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terça-feira, 27 de julho de 2021

Roupas em excesso podem facilitar a candidíase durante o inverno, alertam especialistas do HSPE

Divulgação
Excesso de roupas dificulta a ventilação e a entrada de luz na região genital e facilita a ocorrência da infecção causada pelo fungo candida albicans


A candidíase também pode ser recorrente no inverno devido ao abafamento das áreas genitais causado por roupas utilizadas para proteger contra o frio. Elas mantêm a temperatura do corpo, porém dificultam a ventilação e a entrada de luz na região íntima. O aumento do ph da região genital, consequência do consumo em excesso de carboidratos, guloseimas e álcool, também é fator que colabora para a proliferação do fungo da cândida causador da infecção.

De acordo com a ginecologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) Emybleia Meneses, é possível minimizar o problema evitando tecidos sintéticos, justos e úmidos durante o inverno. "Mudanças simples ajudam a evitar a infecção, como evitar excessos de roupa, dietas ricas em açúcar, alimentos processados e farinha branca, sono irregular, automedicação e sedentarismo", explica a especialista reforçando que a candidíase pode ocorrer em homens e mulheres.

Os sintomas da candidíase são ardência, prurido e secreção esbranquiçada principalmente na glande do pênis ou na vulva da vagina, podendo atingir boca, virilha e dedos. Há também relatos de incômodo ao urinar. O tratamento é feito com medicamentos por via oral ou pomada cutânea. Enfermidades que podem baixar a imunidade, como gripe, resfriado e covid-19, também podem contribuem para o quadro clínico.

A especialista pontua também que a pandemia da Covid-19 pode abalar a imunidade e facilitar a ocorrência de candidíase. "O medo de desenvolver a doença, ansiedade e tristeza pela instabilidade e morte de pessoas queridas são responsáveis também pela redução da imunidade e predisposição a uma série de doenças, incluindo a candidíase".




Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo - Iamspe


Dor de cabeça e queixas visuais podem indicar glaucoma juvenil

Metade dos pacientes apresenta miopia



O glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível em todo o mundo. Há vários tipos de glaucoma, entre eles o juvenil. Estima-se que até 2040, os casos de glaucoma irão praticamente dobrar. O aumento previsto é de 48%.
 
Segundo a oftalmologista Dra. Maria Beatriz Guerios, o glaucoma juvenil é uma neuropatia óptica, que costuma se manifestar em crianças a partir dos cinco anos, adolescentes e em jovens adultos.
 
“Primeiramente, é importante dizer que glaucoma é o termo geral que denomina uma série de condições que podem causar danos ao nervo óptico. O principal fator de risco para desenvolver a patologia é o aumento da pressão intraocular (PIO)”, explica.
 
A prevalência do glaucoma juvenil é relativamente pequena, 1 caso em cada 44 mil pessoas. Mas, as consequências da falta de diagnóstico e tratamento podem ser devastadoras.

 

Sem sintomas

A especialista reforça que, a princípio, o glaucoma juvenil não causa sintomas. “Por isso, o diagnóstico, em muitos casos, acontece nos exames oftalmológicos de rotina. Infelizmente, a presença de sintomas pode indicar um estágio mais avançado da doença”.
 
O aumento da pressão intraocular (PIO) causa danos no nervo óptico. Por sua vez, esses danos podem afetar o campo visual e levar à perda da visão.
 
“É muito comum recebermos para consultas de rotina crianças e adolescentes com queixas de dor de cabeça e alterações na visão. Embora, na maioria dos casos esses sintomas não estão ligados ao glaucoma juvenil, é exatamente nesses exames que o diagnóstico é feito”, conta Dra. Maria Beatriz.
 
Outro ponto de atenção é que a miopia afeta 50% das crianças e adolescentes com o diagnóstico de glaucoma juvenil.

“Esse é um fator importante. Sempre que o oftalmologista detectar a presença de miopia em crianças e adolescentes, é recomendado realizar um exame para avaliar a pressão intraocular e o nervo óptico”.

 

Histórico Familiar deve ser sinal de alerta

O glaucoma tem um componente genético muito importante. Isso quer dizer que pessoas com histórico familiar da doença precisam fazer um acompanhamento periódico com um oftalmologista.
 
“Quando há casos de glaucoma em parentes de primeiro grau, como pais e irmãos, o ideal é procurar um oftalmologista ainda no primeiro ano de vida e realizar o acompanhamento de forma regular ao longo da adolescência e da vida adulta”, ressalta Dra. Maria Beatriz.
 


Mutação genética
 
Atualmente, estudos apontam que o glaucoma juvenil está ligado a uma mutação genética cujo resultado seria uma alteração no funcionamento da malha trabecular. Essa estrutura é responsável pela drenagem do humor aquoso.
 
“A drenagem do humor aquoso deve ser constante para manter a pressão intraocular (PIO) equilibrada. Entretanto, quando há alguma alteração no escoamento da substância, ela se acumula e leva ao aumento da pressão intraocular (PIO). O resultado de uma PIO alta é a destruição das células do nervo óptico”, relata Dra. Maria Beatriz.
 
O nervo óptico é responsável pela ligação entre o olho e o cérebro. Quando há lesões nessa área, as informações visuais captadas pelos olhos não podem ser transmitidas para o processamento cerebral. Além disso, as lesões são irreversíveis. Portanto, a cegueira causada pelo glaucoma é definitiva.

