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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Dia Mundial de Combate à Pneumonia: a cada minuto duas crianças são vítimas da doença3

A vacinação é a principal forma de prevenção contra os agentes causadores de pneumonia1 2 7


A pneumonia é um importante problema de saúde pública.3 A cada minuto, duas crianças morrem da doença, representando 16% das mortes infantis em todo o mundo e 80% dos óbitos abaixo dos dois anos de idade.3 A doença também é uma das principais causas de hospitalização e óbito em crianças menores de cinco anos.3 4 5 Para alertar sobre os riscos da infecção e formas de prevenção, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu a data de 12 de novembro como Dia Mundial de Combate à Pneumonia.6

A doença pode ser causada por múltiplos agentes, incluindo vírus, bactérias e fungos.7 Sua transmissão ocorre através de gotículas contaminadas com estes microrganismos, liberadas ao tossir ou espirrar.7 8 Os agentes infecciosos da pneumonia estão comumente presentes no canal nasofaríngeo de crianças, que são as principais transmissoras, mesmo quando não apresentam sintomas.7 8 O agente infeccioso mais comum na pneumonia é o Streptococcus pneumoniae, também conhecido como pneumococo, bactéria responsável por 60% dos casos, que também pode causar otite média, bacteremia e meningite.20 Estima-se que praticamente todas as crianças, em algum momento da fase pré-escolar, tenham sido transmissoras do pneumococo em pelo menos uma ocasião, assim como adultos que têm contato direto com elas.8 A doença também é importante na população idosa, onde 25% dos infectados pelo pneumococo evolui para o óbito.3 9 As manifestações clínicas da pneumonia mais comuns são tosse com expectoração, dor torácica, mal-estar geral e febre.10


Vacinação pneumocócica no SUS desde 2010

A vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VCP10) foi introduzida no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2010.11 12 Desde então, o número de internações pela doença diminuiu cerca de 21% em unidades públicas de saúde.13 Essa redução contempla diversas faixas etárias e pode estar relacionada à imunização realizada na rede pública e privada.13

"O advento das vacinas pneumocócicas conjugadas representou um importante avanço na redução da morbimortalidade relacionada à doença pneumocócica. Em 2020 atingimos a marca de 10 anos de introdução da vacina pneumocócica 10-valente (VPC10) no Brasil. Primeiramente é preciso destacar que é mais uma conquista do nosso Programa Nacional de Imunizações (PNI). Em segundo lugar, é importante registrarmos que, desde sua introdução em 2010, a VPC10 produz resultados muito positivos para saúde pública não somente no combate a pneumonia, mas em todo o espectro da doença pneumocócica, que inclui otite média aguda (OMA) e meningite pneumocócica. Além disso, os dados disponíveis mostram importante efeito de rebanho com a VPC10, ou seja, a proteção de indivíduos não vacinados através da proteção gerada nos indivíduos vacinados. Embora estejamos no rumo correto, é preciso notar que as metas de cobertura vacinal estão abaixo do recomendado, o que reforça o papel que todos nós temos na sociedade, garantindo que a caderneta de vacinação dos nossos filhos esteja atualizada", aponta o Dr. Emersom Mesquita (CRM 5281409-1), infectologista e gerente médico de vacinas da GSK.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde (MS), recomenda duas doses da vacina pneumocócica 10-valente (VPC10) aos 2 e 4 meses de idade, além de um reforço aos 12 meses.1 Crianças que iniciaram o esquema primário após 4 meses de idade devem completá-lo até os 12 meses, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses do esquema primário e 60 dias da 2ª dose para o reforço.1 Crianças sem comprovação vacinal, entre 12 meses de idade e 4 anos, 11 meses e 29 dias, devem receber dose única.1 Para as crianças de 2 meses a menores de 5 anos de idade, com indicação clínica especial a recomendação é o esquema de três doses e reforço, conforme as indicações dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE)30 - unidades públicas com infraestrutura e logística para atender indivíduos com quadros clínicos especiais, tais como imunodeficiências, doenças crônicas, transplantados, entre outras condições. 16
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) orienta que o uso das vacinas pneumocócicas conjugadas na infância siga um esquema de três doses primárias, aos 2, 4 e 6 meses de idade, com uma dose reforço entre 12 e 15 meses de idade.14


Baixa adesão à vacinação

Por proteger contra o pneumococo, bactéria responsável por 60% dos casos de pneumonia, a vacinação pneumocócica é uma das principais formas de prevenção da doença.5 17 Apesar de sua importância, as taxas de cobertura do imunobiológico têm apresentado queda.18 Desde 2010, quando passou a integrar o PNI, a vacina pneumocócica nunca atingiu a meta de adesão de 95% do público-alvo.18 19 No ano passado, a cobertura vacinal da pneumocócica, englobando o esquema primário (primeira e segunda doses) e o reforço, ficou em 85%.18 Já em 2020, até o nono mês do ano, apenas 67% das crianças foram imunizadas com as doses do esquema primário e do reforço.18

"Nos últimos anos temos acompanhado uma queda importante nas coberturas vacinais, não apenas para vacinação pneumocócica mas para a vacinação como um todo. Com a pandemia de Covid-19 este cenário piorou, como observamos nos dados preliminares de cobertura vacinal para 2020. Mais uma vez, é preciso o engajamento dos profissionais de saúde mas é preciso também que nós enquanto sociedade reconheçamos a importância da vacinação, garantindo a atualização da caderneta vacinal nossa e dos nossos filhos. Isto é especialmente importante neste momento, em que nos preparamos para voltar ao que é chamado de ‘novo normal’, com a volta às aulas e a ressocialização", alerta o Dr. Emersom.

