Endocrinologista e metabologista explica por que a genética pode dificultar o emagrecimento mas não pode deter quem se determina a adotar hábitos saudáveis
“Por
que tem gente que come muito e nunca engorda?”. Esta é uma pergunta frequente
no consultório da Dra. Thais Mussi, endocrinologista e metabologista pela
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
“Pacientes
que lutam contra a balança sempre se fazem essa pergunta, e, para completar,
vivem se questionando por qual motivo não contam com essa ‘sorte’ também”,
revela a profissional.
A
resposta era desconhecida até pouco tempo atrás, quando uma pesquisa realizada
na Universidade Cambridge, no Reino Unido (Inglaterra), revelou que tudo isso
não passa de uma questão genética.
“Essa
pesquisa mostrou claramente que o fato de algumas pessoas serem magras, mesmo
comendo bastante, está explicada por elas possuírem menos genes que influenciam
no aumento de peso”, revela a médica.
Mistério revelado
A principal descoberta é: apesar de muitas pessoas acreditarem que, para emagrecer, basta controlar a alimentação, tal estudo prova não ser bem assim. “Na realidade, não temos tanto controle sobre o nosso corpo quanto fomos ensinados a acreditar que temos. E, além da descoberta sobre a influência dos genes no ganho de peso, os pesquisadores também descobriram que ser magro acaba sendo uma característica hereditária”, acrescenta a Dra. Thais.
“Isso significa que ser magro ou obeso depende dos nossos pais?”, alguém pode estar se perguntando. Em parte, sim. No entanto, é importante ser consciente e entender que mesmo que exista uma predisposição genética, isso não significa que é uma certeza, porque estar em forma depende de outros fatores, como o estilo de vida, a alimentação, a prática de exercícios físicos e até mesmo o quão estressante é a rotina de uma pessoa.
Ou
seja, mesmo que se tenha a predisposição genética, como, por exemplo, uma carga
grande de genes que influenciam no aumento do peso, ou ter tido pais que
viveram a vida toda acima do peso, se uma pessoa passar a ter hábitos
saudáveis, poderá, sim, reverter o quadro e garantir não só a boa forma, como a
saúde.
Importância de conhecer sua genética
Diante do resultado desse estudo inglês, Dra. Thaís Mussi frisa a importância das pessoas se conhecerem, profundamente, a nível genético. “Com os testes genéticos, podemos enxergar com mais clareza as características individuais, se há tendência para doenças metabólicas e até a sensibilidade a macro e micronutrientes.
Tendo
em mãos esses dados individuais, a médica poderá construir um mapa
e, a partir dessas informações, acompanhar o paciente definindo estratégias
para se manter saudável e em boa forma. “Ainda que o fator genético seja um
obstáculo, não é um impeditivo para uma vida feliz e saudável!”, finaliza a
endócrino.
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