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quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Força de aperto de mão pode sinalizar sérios problemas de saúde

 

A força muscular é um poderoso preditor de mortalidade que pode ser avaliada de forma rápida e barata pela medição da força de preensão manual. Em um novo estudo, os pesquisadores desenvolveram pontos de corte que se aplicam à população em geral, considerando também a correlação da força de preensão manual com sexo, altura corporal e envelhecimento a serem usados na prática médica. 

A maioria das pessoas não pensa duas vezes em fazer coisas como abrir potes de picles ou carregar mantimentos, mas a força do punho é uma ferramenta de triagem eficaz. 

Se a força de preensão manual de alguém é baixa, pode ser uma indicação de problemas de saúde -- e não apenas em indivíduos mais velhos. A força de preensão manual tem sido associada a condições de saúde já na idade adulta mais jovem. Um grande número de estudos mostrou que a baixa força de preensão manual pode ser uma manifestação de condições de saúde relacionadas a problemas cardíacos e pulmonares. Alguns estudos também descobriram que aqueles com baixa força de preensão manual têm uma expectativa de vida menor. 

O que falta para a prática clínica são pontos de corte empiricamente significativos que se aplicam à população em geral, considerando também a correlação da força de preensão palmar com sexo e altura corporal, bem como o declínio da força de preensão palmar como resultado do envelhecimento normal. 

Em seu estudo recém-publicado na revista BMJ Open, o pesquisador do IIASA, Sergei Scherbov; Sonja Spitzer, pesquisadora de pós-doutorado no Centro Wittgenstein para Demografia e Capital Humano Global e na Universidade de Viena; e Nadia Steiber, da Universidade de Viena, tentaram esclarecer em que nível de força de preensão manual um médico deve considerar enviar um paciente para um exame mais aprofundado. Os resultados do estudo fornecem limiares padronizados que ligam diretamente a força de preensão manual à expectativa de vida restante, permitindo que os profissionais detectem pacientes com risco aumentado de mortalidade precocemente. 

"Em geral, a força de preensão manual depende do sexo, idade e altura de uma pessoa. Nossa tarefa era encontrar o limiar relacionado à força de preensão manual que sinalizaria um médico para fazer exames adicionais se a força de preensão de um paciente estiver abaixo desse limite. É semelhante a medir a pressão arterial. Quando o nível de pressão arterial está fora de um determinado intervalo, o médico pode decidir prescrever um determinado medicamento ou enviar o paciente a um especialista para um exame mais aprofundado", explica Scherbov. 

A força de preensão manual é medida apertando um dinamômetro com uma mão. No estudo, o paciente é solicitado a realizar duas tentativas com cada mão, sendo a melhor tentativa utilizada para a medição. Existe um protocolo especial para esse processo, pois os valores podem depender se o teste foi realizado em pé ou sentado, entre outras considerações. 

Em contraste com estudos anteriores, os autores compararam a força de preensão manual dos indivíduos não com uma população de referência saudável, mas com indivíduos comparáveis em termos de sexo, idade e altura corporal. Os achados indicam um aumento do risco de mortalidade em um limiar mais sensível em relação ao estimado em estudos anteriores. De fato, os resultados mostram que uma força de preensão manual ligeiramente abaixo da média de uma população comparável (considerando sexo, idade e altura corporal de uma pessoa) é indicativa de condições de saúde que levam à morte precoce. 

"A força de preensão manual é um teste barato e fácil de realizar, mas pode ajudar no diagnóstico precoce de problemas de saúde e outras condições de saúde subjacentes. Nossas descobertas deixam claro que a força de preensão manual é uma medida muito precisa e sensível das condições de saúde subjacentes. Portanto, sugerimos que ela seja usada como uma ferramenta de triagem na prática médica", observa Steiber. 

"É importante ressaltar que não estamos sugerindo que as pessoas devam treinar força de preensão manual em particular para diminuir os riscos de mortalidade. Muito provavelmente, se alguém melhorar sua força de preensão manual por meio de exercícios, haverá pouco ou nenhum impacto em sua saúde geral. No entanto, a baixa força de preensão manual pode servir como um indicador de incapacidade, pois reflete uma baixa força muscular, que está associada a um maior risco de morte. Um estilo de vida saudável e exercícios ainda são as melhores abordagens para manter uma boa saúde ou melhorá-la no longo prazo", conclui Spitzer.

 

Rubens de Fraga Júnior - professor de Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) e é médico especialista em Geriatria e Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

 Fonte: Sergei Scherbov et al, Thresholds for clinical practice that directly link handgrip strength to remaining years of life: estimates based on longitudinal observational data, BMJ Open (2022). DOI: 10.1136/bmjopen-2021-058489


Câncer colorretal: conscientização e prevenção em foco no Setembro Verde

Tumores que afetam o intestino grosso, reto ou ânus são o segundo tipo de câncer mais comum no Brasil. Doença tem se tornado mais comum a partir dos 40 anos


O Brasil registra todos os anos mais de 41 mil novos casos de câncer colorretal, também chamado de câncer de intestino, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Trata-se da proliferação anormal e desordenada de células da parede do revestimento interno do órgão, que pode afetar o cólon (parte do intestino grosso), o reto e o ânus. Incapazes de morrer no processo natural do organismo, essas células vão formando tumores com podem se infiltrar em outros tecidos e se espalhar por outros órgãos. Sem considerar o câncer de pele não melanoma, é o segundo tipo de câncer mais frequente no país, ficando atrás apenas dos tumores de mama nas mulheres e de próstata nos homens. 