No Brasil, a efetividade da vacinação pneumocócica sobre a doença pneumocócica invasiva causada por sorotipos vacinais foi de 84%;27 a redução nos casos de otite média aguda, independente da causa, nas consultas ambulatoriais em crianças menores de dois anos foi de 43%; 28 29 e o efeito de redução nas taxas de hospitalização por pneumonia foi observado não apenas na faixa etária alvo da vacinação mas se estendeu até indivíduos de 49 anos, proporcionando importante economia ao sistema de saúde.28

Além do Brasil, a introdução da vacina pneumocócica também gerou impactos positivos como diminuição da quantidade de hospitalizações, diminuição de óbitos, redução de consultas médicas e consumo de antibióticos ao redor do mundo.23 24 25 26


Pneumonia e outras doenças

A doença pneumocócica abrange formas invasivas, como a meningite e a sepse, e formas não invasivas como pneumonia, otite média aguda (OMA), sinusite e conjuntivite.17 20

"Além da importância na prevenção das formas invasivas da doença pneumocócica, cujos exemplos incluem meningite e sepse, a vacinação pneumocócica protege também contra outras formas menos graves de doença pneumocócica mas muito importantes pela frequência de acometimento na população, como a otite média aguda por exemplo. Estima-se que mais de 80% das crianças com até 3 anos de idade tenham a doença pelo menos uma vez na vida. Os principais sintomas da otite média aguda são dor no ouvido, febre, irritabilidade e dificuldade de dormir", explica o Dr. Emersom.

Além da vacinação, outras formas de prevenção da doença pneumocócica incluem lavar as mãos, não fumar, ter acesso a água potável e evitar aglomerações.21

 

Material dirigido ao público em geral. Por favor, consulte o seu médico .

 



GSK

www.gsk.com.br

 para saber sobre vacinas, acesse www.casadevacinasgsk.com.br

 


Referências

1 BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário nacional de vacinação da criança. Disponível em:

2 BRASIL. Ministério da Saúde. Calendário nacional de vacinação do adulto e idoso. Disponível em:

3 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Notícias. Dia Mundial da Pneumonia: como prevenir as mortes pela doença? Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

4 ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Vigilância das pneumonias e meningites bacterianas em crianças menores de 5 anos. Disponível em: Acesso em: . 14 out. 20.

5 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Notícias. 12 de novembro: Dia Mundial da Pneumonia. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

6 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. News and events. World Pneumonia Day. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

7 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Newsroom. Pneumonia. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

8 ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE. Vigilância das pneumonias e meningites bacterianas em crianças menores de 5 anos. Disponível em: . Acesso em: . 14 out. 20.

9 SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Doenças. Doença Pneumocócica (DP). Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

10 SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA. Notícias. 12 de novembro: Dia Mundial da Pneumonia. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

11 PORTAL FAMÍLIA SBIM. Vacinas. Vacinas pneumocócicas conjugadas. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

12 BRASIL. Ministério da Saúde. Blog da Saúde. Tire suas dúvidas sobre a vacina contra a pneumonia. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

13 Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites "Lista Morb CID-10" para Linha, "Ano atendimento" para Coluna, "Internações" para Conteúdo, "Jan/2009-Ago/2020" para Períodos Disponíveis e "Pneumonia" para Lista Morb CID-10. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

14 SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário vacinal SBIm 2019/2020: do nascimento a terceira idade (atualizado em 21/01/2020). Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

15 SOCIEDADE BRASILEIRA DE IMUNIZAÇÕES. Calendário vacinal SBIm 2019/2020: Idoso. Disponível em: Acesso em: 14 out. 20.

16 BRASIL. Ministério da Saúde. Manual dos centros de referência para imunobiológicos especiais. Disponível em . Acesso em: 14 out. 20.

17 INSTITUTO DE TECNOLOGIA E IMUNOBIOLÓGICOS DE BIOMANGUINHOS. Notícias e Artigos. Vacina pneumocócica completa 10 anos no Brasil. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

18 Pesquisa realizada na base de dados DATASUS, utilizando os limites "Imuno" para Linha, "Ano" para Coluna, "Coberturas vacinas" para Medidas, "2010 - 2020" para Períodos Disponíveis e "Pneumocócica e Pneumocócica (1ª ref)" para Imuno. Disponível em: . Acesso em: 30 out. 20.

19 BRASIL. Ministério da Saúde. Coberturas vacinais no Brasil. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

20 INSTITUTO DE TECNOLOGIA E IMUNOBIOLÓGICOS DE BIOMANGUINHOS. Doença pneumocócica: sintomas, transmissão e prevenção. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

21 FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Notícias. Pneumonia: especialista esclarece sintomas e formas de prevenção. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

22 UNICEF. Child health. Pneumonia. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 20.

23 SIMONSEN, L. et al. Impact of Pneumococcal Conjugate Vaccination of Infants on Pneumonia and Influenza Hospitalization and Mortality in All Age Groups in the United States. American Society for Microbiology, 2(1): e00309-10, 2011.

24 GRIJALVA, CG.et al. National Impact of Universal Childhood Immunization With Pneumococcal Conjugate Vaccine on Outpatient Medical Care Visits in the United States. Pediatrics, 118(3): 865-73, 2006.

25 FIREMAN, B. et al. Impact of the pneumococcal conjugate vaccine on otitis media. The Pediatric Infectious Disease Journal, 22: 10-16, 2003.

26 DAGAN, R. et al. Effect of a conjugate pneumococcal vaccine on the occurrence of respiratory infections and antibiotic use in day-care center attendees. The Pediatric Infectious Disease Journal, 20(10): 951-8, 2001.

27 DOMINGUES, CM. et al. Effectiveness of ten-valent pneumococcal conjugate vaccine against invasive pneumococcal disease in Brazil: a matched case-control study. The lancet Respiratory medicine, 2:464-71, 2014.

