TP e início rápido do devido tratamento. No setor privado quando
os testes de triagem dão alterados (TP) ainda, não existe disponível estrutura
pronta, para rápida confirmação e tratamento necessário. Se ocorrer demora para
avaliação do resultado privado, o diagnóstico confirmatório fica prejudicado,
podendo expor este bebê a risco de óbito e/ou retardo mental – explica a médica
pediatra 2ª tesoureira da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) e
da Seção de Saúde da Criança da SES/RS, Celia Boff de Magalhães.
No
caso do teste público, o fluxo de informação é mais rápido. Como os exames do
TP - são centralizados no Serviço de Referência em Triagem Neonatal do RS, que
funciona no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, quando há uma
alteração, é realizado uma busca ativa, através do contato com a Unidade e é solicitada
a vinda do bebê, para consulta no SRTN/RS bem como, a investigação para
confirmação diagnóstica e tratamento.
Outro
alerta, segundo a médica, é para o adequado período no qual deve ser feita a
coleta. É fundamental que seja observado o período do 3° ao 5° dia de vida.
Também
conhecido como triagem neonatal biológica, o Teste do Pezinho é feito a partir
de gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido. Desde 1992, o teste
se tornou obrigatório em todo o país e, em 2001, o Ministério da Saúde criou o
Programa Nacional de Triagem Neonatal. O teste, o diagnóstico, o tratamento e o
acompanhamento destas crianças é realizado gratuitamente pelo SUS.
Entre
as seis doenças triadas, está a Fenilcetonúria que é uma doença hereditária
causada pela ausência ou diminuição da atividade de uma enzima, fato que impede
a metabolização adequada do aminoácido fenilalanina. Os altos níveis de
fenilalanina não metabolizada causam alterações no sistema nervoso, levando à
deficiência intelectual severa e irreversível nos casos não tratados.
Outra
doença relevante é o Hipotireoidismo Congênito, doença causada pela falta ou
produção deficiente da tiroxina, um hormônio da tireóide necessário para o
desenvolvimento normal de todo o organismo, inclusive o cérebro. A falta da
tiroxina traz consequências como deficiência intelectual grave e
comprometimento do crescimento nos casos não tratados precocemente. O TP também
faz diagnóstico de Anemia Falciforme e outras Hemoglobinopatias, Fibrose
Cística, Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase.
O
Dia Nacional do Teste do Pezinho é uma data com o objetivo de alertar a
população para a importância de se realizar o exame de prevenção. Sua
finalidade é impedir o desenvolvimento de doenças que se não tratadas, podem levar
à deficiência intelectual e causar outros prejuízos à qualidade de vida das
pessoas e ao óbito.
Marcelo Matusiak
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