 

Sob controle

O tratamento do glaucoma tem como principal objetivo controlar a pressão intraocular (PIO) para evitar danos no nervo ótico. O glaucoma não tem cura, mas pode ser controlado.
 
“O glaucoma juvenil pode ser tratado colírios para controlar a pressão intraocular. Em outros casos, pode ser necessário realizar procedimentos cirúrgicos para melhorar a drenagem do humor aquoso para controlar a pressão intraocular. Mas, cada caso é avaliado e tratado de forma individual”, reforça a médica.
 
Por fim, a recomendação da especialista é que os pais adotem uma rotina de prevenção desde o nascimento.

“O ideal é levar o bebê ainda no primeiro ano de vida para uma consulta oftalmológica de rotina. Quando houver histórico familiar de glaucoma, o acompanhamento também deve ser regular. É importante ainda prestar atenção nas queixas de dor de cabeça e cansaço visual e levar a criança para ser avaliada”, finaliza Dra. Maria Beatriz.


Alimentos saborosos, mas nocivos à saúde, podem afetar também a audição

Pesquisas apontam que o excesso de doces, chocolate, sorvete e até bebidas alcoólicas podem causar perda auditiva


Que a má alimentação é prejudicial à saúde todo mundo sabe, mas que também afeta a audição, você sabia? A falta de uma dieta equilibrada, no longo prazo, bem como o consumo em excesso de álcool e tabaco, podem causar perda auditiva, zumbido e tontura. Isso foi comprovado em estudo conduzido pela médica Sharon Curhan e outros pesquisadores da Universidade Harvard (EUA).

Os pesquisadores verificaram a alimentação e a capacidade auditiva de quase 80 mil mulheres durante duas décadas e concluíram que dietas saudáveis diminuem em até 30% a possibilidade de a audição sofrer prejuízos com o passar dos anos. Eles compararam o menu diário das participantes com três estilos famosos de alimentação, entre eles a dieta mediterrânea, que demonstrou grande potencial para proteger a capacidade auditiva. A dieta mediterrânea indica o consumo abundante de azeite, hortaliças, peixes e oleaginosas, e pouca carne vermelha e doces. Os resultados foram publicados no periódico Journal of Nutrition .

De acordo com o médico Fernando Ganança, ex-presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvio-Facial (ABORL-CCF), quem consome muito açúcar corre risco de comprometer a audição. "O açúcar tem glicose e, em excesso, causa aumento da insulina, que tem uma função importante na regulação de íons presentes no ouvido interno. Se o indivíduo come grande quantidade de doces, chocolate, sorvete, bala, refrigerante, pode prejudicar sua saúde auditiva", diz o otorrinolaringologista, que complementa: "Erros alimentares prejudicam os três principais sintomas otoneurológicos: perda auditiva, zumbido e tontura - as famosas labirintites".


Diabetes

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Niigata, no Japão, também descobriram que o diabetes pode causar perda de audição, dentre outras complicações. Eles reuniram informações de 13 estudos anteriores em que foram examinadas 7.377 pessoas com diabetes e 12.817 sem diabetes. E concluíram que os portadores de diabetes tinham 2,15 vezes mais chances de perder a audição do que as pessoas sem essa condição. O Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism publicou a pesquisa.


Álcool e tabagismo

Os males causados pela ingestão de álcool em excesso vão além dos já conhecidos, como o risco de cirrose hepática. Pesquisadores da Universidade de Ulm, na Alemanha, examinaram usuários de bebida alcóolica, tanto os dependentes como os que bebem socialmente, para checar o nível de danos causados na mente e audição. O estudo revelou que a bebida alcóolica afeta consideravelmente a capacidade auditiva. Outra pesquisa, esta realizada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), revelou que pessoas que fumam pelo menos cinco cigarros por dia há mais de um ano têm quatro vezes mais chances de sofrer com zumbido. E na Universidade de Antuérpia, na Bélgica, um estudo também comprovou que pessoas que fumam regularmente, por mais de um ano, têm audição pior do que quem não fuma. E quanto mais se fuma, maior é o nível de perda auditiva.

"As células ciliadas, que ficam na cóclea, logo à frente do labirinto, e são responsáveis pela audição sensorial, não se regeneram caso sejam danificadas. Com isso, o indivíduo vai perdendo a audição ao longo dos anos, dependendo das situações a que se submete. Má alimentação e exposição constante a sons altos, entre outros fatores, podem agravar o problema", diz a fonoaudióloga Marcella Vidal, Gerente de Audiologia Corporativo da Telex Soluções Auditivas.

O zumbido, que pode ser o primeiro sinal de perda de audição, afeta 278 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O sintoma geralmente é o mesmo: um ruído constante que a pessoa não sabe de onde vem, nem como acabar com ele. "Em alguns casos, o incômodo é parecido com o barulho de insetos; em outros, com o som de uma cachoeira. Alguns se assemelham ao apito de uma panela de pressão. Quanto antes o problema for tratado, mais claro será o diagnóstico e maiores serão as chances de fazê-lo desaparecer ou pelo menos minimizá-lo", pontua a fonoaudióloga.

Além de melhorar o acesso aos sons para quem tem perda auditiva, o uso de aparelhos auditivos também é indicado para as pessoas que lidam diariamente com o zumbido. A ferramenta Tinnitus SoundSupport™, presente nos aparelhos auditivos da Telex Soluções Auditivas, fornece sons do oceano e várias outras opções de sons a fim de levar alívio e conforto para quem enfrenta o zumbido.