28 ANDRADE, A. L., et al. Direct and indirect impact of 10-valent pneumococcal conjugate vaccine introduction on pneumonia hospitalizations and economic burden in all age-groups in Brazil: A timeseries analysis. Plos ONE, 12(9):1-19, 2017.

29 SARTORI, AL. et al. Reduction in all-cause otitis media-related outpatient visits in children after VPC10 introduction in Brazil. PLoS One, 12(6), 2017.

30 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vacinação. Anexo V - Instrução Normativa referente ao Calendário Nacional de Vacinação 2020. Disponível em: . Acesso em: 23 out. 20.


No Dia Mundial do Diabetes, especialista destaca a importância da alimentação no tratamento dos pacientes

"Alimentos como legumes, folhas, frutas e cereais integrais que agregam grande quantidade de fibras devem ser consumidos diariamente", destaca Silvia Ramos


Criado em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) junto à Organização Mundial de Saúde (OMS), o Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, tem o objetivo de conscientizar sobre os problemas associados à doença. A nutricionista Silvia Ramos, do Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região SP-MS (CRN-3) e especialista no tema fala sobre a importância da data e os cuidados com a alimentação.

"O dia traz um alerta para os problemas que envolvem o diabetes como alta mortalidade por doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, além de complicações renais, na visão e alteração da sensibilidade nos membros, muitas vezes levando a amputações", pontua Silvia.

No Brasil, a entidade responsável por organizar a campanha em nível nacional é a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). As ações criadas para a data são uma resposta ao alarmante crescimento do diabetes. Segundo dados do Atlas IDF 2019, a incidência de diabetes tem aumentado e, no Brasil, já são mais de 17 milhões de pessoas com o diagnóstico.

Para a nutricionista, embora existam diferentes tipos de diabetes, o profissional de nutrição pode atuar tanto na prevenção de alguns tipos como no tratamento daqueles que já possuem o diagnóstico. "Por meio da alimentação, é possível trazer um dos componentes da educação em diabetes, também conhecida por meio dos sete comportamentos do autocuidado, que envolve a questão de ter uma alimentação saudável", ressalta.

No Brasil, o referencial são as orientações do Guia Alimentar para a População Brasileira. Sobre a alimentação dos pacientes, Silvia destaca: "deve ser baseada em alimentos in natura como frutas, verduras, legumes e carnes. Também produtos minimamente processados como arroz e feijão, limitando o consumo de alimentos processados e evitando alimentos ultraprocessados".

A conselheira do CRN-3 completa. "Alimentos como legumes, folhas, frutas e cereais integrais que agregam grande quantidade de fibras devem ser consumidos diariamente, pois estão relacionados ao melhor controle do diabetes. Aqui, o desafio é estabelecer o tamanho da porção para que os benefícios sejam de fato percebidos".

O tratamento do diabetes depende de uma equipe multiprofissional especializada e, se possível, com educadores em diabetes credenciados pelos órgãos internacionais, tornando o cuidado integrado. O nutricionista como membro da equipe é fundamental. "Nosso papel é apoiar, orientar e traduzir as informações em saúde e para a linguagem do paciente e facilitar as escolhas alimentares. Sendo imprescindível a presença do profissional em todos os níveis de atenção em saúde para pessoas com diabetes", finaliza Silvia Ramos, Conselheira do CRN-3.

 

Os tipos mais comuns de diabetes

Diabetes tipo 1

O corpo não produz nada de insulina

Diabetes tipo 2

O corpo produz insulina, mas não consegue aproveitar bem, muitas vezes pelo excesso de peso

Diabetes Gestacional

Inicia durante a gestação e está relacionada à mudança hormonal que ocorre neste período

Diabetes tipo LADA

Se assemelha ao diabetes tipo 1, entretanto inicia no adulto jovem entre 20 e 30 anos e aos poucos há parada da produção de insulina

Diabetes tipo Mody

É de origem genética e tem as mesmas características do tipo 1

 

Dia Mundial do Diabetes

Em 2006, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Resolução nº 61/225, criou a data de 14 de novembro para conscientizar todas as nações do mundo de que o diabetes é, de fato, uma doença epidêmica com impacto social e econômico grave, principalmente entre os países em desenvolvimento. A cor azul, que simboliza a data, foi escolhida representando as cores da ONU, lembrando que o diabetes está presente em todo o mundo.

Alguns objetivos das campanhas do Dia Mundial do Diabetes englobam os impactos do diabetes, além de estimular políticas públicas que favoreçam e possibilitem aos portadores da doença viver mais e melhor, promovendo o diagnóstico precoce e orientar sobre formas de tratamento adequado


Exames modernos contribuem para a saúde dos homens

Em pleno “Novembro Azul”, movimento mundial que ressalta a necessidade da prevenção e do diagnóstico precoce de doenças que atingem o público masculino, especialista detalha novos exames disponíveis no Brasil

 

Uma considerável parcela da população masculina ainda não encara o cuidado com a saúde como prioridade e resiste em procurar orientação médica ou submeter-se a exames preventivos. Lutando contra esse fluxo, a campanha internacional “Novembro Azul” foi criada, divulgando informações e promovendo a mudança de hábito na população masculina. O movimento faz um alerta sobre a saúde do homem e enfatiza a necessidade da prevenção e do diagnóstico precoce de doenças, em especial, do câncer de próstata. 

Uma das principais ferramentas para a melhora na saúde e expectativa de vida dos homens consiste na realização efetiva da medicina preventiva, realizando check-ups com regularidade. Considerado o segundo tipo de câncer mais comum em homens no Brasil, o tumor maligno da próstata é um exemplo claro da importância da prática da medicina preventiva.  A doença, que não costuma apresentar sintomas em sua fase inicial, quando detectada precocemente, possui chance de cura que ultrapassa os 90%. 