 

O diagnóstico e tratamento precoces do tumor aumentam as chances de cura, por isso o Setembro Verde é o mês dedicado à conscientização sobre a importância da prevenção do câncer de intestino. “Trata-se de uma doença facilmente identificável por meio da colonoscopia. Exames de rastreamento são capazes de detectar e eliminar até lesões pré-malignas antes mesmo de elas evoluírem para um câncer. A detecção de tumores em estágios mais iniciais pode diminuir a mortalidade dessa doença”, afirma o Dr. Fábio Kater, oncologista clínico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

 

A doença é mais frequente na população idosa, com picos na sexta e sétima décadas de vida. Contudo, tem se tornado cada vez mais comum o surgimento da doença a partir dos 40 anos. “É um fenômeno que está sendo observado no Brasil e no mundo, particularmente no Ocidente”, lembra o médico.


 

Fatores de risco

 

A falta de atividade física é apontada com um dos principais fatores de risco da doença. Mas os hábitos alimentares também contribuem para uma maior incidência, como o consumo de frios e embutidos (carne vermelha processada), como salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru e salame. Estima-se que a ingestão de 100 gramas de carne vermelha por dia aumenta o risco em 12%, enquanto o consumo diário de 50 gramas de carne vermelha processada sobe o risco em 16%.

 

Ao detectar sintomas como sangue nas fezes, mudanças do hábito intestinal, com eventos de diarreia e prisão de ventre, dor ou desconforto abdominal, fraqueza, anemia, perda de peso e inchaço abdominal, a pessoa deve buscar ajuda médica.

 

A orientação dos órgãos de saúde do Brasil é que homens e mulheres com mais de 50 anos façam o exame de colonoscopia, que permite visualizar o intestino por dentro e detectar lesões iniciais e precursoras do câncer de intestino, os chamados pólipos. Contudo, a American Cancer Society, dos Estados Unidos, recomenda que essa investigação comece a partir dos 45 anos, particularmente em pessoas com parentes de primeiro grau que tiveram a doença e afrodescendentes. Muitos médicos no Brasil já têm orientado seus pacientes a iniciarem os exames de colonoscopia a parte dos 45 anos.


 

Tratamento

 

O médico da BP lembra que o câncer colorretal é curável desde que seja identificado em fases iniciais. Entretanto, com os atuais avanços da ciência, até pacientes metastáticos, a depender da localização e de um menor volume de tumores disseminados, podem ter a doença controlada e, eventualmente, até serem curados.

 

“O tratamento do câncer de intestino localizado (restrito ao órgão) ou, no máximo, com linfonodos (gânglios) próximos afetados é a cirurgia. Pode ser um procedimento convencional ou por meio de técnicas laparoscópicas, incluindo a robótica, opção que favorece uma melhor e mais rápida recuperação do paciente. A realização ou não de quimioterapia pós-cirurgia para prevenir o retorno da doença é definida de acordo com as características de cada paciente e do tumor”, diz.

 

Nos pacientes com tumores de reto (porção final do canal intestinal), a radioterapia, combinada ou não com quimioterapia, pode ser aplicada antes da cirurgia. A medida ajuda a prevenir a volta da doença.

 

Já no caso de doença avançada, os tratamentos convencionais são quimioterapia combinada com terapia-alvo, abordagem terapêutica baseada na administração de medicamentos que agem especificamente em tumores com determinadas características moleculares previamente identificadas em exames de biologia molecular.

Para saber mais informações, acesse www.bp.org.br

 


BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo


ViaMobilidade promove Programa Caminhos para a Saúde nas Linhas 8 e 9

Iniciativa que vai até 15 de setembro oferece atendimentos gratuitos de saúde e bem-estar aos passageiros por meio de parceria com o Instituto CCR

 



De 1º a 15 de setembro, a ViaMobilidade Linhas 8 e 9 e o Instituto CCR realizam ação de saúde e bem-estar para os passageiros das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, o Programa Caminhos para a Saúde. 

A cada dia, de segunda a sexta-feira, uma estação diferente terá atendimentos gratuitos, como teste de glicemia e colesterol, aferição de pressão e orientações sobre saúde mental, com voluntários do Projeto Help que promovem a escuta fraterna e o acolhimento emocional. 

Os atendimentos acontecem sempre das 10h às 16h e, além dos serviços voltados à área da saúde, são oferecidas outras atividades voltadas ao bem-estar, como quick massage e trancistas, profissionais especializadas em fazer penteados com tranças nos cabelos. A programação completa poderá ser acompanhada nas redes sociais (Facebook e Instagram) da ViaMobilidade Linhas 8 e 9. 

Técnicos de enfermagem fazem a orientação aos passageiros sobre ações simples que podem promover a saúde e a qualidade de vida, como a realização de exames periódicos, uma dieta adequada e a realização de atividades físicas regulares. Também há cálculo do IMC (Índice de Massa Corporal) e aferição de temperatura. 

As pessoas que apresentarem alterações significativas nos índices aferidos serão encaminhadas ao posto de atendimento de saúde mais próximo. Os endereços desses locais já foram mapeados e incluídos em um folheto entregue ao cliente no final do atendimento. 