Visão pode dificultar aprendizado nas aulas presenciais

Pesquisa mostra que óculos melhoram o aprendizado de 51% das criança. Na pandemia, aulas online fizeram a miopia aumentar. 

 

Em agosto as escolas estaduais que estão fechadas desde o início da pandemia reabrem em 24 dos 27 estados brasileiros. Ficam de fora Acre e Paraíba que reabrem em setembro após a vacinação dos professores e Roraima que não têm previsão de reabertura.

Para o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier na volta às aulas presenciais o exame de vista deveria ser obrigatório. Isso porque, o baixo rendimento escolar está associado à falta de óculos para 51% das crianças. É o que indica pesquisa feita com 36 mil alunos matriculados nas escolas municipais de Campinas. O levantamento foi realizado durante programa social realizado sob a direção do oftalmologista pelo braço social do hospital em parceria com a Secretaria de Educação de Campinas. Na iniciativa as crianças receberam óculos doados por empresas do setor óptico após triagem visual e exame médico. “O estudo é resultado da avaliação dos pais e professores após um ano de uso dos óculos” afirma. Para o médico o resultado explica porque o relatório do pnud (programa das nações unidas para o desenvolvimento) revela que 1 em cada 4 crianças brasileiras abandonam a escola no ensino básico.

 

Aumento da miopia

Recentes pesquisas desenvolvidas na América Latina e China mostram que a miopia, dificuldade de enxergar à distância, aumentou entre crianças durante a pandemia. Os pesquisadores atribuem este crescimento à falta de exposição ao sol no isolamento. Isso porque, a radiação solar estimula a produção de um hormônio, a dopamina, que monitora o crescimento do olho, maior nos míopes. 

Queiroz Neto afirma que as aulas online também contribuem. Isso porque, um levantamento realizado pelo médico com 360 crianças que permaneciam conectadas seis horas/dia encontrou miopia em 21% contra a prevalência de 12% apontada pelo CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) do qual o médico faz parte. “Isso acontece porque os músculos do olho sofrem um espasmo causado pelo excesso de esforço visual para perto”, explica.

 

Maioria nunca foi ao oftalmologista

O especialista diz que 7 em cada 10 crianças que participaram do programa realizado no hospital nunca tinham passado por consulta oftalmológica. A estimativa do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) é de que na infância 20% precisam corrigir a refração.

“Na pandemia as crianças deixaram de usar a visão à distância e muitas não percebem que estão míopes. No hospital, comenta, tem sido recorrente crianças que nunca usaram óculos chegarem à primeira consulta com dificuldade de enxergar. O problema de refração mais comum tem sido a miopia que está se tornando uma verdadeira epidemia global. No mundo todo a preocupação é impedir a progressão. Isso porque, acima de seis graus aumenta o risco de catarata precoce, glaucoma, descolamento e doenças degenerativas na retina que levam à perda irreparável da visão. Para controlar a progressão, recentemente chegou ao país uma lente de contato para até 12 anos que estabiliza o grau impedindo o alongamento do olho.  “As primeiras prescrições mostram boa adaptação das crianças”, afirma. Outros problemas comuns na infância são a dificuldade de enxergar de perto ou hipermetropia, e visão desfocada para perto longe, o astigmatismo. Na infância o exame oftalmológico é essencial porque o olho está em desenvolvimento até a idade de 8 anos. “A falta de tratamento adequado neste período pode se transformar em deficiência visual grave e até levar à perda da visão”, alerta.

 

Olho preguiçoso pode cegar

Este é o caso da a ambliopia ou olho preguiçoso que atinge 4% das crianças brasileiras. Acontece quando o desenvolvimento de um dos olhos fica comprometido pelo estrabismo (olhos desalinhados), catarata congênita unilateral e diferença importante refração entre os olhos.

O tratamento deve ser feito antes do olho completar o desenvolvimento.  Consiste em ocluir o olho de melhor visão para forçar o desenvolvimento do outro.  Isso porque, a criança só usa o olho bom e o outro fica cada vez mais fraco.

Ele diz que a oclusão é suficiente para alinhar casos leves de estrabismo e fundamental para restaurar a visão após a cirurgia de catarata congênita unilateral. Nem todo estrabismo, destaca, pode ser percebido pelos pais. Há casos em que a doença é latente e só pode ser notada nos testes de motilidade ocular feitos no consultório. Dores de cabeça e torcicolo frequentes podem indicar necessidade de consultar um oftalmologista para diagnosticar desvio latente do olho.

 

Sinais de problemas de visão

As dicas de Queiroz Neto para descobrir se a criança tem algum problema de visão que requer consulta imediata são:

Até 2 anos:

·         Não reage a estímulos luminosos

·         Lacrimejamento excessivo.

·         Falta de interesse pelo ambiente à sua volta.

·         Olhos desviados para o nariz ou para fora.

·        Reflexo luminoso na pupila.

·         Pupila muito grande, de cor acinzentada ou opaca.


Dos três aos cinco anos:

·         Desvio dos olhos.

·         Quedas frequentes.

·         Se aproxima muito da TV

·         Inclina a cabeça para um dos lados ou para um ombro

·         Vira um dos olhos para fora quando está distraída

·         Fecha um dos olhos em locais ensolarados.

·         Coça os olhos, especialmente quando manipula o celular ou assiste TV

·         Queixa-se de visão dupla ou embaralhada


No início da alfabetização:

·         Faz careta ou franze a testa para enxergar.

·         Cansaço nos olhos e dor de cabeça.

