Quase um terço dos caminhoneiros dirige sob efeito
de drogas pesadas
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Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em
geral, o consumo de drogas causa cerca de meio milhão de mortes anuais. Uma das
classes que mais utilizam drogas entorpecentes são os caminhoneiros. O uso é
tão disseminado que, de acordo com o Ministério Público do Trabalho, quase um
terço dos caminhoneiros dirige sob efeito de drogas pesadas. Entre as drogas
mais consumidas pela classe está a anfetamina, popularmente conhecida como
“rebite”, que ajuda a reduzir a sensação de fadiga ao acelerar o funcionamento
do cérebro.
“Apesar de proporcionar uma falsa sensação de
estímulo e bem-estar, as consequências do uso dessas substâncias podem ser
irreversíveis para a saúde”, comenta o gerente de produção do Diagnósticos do
Brasil, Fabiano Mateus, mestre e doutor em toxicologia e análises
toxicológicas. Além disso, o rebite também aumenta a pressão arterial, levando
o usuário a pensar que possui mais concentração e maior capacidade física.
“Esses sintomas são muito perigosos, pois em vez de aumentar os reflexos, a
substância os diminui - o que pode ser fatal enquanto se está dirigindo”,
explica Fabiano. Outra droga perigosa também se popularizou entre
caminhoneiros: a cocaína, que se tornou a mais utilizada pela classe. O gerente
acrescenta: “para diminuir o tempo gasto entre os trajetos e estar ligado 24
horas por dia, muitos caminhoneiros optam por utilizar substâncias mais
pesadas, já que, com uso contínuo, os rebites podem não apresentar o efeito
desejado”.
Lei do
Caminhoneiro tornou obrigatório o exame toxicológico para a emissão ou
renovação da carteira de motoristas nas categorias C, D e E
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Com o objetivo de melhorar a segurança no trânsito,
em março de 2015 foi sancionada a Lei Federal 13.103, também conhecida como Lei
do Caminhoneiro, que tornou obrigatório o exame toxicológico para a emissão ou
renovação da carteira de motoristas nas categorias C, D e E. Desde o início da
nova legislação, apesar da redução significativa no número de acidentes que vem
ocorrendo, um levantamento da Polícia Rodoviária Federal mostrou que, em 2017,
foram registrados 89.318 acidentes graves nas estradas, o que resultou em 6.244
mortos e 83.978 feridos. Das fatalidades, estima-se que 48% foram provocadas
por caminhões.
De acordo com a gerente do laboratório DB
Toxicológico, Ana Carolina Gimenez, exames toxicológicos são formas de prevenir
acidentes e aumentar a segurança na estrada. O exame pode ser realizado apenas
por laboratórios devidamente credenciados pelo DENATRAN (Departamento Nacional
de Trânsito) e permite a detecção do uso de drogas, mesmo que o consumo não
tenha sido imediato. “É possível identificar substâncias como maconha, cocaína,
heroína, anfetaminas, ecstasy, metanfetaminas, entre outras, presentes no
organismo por um período mínimo de 90 dias. A coleta é realizada em laboratório
de análises clínicas, de maneira simples e indolor, a partir de cabelos ou
pelos do corpo“, explica Ana Carolina.
São necessários aproximadamente 120 fios de cabelo,
com quatro centímetros de comprimento, ou um chumaço de pelos equivalente a uma
bola de algodão de dois centímetros de diâmetro para a realização do exame.
“Apesar da maior parte da droga e seus metabólitos serem rapidamente eliminados
do organismo, uma parte é incorporada ao cabelo. O tempo e frequência de uso
levam a uma maior ou menor concentração dessas substâncias. Por isso, há
precisão no exame e a possibilidade de traçar um histórico de uso”, explica Ana
Carolina. Além da anfetamina e da cocaína, outras substâncias frequentemente
encontradas nos exames dos motoristas são maconha e ecstasy, drogas
alucinógenas que causam uma falsa sensação de prazer.
DB Toxicológico
dbtoxicologico.com.br ou 0800 640 0380.
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