"As estações podem ser mais do que um lugar de passagem. A ViaMobilidade tem como referência a mobilidade humana, por isso nos empenhamos em oferecer ações que promovam a saúde e o bem-estar de nossos clientes para melhorar a experiência da viagem, como o Caminhos para Saúde", comenta Juliana Alcides, gerente de Comunicação e Sustentabilidade da ViaMobilidade. 

A ação começou na Estação Presidente Altino da linha 8-Diamante e foi aprovada pelos passageiros. “Gostei do atendimento, o pessoal daqui é muito legal. É maravilhoso que é gratuito. Vou recomendar aos meus amigos. Faço exames todo ano, mas neste ano ainda não tinha feito”, afirmou a auxiliar de limpeza Maria Aparecida da Silva, de 56 anos. 

O eletricista João Batista de Souza Araújo, de 48 anos, também aproveitou a iniciativa. “Fiz exames de colesterol, triglicérides. É muito bom aproveitar essa oportunidade. Foi uma surpresa, nem sabia que tinha esse tipo de serviço. Foi muito bom, nota mil. Indico para todo mundo, é uma oportunidade boa para se cuidar”, disse. 

Além da saúde, o cuidado com a beleza agradou a que parou para aproveitar. “Estava passando por acaso e resolvi parar. Medi pressão, colesterol, foi uma ótima oportunidade para ver como está minha saúde. É ótimo ser gratuito, pois atende a qualquer classe social. E com relação à beleza, eu fiz as tranças, ajuda muito na autoestima”, afirmou Rute Alves de Oliveira, de 24 anos. 

A massoterapeuta Roseli Aparecida, de 58 anos, fez exames de colesterol e diabetes e aferiu a pressão e disse que a iniciativa não é só uma ação de saúde: “As pessoas estão muito carentes e isso aqui já é um carinho, uma atenção.” 

Amanhã, 2 de setembro, o Programa Caminhos para a Saúde vai atender a passageiros na estação Domingos de Moraes.

 


Sobre o Instituto CCR

Entidade privada sem fins lucrativos, o Instituto CCR gerencia o investimento social do Grupo CCR, para proporcionar transformação social. Com apoio a projetos via leis de incentivo, campanhas institucionais e por meio dos programas proprietários, como o Caminhos para a Cidadania, que atende mais de 1,3 mil escolas, e o Caminhos para a Saúde - presente em seis regiões - oferecendo atendimento para os clientes dos nossos negócios. O foco do Instituto CCR é transformação social por meio de iniciativas de geração de renda, saúde, educação, cultura e esporte. Somente em 2021 foram aplicados mais de R$ 40 milhões em projetos sociais gerenciados pelo Instituto.

 

 

Programação 

Segue programação da primeira quinzena do programa. As demais datas serão sempre divulgadas nas redes sociais da ViaMobilidade.

 

Dia 01/09

Estação Presidente Altino

Serviços oferecidos: Sinais vitais, campanha de saúde mental e trancistas

 

Dia 02/09

Estação Domingos de Moraes

Serviços oferecidos: sinais vitais, campanha de saúde mental e quick massage

 

Dia 05/09

Estação Jandira

Serviços oferecidos: sinais vitais e campanha de saúde mental

 

Dia 06/09

Estação Júlio Prestes

Serviços oferecidos: sinais vitais e campanha de saúde mental

 

Dia 08/09

Estação Barra Funda

Serviços oferecidos: sinais vitais, campanha de saúde mental e trancista

 

Dia 09/09

Estação Lapa

Serviços oferecidos: sinais vitais, campanha de saúde mental e quick massage

 

Dia 12/09

Estação Jandira

Serviços oferecidos: sinais vitais e campanha de saúde mental

 

Dia 13/09

Estação Imperatriz Leopoldina

Serviços oferecidos: sinais vitais e campanha de saúde mental

 

Dia 14/09

Estação General Miguel Costa

Serviços oferecidos: sinais vitais e campanha de saúde mental

 

Dia 15/09

Estação Quitaúna

Serviços oferecidos: sinais vitais, campanha de saúde mental e trancista


Setembro em flor: câncer de ovário é silencioso e pode evoluir depressa se não tratado em estágio inicial

Com maior incidência após os 50 anos, neoplasia é o sétimo tipo de tumor mais comum no público feminino. Oncologista explica por que pode acontecer, tipos e como identificar

 

Considerado o sétimo tipo de tumor mais comum entre as mulheres, o câncer de ovário merece atenção. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é estimado que no triênio 2020-2022 sejam diagnosticados 6.650 novos casos da neoplasia ao ano. Quanto ao número de óbitos, o Atlas de Mortalidade por Câncer de 2020 apontou 3.921 mortes no período. 

Quando não tratado em estágio inicial, o câncer de ovário pode evoluir rapidamente e costuma ser assintomático. No entanto, quando existem sinais da doença, são bastante discretos, podendo dificultar o diagnóstico. 

“A neoplasia possui uma maior incidência em mulheres acima de 50 anos. Na grande maioria dos casos, não é possível que os fatores de risco sejam identificados previamente, tornando este tipo de câncer agressivo", comenta a Dra. Marcela Bonalumi, oncologista da Oncoclínicas São Paulo.

 

Tipos de câncer de ovário 

Ao todo, é estimado que existam cerca de 30 tipos de câncer de ovário, podendo ser denominados a partir de suas células de origem. 

"Em 95% dos casos, o câncer de ovário é derivado das células epiteliais, que revestem o ovário. Já os outros 5% são das células germinativas, que formam os óvulos, e também das estromais, responsáveis por produzir grande parte dos hormônios femininos", comenta a oncologista. 