·         Olhos vermelhos quando esforça a visão

·         Dificuldade para enxergar o que está escrito na lousa.

·         Aproxima o rosto do caderno, livro ou celular.

·        Baixo rendimento escolar.

·         Desinteresse na sala de aula.

·         Não participa de atividades esportivas.

·         Tem dificuldade em distinguir ou combinar cores.


Especialista alerta para riscos da hepatite, doença que age de forma silenciosa

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Tratamento é oferecido de forma gratuita pelo SUS e, quando cumprido corretamente, se mostra eficaz em mais de 95% dos casos

 

O Dia Mundial de Combate à Hepatite é celebrado em 28 de julho e tem como objetivo alertar as pessoas acerca deste grave problema de saúde pública, que pode levar à morte. A data faz parte da campanha Julho Amarelo, para conscientizar a população sobre os riscos da doença, uma inflamação do fígado que age de forma silenciosa.

Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, publicado em julho do ano passado, indica que mais de 74 mil mortes foram causadas pela doença no Brasil, entre 2000 e 2018. O documento destaca ainda que 76% destes óbitos ocorreram em decorrência da hepatite do tipo C.

O tratamento contra a patologia, no entanto, tem evoluído muito, e as chances de cura já superam 95%, quando a assistência é realizada corretamente.

De acordo com a infectologista Tassiana Rodrigues dos Santos Galvão, que atende nos hospitais Estadual Francisco Morato e Municipal de Cajamar, ambos gerenciados pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim", a cor dedicada ao mês foi escolhida por representar um sinal frequentemente associado à doença: a icterícia, como é conhecida a amarelidão da pele.

A especialista ainda detalha as razões pelas quais são conhecidas por letras. "Os vírus receberam a nominação em ordem de descoberta, sendo atribuída uma letra para cada nova hepatite (A, B, C, D e E). As mais comuns no Brasil são as hepatites A, B e C, sendo a D mais frequente na região Norte", explica.

Conforme a médica, é necessário estar atento, pois as manifestações são muito variáveis, podendo ser assintomáticas ou apresentarem desde quadros de icterícia, mal-estar, fraqueza, náuseas e vômitos até dores abdominais e alterações na coloração da urina e fezes. "Os quadros podem ser graves, com estágios fulminantes, necessidades de transplante, evolução para câncer hepático e até morte", complementa.

Dra. Tassiana ressalta a relevância dos tipos B e C, considerados silenciosos e de cronificac
̧ão, ou seja, quando a doença se torna crônica e segue até o final da vida do paciente.

As hepatites podem ser transmitidas por meio de relações sexuais ou exposição direta com o sangue infectado, através de objetos contaminados, como agulhas, seringas, alicates e etc., transfusões sanguíneas ou durante o parto.

"No caso da B, a maioria das pessoas que têm contato com o vírus consegue controlar a infecção e a evolução. Porém, os pacientes que ‘cronificam’ apresentam uma doença silenciosa, que, se não tratada, pode evoluir para cirrose e/ou câncer de fígado", afirma a médica, reiterando que, nos casos de hepatite do tipo C, as chances de a cronificac
̧ão acontecer são ainda maiores, tal como o risco de desenvolver cirrose e câncer hepático.

Prevenção

Existem muitas formas de prevenir a hepatite. A infectologista explica que a prevenção pode ser feita de forma simples, com hábitos como consumir apenas água tratada, manter boa higiene e utilizar preservativos durante as relações sexuais.

"No caso de tatuagens e piercings, recomendo procurar estúdios confiáveis, que trabalhem com agulhas descartáveis e jamais compartilhem objetos pessoais. Isso serve também para manicure", destaca a Dra. Tassiana.

Para as hepatites dos tipos A e B, há vacinas que podem ajudar na prevenção. Por isso, é importante estar com elas em dia.

Tratamento

O tratamento da doença é realizado por meio de antivirais, além de medidas de prevenção, como evitar medicações que possam prejudicar a saúde do fígado. Pacientes que já convivem com a doença, devem realizar um acompanhamento adequado com médicos infectologista, gastroenterologista ou hepatologista.

Para os casos de hepatite C, nos últimos anos, o tratamento sofreu mudanças significativas, contando, atualmente, com drogas de ação direta e esquema terapêutico, dependendo do genótipo e da fase clínica do paciente.

Ambos são oferecidos de forma gratuita pelo SUS (Sistema Único de Saúde), assim como os testes capazes de diagnosticar a doença, que podem ser realizados de forma rápida e discreta em qualquer UBS (Unidade Básica de Saúde).

"Caso o diagnóstico seja positivo para a doença, não há razões para pânico. Hoje em dia, os medicamentos são muito bem tolerados, com raros efeitos colaterais, e as chances de cura, na maioria dos casos, são superiores a 95%. Um sucesso também garantido pelo SUS", finaliza.



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"


Julho mês de Conscientização sobre os Miomas

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Médico especialista em Cirurgia Minimamente Invasiva e Cirurgia Robótica, Alexandre Silva e Silva, explica quais são os principais sintomas da doença e quais os tipos de tratamento


Mioma, um tumor benigno do útero, tem origem nas células musculares lisas do órgão e estima-se que cerca de 80% das mulheres tenham miomas uterinos, porém nem todas desenvolverão ou apresentarão sintomas.