“Os exames essenciais para a detecção precoce do câncer de próstata são simples: o toque retal e a dosagem de PSA, o Antígeno Prostático Específico, que, produzido pela próstata, é a principal proteína no sêmen. O PSA, exame feito com base em amostras de sangue, é um importante marcador de alterações prostáticas e seu aumento é intimamente ligado a hiperplasia prostática benigna (HPB), neoplasias prostáticas e prostatites”, explica Alexandre Magno Borges Tanck, Coordenador da Assessoria Científica do Grupo Diagnósticos do Brasil. O toque retal e o exame de PSA indicam a necessidade de realização de biópsia da próstata, único procedimento capaz de confirmar a suspeita de câncer. 

Outra enfermidade que acomete com frequência o público masculino são as doenças cardiovasculares. “Homens são mais susceptíveis a cardiopatias que mulheres, possivelmente devido a comportamentos de risco mais frequentes, originários de descontrole alimentar com alteração no metabolismo de carboidratos e gorduras, ao fato de uma parcela considerável ter a pressão arterial elevada, além da predisposição genética, que tende a agravar esta situação”, explica Alexandre Tanck. “O componente genético dos antecedentes ou da doença cardiovascular propriamente dita pode ser analisado por meio de um teste de genética molecular capaz de avaliar o risco cardíaco. O exame Perfil Genético cardiovascular, por exemplo, tem o objetivo de analisar genes importantes associados a processos como alteração da função endotelial, dislipidemia, hipertensão arterial, processos inflamatórios e infarto, além de pesquisar as condições genéticas associadas ao sistema de coagulação que podem contribuir para a trombose venosa”, complementa o especialista. 

Outro fator importante na atenção da saúde do homem está a infertilidade masculina. “Em cerca de 40% dos casos de casais com problemas de infertilidade, verifica-se a presença de fatores como álcool, cigarro, sedentarismo e obesidade. Até medicamentos podem influenciar de maneira significativa nesse processo”, alerta Alexandre Tanck. “Aproximadamente 10% da população masculina sofre de infertilidade causada por azoospermia ou oligospermia. Afastadas as causas obstrutivas, a justificativa mais comum é a genética. As alterações nos cromossomos sexuais, como a Síndrome de Klinefelter, translocações e inversões, podem ser diagnosticadas por Cariótipo e detecção de Microdeleções no Cromossomo Y por PCR. 

Além disso, a infertilidade masculina associada à ausência bilateral dos canais deferentes pode ser confirmada pelo estudo molecular do gene CFTR, também associado à fibrose cística. Esses são mais alguns exemplos de como a medicina preventiva pode atuar de forma determinante na saúde do homem”, completa o especialista.


Especialista esclarece sobre mitos que atrapalham a prevenção ao câncer de próstata

Segunda neoplasia que mais atinge os homens no Brasil, o câncer de próstata pode atingir cerca de 66 mil homens neste ano, segundo o Inca. Alguns mitos são responsáveis pelas negligências de muitos pacientes que não se previnem contra a doença


O câncer de próstata segue sendo o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a expectativa é de que quase 66 mil homens brasileiros tenham a doença em 2020. Em 2018, mais de 15 mil homens morreram vítimas da doença, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer, levantado pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade. Para alertar os homens sobre a importância de se prevenir, a sociedade se envolve em todo o mundo na campanha Novembro Azul. 

O câncer de próstata tem uma grande chance de ser curado quando diagnosticado precocemente. Segundo o médico urologista Fernando Leão, quando identificada nos estágios iniciais, a chance de cura da doença chega a 90%. “O grande problema é que o câncer de próstata é silencioso e, quando aparecem os primeiros sintomas, a doença já pode estar em um estágio avançado”, detalha Leão. “Por isso é importante que o homem com mais de 50 anos frequente regularmente o especialista. Aqueles que têm histórico de parentes com câncer na família devem iniciar os preventivos a partir dos 40 anos”, completa o especialista, que também é membro da American Urological Association (AUA) e da Society of Robotic Surgery, ambas dos Estados Unidos, e da Société Internationale d’Urologie (SIU), do Canadá.

A pandemia do novo coronavírus também pode piorar esse cenário porque muitos pacientes adiaram as visitas aos especialistas para evitar exposição ao vírus. Segundo estimativas das Sociedades Brasileiras de Patologia e de Cirurgia Oncológica, cerca de 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados neste ano. “Os dados são alarmantes porque pessoas que desenvolveram o câncer durante esse período acabam perdendo um tempo valioso para o combate da doença, e teremos casos em estágios de doença mais avançados”, explica Leão, que ainda destaca que os principais fatores de risco para o câncer de próstata são sedentarismo, obesidade, tabagismo e etilismo, alimentos ricos em gordura saturada (carne vermelha e laticínios), hereditariedade e longevidade (maior expectativa de vida).


 Principais mitos

Segundo o especialista, alguns mitos acabam prejudicando o combate ao câncer de próstata. O primeiro grande mito envolve a crença que muitas pessoas têm de as chances de incidência da doença serem baixas em pessoas sem o histórico de câncer de próstata na família. Mesmo que as chances de desenvolvimento da doença sejam maiores em pessoas que já tiveram algum familiar com a neoplasia, essa doença pode atingir qualquer homem. Fernando Leão ainda detalha que há outros grupos de riscos que devem ter mais cuidado. “Os homens negros têm mais chances de ter a doença, assim como pessoas obesas e fumantes”, destaca o urologista. 

