A perda auditiva gera muitos impactos na vida de um indivíduo.
Além da difícil comunicação com os familiares e amigos e um possível isolamento da vida em sociedade,
o aspecto econômico também preocupa. A surdez pode trazer consequências
diversas, entre elas a dificuldade de encontrar emprego em igualdade de
condições com quem tem uma audição normal.
Atividades desenvolvidas no próprio trabalho são, muitas vezes, as
maiores causas da perda auditiva. Buzinas, britadeiras, furadeiras, música
alta, entre outros itens comuns em nosso dia a dia, aliados ao pouco ou nenhum
conhecimento das normas de trabalho e o descaso com o uso de equipamentos de
segurança estão entre as principais causas da surdez ocupacional.
A perda auditiva decorrente da exposição prolongada a sons
elevados no ambiente de trabalho é mais comum entre os trabalhadores da
construção civil, de indústrias e entre aqueles que atuam no trânsito e no
transporte público, em razão do barulho dos motores dos ônibus, sem falar das motos e dos
caminhões. A perda auditiva pode se agravar ao longo dos anos. Mesmo
assim, não tem merecido das autoridades e dos
empresários a mesma atenção que os acidentes de trabalho.
Operadores de britadeira, trabalhadores de gráficas e de
telemarketing, músicos, DJs, operadores de áudio em emissoras de rádio,
operários de fábrica, guardas de trânsito, motoristas de ônibus, motoboys,
funcionários que atuam nas pistas de aeroportos, entre muitos outros, estão
expostos a ruídos intensos. Mas é possível prevenir a perda auditiva e outros
problemas de saúde com o uso do protetor auricular que, em muitos casos, acaba
sendo um acessório inseparável.
Nós não imaginamos, mas em um ambiente normal de trabalho, como um
escritório, o som pode chegar a até 70, 80 decibéis. A exposição
continuada a sons acima de 85 decibéis pode levar à perda auditiva definitiva.
Tanto que, para algumas atividades profissionais, a legislação determina a
utilização de EPI (Equipamento de Proteção Individual). Acima de 120 decibéis
(som de uma explosão, por exemplo) o barulho pode ocasionar trauma
acústico.
Trabalhadores de indústrias, por exemplo, têm que ser submetidos a
exames de audiometria de seis em seis meses e, quando constatada alguma lesão,
devem se afastar daquela função. Já os músicos que trabalham com shows
apresentam danos auditivos com certa frequência, já que o sistema de som
costuma ter mais de 130 decibéis.
Muitas pessoas recorrem ao uso de aparelhos auditivos devido a
problemas para ouvir decorrentes da profissão que exercem. Recebemos,
inclusive, em nossas lojas, pessoas que trabalham com música e que já possuem
perda auditiva, e também aquelas que procuram alguma solução para prevenir um
possível dano.
Os jovens, que já há algum tempo costumam ouvir música por meio de
fones de ouvido, também devem tomar cuidado. De acordo com a sucetibilidade de
cada um e do volume do som, podem ter perda de audição no médio e longo prazo. Com isso,
na hora de procurarem emprego, devem estar atentos a possíveis problemas
auditivos.
A realidade é que muitas portas têm se fechado a candidatos
considerados inaptos a uma vaga de trabalho em função de alterações na audição.
Em nosso país, a legislação exige que o trabalhador seja submetido a exames
admissionais e, entre esses exames, os resultados da audiometria acabam sendo
usados, ao contrário de seu objetivo, para selecionar o trabalhador no momento
da admissão. O resultado é a existência de um contingente de trabalhadores com
perdas auditivas, dos mais diversos graus, que podem encontrar dificuldades de
reingressar em um novo emprego.
Para os trabalhadores expostos a ruído, recomendo o uso frequente de
protetores auriculares, que reduzem o volume ambiente excessivo, propiciando
uma audição mais confortável. Os protetores da Telex, por exemplo, são feitos
em acrílico e moldados de acordo com a anatomia do ouvido de cada pessoa. São
de dois tipos e diminuem o barulho ambiente em até 25 decibéis.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde ( OMS), cerca de 360
milhões de pessoas no mundo têm perda de audição.
Isabela
Pereira Gomes - fonoaudióloga e gerente de produtos da
Telex Soluções Auditivas.
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