De acordo com o médico especialista em Cirurgia Minimamente Invasiva e Cirurgia Robótica, Alexandre Silva e Silva, o principal sintoma é o sangramento uterino anormal, com aumento do fluxo menstrual em quantidade e em número de dias. “Além do sangramento, as pacientes também podem apresentar dores abdominais, sintomas relacionados à compressão de órgãos pélvicos como bexiga e o intestino, podem levar a anemia devido aos sangramentos e podem prejudicar a fertilidade e ser causa de aborto em algumas pacientes”, explica o doutor.



Diagnóstico

O diagnóstico é feito inicialmente através da ultrassonografia pélvica e transvaginal, que segundo o Dr. Alexandre, deve ser realizada anualmente por todas as mulheres. Mas após receber o resultado do mioma, será preciso realizar uma ressonância nuclear magnética de pelve com contraste para se obter mais detalhes sobre o tamanho, localização, quantidade de nódulos e relação com outros órgãos pélvicos.

“Eles podem ser submucosos, que é quando estão por dentro da cavidade uterina e são os que causam mais sintomas de sangramento e dores em cólicas”, diz o especialista.



Tratamentos

Conforme o Dr. Alexandre, os tratamentos clínicos em sua grande maioria não resolvem o problema, acabam funcionando como paliativos e tratam somente de alguns sintomas.  “Dentre os tratamentos cirúrgicos, estão a histeroscopia cirúrgica para retirada dos nódulos em situação submucosa, a miomectomia para os nódulos que estão em situação subserosa, intramural e transmural, para aquelas pacientes que têm desejo gestacional ou que por qualquer razão desejam manter o órgão”, conta o Dr. Alexandre.

Para quem já teve a prole constituída, a Histerectomia pode ser a melhor opção, além disso outros tratamentos como a radiofrequência e embolização também podem ser realizados. Mas o médico alerta que cada caso deve ser estudado e individualizado para que um tratamento personalizado possa ser oferecido para cada mulher de acordo com seus desejos e objetivos.

 


Dr. Alexandre Silva e Silva - se formou em 1995 na Faculdade de Ciências Médicas de Santos em medicina. Sua especialização é em Cirurgia Minimamente Invasiva e Cirurgia Robótica. Além disso, possui certificação em cirurgia robótica em 2007 no Hospital Metodista de Houston. Certificação em cirurgia robótica single site em 2016 em Atlanta. É mestre em ciências pela Universidade de São Paulo em 2019 e foi pioneiro em cirurgia minimamente invasiva a partir do ano de 1998. E dá aulas de vídeo cirurgia desde então. Referência em vídeo-laparoscopia e cirurgia robótica.


Importância do pediatra no desenvolvimento dos bebês

Na semana em que se comemora o dia do pediatra, a MAM Baby esclarece algumas razões que tornam o papel do profissional tão importante para os pequenos

 

O primeiro passeio da maioria dos bebês é a visita ao médico pediatra, que deve ser feita, em média, uma semana após o nascimento. Mas, a importância destes profissionais da saúde vai muito além desta primeira aventura. Na semana em que se comemora o Dia do Pediatra no Brasil, a MAM Baby, marca especialista em bebês, destaca alguns pontos importantes desta presença e atuação nas rotinas familiares.   

Alessandra Cavalcante, médica pediatra em São Paulo, esclarece que são estes especialistas que cuidam do desenvolvimento saudável das crianças. É o pediatra que previne e trata doenças, orienta as melhores práticas de alimentação, vacinação, sono, saúde bucal e visual, risco de exposição excessiva às telas, além de  analisar o desenvolvimento neurológico, escolar e social das crianças. 

No primeiro mês de vida, são recomendadas, pelo menos, duas visitas ao pediatra. Já, entre 2 e 6 meses de vida, as visitas passam a ser mensais e, a partir dos 7 meses, é recomendada uma consulta a cada 2 meses. Quando a criança completa 2 anos, as avaliações podem ser realizadas a cada três meses e, a partir dos 6 anos, semestralmente. Na faixa dos 7 aos 18 anos, em situações normais, a visita pode ser anual. 

 

Escolha do pediatra 

A escolha do pediatra não deve apenas levar em conta a parte técnica e a formação do médico. É preciso escolher um profissional que "dê match" com a família e com a criança. Um bom relacionamento é essencial. Além disso, é importante que a família certifique-se de que é possível contatar o médico em casos de dúvidas e emergências. 

Para estilos de vida mais específicos, como uma família vegana ou que procura alternativas para evitar o uso de remédios, é importante a busca por um profissional que compartilhe da sua visão de mundo. Assim, o cuidado com o paciente será muito mais assertivo e alinhado aos hábitos e valores da família. 

“Sobre a qualidade do profissional, a abordagem técnica deve ser a mesma, ou seja, um bom pediatra deve observar todas as questões já ditas anteriormente. Mas, certamente, cada médico atuará à sua própria maneira” explica Alessandra.  

O pediatra da criança deve ser o primeiro médico a ser consultado em casos de emergência, já que muitas vezes a sua orientação pode evitar uma exposição ou ida desnecessária ao hospital, por exemplo. “Quanto mais precocemente se der o diagnóstico de alterações, menor as complicações para o futuro e para a vida adulta” finaliza.  

Para a pediatra Paula Cruz Borrelli Barros, o paciente torna-se praticamente um membro da família. Ela explica que ser pediatria é algo muito singular pois, além do conhecimento amplo da medicina, o profissional precisa gostar de criança, gostar de conversar e, principalmente, gostar de ouvir. 