Outro grande mito é de que a vasectomia causaria câncer de próstata. “Não há estudos robustos que apontem essa relação da doença com a vasectomia. Portanto, o procedimento cirúrgico não é fator de risco para a doença”, afirma o urologista.

Os pacientes tratados do câncer de próstata também devem ficar atentos para a possibilidade de recidiva da doença. “Aqueles que passaram por tratamento podem comemorar, mas devem manter seus controles conforme orientações de seu médico, pois em alguns casos a doença pode retornar. De qualquer forma, é importante manter as visitas ao especialista regularmente”, destaca Leão. Da mesma forma, aqueles que apresentarem recidiva não devem desanimar, já que a neoplasia é possível de ser superada novamente.

Apesar desses mitos, Leão alerta sobre o risco do sedentarismo como potencializador do câncer de próstata. Segundo o especialista, a obesidade e a falta de exercícios podem alterar moléculas responsáveis pelo surgimento da neoplasia. Por isso, é indicado que os pacientes tenham uma vida com alimentação saudável baseada em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, dieta rica em selênio e vitamina E, hidratação adequada, além de praticar exercícios físicos regularmente.


Celulares na luta contra o câncer

Durante a pandemia, dado o isolamento social e a dedicação das estruturas de saúde ao combate à COVID-19, houve uma queda muito grande no número de exames de rotina que podem levar à detecção precoce de câncer. Essa situação levou o National Cancer Institute dos Estados Unidos a afirmar que isso gerará dez mil mortes adicionais pela doença nos próximos dez anos.

Exceto casos agudos de desinformação, poucas pessoas hoje associam o uso do celular ao desenvolvimento de câncer. Mas, ao contrário do que pensam os desinformados, os celulares podem ajudar a enfrentar o mal, inicialmente ajudando a detectar melanomas e outros tipos de câncer de pele. Foi lançado o aplicativo Miiskin, com versões Android e iOS que, com o uso de Inteligência Artificial e Realidade Aumentada, pode acompanhar a evolução de manchas, sardas e alterações na pele, através de fotos feitas periodicamente pelo celular.

Isso é importante porque, nos Estados Unidos, 20% da população desenvolve esse tipo de câncer, com maior ou menor gravidade. Em nosso país, com mais exposição ao sol, os números provavelmente devem ser maiores.

Não se pretende que o aplicativo leve as pessoas a deixarem de visitar dermatologistas, mas sim que alterações de porte e repentinas na pele indiquem a necessidade de visita urgente ao médico, bem como, quando das visitas regulares, informem-no das alterações acontecidas ao longo do tempo.

O aplicativo tem uma versão gratuita que permite acompanhar três pontos do corpo, bem como uma versão paga (5 dólares/mês) que permite uso ilimitado.

Este é mais um produto do que vem sendo chamado mobile health (mHealth) e que pode gerar aplicativos que, através de fotos, possam ajudar a detectar febre, anemia, diabetes, Alzheimer e COVID-19.

São boas notícias que, esperamos, sejam confirmadas.



Vivaldo José Breternitz - Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.


Grávidas têm maior risco de quadros graves e infecções ligadas à Covid-19

pandemia da COVID-19 adicionou uma questão nova e difícil de ser respondida para mulheres grávidas: a COVID-19 apresenta maiores riscos à mãe durante a gravidez?

Dra. Kavita Narang, membro da Divisão de Medicina Materno-Fetal da Mayo Clinic, foi recentemente coautora em uma resenha na Mayo Clinic Proceedings sobre COVID-19 e gravidez. O resumo de pesquisas feitas até hoje concluiu que mulheres grávidas podem ter mais riscos de infecção pela COVID-19.

“A gravidade da doença é altamente variável e mulheres grávidas com comorbidades subjacentes ou condições de saúde têm maior risco de resultados piores,” diz a Dra. Narang.

De acordo com a Dra. Narang, a maior parte do conhecimento sobre infecções respiratórias virais que ocorreram durante a gravidez vem de dados sobre as pandemias da influenza, SARS e MERS. A gravidez poderia representar uma condição vulnerável que aumenta o risco de infecção e de complicações como o parto prematuro. Isso foi o caso em pandemias passadas, e os pesquisadores da Mayo Clinic estão explorando como o vírus SARS-CoV-2 pode ou não ser diferente.

Fases inicial e final da gravidez apresentam maior risco

As mudanças fisiológicas que acontecem durante uma gravidez normal abrem a porta para impactos advindos do vírus. O vírus entra nas células através do receptor da enzima conversora de angiotensina (ECA2), que é aumentado durante a gravidez normal. Como resultado de uma expressão maior de ECA2, as mulheres grávidas podem ter risco elevado para complicações. A cascata de eventos que acontecem uma vez que o vírus se liga ao receptor ECA2 é similar ao que acontece na pré-eclâmpsia, uma complicação potencialmente séria da gravidez que pode levar a pressão alta e a possíveis danos aos órgãos.

Na verdade, vários mecanismos de sobreposição celular podem ser afetados pela infecção viral, todos potencialmente resultando em dano vascular progressivo. Lesão no tecido também pode ocorrer devido a respostas inflamatórias e imunológicas excessivas durante a gravidez. Apesar de dados sobre respostas imunológicas à SARS-CoV-2 em mulheres grávidas serem limitados, pesquisas de pandemias anteriores sugerem que a gravidez pode aumentar o risco de ser infectada e o momento da infecção durante a gestação pode resultar em diferenças nas respostas imunológicas da mãe, remoção do vírus e resultados.

Devido ao fato de os corpos das mulheres promoverem naturalmente inflamação durante o primeiro e terceiro trimestres de modo a encorajar a implantação e o trabalho de parto, as mulheres infectadas com vírus respiratórios, particularmente o SARS-CoV-2, em fase inicial ou final da gravidez podem ter maior risco de respostas imunológicas exageradas ao vírus.