Vale lembrar ainda que o câncer de ovário é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum em mulheres, ficando atrás somente do câncer de colo de útero. Os três principais grupos da neoplasia são:

  • Carcinoma epitelial de ovário -- vem da superfície do ovário (o epitélio) e é o subtipo mais comum. O câncer de tuba uterina e o câncer primário do peritônio estão incluídos neste grupo;
  • Carcinoma de células germinativas de ovário -- origina-se nas células reprodutivas ou germinativas dos ovários, ou seja, aquelas que dão origem aos óvulos;
  • Carcinoma de células estromais de ovário -- forma-se nas células do tecido conjuntivo.

Há também o carcinoma de pequenas células hipercalcêmico do ovário, que não se enquadra nos três grupos acima e é extremamente raro. Ainda não foi identificado em que tipo de células ele se origina.

 

Sintomas e sinais do câncer de ovário 

O câncer de ovário é uma doença silenciosa e em seus estágios iniciais não costuma apresentar sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar:

  • Inchaço no abdômen;
  • Dor no abdômen;
  • Dores na região pélvica, nas costas ou nas pernas;
  • Náuseas;
  • Indigestão;
  • Gases;
  • Funcionamento anormal do intestino (prisão de ventre ou diarreia);
  • Fadiga constante;
  • Perda de apetite e de peso sem razão aparente;
  • Sangramento vaginal anormal, especialmente depois da menopausa;
  • Aumento na frequência e/ou na urgência de urinar.


Por que o tumor pode acontecer? 

"Não se tem um motivo ao certo, mas existem alguns fatores de risco que podem colaborar para o surgimento do câncer de ovário. Dentre eles, é possível citar: a obesidade, sedentarismo, tabagismo, endometriose, idade maior a 50 anos, fatores hormonais (menarca precoce ou menopausa tardia), histórico familiar, mutações em genes BRCA1 e BRCA2, fatores reprodutivos (mulheres que não tiveram filhos possuem um risco aumentado de desenvolver a doença), entre outros", comenta a oncologista da Oncoclínicas São Paulo. 

Alguns estudos sugerem que o uso de pílula anticoncepcional pode ser adotado como método preventivo, pois o número excessivo de ovulações tende a levar ao aparecimento de tumores. "A partir dos resultados, foi possível analisar que o medicamento diminuiu em até 33% o risco de câncer de ovário, seguido por 34% no de endométrio e 19% no de intestino", explica.
 

Diagnóstico 

Infelizmente, até o momento não existe um exame específico que possa detectar o câncer de ovário, assim como o Papanicolau para o câncer de colo de útero ou a mamografia para o câncer de mama. 

"Os sintomas da neoplasia podem ser facilmente confundidos com outras doenças. Por isso, caso qualquer um deles apareça, é muito importante procurar ajuda médica o mais rápido possível", comenta a oncologista. 

A partir disso, o médico pode solicitar exames clínicos ginecológicos, laboratoriais e também de imagem, para identificar a presença de ascite ou acúmulo de líquidos, além da extensão da doença em mulheres com suspeita de disseminação intra-abdominal. Se houver suspeita de câncer de ovário, é necessário uma avaliação cirúrgica. 

Vale lembrar que pode ser realizado também um raio x ou tomografia computadorizada do tórax, com o intuito de analisar derrame pleural, metástases pulmonares ou ainda quaisquer outras alterações.

 

Tratamento 

Apesar do câncer de ovário ser o tumor ginecológico de maior índice de óbito no mundo, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura podem aumentar. "O tratamento irá depender do tipo de estágio do câncer de ovário. Além disso, deve-se levar em conta os desejos da paciente, ou seja, se há a vontade de ter filhos. A partir disso, a cirurgia é o principal tratamento, mas pode significar a retirada unilateral ou bilateral dos ovários. Já no caso da quimioterapia, ela pode ser realizada antes ou depois da cirurgia", comenta a Dra. Marcela Bonalumi. 

Por isso, a oncologista aconselha que a decisão sempre seja tomada junto com o especialista. "O melhor método é aquele com o objetivo de salvar a vida da paciente, mas sem perder de vista os sonhos futuros. Contudo, devemos realizar uma abordagem personalizada para cada caso, pensando não só nas questões físicas, mas também nas emocionais durante todo o processo", finaliza.


Grupo Oncoclínicas

www.oncoclinicas.com

 

Setembro Amarelo: boa alimentação é um reforço para a saúde mental

Além de se alimentar corretamente e com variedade, a prática de atividades físicas e hobbies podem auxiliar na prevenção de doenças de origem emocional

 

Manter o corpo e a mente em equilíbrio é fundamental no tratamento da depressão. E alimentar-se bem é uma parte importante nesse processo. Usufruir de um cardápio balanceado e com variedade de alimentos que sejam fonte de nutrientes, vitaminas e minerais, como o magnésio presente no amendoim, pode ser o primeiro passo para quem procura melhorar a saúde mental, assunto contemplado no mês de prevenção ao suicídio, o setembro amarelo.

 

Bruna Pavão, consultora nutricional da marca Cuida Bem, antes mesmo de explicar mais sobre o tema alimentação, pondera que para manter a saúde mental em forma é preciso estar bem consigo mesmo e com os outros, aceitar as exigências da vida, saber lidar com as boas emoções e também com aquelas desagradáveis: “É necessário reconhecer os próprios limites e saber a hora de procurar ajuda”.