 


MAM


Vacina é a melhor forma de prevenir hepatites virais


Em 2010, a Organização Mundial da Saúde - OMS criou a campanha Julho Amarelo como forma de conscientizar a população sobre as hepatites virais, prevenção, vacinação e diagnóstico precoce. De acordo com o Ministério da Saúde, até fevereiro deste ano 33.874 pessoas estavam em tratamento contra a hepatite B. Em relação à hepatite C, os dados mostram que 19.219 indivíduos iniciaram o tratamento contra a doença ao longo de 2020.

Hepatite é uma inflamação do fígado, que pode ser causada por vírus, uso de remédios, álcool, drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. As mais comuns são as causadas pelos vírus tipo A, B, C, D e E, que podem ser transmitidas por via sexual, água e alimentos contaminados, fluídos corporais, objetos e seringas não esterilizados, gestação, parto, amamentação, tatuagem, colocação de piercing e contato fecal-oral.

Segundo o clínico geral do Hospital Santa Casa de Mauá Valdir Russo, os tipos A e E têm formas agudas, sem potencial para formas crônicas e o paciente pode se recuperar e eliminar o vírus do organismo. Já os vírus B, C e D podem apresentar formas agudas e crônicas de infecção. “Quando os sintomas aparecem, normalmente a doença já está em estágio mais avançado, sendo os mais comuns febre, fraqueza, mal-estar, dor abdominal, enjoo, náuseas, vômitos, perda de apetite, urina escura, icterícia e fezes esbranquiçada”, explica.

O diagnóstico é feito a partir de um mapeamento de sintomas e riscos, além de exames de hepatograma - sangue; teste de ALT - lesão hepática; dosagem de bilirrubina; teste de AST para avaliar sinais e sintomas de doença hepática e ultrassonografia do fígado.

O tratamento será indicado de acordo com o tipo da doença, porém em todos os casos é recomendado repouso, hidratação, boa alimentação e suspensão de bebidas alcoólicas por cerca de seis meses a fim de evitar danos ao fígado e acelerar sua recuperação. Em alguns casos, os medicamentos poderão ser suspensos e nos mais severos a internação é recomendada até o controle da doença. 

É importante destacar que a vacinação é a melhor forma de prevenção contra as hepatites A e B. “Em criança, a vacina para o tipo A é administrada em duas doses, com seis meses de intervalo. Os adultos que não foram vacinados na infância podem ser imunizados a qualquer momento. A vacinação da hepatite B ocorre em quatro doses, uma nos primeiros dias de vida e as demais aos dois, quatro e seis meses de idade. Para os adultos que não tomaram a vacina ou que nunca tiveram a doença, a imunização ocorre em três doses”, explica o clínico geral Valter Russo.



Hospital Santa Casa de Mauá

https://santacasamaua.org.br/


Estudo brasileiro inédito aponta cenário crítico na reabilitação pós-AVC

Cerca de 45% dos pacientes após o AVC chegam tardiamente à reabilitação, 16% tiveram um encaminhamento tardio ou não conseguiram agendar uma consulta. O tempo de espera para uma consulta de reabilitação foi de 9 meses.1


O manejo do acidente vascular cerebral (AVC) no Brasil envolve desafios que começam na demora do reconhecimento precoce dos seus sinais e sintomas e atraso no encaminhamento para atendimento médico. O acesso a tratamentos de ponta no SUS e mesmo em muitos segmentos da rede privada é escasso, e podem ocorrer falhas na condução da reabilitação. No período pós-AVC, além das medidas de prevenção de recorrência de um novo AVC, uma série de terapias no contexto de atendimento multidisciplinar contribuem para a saúde, qualidade de vida e reinserção do paciente na sociedade.

Cerca de 30% dos pacientes podem desenvolver espasticidade, que é um tipo de rigidez muscular que leva à postura inadequada dos membros (mãos fechadas, pés em garra), causa dor, dificuldade para executar atividades corriqueiras (como caminhar, comer, por exemplo), e consequentemente reduz a qualidade de vida, aumenta a sobrecarga do cuidador, com possibilidade de quedas, fraturas, além de impactos econômicos e financeiros. 2

Diante da falta de dados no país sobre a jornada do paciente no pós-AVC, uma equipe médica brasileira, da qual fez parte o médico fisiatra Marcelo Riberto, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, no interior de São Paulo, publicou recentemente um estudo multicêntrico e observacional envolvendo 11 centros de reabilitação do país (públicos e privados), com 204 voluntários, chamado de BCcause cujo objetivo primário foi avaliar a taxa de resposta dos pacientes com espasticidade crônica ao tratamento com toxina botulínica A (TBA).1

Um dado alarmante do estudo mostrou que aproximadamente 45% dos pacientes recebem o encaminhamento para a reabilitação tardiamente após o AVC, e o tempo mediano de espera para o agendamento de uma consulta é de nove meses. Isso acontece por uma série de fatores, como a distância e a dificuldade de transporte até o centro de reabilitação, o tempo despendido para chegar ao centro de reabilitação e problemas para agendar a consulta, entre outras questões.1

Segundo o Dr. Riberto, muitos pacientes, familiares e profissionais de saúde desconhecem ou subestimam os efeitos da reabilitação no pós-AVC. Por vezes, o encaminhamento para a reabilitação não acontece porque os profissionais que atendem o paciente na hora do AVC agudo não sabem da existência e possibilidades de encaminhamento para os Centros de Reabilitação, tanto na rede privada como na rede pública.