“Durante a gravidez, o sistema imunológico da mulher deve se adaptar para dar suporte ao crescimento e desenvolvimento do seu bebê,” diz Elizabeth Enninga, Ph.D., coautora do estudo e pesquisadora clínica no Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Mayo Clinic. “Essa adaptação controla rigorosamente as respostas que poderiam machucar o bebê ao passo que também protege a mãe de vírus e/ou bactéria.”

O conhecimento relacionado ao cuidado, tratamento e estratégias de prevenção de mulheres grávidas durante a era da pandemia da SARS-CoV-2 está evoluindo rápido. Os dados são limitados, preliminares e propensos à mudança uma vez que grupos de dados maiores se tornem disponíveis.

“Se você está grávida e tiver preocupações sobre exposição ao vírus e sintomas, é importante consultar seu obstetra para que vocês possam trabalhar juntos para garantir que você está recebendo o cuidado mais atualizado,” diz a Dra. Narang.

 

Mayo Clinic 

Psoríase, os focos são o combate ao preconceito, o diagnóstico, a informação e o tratamento

Doença não é contagiosa e tem tratamento que pode manter pacientes estáveis e com qualidade de vida por muito tempo


No Brasil, 2,6 milhões de pessoas convivem com a Psoríase, alteração crônica caracterizada por coceira, lesões avermelhadas e descamações. A inflamação, hereditária em 30% dos casos, apresenta sinais que aparecem, usualmente, no couro cabeludo, no cotovelo e nos joelhos de pessoas com até 30 anos ou mais de 50 anos - podendo, ainda, acometer crianças em menos de 20% dos casos. A doença, que não marca só a pele, provoca, também, desequilíbrio emocional e afeta diretamente a rotina das pessoas que convivem com ela. Contra a Psoríase, enfermidade não contagiosa, não há cura, mas sobra preconceito.

Na vasta maioria dos casos, as pessoas são alvo de intolerância devido às particularidades e à localização em que as marcas surgem. Trata-se de uma saliência vermelha e descascada, coberta por um esbranquiçado com potencial para destacar a lesão, provocando, comumente, receios equivocados. A Psoríase não é transmissível e a falta de informação, inclusive para identificar e reconhecer a doença, faz com que o problema social seja outra barreira a ser enfrentada pelos pacientes.

"Por isso a importância da conscientização. Sempre. Todos os dias. Para ampliar o conhecimento das pessoas acerca da questão, buscando, principalmente, reduzir e eliminar a violência do preconceito e, também, claro, para aumentar e acelerar os diagnósticos. Embora não haja cura, temos tratamentos que podem manter os pacientes estáveis e com qualidade de vida por muito tempo", explicou a Dra. Caroline Motta Aguiar, médica dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (CRM: 175434/ RQE 84833), lembrando que nesta quinta-feira, dia 29 de outubro, é o Dia Mundial da Psoríase.

O tratamento pode ser tópico, sistêmico ou fototerápico, reunindo, basicamente, medicação local, uso de hidratantes e banho de sol ou exposição à luz ultravioleta. Tudo sempre orientado por uma médica ou por um médico especialista em dermatologia. Hoje, o mercado farmacêutico trabalha também com algumas pomadas especiais, além do tratamento biológico, com medicações por via oral e intravenosa que têm conseguido atingir bons resultados. "Lembrando que essa atenção, seguindo os protocolos orientados pelo profissional da saúde, deverá ser mantida ao longo de toda a vida da paciente ou do paciente", ressaltou a especialista. 


Psoríase

Os sintomas da Psoríase aparecem e desaparecem sem uma programação ou motivo específicos. A causa pode estar conectada a problemas no sistema imunológico, a alguma dificuldade orgânica na interação com o meio ambiente, além da já citada possibilidade de incidência genética.

De acordo com a SBD, os estudos apontam para o desenvolvimento da doença no momento em que as células responsáveis pela defesa do organismo - chamadas Linfócitos T - liberam substâncias inflamatórias e formadoras de vasos. Com isso, o corpo dá início a um conjunto de respostas imunológicas, que incluem a infiltração da pele com células de defesa chamadas neutrófilos. Como as células da pele estão sendo atacadas, sua produção também aumenta, levando a uma rapidez do seu ciclo evolutivo, com consequente grande produção de escamas devido à imaturidade das células.

Existem oito tipos de Psoríases, que variam conforme o formato, os padrões e os locais em que aparecem. Neste grupo temos, por exemplo, a Psoríase Ungueal, que afeta as unhas das mãos e dos pés, fazendo com que a unha cresça de forma anormal, engrosse, escame, mude de cor e até se deforme, a Psoríase invertida, que atinge principalmente áreas úmidas, como axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor dos genitais, e a Psoríase Artropática, que além da inflamação na pele e da descamação, causa fortes dores nas articulações.




Dra. Caroline Motta Aguiar CRM: 175434/ RQE 84833

Severidade das ondas de calor aumenta risco de eventos cardiovasculares, aponta estudo

60 a 80% das mulheres no climatério apresentam sintomas vasomotores


É a severidade e não a frequência das ondas de calor do climatério, o famoso fogacho, que aumenta o risco de eventos cardiovasculares, com infarto ou acidente vascular cerebral (AVC). Essa foi a principal descoberta de um estudo publicado esse ano, no American Journal of Obstetrics and Gynecology.
 
O estudo reuniu dados de 23 mil mulheres por meio da análise de seis estudos prospectivos, fruto de uma colaboração internacional, liderada pela Universidade de Queensland, na Austrália.
 