 

Sabendo disso, uma forma de aumentar a qualidade de vida é cuidar da alimentação. O primeiro passo é se concentrar em consumir alimentos in natura e minimamente processados. Mas também há momentos para relaxar e ingerir itens da categoria de indulgência, formada por alimentos que não servem apenas para nutrir, mas também para promover prazer.

 

A nutricionista pontua que não adianta recorrer a dietas exageradas ou ser muito rígido. “Seja gentil com você mesmo. Um princípio que ajuda muito a ter um equilíbrio alimentar sem abrir mão dos alimentos gostosos é o princípio 80/20, no qual 80% da sua alimentação vai ser saudável e 20% será ‘livre’ para comer o que quiser. Com essa liberdade, você conseguirá explorar opções de alimentação saudável sem restrições, dando espaço para momentos prazerosos com as suas comidas preferidas também”, reforça Bruna.

 

O mercado conta com opções diversas, que entregam sabor e saúde, e saber escolher é a chave. “Os doces Zero Adição de Açúcar, como os da linha Cuida Bem, são um grande exemplo de alimentos para se consumir sem culpa. Eles possibilitam, inclusive, que as pessoas criem novos hábitos sem restrições de comer um doce quando sentir vontade.”

 

Na hora de escolher esses sabores, no entanto, que tal privilegiar alguns alimentos que podem dar uma força a mais para a sua saúde mental? Segundo a Bruna, entre as frutas, a banana se destaca. Usada em barras de nuts e em outros formatos de doces sem adição de açúcar, é rica em triptofano, um aminoácido que auxilia na produção do neurotransmissor serotonina, mais conhecido como hormônio da felicidade. “É bom para regular o humor, promover a sensação de bem-estar e prazer. Atua em diversas funções do Sistema Nervoso Central.”

 

Contra a depressão, doença que pode ser um gatilho para o suicídio, além de todos os cuidados fundamentais, vale uma porção de amendoim. Assim como a semente de girassol, a leguminosa possui vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B5, B6, B9, B12), que são essenciais para o equilíbrio saudável dos sistemas imune e nervoso. “A sua deficiência tem sido associada a vários distúrbios neurológicos. Além da depressão, entra na lista a ansiedade, a demência e a doença de Alzheimer”, explica a consultora.

 

O amendoim também é benéfico pois possui magnésio, um mineral que está envolvido em mais de 300 reações do corpo humano, com papel bem variado: da produção de energia até a regulação de neurotransmissores. “Quando não é consumido em quantidades adequadas, pode promover resistência à insulina, facilitar a hipertensão e o surgimento de transtornos psiquiátricos. Além de compor o amendoim e as castanhas, está prioritariamente em frutas, verduras e grãos integrais.”


 

Na ausência de um único herói, vilões bem definidos


A consultora Bruna faz questão de frisar que nenhum item isoladamente é capaz de comprometer a saúde mental do indivíduo. “Ela vai ser acometida por um conjunto de maus hábitos que, ao longo do tempo, podem prejudicar sistemicamente, causando quadros de estresse, ansiedade e depressão”, pontua.

 

Aí entram os principais vilões de uma alimentação saudável e das vantagens oferecidas por ela. “O maior fator de impacto são os alimentos ricos em gorduras saturadas, frituras, açúcares de adição, sal em excesso, corantes e conservantes, pois eles podem promover um quadro inflamatório que, indiretamente, torna a pessoa mais predisposta a comprometer sua saúde mental, impactando até mesmo a memória, o humor e o raciocínio.”

 

Como dicas, Bruna destaca: aposte na variedade, moderação, qualidade dos alimentos e evite os ultraprocessados e aqueles considerados inflamatórios. Tudo isso é crucial para uma boa dieta, que reflita positivamente na qualidade de vida do indivíduo. Junte a isso a constância. “Dentro dos hábitos alimentares, a chave para evitar frustrações é justamente a constância. Os resultados não vêm da noite para o dia; muitas vezes, a mudança de um único ‘mau hábito’ pode demorar até três meses.”

 

Repensar a alimentação, incluir na rotina a prática de atividades físicas e desenvolver novos hobbies que possam divertir, distrair e dar ainda mais sentido à vida são, para a Bruna, as principais orientações para quem quer mais saúde mental.

 

Setembro Vermelho, exercícios para melhorar a saúde do coração

Para garantir um coração saudável, a recomendação é: movimentar o corpo. Ao fazer exercícios regularmente, o coração trabalha com mais eficiência e sem ter que fazer tanto esforço. O sangue flui melhor e as artérias e vasos ficam mais flexíveis e saudáveis. Tudo isso previne o risco de doenças cardiovasculares, como infarto, colesterol alto, derrame e hipertensão.

"Enquanto uma pessoa sedentária tem de 80 a 100 batimentos por minuto, uma pessoa condicionada está entre 60 e 70 batimentos por minuto", explica a educadora física Vanessa Furstenberguer. Pode parecer pouco, mas essa melhora na eficiência diminui em 40% o risco de complicações cardiovasculares.

Para favorecer o sistema cardiovascular, os exercícios precisam elevar a frequência cardíaca. "É o caso da caminhada, da bicicleta, do treino intervalado e corrida", recomenda Vanessa.


