A
Triagem Neonatal representa hoje um dos principais avanços em Medicina
Preventiva e é reconhecida pelo US Center for Disease Control
and Prevention (EUA) como um dos programas de saúde pública de
maior sucesso do século XXI.
Entre seus benefícios, está a detecção de doenças
graves e tratáveis antes do aparecimento dos sintomas, prevenindo problemas
como retardo mental e até o óbito. Além disso, permite a identificação dos
portadores de algumas condições clínicas, como o traço falciforme,
possibilitando o aconselhamento genético e a reprodução consciente.
“É importante que o pediatra esteja atento às
manifestações clínicas das doenças e sempre proceda a investigação de uma
hipótese diagnóstica, mesmo que o Teste de Triagem Neonatal tenha sido normal”,
explica a Dra. Léa Maria Zanini Maciel, especialista da SBEM-SP.
O Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) foi
implantado em diferentes fases de acordo com as doenças rastreadas e hoje
detecta: hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, anemia falciforme e outras
hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência
de biotinidase. Desde junho de 2014, todos os Estados do Brasil estão
habilitados para o Programa.
No Brasil, a taxa de cobertura é bastante variável,
com estados como Rondônia, Espírito Santo, Minas Gerais com coberturas de
93,8%, 92,4%, 90,6%, respectivamente; estados com coberturas muito baixas, como
Amapá de apenas 46,3% de seus nascidos vivos e os demais com coberturas
intermediárias variando de 60 a 80%.
“Um fato relevante para aprimorar o Programa será
elevar sua cobertura para 100% dos RNs no país, através da conscientização da
população e dos profissionais de saúde sobre a importância do exame, assim como
a época ideal de realização do mesmo, entre 3º ao 5º dia de vida do
recém-nascido”, complementa a médica.
Ela ainda explica que a triagem neonatal é um
programa complexo, pois não se restringe à realização dos testes para
diferentes doenças, mas também na busca ativa das crianças com resultados
positivos, a confirmação diagnóstica da doença, o início do tratamento no menor
tempo possível e o seguimento por uma equipe multiprofissional.
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia
Regional São Paulo - sbemsp.org.br/
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