Segundo Dr. Edvaldo Cavalcante, ginecologista e obstetra, cerca de 60 a 80% das mulheres no climatério apresentam sintomas vasomotores, como os fogachos (ondas de calor) e suor noturno.

“Esses sintomas costumam se acentuar dois anos antes da última menstruação (menopausa), com um pico de um ano após a menopausa. Em média, esses incômodos podem durar até sete anos. Além de afetar a qualidade de vida, aumentam o risco de eventos cardiovasculares”.
 
O que o estudo mostrou de interessante é que o risco de problemas cardiovasculares aumenta de acordo com a severidade das ondas de calor e dos suores noturnos.

“Mesmo que a mulher tenha uma frequência maior desses sintomas, a severidade é o que realmente faz a diferença quando se fala de maior probabilidade de ter um AVC ou um infarto, por exemplo”, comenta Dr. Edvaldo. 

 
Início precoce ou tardio

Outra descoberta dos pesquisadores é o que risco de eventos cardiovasculares também é maior nas mulheres que apresentaram esses sintomas precocemente (muito tempo antes da menopausa) ou tardiamente (muito tempo depois da menopausa).

 
Janela de oportunidade

Infelizmente, não há evidências cientificas sólidas sobre hábitos que possam prevenir os sintomas vasomotores no climatério. “Entretanto, quanto mais saudável a mulher chegar nessa fase, melhor. Inclusive porque àquelas com doenças cardiovasculares prévias têm contraindicação para realizar a terapia hormonal (TH)”, comenta Dr. Edvaldo.
 
“Atualmente, o consenso sobre a indicação da TH aponta que deve ser iniciada na transição menopáusica ou nos primeiros anos após a menopausa, no que chamamos de ‘janela de oportunidade’. Mas, a TH só pode ser prescrita para mulheres saudáveis e sem doenças cardiovasculares”, explica o especialista.
 
A TH indicada nessa janela não só alivia os sintomas vasomotores, como também reduz o risco cardiovascular.

 
Alternativas aos hormônios 

De acordo com Dr. Edvaldo, existem alternativas para as mulheres que possuem contraindicação ou que não desejam usar a TH.
 
“Os estudos mais recentes apontam que o tratamento com alguns fármacos de uso psiquiátrico, como antidepressivos ISRS (Inibidores seletivos da recaptação de serotonina), ISRN (Inibidores seletivos da recaptação de serotonina-norepinefrina) e a gabapentina (anticonvulsivante) são eficazes em reduzir os sintomas vasomotores”, cita o ginecologista.
 
Por outro lado, fitoterápicos e acupuntura são terapias controversas, com estudos de menor consistência.  
 
Quanto a esse estudo, o recado é claro: mulheres com quadros mais severos de sintomas vasomotores no climatério e na pós-menopausa devem ser monitoradas mais de perto.

“Isso significa fazer check up com maior frequência, bem como reduzir os fatores de risco preveníveis, como obesidade, tabagismo, sedentarismo, hipertensão arterial e hipercolesterolemia”, encerra Dr. Edvaldo.  

  

Nutricionista Adriana Stavro fala como a nutrição pode ajudar a controlar a doença.

 

O diabetes mellitus (DM) é uma condição de origem multifatorial, incluindo fatores genéticos e ambientais. É uma doença crônica que atingiu proporções epidêmicas entre adultos e crianças em todo o mundo. De acordo com o relatório publicado pela Federação Internacional de Diabetes (FID) em 2013, sobre a prevalência global de DM entre adultos (20-79 anos) foi de 8,3% (382 milhões) e o número deve aumentar para mais de 592 milhões de pessoas até 2035, com estimativa global de 10,1%.

No Brasil, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 16 milhões de brasileiros sofrem da doença. Ainda de acordo com o estudo, a taxa de incidência cresceu 61,8% nos últimos dez anos. O Rio de Janeiro (RJ) aparece como a capital brasileira com maior prevalência de diagnóstico médico, com 10.4 casos a cada 100 mil habitantes.

O DM é uma epidemia global e o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking dos países com o maior número de casos, atrás de China, Índia e Estados Unidos.

Existem diferentes tipos de DM, incluindo pré-diabetes, DM1, DM2 e diabetes gestacional. Os tipos mais comuns são pré-diabetes e DM2, que são amplamente influenciados pelo excesso de gordura corporal, dieta inadequada e sedentarismo, tabagismo e consumo excessivo de álcool.

O DM2, antes denominado uma doença de início na idade adulta, atinge números cada vez mais preocupantes. Ainda mais alarmante, atualmente está crescendo entre adolescentes e crianças. Com o aumento das taxas de sobre peso e obesidade infantil, a DM2está se tornando comum entre os jovens.

O DM não controlado causa distúrbios vasculares como retinopatia (cegueira), nefropatia (doença renal do diabetes), doença vascular periférica (DVP), amputações, e acidente vascular cerebral (AVC). O DM também afeta o músculo cardíaco, causando insuficiência cardíaca sistólica e diastólica. É importante ressaltar que as complicações cardiovasculares são a principal causa de morbidade e mortalidade nesses pacientes. 



Como a nutrição pode ajudar? 


Viver com diabetes não significa necessariamente sentir-se privado. As pessoas podem aprender a fazer escolhas adequadas e incluir alimentos que gostam. Segundo a American Diabetes Association (ADA), o segredo é priorizar frutas, vegetais, proteínas magras, alimentos naturais, e evitar gorduras saturadas e alimentos processados. Uma alimentação equilibrada ajuda a manter o peso adequado, melhora o bem-estar geral e previne complicações relacionada a doença.
Para a nutricionista Adriana Stavro, é importante ressaltar que a ingestão de certos alimentos ajuda a prevenir e a controlar a doença. Confira: 



Vegetais de folhas verdes - Os vegetais folhosos verdes são nutritivos e com poucas caloria, ricos em cálcio, potássio, vitamina A, e C. O aumento da ingestão de alimentos ricos em vit C pode ajudar pacientes com DMa reduziro processo inflamatório e o dano celular. Além disso, as folhas verdes são boas fontes dos antioxidantes luteína e zeaxantina. Esses antioxidantes protegem os olhos da degeneração macular e da catarata, que são complicações comuns do DM. 