Atividades físicas que ajudam a saúde cardiovascular


Caminhada ao ar livre

Para afastar o perigo da hipertensão, aposte nas caminhadas. As passadas reduzem a pressão arterial na primeira hora e, o que é melhor ainda, essa queda se mantém nas 24 horas seguintes. Isso acontece porque durante a prática do exercício, o fluxo de sangue aumenta, levando os vasos sanguíneos a se expandirem, diminuindo a pressão.

Além disso, a caminhada faz com que as válvulas do coração trabalhem mais, melhorando a circulação de hemoglobina a e oxigenação do corpo. Com o maior bombeamento de sangue para o pulmão, o sangue fica mais rico em oxigênio. Somado a isso, a caminhada também faz as artérias, veias e vasos capilares se dilatarem, tornando o transporte de oxigênio mais eficiente às partes periféricas do organismo, como braços e pernas.

A caminhada também é um fator de proteção contra derrames e infarto. "Além de regular os níveis de colesterol no corpo, os vasos ficam mais elásticos e mais propícios a se dilatarem quando há alguma obstrução. Isso impede que as artérias parem de transportar sangue ou entupam", diz Vanessa.


Caminhada na esteira

A caminhada na esteira com velocidade entre 4,0 e 6,0 km/h e com inclinação entre 2 e 12% é uma atividade cardiovascular excelente. "Ao mesmo tempo em que consegue elevar a frequência cardíaca para uma zona de treinamento mais “puxada” do que uma caminhada normal, possui uma sobrecarga articular muito menor para os tornozelos, joelhos e coluna do que o treino de corrida tradicional", explica a profissional.


Variação de treino

Mesclar dois tipos de treino é um ótimo estímulo - treino contínuo e o intervalado. O treino contínuo caracteriza-se pela manutenção da frequência cardíaca em uma mesma intensidade (70% da frequência cardíaca máxima, por exemplo) e tem, como principal benefício, a dilatação das câmaras cardíacas, algo fundamental para a melhora do rendimento do coração.

Já o treino intervalado caracterizado pela variação da frequência cardíaca, beneficia a saúde cardiovascular pela sua capacidade de fortalecer o miocárdio (músculo cardíaco), aumentando a eficiência de bombeamento de sangue realizado pelo coração.

 

Vanessa Furstenberger - formada em Educação Física com 20 anos de experiência. Hoje com 50 anos Vanessa faz faculdade de nutrição e é idealizadora da Emagre&Ser Mentoria em Emagrecimento.


A hepatite é silenciosa e mais comum do que pensamos. Caso do jogador David Luiz atenta para os cuidados com a doença.


Recentemente o jogador David Luiz, do Flamengo, passou mal durante a partida e foi diagnosticado com Hepatite Viral. A doença provoca infecção no fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Segundo o Ministério da Saúde, na maioria das vezes, as hepatites virais são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Afinal, o que é, como é transmitida, qual o diagnóstico? Estas e outras questões são avaliadas pela médica Maria Raris, clínica geral.

 

Para iniciar, a informação sobre a transmissão tem como premissa saber qual é o tipo de vírus - e por isso há variações. Segundo Maria Raris, a Hepatite A tem transmissão fecal-oral, estando relacionada à ingestão de alimentos e água contaminada. Na Hepatite B, a transmissão é vertical, ou seja, de mãe para filho, durante a gestação ou no parto, e ainda em acidentes biológicos, como contato com objeto perfuro-cortante contaminado, ou via ato sexual. Já a Hepatite C se dá por hemodiálise, transfusão sanguínea, contato com instrumentos não esterilizados como em procedimentos invasivos, tatuagens, e nas relações sexuais, porém é menos comum, e transmissão vertical. A hepatite D merece e tem um status maior: se dá por co-infecção pela Hepatite B, ou por super infecção do vírus D, que acomete aqueles indivíduos com infecção crônica do vírus B – as formas de transmissão são as mesmas da B. Finalizando, sobre a de tipo E, a transmissão se dá via fecal oral , transfusão sanguínea e transmissão vertical.

 

Raris alerta sobre os sintomas: cansaço, icterícia (pele amarelada), urina cor de Coca-Cola , fezes claras , febre baixa, mal-estar e dores musculares. “O diagnóstico é feito com avaliação da função hepática através do exame de sangue para detecção dos anticorpos contra o vírus, ou de algumas partes do corpo do vírus, denominado sorologia para hepatite. Importante ressaltar que existem vacinas para hepatite A e B”, diz. 

A médica chama atenção sobre os problemas que a hepatite pode causar. Algumas hepatites podem se tornar crônicas, como as B, C e D, levando à cirrose hepática ou até mesmo a um hepatocarcinoma (câncer primário do fígado, ou seja, o câncer derivado das principais células do fígado - os hepatócitos. Como os demais cânceres, surge quando há uma mutação nos genes de uma célula que a faz se multiplicar desordenadamente). Caso o paciente não procure atendimento e faça o tratamento adequado, pode ocorrer cronificação, levando à cirrose e/ou hepatocarcinoma, e até a morte.

Mas como seria a prevenção? A médica dá o toque: não comer ou ingerir água de lugares de higiene precária, ou onde a doença é sabidamente endémica, usar preservativos na relação sexual, uso de EPI (Equipamento e Proteção Individual) em ambientes hospitalares, checar a origem e higiene dos objetos usados em procedimentos invasivos, e manter acompanhamento durante a gestação. “Dificilmente o paciente não notará a forma aguda da doença devido ao quadro clínico tão rico de sinais e sintomas. A hepatite viral é mais comum do que pensamos, principalmente a hepatite A, devido à forma de transmissão”, ressalta.