É fato que existe desequilíbrio entre o número de pacientes que necessitam de reabilitação no país e a quantidade de centros de reabilitação, seja no setor público ou privado. Neste contexto, a atual realidade do Brasil não favorece a reabilitação precoce, mas mesmo assim, vemos que a reabilitação tardia traz muitos benefícios para os pacientes.1

Além da dificuldade de acesso aos centros de reabilitação, os tratamentos também variam de acordo com a gravidade das sequelas, mas, em geral, a reabilitação consiste em sessões de fisioterapia, de fonoaudiologia, terapia ocupacional e tratamento medicamentoso, exemplo os medicamentos orais (baclofeno, tizanidina, dantrolene, gabapentina e pregabalina) e a aplicação de toxina botulínica A. O estudo BCause também indicou as vantagens da TBA no controle da espasticidade crônica com apenas uma aplicação. Embora disponível no SUS, a toxina botulínica é sub recomendada, em torno de 9 mil pacientes receberam aplicação de TBA para espasticidade pós-AVC no SUS em 2020,3 o que representa apenas 1% da população que sofre o AVC e pode desenvolver a espasticidade. Estima-se que há 1 milhão de pacientes com espasticidade pós-AVC no Brasil. 2,4

Segundo o Dr. Riberto, o uso da TBA, quando aplicada nos músculos espásticos e de acordo com a bula, ajuda a prevenir o encurtamento muscular e a dor, evitando que o paciente aprenda os movimentos errados e oferecendo mais liberdade para elesO tratamento com toxina botulínica pode ser uma solução para melhorar a qualidade de vida de diversos pacientes, para assim conseguirem retomar sua independência em atividades rotineiras, como tomar banho, vestir-se ou calçar os sapatos.


Sobre o AVC

No caso do AVC, ocorre uma alteração súbita do fluxo sanguíneo cerebral que pode ser tanto isquêmico, quando falta sangue em uma região do cérebro por causa de uma obstrução, quanto hemorrágico, quando um vaso sanguíneo é rompido. O tipo mais prevalente desta doença é o AVC isquêmico5.

O AVC é a segunda maior causa de mortes e a principal razão da incapacidade no mundo. De acordo com o Ministério da Saúde, são mais de 400.000 casos por ano e 100.000 óbitos no país, sendo que, a cada cinco minutos, ocorre uma morte decorrente de AVC5.

 

 


Referências:

• Khan P, et al. The Effectiveness of Botulinum Toxin Type A (BoNT-A) Treatment in Brazilian Patients with Chronic Post-Stroke Spasticity: Results from the Observational, Multicenter, Prospective BCause Study. Toxins (Basel). 2020 Dec 4;12(12):770.

• Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Espasticidade (PCDT), Ministério da Saúde, 2017.

• DataSUS, pacientes tratodo com toxina botulínica em 2020 para os CIDs de AVC: G81.1 Hemiplegia espastica, G82.1 Paraplegia espastica, G82.4 Tetraplegia espastica, I69.0 Sequelas de hemorragia subaranoidea, I69.1 Sequelas de hemorragia intracerebral, I69.2 Sequelas outr hemorrag intracran nao traum, I69.3 Sequelas de infarto cerebral, I69.4 Sequelas acid vasc cerebr NE c/hemorr isquem, I69.8 Sequelas outr doenc cerebrovasculares e NE.

• Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Acidente Vascular Cerebral, Ministério da Saúde, 2013.

• Saúde, Biblioteca Virtual em Saúde Ministério da. Acidente vascular cerebral (AVC). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/avc-acidente-vascular-cerebral/. Acesso em: 16 jul. 2021.

O que fazer no caso de quedas envolvendo crianças

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Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul alerta para importância de cuidado permanente por parte dos pais


O Traumatismo Craniano Encefálico (TCE) continua sendo a principal causa de morbidade e mortalidade em crianças vítimas de trauma. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, é possível identificar, no período de 2008 até 2012, cerca de 20 mil hospitalizações por TCE, na faixa etária de zero a 14 anos, com cerca de 400 óbitos. Crianças hospitalizadas com TCE grave têm uma taxa de mortalidade relatada acima de 25%. As que sobrevivem aos ferimentos iniciais estão suscetíveis a uma série de complicações ao longo da vida, entra elas, a epilepsia traumática, déficits cognitivos, distúrbios do sono e psicológicos, transtornos psiquiátricos e dores de cabeça crônicas.

“Todas as sequelas estão relacionadas com a gravidade do trauma e com a qualidade do tratamento inicial e a reabilitação oferecida aos pacientes. Felizmente pacientes pediátricos têm uma plasticidade cerebral e uma capacidade de reabilitação excelentes”, observa a pediatra intensivista do HCPA e Coordenadora da UTI do Trauma Pediátrico (UTI PED) do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS), Luciana Gil Barcellos

As incapacidades resultantes do TCE podem ser divididas em três categorias, físicas, cognitivas e emocionais ou comportamentais. As físicas são diversificadas e podem ser motoras, visuais, táteis, entre outras. As cognitivas, frequentemente, incluem problemas de atenção, memória e funções executivas. As incapacidades comportamentais e emocionais são, em geral, a perda de autoconfiança, motivação diminuída, depressão, ansiedade e dificuldade de autocontrole. Estes sintomas estão representados por desinibição, irritabilidade e agressão.

Além disso, é importante observar os casos de concussão cerebral, que é a perda da consciência de curta duração, que acontece logo após um traumatismo craniano. Conforme relata a pediatra, diferente da contusão, as concussões causam uma disfunção cerebral temporária, sem apresentar lesões anatômicas, e podem ocorrer mesmo após um traumatismo cranioencefálico menor e dependem da intensidade do trauma.

