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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Sapato velho


Sabe aquela pessoa que ao longo de muitos anos construiu um lindo projeto e foi levianamente trocada por outra mais nova durante ou após um momento de crise?

Hoje temos novas configurações desse cenário, incluindo o inverso e a questão profissional: Empresas que demitem colaboradores antigos pelas promessas e olhos brilhantes da nova geração tão cheia de respostas e pouco afeita a comprometimentos.

Vejo executivos "empoderados" em seus alto cargos, decretando o destino de outras com tamanha frieza e descaso, apenas por capricho, e me pergunto se elas pensam, aos menos por alguns minutos, nos impactos provocados e no cenário ao seu entorno. Será?  

Difícil quem comente, concorde publicamente, ou ajude a questionar as más práticas… Se a indignação e a cumplicidade fossem características do ser humano, o mundo certamente seria um lugar melhor e mais justo. A frase de Martin Luther King diz muito sobre isso: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.

É claro que as empresas precisam pensar estrategicamente e ter em seus quadros colaboradores competentes e capazes... Entretanto, os motivos pelos quais as pessoas são demitidas ainda são sinistros e, de forma geral, desnecessários. No final, é tudo política.

Uma empresa não pode demitir sistematicamente sem motivos reais, gerando um clima de abatedouro, em que todos estão na fila, independente de resultado, entrega e comprometimento. Parece até loucura, mas infelizmente é a realidade de muitos funcionários, que se sentem como um chiclete que perdeu o doce e foi cuspido. Um sapato velho.

A questão é que para alguns “chefes”, não há sapato que sirva. Nunca nada serve, é suficiente ou está bom! Uma pena que assim seja para a sua própria infelicidade e, sobretudo, para aqueles que são obrigados a conviver com essa situação. Por trás de um incompetente, há uma fila de descartados, pois um "líder" ruim se esconde e se perpetua trocando as peças de tempos em tempos.
Usa, suga a energia de quem chega e descarta assim que possível. Afinal, quem chega depois sempre traz um “gás novo, uma ideia ainda não testada, um brilho de esperança”. 

O único alento para quem passa por isso é o livramento, a sensação de paz que virá depois que a dor amenizar. Nesse cenário, muito se fala sobre a importância da resiliência, ou seja, da capacidade de aguentar as situações mais adversas sem jogar a toalha. Acontece que a decisão de interromper um projeto ou relação não depende só de quem é capaz de aguentar mais e, para o resiliente, ser abandonado depois de ter se doado tanto, é uma dor absurda!

Desse descompasso muitas relações terminam prematuramente, demissões são feitas, projetos são abandonados. A ansiedade faz com que joguemos no lixo muitas histórias que poderiam ser lindas! E, no final, todos perdem. 

Por isso, precisamos construir relações longevas, sem desistir de sonhos e projetos, nem deixar alguém para trás. É fato que uma pessoa que acredita que as coisas se constroem com o tempo e que por isso não desiste de nada nem ninguém durante esse processo de amadurecimento, consegue construir mais que as demais.

E você, investe e dá tempo para a relação se fortificar? Quão persistente você é? No campo profissional, você como líder, dá o tempo necessário para que os processos se concretizem? Essas reflexões podem evitar muita dor e decisões equivocadas. O mundo está cada vez mais difícil e clama por pessoas corajosas que queiram mudar o "status quo".

Só depende de nós! 

#Estamosjuntos





Claudia Taulois - fundadora da Engaging — Estamos Juntos, publicitária e escritora. 


O bem ainda pode vencer

Viver no Brasil nos dias de hoje realmente não está fácil. Se fizermos uma análise da situação, sem mesmo se aprofundar, a conclusão facilmente pode ser a de que, diante de tantos os desmandos e absurdos, talvez seja melhor largar tudo. Há horas que dá até vontade de sentar à beira da calçada e ficar chorando até ganhar raiz.

Só nos dois primeiros meses de 2019, já temos um saldo gigante de dor e tristezas. Brumadinho, os meninos do Ninho do Urubu, do Flamengo, a perda de Ricardo Boechat, em uma aeronave não habilitada para transporte de passageiros e por aí segue.

Dias atrás, a cidade de Mairiporã, em São Paulo, sofria com a falta de coleta de lixo e a ameaça de pestes. No Rio de Janeiro, agora, quando cai chuva, a ordem é decretar ponto facultativo, pois a infraestrutura está completamente sucateada.

O que dizem as notícias dos jornais mais recentes? Agressões a mulheres ficam impunes. Balas perdidas são corriqueiras. A roubalheira é generalizada. Os laranjas fazem o que querem, em baixo dos olhos das autoridades públicas e de policiais. A nós, o povo, resta desprezo e falta de respeito.

Em meu artigo anterior, tratei uma distorção no campo da saúde que deixou a classe médica em polvorosa por semanas. Natural, se confirmada, poderia causar dado irreversível aos cidadãos. Falo da Resolução 2.227/2018, do Conselho Federal de Medicina, que pretendia disciplinar a telemedicina como forma de assistência mediada por tecnologias.