 



Maria Raris - trabalha na área de clínica geral. Graduada em medicina pela Universidade Gama Filho, com especialização em clínica médica pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, e mestrado em ciência forense pela National University, Califórnia, o foco principal do trabalho dela é a prevenção. A rotina da Dra. no Rio de Janeiro, conta com o trabalho como professora de clínica médica e fisiopatologia da Faculdade de Medicina Estácio de Sá (dá aulas de gastroenterologia, cardiologia e pneumologia), além de atuar na clínica médica da enfermaria do hospital Casa de Saúde São João de Deus e clínica geral da Med Rio Check-up, sendo também parecerista do hospital Rio’s Dor.

A Dra. Maria Raris atende nos seguintes endereços:

Instituto Santa Rosa

Av. Afrânio de Melo , 141 - Leblon


Clínica Flávia Cyfer

Av. das Américas, 500

Bloco 3 - Portaria C - sala 317

Barra da Tijuca

Instagram: @dramariadanovararis

Crédito ou Débito?

 Todo mundo alguma vez na vida respondeu a essa pergunta ao fazer uma compra.


Diante da importância crescente que os temas descarbonização e transição energética passaram a ter na pauta de todos os setores produtivos, serviços e por que não, de cada um de nós, o reflexo que tais mudanças trarão para o nosso dia a dia, faz com que a pergunta do título ganhe um novo sentido.

Saber se você é um agente que possui crédito ou está em débito de carbono, conhecer qual a sua “pegada” e o nível de sustentabilidade do seu negócio, são informações que orientam cada vez mais os negócios e de quem iremos consumir.  

Segundo as novas estimativas do SEEG - Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), uma iniciativa do Observatório do Clima, o Brasil liberou em 2020 um total de 2,16 bilhões de toneladas de gás carbônico.

Olhando somente para o nosso país, desde 1850 foram emitidas 112,9 bilhões de toneladas de CO2 (GtCO2), sendo que aproximadamente 85% desse montante estaria associado à derrubada de florestas e o uso intensivo de recursos não renováveis. 

Como curiosidade, o tempo de permanência do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera é de mais ou menos 150 anos, por aí podemos entender que temos um débito ou excesso de poluição no ar. Também conhecido como gás carbônico, esse elemento é um dos compostos químicos gasosos que provocam graves desequilíbrios no efeito estufa do planeta, e cuja emissão se faz principalmente, pelo uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) nas atividades humana, somado ao desmatamento e a agropecuária.

Qual seria a principal causa do aumento do CO2 na atmosfera?

Nos últimos anos, houve um considerável aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. As atividades humanas ligadas à indústria, as atividades agrícolas, o desmatamento e o aumento do uso dos transportes estão entre os principais responsáveis pela emissão desses gases.

No final do mês de julho desse ano, foi notícia o falecimento do cientista britânico James Lovelock, autor da Hipótese de Gaia, na qual defendia que a Terra era um organismo vivo, destacando que ela atua como um organismo autorregulador, e que os humanos prejudicam com suas atividades o equilíbrio deste ecossistema.

Seus estudos colaboraram muito para ampliar a conscientização sobre os riscos climáticos em função do uso de combustíveis fósseis e os efeitos nocivos dos gases causadores do efeito estufa, muito antes de se falar em crédito de carbono.

O tema sustentabilidade, hoje tratado em todas as instâncias dentro da agenda ESG (em português) Ambiental, Social e Governança, reforça o anseio de parte considerável da população em trabalhar pelo equilíbrio do planeta, por uma questão de sobrevivência.

O uso intenso dos recursos naturais, sem as devidas compensações ou substituições por fontes de energias limpas, tem ocasionado consideráveis alterações no clima do mundo, fatores suficientes para entendermos que a “corda” está bastante esticada e desgastada em alguns pontos, mostrando que a balança ambiental está desequilibrada, e todos nós estamos em débito com o planeta.

É consenso, a necessidade em se investir no uso de fontes de energia renováveis (Eólica, Solar, Hidrogênio, Etanol, Biomassa, Biogás), reduzindo-se gradativamente o uso dos combustíveis fósseis, fazendo com que fontes poluentes abram espaço para a adoção de fontes limpas, ou seja, o equilíbrio está na combinação da redução das emissões dos gases nocivos, com a adoção de novas matrizes energéticas.

Trata-se de uma grande transição, e que pode começar por pequenas ações como por exemplo, a redução do uso de transportes em trajetos curtos, optando por ir a pé ou de bicicleta, preferência pelo uso de transporte coletivo e de produtos biodegradáveis, incentivo à coleta seletiva, aquisição de produtos com alta desempenho energético, entre outras ações.

Mais do que crédito ou débito, neutralizar nossas emissões é urgente e uma atitude de respeito com o próximo e com o planeta.

 

Rafael Garcia Pereira Bellini - Bacharel em Direito e Chefe de Gabinete na Presidência da ABIMAQ/SINDIMAQ


Educação a distância: solução ou problema para o Ensino Superior brasileiro?

 Em 2020, enquanto a maior parte das escolas e universidades lutava para se adaptar à realidade das aulas on-line, um segmento de ensino registrou uma explosão de interessados. Aquele ano foi um marco importante para os cursos superiores oferecidos a distância, com maior número de interessados que os cursos presenciais. De lá para cá, a educação a distância (EAD), impulsionada também pela pandemia, não para de crescer.   