“É importante classificar o trauma como leve, moderado ou grave. Quando for TCE leve, existem protocolos de atendimento que relacionam a idade do paciente, cinemática do trauma, perda de consciência, cefaleia, vômitos e presença de crises convulsivas com risco de ter uma lesão clinicamente significativa. Este paciente deve permanecer em observação”, explica.

O processo de recuperação pode ser lento em casos graves, e o tratamento deve ser multidisciplinar. É importante, segundo a especialista, otimizar terapias de reabilitação como fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. Na fase de recuperação deve-se focar na educação e treinamento com objetivo de estabelecer uma nova vida com ajustamento pessoal, social e qualidade de vida.

 


Fernanda Calegaro e Marcelo Matusiak


Contrato de franquia pode ser válido mesmo sem estar assinado: advogada explica

Marina Nascimbem Bechtejew Richter, advogada e sócia do escritório NB Advogados, explica que, para um contrato de franquia ser considerado válido, basta a comprovação da vontade tácita das partes

 

No mês passado, o Superior Tribunal de Justiça julgou o Recurso Especial no 1.881.149-DF que decidiu que o contrato de franquia, mesmo que não esteja assinado pelo franqueado, é válido quando o comportamento de ambas as partes comprova aceitação tácita da relação. De acordo com Marina Nascimbem Bechtejew Richter, advogada e sócia do escritório NB Advogados, a decisão traz mais segurança jurídica às franqueadoras e, consequentemente, ao sistema de franchising.

“Todo contrato de franquia, obviamente, precisa ser assinado por ambas as partes. O que acontece em alguns casos é que, por desorganização interna da franqueadora, falta de documentos do franqueado ou demora para que ele efetivamente assine e remeta o contrato para a franqueadora, a relação se estabelece sem que o contrato esteja assinado”, ilustra Marina.

A situação, muitas vezes, gera problemas para as franqueadoras. A advogada explica: “Alguns franqueados de má fé se aproveitam da situação, acreditando que o contrato não está válido, e descumprem suas obrigações – como, por exemplo, o pagamento de taxas”.

A recente decisão do STJ, na visão da advogada, foi muito positiva ao reconhecer que, mesmo sem ter o contrato devidamente assinado, se a relação franqueado/franqueadora está acontecendo e a franquia está operando, há, sim, uma relação estabelecida e reconhecida – com todos os direitos e deveres. “O franchising é muito forte no Brasil, tanto por sua contribuição à economia nacional como na geração de empregos. A Justiça precisa estar atenta e combater atitudes que maculem ou desprestigiem o sistema. Só assim, será possível manter e atrair investimentos, deixando-o cada vez mais sólido e perene”.

 


NB Advogados

www.nbadv.com.br

 

Como as Olimpíadas de 2021 entrarão para a História?

 

De uma forma ou outra, os Jogos Olímpicos sempre deixam algum tipo de legado. Desde os primeiros, na Antiguidade, eles eram capazes de promover uma trégua nas guerras tão comuns à época. Por sua vez, as Olímpiadas modernas também têm a sua trajetória, confundindo-se em muitos momentos com a própria história universal. Tendo a sua primeira edição de 1896, em Atenas, por iniciativa do Barão de Pierre de Coubertin, o maior espetáculo esportivo do planeta pode ser discutido sob diversos aspectos.

Contrariando o objetivo do congraçamento e união entre os povos, os XI Jogos Olímpicos, em 1936, na cidade de Berlim, ficou marcada pelo seu uso político, quando Hitler tentou fazer dele uma propaganda da superioridade racial e da estética nazista. Coube ao atleta negro norte-americano, Jesse Owens, com suas vitórias, silenciar o Führer. Ainda na Alemanha, em Munique, em 1972, as questões políticas também tomaram o primeiro plano da XX edição dos Jogos Olímpicos. Conhecido como o Massacre de Munique, a Vila Olímpica foi alvo de uma ação terrorista do grupo palestino Setembro Negro, em que 11 membros da delegação israelense foram mortos, entre atletas e comissão técnica.

Já os Jogos da XXII e XXIII Olimpíadas, Moscou e Los Angeles, respectivamente, ficaram marcados pelos boicotes liderados pelos EUA e URSS e seus aliados. Mais uma vez as diferenças políticas marcaram os jogos que deveriam ser uma referência de confraternização mundial. Quanto aos Jogos Olímpicos de Tóquio, realizados neste ano de 2021, certamente farão parte da antologia esportiva.

Adiado por um ano, por conta da pandemia do coronavírus, ele será disputado sob o receio da contaminação, a opinião pública e de especialistas divididos e tendo o comitê organizador e sua capacidade de garantir a segurança dos participantes sob suspeita. Será uma edição dos Jogos Olímpicos sem o tradicional desfile das delegações, a presença do público durante os eventos e a agitação de turistas das edições anteriores. Contudo, pode ser essa a edição dos Jogos Olímpicos de Verão em que a resiliência, a esperança e a superação fiquem como sua maior marca, a despeito de todas as críticas e considerações possíveis. Em outras ocasiões, os inimigos estavam no mesmo palco ou boicotando-se mutuamente. Os adversários eram políticos e humanos. Desta vez, o inimigo a ser combatido é outro e, provavelmente, estes Jogos Olímpicos possam e, talvez devam, entrar para a História como o momento em que a humanidade se reuniu por uma causa comum.


Sérgio Ribeiro - professor de História da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

 

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