Abacates - Outro alimento que vai ajudar na saúde ocular. O abacate contém luteína e zeaxantina, importantes para a saúde dos olhos. Incluir a fruta na alimentação, ajuda a reduzir o risco de desenvolver degeneração macular relacionada a doença. Além disso a gordura presente na fruta não altera a glicemia. Isso significa que pacientes diabéticos podem se beneficiar com o consumo. 



Grãos integrais - Os grãos integrais contêm mais fibras e mais nutrientes que os grãos refinados. Comer mais fibras é importante, pois retardam o processo de digestão. Uma absorção mais lenta ajuda a manter estáveis os níveis de glicemia. Bons exemplos de grãos integrais são, o arroz integral, pão integral, macarrão integral, trigo sarraceno, quinoa, chia, painço, e centeio. 



Peixe - Peixes gordurosos são um complemento saudável a qualquer dieta, pois são fonte de ômega-3, chamados de ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA), importantes para a saúde do coração e do cérebro. Uma alimentação rica em gorduras poli-insaturadas e monoinsaturadas, pode melhorar o controle do açúcar e dos lipídios no sangue. Peixes fonte de EPA e DHA são osalmão, a cavalinha, a sardinhas, e o atum. 



Ovos - Os ovos diminuem a inflamação, melhoram a sensibilidade à insulina, aumentam os níveis de colesterol HDL (bom), e modificam o tamanho e a forma do colesterol LDL (mau). Além disso, os ovos são uma boa fonte de luteína e zeaxantina, antioxidantes que fornecem proteção contra doenças oculares. 



Feijão - Os feijões são baratos, nutritivos e super saudáveis.O feijão é um tipo de leguminosa rica em vitaminas B, minerais (cálcio, potássio e magnésio) e fibras.Eles também têm um índice glicêmico muito baixo , o que é importante para o controle do diabetes. Comer feijão também ajuda na perda de peso, regula a pressão arterial e diminui o colesterol. Há uma grande variedade de grãos, incluindo, feijão vermelho, carioca, pretos, Adzuki e moyashi. Esses grãos também contêm nutrientes importantes, incluindo ferro, potássio e magnésio. 



Nozes - Assim como os peixes, as nozes contêm ácidos graxos saudáveis que ajudam a manter o coração saudável. São ricas em ômega-3, chamados de ácido alfa-lipóico (ALA). Pessoas com diabetes podem ter um risco maior de doenças cardíacas ou derrame , por isso é importante obter esses ácidos graxos por meio da dieta.

• Um estudo publicado em 2018 sobre associação entre o consumo de nozes e o risco de DM, sugeriu que comer nozes está relacionado a uma menor incidência de diabetes bem como glicemia de jejum reduzida. 



Frutas cítricas - Comer frutas cítricas é uma ótima maneira de obter vitaminas e minerais. Alguns pesquisadores acreditam que dois antioxidantes chamados hesperidina e naringina, são responsáveis pelos efeitos antidiabéticos das laranjas. As frutas cítricas também são uma ótima fonte de: vitamina C, folato e potássio. 



Frutas vermelhas - São ricas em antioxidantes conhecidos como antocianinas, que lhes dão sua cor vermelha. As antocianinas melhoram o açúcar no sangue e os fatores de risco de doenças cardíacas para pessoas com DM2. Os antioxidantes também podem prevenir o estresse oxidativo (EO), que ocorre quando há um desequilíbrio entre antioxidantes e moléculas instáveis chamadas radicais livres. O EO está relacionado a algumas condições de saúde, incluindo problemas cardíacos e alguns tipos de câncer.

• Estudos mostraram níveis crônicos de EO em pessoas com DM. Por isso o consumo de mirtilos, amoras, morangos e framboesas para estes pacientes é importante.


Alimentos probiótico- São encontradas em certos alimentos ou suplementos, e podem fornecer diversos benefícios à saúde.

• Um Estudo de 2013 sobre a função das bactérias intestinais na saúde e na doençaconfirma que, uma microbiota saudável pode ajudar nas funções do sistema imunológico, tratar doenças gastrointestinais, auxiliar na redução do colesterol LDL (ruim) e no aumento do HDL (bom), e diminuição dos triglicerídeos, além de ajudar a tratar a obesidade, entre outros benefícios. 



Quais alimentos são probióticos? Os alimentos probióticos que naturalmente contêm bactérias úteis, são o chucrute, o kombuchá, kefir, alguns tipos de picles (não pasteurizados), vegetais em conserva (não pasteurizados), e alguns tipos de iogurtes. Os probióticos também podem ser encontrados em suplementos em forma de comprimidos, pós ou líquidos. 



Sementes de Chia - As pessoas costumam chamar as sementes de chia de superalimento devido ao alto teor de antioxidantes e ômega-3. Elas também são uma boa fonte de proteínas e fibras vegetais. As sementes de chia podem ajudá-lo a atingir um peso saudável, pois as fibras reduzem a fome além de manter o controle glicêmico.




Adriana Stavro - Nutricionista Funcional e Fitoterapeuta - Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis - Mestre do Nascimento a Adolescência pelo Centro Universitário São Camilo.
Instagram: @adrianastavronutri


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