Tratamento
é oferecido de forma gratuita pelo SUS e, quando cumprido corretamente, se
mostra eficaz em mais de 95% dos casosShutterstock
O Dia Mundial de
Combate à Hepatite é celebrado em 28 de julho e tem como objetivo alertar as
pessoas acerca deste grave problema de saúde pública, que pode levar à morte. A
data faz parte da campanha Julho Amarelo, para conscientizar a população sobre
os riscos da doença, uma inflamação do fígado que age de forma silenciosa.
Boletim
Epidemiológico de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, publicado em julho
do ano passado, indica que mais de 74 mil mortes foram causadas pela doença no
Brasil, entre 2000 e 2018. O documento destaca ainda que 76% destes óbitos
ocorreram em decorrência da hepatite do tipo C.
O tratamento contra
a patologia, no entanto, tem evoluído muito, e as chances de cura já superam
95%, quando a assistência é realizada corretamente.
De acordo com a
infectologista Tassiana Rodrigues dos Santos Galvão, que atende nos hospitais
Estadual Francisco Morato e Municipal de Cajamar, ambos gerenciados pelo CEJAM
- Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim", a cor dedicada ao
mês foi escolhida por representar um sinal frequentemente associado à doença: a
icterícia, como é conhecida a amarelidão da pele.
A especialista ainda
detalha as razões pelas quais são conhecidas por letras. "Os vírus
receberam a nominação em ordem de descoberta, sendo atribuída uma letra para
cada nova hepatite (A, B, C, D e E). As mais comuns no Brasil são as hepatites
A, B e C, sendo a D mais frequente na região Norte", explica.
Conforme a médica, é necessário estar atento, pois as manifestações são muito
variáveis, podendo ser assintomáticas ou apresentarem desde quadros de
icterícia, mal-estar, fraqueza, náuseas e vômitos até dores abdominais e
alterações na coloração da urina e fezes. "Os quadros podem ser graves,
com estágios fulminantes, necessidades de transplante, evolução para câncer
hepático e até morte", complementa.
Dra. Tassiana ressalta a relevância dos tipos B e C, considerados silenciosos e
de cronificação, ou seja, quando
a doença se torna crônica e segue até o final da vida do
paciente.
As hepatites podem ser transmitidas por meio de relações sexuais ou exposição
direta com o sangue infectado, através de objetos contaminados, como agulhas,
seringas, alicates e etc., transfusões sanguíneas ou durante o parto.
"No caso da B, a maioria das pessoas que têm contato com o vírus consegue
controlar a infecção e a evolução. Porém, os pacientes que ‘cronificam’
apresentam uma doença silenciosa, que, se não tratada, pode evoluir para
cirrose e/ou câncer de fígado", afirma a médica, reiterando que, nos casos
de hepatite do tipo C, as chances de a cronificação acontecer são ainda maiores, tal como o risco de
desenvolver cirrose e câncer hepático.
Prevenção
Existem muitas
formas de prevenir a hepatite. A infectologista explica que a prevenção pode
ser feita de forma simples, com hábitos como consumir apenas água tratada,
manter boa higiene e utilizar preservativos durante as relações sexuais.
"No caso de tatuagens e piercings, recomendo procurar estúdios confiáveis,
que trabalhem com agulhas descartáveis e jamais compartilhem objetos pessoais.
Isso serve também para manicure", destaca a Dra. Tassiana.
Para as hepatites
dos tipos A e B, há vacinas que podem ajudar na prevenção. Por isso, é
importante estar com elas em dia.
Tratamento
O tratamento da
doença é realizado por meio de antivirais, além de medidas de prevenção, como
evitar medicações que possam prejudicar a saúde do fígado. Pacientes que já
convivem com a doença, devem realizar um acompanhamento adequado com médicos
infectologista, gastroenterologista ou hepatologista.
Para os casos de
hepatite C, nos últimos anos, o tratamento sofreu mudanças significativas,
contando, atualmente, com drogas de ação direta e esquema terapêutico,
dependendo do genótipo e da fase clínica do paciente.
Ambos são oferecidos
de forma gratuita pelo SUS (Sistema Único de Saúde), assim como os testes capazes de
diagnosticar a doença, que podem ser realizados de forma rápida e discreta em
qualquer UBS (Unidade Básica de Saúde).
"Caso o
diagnóstico seja positivo para a doença, não há razões para pânico. Hoje em
dia, os medicamentos são muito bem tolerados, com raros efeitos colaterais, e
as chances de cura, na maioria dos casos, são superiores a 95%. Um sucesso
também garantido pelo SUS", finaliza.
CEJAM
- Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"
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