É bem verdade que tal crescimento se deve principalmente às instituições privadas, visto que as públicas continuam ofertando, quase exclusivamente, cursos presenciais. Mas a expansão da EAD é boa ou ruim para o nosso país?  

Do ponto de vista quantitativo, a EAD é uma ótima solução. Devido à sua capilaridade, pode chegar a praticamente qualquer município brasileiro, o que permite à população maior acesso à formação superior. Em um país que tem déficit histórico nesse quesito - e que tenta há anos melhorar seus índices -, isso é bastante positivo. 

Além disso, a EAD tem características que atendem muito bem ao perfil da clientela da Educação Superior brasileira, majoritariamente constituída por jovens trabalhadores de classe média-baixa, que usam seu salário para financiar o próprio desenvolvimento pessoal. Vantagens como preços mais acessíveis, horários flexíveis e comodidade do estudo em casa também são fatores que explicam a alta procura por cursos a distância.  

Por outro lado, quando avaliamos essa modalidade qualitativamente, a análise precisa ser mais profunda. Precisamos reconhecer que os modelos implantados por uma parcela significativa de instituições brasileiras têm foco essencial no baixo custo, e não na qualidade educacional. Isso se deve à concorrência acirrada que existe no setor privado da Educação Superior e à característica socioeconômica da maioria da clientela, que busca essa modalidade também pelo preço. 

Hoje, infelizmente, as tecnologias digitais têm sido muito mais utilizadas para permitir redução de custos e automatizar processos que para promover inovações significativas que, de fato, elevem a qualidade do ensino. Atualmente, nos deparamos com cursos a distância que oferecem uma infinidade de pirotecnias tecnológicas – apps, inteligência artificial, jogos digitais, realidade virtual, realidade aumentada, entre outros – que, na verdade, só encobrem projetos conteudistas, rasos, com estrutura curricular cristalizada e baixa interação professor/tutor-aluno, dificultando a participação ativa do estudante. 

A EAD pressupõe um estudante que desempenhe um novo papel, saindo da postura passiva para ser o protagonista de sua aprendizagem. No entanto, essa autonomia não é percebida em muitos dos alunos de EAD, porque eles não tiveram condições de desenvolvê-la durante seus anos na Educação Básica. 

Apesar desses pontos fracos, contudo, não há mais como retroceder. O desenvolvimento tecnológico e as mudanças de perfil dos estudantes, da sociedade e do mercado de trabalho não permitem que a Educação Superior fique ancorada em modelos essencialmente presenciais. O Conselho Nacional de Educação, prestes a definir diretrizes para a educação presencial híbrida, abre caminho, assim, para que a dicotomia presencial ou a distância desapareça.  

Esse é o futuro, que nos pede cuidado para que o hibridismo não seja apenas mais um recurso na busca de redução do custo do Ensino Superior. Que ele possa conduzir a uma educação inclusiva, abrangente e de qualidade, que responda aos anseios e necessidades da sociedade e do mercado de trabalho da atualidade. 

 

Ronaldo Casagrande - ex-pró-reitor universitário e vice-presidente do Instituto Casagrande, organizador do III Congresso Internacional Um Novo Tempo na Educação.

 

Kantar: Proteção de ativos e fluidez são as principais tendências para o setor de serviços financeiros

Estudo avalia mudanças de comportamento e novas preferências dos consumidores

 

A pandemia de Covid-19 afetou a instabilidade econômica de diversos mercados globais. Nos últimos meses, países de diferentes continentes também observaram a inflação disparar - os preços do gás e do óleo, por exemplo, atingiram níveis não vistos desde a década de 1970 - e sentiram os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia. 

A segunda edição do relatório “Digital (Dx) Analytics Global Trends”, que analisa as tendências do setor financeiro, mostra que os cenários globais atuais têm influenciado diretamente o comportamento e as preferências dos consumidores para o setor. 

Desenvolvido pela divisão Insights da Kantar, líder em dados, insights e consultoria, o estudo indica que, após o período mais crítico da pandemia, boa parte das pessoas decidiu proteger seus ativos. É por isso que muitas delas optaram por investimentos seguros e tangíveis, como os imóveis. 

A população global também cortou gastos com despesas gerais (44%) e adotou novos comportamentos (31%). Além disso, 24% das pessoas optaram por comprar de marcas mais baratas para economizar e 17% apostaram em vender patrimônios para levantar dinheiro. 

As mudanças também desencadearam uma nova tendência para o setor de serviços financeiros: a fluidez. Em busca de eficiência, acessibilidade e flexibilidade, os consumidores valorizam cada vez mais as soluções digitais que oferecem praticidade. 

Um bom exemplo é o Apple Pay, que permite realizar transações com dispositivos móveis e via aproximação. Simples e prático, o serviço caiu no gosto de usuários do mundo inteiro. 

A expectativa é de que o cenário econômico atual ajude a fomentar ainda mais a adoção de recursos tecnológicos ao redor do planeta. Em 275 cidades da China, por exemplo, quem tem dispositivos da Apple consegue pagar tarifas de ônibus e metrôs com smartphones ou smartwatches. Na Coreia do Sul, por sua vez, o banco Shinhan instalou terminais que usam um sistema de câmeras 3D e infravermelhas para permitir que os clientes realizem pagamentos usando apenas a tecnologia de reconhecimento facial.

 

Kantar

www.kantar.com/brazil


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