A normativa liberava os médicos brasileiros para realizar consultas online, assim como telecirurgias e telediagnóstico, entre outras formas de assistência à distância. Enfim, abria uma lacuna perigosa, em especial considerando que a formação em Medicina anda péssima e nem presencialmente muitos médicos conseguem diagnosticar direito uma gripe ou uma prisão de ventre.

Diversas entidades representativas, como a Sociedade Brasileira de Clínica Médica e a Associação Paulista de Medicina, protestaram; inclusive pelo fato de a decisão ter sido tomada sem qualquer debate entre os médicos e os pacientes. Eu mesmo, aqui nesse espaço, registrei que nossa prática profissional não poderia jamais virar marionete de empresas do ramo tecnológico.

Volto a reafirmar meu pensamento, a defender meus princípios. Por mais que novas soluções facilitem a comunicação a distância, elas jamais substituirão aquilo que é a alma da prática médica: o toque, a interação humana.

Neste caso, especificamente, eis que trago aqui uma notícia boa, um desfecho favorável. Tamanha foi a pressão de instituições médicas, tamanha foi a revolta dos pacientes e a polêmica na mídia, que o Conselho Federal de Medicina voltou atrás. Sexta-feira, 22 de fevereiro, soltou um comunicado aos jornalistas e à população, com o seguinte teor:

“Sensíveis às manifestações dos médicos brasileiros e entidades representativas da classe, os conselheiros efetivos do CFM decidiram revogar a Resolução 2.227/2018”.

Nem cabe aqui debater até onde vai a citada sensibilidade. Importante mesmo é que venceu a força da razão, a mobilização das pessoas de bom senso e o clamor da racionalidade.

Como saldo desse episódio, fica um exemplo real de que o certo ainda pode prevalecer sobre o errado. Em um momento assim, até passa aquela vontade de largar tudo ou de chorar até virar raiz, que expressei no início desse artigo. Ganhamos força e voltamos a crer que sempre vale resistir e lutar. Parabéns, brasileiros.






Antonio Carlos Lopes - presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica




Bom uso da internet: na era do compartilhamento, toda informação gera um dado, e todo dado transforma-se em estratégia para as empresas


Os dados pessoais são a moeda da economia digital, sob as mais diversas perspectivas. Segundo levantamento da empresa francesa Gemalto, no primeiro semestre de 2018, cerca de 4,55 bilhões de registros foram expostos na internet, um avanço de 133% na comparação com o mesmo período de 2017. Isso significa que, a cada minuto, 4.827 dados são perdidos ou roubados. Por hora, são 289 mil e, por dia, quase 7 milhões. 

Após casos de grandes empresas terem os dados roubados virem a tona, muitos consumidores passaram a se preocupar com os dados pessoais armazenados pelas empresas, tendo sempre algum tipo de receio, como: medo que descubram dados pessoais e realizem transações bancárias não autorizadas; anúncios meio 'assustadores', pois eles sabem o que eu vi e busquei; as empresas estão ganhando dinheiro com meus dados. E eu, como fico? Não quero que minhas informações, buscas e conversas sejam vistas por outras pessoas.

Além do receio, as pessoas têm pouco conhecimento em relação à coleta e ao tratamento de dados pessoais. Segundo levantamento da consultoria Ipsos em parceria com o Fórum Econômico Mundial, feito com mais de 18 mil pessoas, em 26 países, revela que apenas um a cada três adultos tem ideia da quantidade de informações que as companhias detêm sobre eles.

Ainda segundo o levantamento, 32% dizem saber o que estas empresas fazem com os dados; 39% têm confiança em relação ao tratamento de dados pelos governos locais; 54% dizem merecer alguma recompensa por fornecer seus dados; 62% defendem a possibilidade de se recusar a fornecer dados pessoais. No Brasil, 60% dos entrevistados afirmam que consumidores devem ter o direito de escolher se seus dados serão ou não coletados e utilizados por empresas.

Pensando nisso, Ariane Maia, diretora da A² BI, empresa de gestão de dados, preparou algumas dicas para o uso seguro da internet:

·         Liste os principais sites e redes sociais que está cadastrado e revisite os termos de uso: é um processo chato, mas permite entender as autorizações que já foram dadas e, eventualmente, liberar apenas o que faz sentido;

·         Descubra como seus dados básicos estão na internet - faça uma busca do seu nome e veja os resultados. Utilize aspas para ter resultados mais completos. Exemplo: "José dos Santos Silva";

·         Cuidado com links e brincadeiras tipo 'Quiz' - comum nas redes sociais, eles podem ser artimanhas para captura dados. Inclusive, é possível descobrir o que o Google e o Facebook têm de informações do usuário logado. Saiba como: Google; Facebook.

·         Quando falamos em smartphones, a atenção deve ser redobrada, pois a instalação de apps pode liberar permissões sem sentido para o serviço que será disponibilizado. Com isso, é preciso prestar atenção às liberações que são pedidas ao instalar novos apps e conferir se fazem sentido. Por exemplo, uma lanterna não precisa saber sua localização geográfica.

Saber como seus dados poderão ser aproveitados pelas empresas é vital para que se use as novas tecnologias sem medo e da melhor forma possível.





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