De acordo com a
UNAIDS, em 2017, havia 36,9 milhões de pessoas convivendo com HIV no mundo.
No dia 1º de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Luta
Contra a AIDS (sigla em inglês para a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).
A data visa aumentar a conscientização entre a população, além de auxiliar no
combate contra o preconceito que os portadores de HIV (sigla em inglês para
Vírus da Imunodeficiência Humana) sofrem na sociedade.
AIDS e HIV
“A AIDS é o estágio mais avançado da doença que ataca o
sistema imunológico. A síndrome é causada pelo vírus HIV, que ataca as células
de defesa do corpo, deixando o organismo mais vulnerável, permitindo que
aconteçam infecções oportunistas, por microrganismos que normalmente não
produzem a doença e que elevam muito a mortalidade dos pacientes portadores do
retrovírus”, explica o infectologista Dr. Manuel Palácios, do Hospital
Anchieta.
De acordo com o médico, antigamente, entre a contaminação
e a fase final, estimava-se um tempo de sobrevida médio de três anos. Hoje em
dia, por haver certa ‘adaptação’ do vírus ao corpo humano, pode ser que este
tempo tenha aumentado em um ou dois anos. Atualmente o vírus pode ser
identificado mais precocemente e o paciente pode ter uma sobrevida mais longa e
saudável devido a disponibilidade de um grande arsenal de medicamentos para
conter a ação do vírus.
Transmissão
Teoricamente, o vírus começa a se replicar no organismo
após duas horas do contágio, porém os métodos de detecção só permitem
percebê-lo no sangue após uma semana aproximadamente (método molecular, chamado
de Carga Viral, realizado somente em pesquisas clínicas) ou após 20-30 dias
(método convencional por detecção de anticorpos/antígenos, conhecido como ELISA
4° geração, que sempre é confirmado com outro teste, chamado de Western Blot),
respeitando o período chamado de Janela Imunológica.
Segundo o especialista do Hospital Anchieta, ter o vírus
não significa que a pessoa necessariamente tem a doença. “Há soropositivos que
vivem muitos anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a AIDS, mas podem
transmitir o vírus”.
Tratamento
Atualmente, o famoso coquetel é formado inicialmente por três
antirretrovirais e o tratamento é iniciado independente do grau de imunidade
que o paciente apresenta. Os remédios buscam controlar o HIV pelo maior tempo
possível, diminuindo a replicação (produção de cópias) do vírus no corpo e
permitindo a recuperação das defesas do organismo.
De acordo com o último relatório da UNAIDS (Programa
Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS) assim como preconizado na última
Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), as pessoas que
vivem com HIV em terapia antirretroviral e que têm carga viral indetectável por
mais de 3 meses, têm chance, praticamente nula, de transmitir o vírus
sexualmente, além de permaneceram saudáveis e com uma longevidade parecida à
das pessoas não infectadas. Isto vem sendo veiculado na comunidade científica
desde 2017 e denomina-se “U=U” (Undetectable
= Untransmittable, ou seja: Indetectável
= Não transmissível).
Prevenção
De acordo com o Ministério da Saúde, uma das formas de
prevenção é a Profilaxia Pré-exposição (PrEp). A medicação deve ser ingerida,
diariamente de forma contínua, antes do contato com um soropositivo e diminui
em até 80% as chances de contaminação (independentemente da situação do
parceiro infectado). A pílula, que combina o medicamento tenofovir e o
entricitabina, bloqueia o ciclo de replicação do vírus, impedindo a infecção no
organismo.
“Existem dois tipos de PrEP: oral e tópica (uso de gel
genital). O Brasil, atualmente, disponibiliza pelo SUS acesso à PrEP oral
somente para homens que fazem sexo com homens; transexuais; profissionais do
sexo e parceiros sorodiscordantes de pessoas com HIV, porém pode ser encontrada
também na rede privada de drogarias”, conclui o infectologista.
Assim pega:
· Sexo
vaginal sem camisinha;
· Sexo
anal sem camisinha;
· Sexo
oral sem camisinha;
· Uso
de seringa por mais de uma pessoa;
· Transfusão
de sangue contaminado;
· Da
mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;
· Instrumentos
que furam ou cortam não esterilizados.
Assim não pega:
· Sexo
desde que se use corretamente a camisinha;
· Masturbação
a dois;
· Beijo
no rosto ou na boca;
· Suor
e lágrima;
· Picada
de inseto;
· Aperto
de mão ou abraço;
· Sabonete/toalha/lençóis;
· Talheres/copos;
· Piscina;
· Banheiro;
· Doação
de sangue.
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