Todo mundo alguma vez na vida respondeu a essa pergunta ao fazer uma compra.
Diante da importância crescente que os temas
descarbonização e transição energética passaram a ter na pauta de todos os
setores produtivos, serviços e por que não, de cada um de nós, o reflexo que
tais mudanças trarão para o nosso dia a dia, faz com que a pergunta do título
ganhe um novo sentido.
Saber se você é um agente que possui crédito ou
está em débito de carbono, conhecer qual a sua “pegada” e o nível de
sustentabilidade do seu negócio, são informações que orientam cada vez mais os
negócios e de quem iremos consumir.
Segundo as novas estimativas do SEEG - Sistema de
Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), uma
iniciativa do Observatório do Clima, o Brasil liberou em 2020 um total de 2,16
bilhões de toneladas de gás carbônico.
Olhando somente para o nosso país, desde 1850 foram
emitidas 112,9 bilhões de toneladas de CO2 (GtCO2), sendo que aproximadamente
85% desse montante estaria associado à derrubada de florestas e o uso intensivo
de recursos não renováveis.
Como curiosidade, o tempo de permanência do dióxido
de carbono (CO2) na atmosfera é de mais ou menos 150 anos, por aí podemos
entender que temos um débito ou excesso de poluição no ar. Também conhecido
como gás carbônico, esse elemento é um dos compostos químicos gasosos que
provocam graves desequilíbrios no efeito estufa do planeta, e cuja emissão se
faz principalmente, pelo uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás
natural) nas atividades humana, somado ao desmatamento e a agropecuária.
Qual seria a principal causa do aumento do CO2 na
atmosfera?
Nos últimos anos, houve um considerável aumento da
concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. As atividades humanas
ligadas à indústria, as atividades agrícolas, o desmatamento e o aumento do uso
dos transportes estão entre os principais responsáveis pela emissão desses
gases.
No final do mês de julho desse ano, foi notícia o
falecimento do cientista britânico James Lovelock, autor da Hipótese de Gaia,
na qual defendia que a Terra era um organismo vivo, destacando que ela atua
como um organismo autorregulador, e que os humanos prejudicam com suas
atividades o equilíbrio deste ecossistema.
Seus estudos colaboraram muito para ampliar a
conscientização sobre os riscos climáticos em função do uso de combustíveis
fósseis e os efeitos nocivos dos gases causadores do efeito estufa, muito antes
de se falar em crédito de carbono.
O tema sustentabilidade, hoje tratado em todas as
instâncias dentro da agenda ESG (em português) Ambiental, Social e Governança,
reforça o anseio de parte considerável da população em trabalhar pelo
equilíbrio do planeta, por uma questão de sobrevivência.
O uso intenso dos recursos naturais, sem as devidas
compensações ou substituições por fontes de energias limpas, tem ocasionado
consideráveis alterações no clima do mundo, fatores suficientes para
entendermos que a “corda” está bastante esticada e desgastada em alguns pontos,
mostrando que a balança ambiental está desequilibrada, e todos nós estamos em
débito com o planeta.
É consenso, a necessidade em se investir no uso de
fontes de energia renováveis (Eólica, Solar, Hidrogênio, Etanol, Biomassa,
Biogás), reduzindo-se gradativamente o uso dos combustíveis fósseis, fazendo
com que fontes poluentes abram espaço para a adoção de fontes limpas, ou seja,
o equilíbrio está na combinação da redução das emissões dos gases nocivos, com
a adoção de novas matrizes energéticas.
Trata-se de uma grande transição, e que pode
começar por pequenas ações como por exemplo, a redução do uso de transportes em
trajetos curtos, optando por ir a pé ou de bicicleta, preferência pelo uso de
transporte coletivo e de produtos biodegradáveis, incentivo à coleta seletiva,
aquisição de produtos com alta desempenho energético, entre outras ações.
Mais do que crédito ou débito, neutralizar nossas
emissões é urgente e uma atitude de respeito com o próximo e com o planeta.
Rafael Garcia Pereira Bellini - Bacharel em Direito e Chefe de Gabinete na Presidência da ABIMAQ/SINDIMAQ
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