Hormônios são substâncias químicas, produzidas por nossas glândulas, e responsáveis por todas as atividades metabólicas, imunológicas e reprodutivas no nosso organismo.
O universo hormonal feminino é bastante complexo e
deve ser muito bem entendido por quem faz terapias hormonais em mulheres. Estas
são diferentes em várias fases do mês, como na menstruação, na ovulação e no período
pré-menstrual. Como são diferentes na sua evolução cronológica, ou seja,
infância, puberdade, vida reprodutiva, gestação, lactação, climatério,
menopausa e pós menopausa.
Compreender todas as mudanças hormonais femininas,
nas suas diversas etapas é de crucial importância para que possamos fazer
terapias hormonais, quando necessárias.
As terapias com hormônios sofreram muitas mudanças
com a evolução da medicina e com o próprio conhecimento mais apurado de
determinadas patologias.
Mas é muito importante salientarmos que a mudança
de comportamentos e hábitos femininos aconteceu de maneira acentuada nos
últimos anos, e isto impacta muito na conduta médica em terapias hormonais.
As mulheres hoje têm menor número de filhos e tempo
de lactação, além de um número crescente de mulheres que não desejam
reproduzir, muito diferente dos hábitos reprodutivos das mulheres de outras
épocas.
Outro detalhe importante é o fato das mulheres
acima de 40 anos, quando os ovários já estão em processo de falência, estarem
no ápice das suas vidas profissionais, sexuais, além da liderança familiar. Sem
contar ainda, as mulheres acima de 50 anos, com seus ovários na maioria das
vezes falidos, e estas em plena forma física, mental e sexual. Vale ainda
lembrar que a sobrevida das mulheres brasileiras é de aproximadamente 80 anos,
na maioria das regiões do país, ficando assim, estas mulheres por mais de 30
anos em completa falência ovariana, privadas dos seus principais hormônios
esteróides.
Pensando em todos estes fatos, chegamos à conclusão
que, nós médicos, temos o dever e a responsabilidade de atendermos às
necessidades físicas, metabólicas, sexuais, psicoemocionais e reprodutivas
destas mulheres nas mais diversas fases de suas vidas.
Terapias hormonais sérias, individualizadas,
responsáveis e que mantenham as mulheres em equilíbrio, seja na adolescência
com TPM, na mulher madura com endometriose, na paciente com menopausa - com
todo o seu sofrimento ou na jovem que deseja um método para não engravidar, não
provocam prejuízos e, sim, bem-estar.
Hormônios sempre serão ferramentas valiosas e
extremamente úteis quando bem utilizados, criteriosamente.
Infelizmente, temos hoje, o uso indiscriminado, abusivo,
sem critérios, sem conhecimento por parte de quem usa, em doses supra
fisiológicas, levando a desequilíbrios e seqüelas para a saúde de diversas
mulheres.
O uso de esteróides com fins exclusivamente
estéticos pode levar mulheres a muitos problemas metabólicos, físicos e
emocionais, muitas vezes graves e irreparáveis.
Este excesso de apelo estético também abrange
outras áreas da medicina como a cirurgia plástica e estética facial, onde
observamos um abusivo número de procedimentos sem indicação e realizado por
profissionais inabilitados.
Enfim, terapias hormonais existem há muito tempo,
estão em evolução, são extremamente úteis quando bem utilizados por
profissionais sérios e hábeis na sua prática e podem ser muito prejudiciais a
saúde feminina quando tentam atingir outros objetivos que não sejam o de tratar
patologias e promover o bem -estar, equilíbrio e longevidade saudável para as
mulheres.
Dr. Ricardo Barone - Ginecologista. Pós-Graduado em Medicina Integrativa e Longevidade Saudável. Especialista em Implantes Hormonais.
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