Fenômeno é caracterizado pelo
resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico; especialista orienta sobre
cuidados que podem ser tomados para evitar problemas respiratórios durante o
período
O inverno teve início oficialmente em 20 de junho e, apesar das
temperaturas amenas registradas até o momento, segundo o último boletim do
Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há 69% de chances de o fenômeno
climático La Niña ter início a partir do final de julho, o que deve ter impacto
direto no clima de diversas regiões do país. Nos estados do Sudeste e Sul, por
exemplo, há maior probabilidade de redução nos níveis de chuvas, o que pode
afetar diretamente a saúde respiratória da população.
O professor da Escola de Saúde do
Centro Universitário Facens, Bruno Moneta, explica que as variações do
clima típicas do período já podem ser observadas. “A região Sudeste vem
enfrentando estiagem, baixa umidade do ar e alta amplitude térmica, com noites
e manhãs frias e dias quentes. Por esses motivos, as pessoas podem apresentar
dificuldades respiratórias como secura e irritação nasal, reações alérgicas
devido à poluição, aumento na produção e retenção de muco nas vias
respiratórias, o que pode levar a infecções”. Isso ocorre, segundo o professor,
devido ao ar seco, que desidrata as mucosas do nariz, garganta e faringe.
A ocorrência de reações alérgicas também são comuns, de acordo com
especialista, “o que pode acarretar no surgimento de rinite, sinusite, crises
asmáticas e agudização de doenças respiratórias crônicas, principalmente em
idosos”. Além disso, o professor ressalta que as temperaturas mais baixas
favorecem a disseminação de microorganismos, cenário que amplia a
transmissibilidade de doenças virais respiratórias como gripe comum, H1N1 e
COVID. Ainda de acordo com ele, “podem haver complicações de doenças virais,
como sinusite e pneumonias”.
Com o inverno já batendo à porta, o cuidado deve ser imediato.
Moneta orienta que “neste período é de extrema importância a ingestão adequada
de líquidos para manter a umidade nas vias aéreas”. Além disso, o profissional
reforça a importância da alimentação balanceada e saudável e a prática de
atividades físicas para manter a imunidade estável. “Devemos abusar de frutas
cítricas ricas em vitamina C, alimentos ricos em glutamina como carnes, peixes,
ovos, laticínios, grão de bico, soja, lentilha e feijão e alimentos ricos em
ômega 3 e vitamina D”, enfatiza.
“Leva uma blusa”: a dica das mães também é válida
O especialista reforça a importância de evitar a
exposição prolongada a temperaturas baixas, ao sereno e à poluição, por isso,
recomenda o uso de roupas adequadas para que o corpo não perca calor. Além dos
cuidados nutricionais e com as vestimentas, ele também sugere cuidados
adicionais nos períodos mais intensos de estiagem, como a lavagem nasal com
soro fisiológico para mantê-lo úmido e hidratado. “Também é importantíssimo
evitar aglomerações, locais confinados e com baixa umidade e contato com
pessoas com diagnóstico de doenças respiratórias transmissíveis. Caso tenha
contato, é preciso usar máscara e higienizar as mãos”, comenta.
Umidificador de ar pode ser aliado, mas exige atenção
O tempo seco e a presença de muitas partículas de
poluentes no ar podem agravar os problemas respiratórios. Por isso, manter o
ambiente arejado e iluminado durante o dia é ideal, mas o uso de umidificadores
de ar pode ser uma medida adicional benéfica se usado corretamente. “Quando o
aparelho fica ligado por períodos longos, causa um excesso de umidade, o que
pode trazer mais problemas do que alívio, uma vez que fungos e bactérias se
proliferam em alta umidade”, explica.
O profissional recomenda que ao utilizar o aparelho, é preferível
ligá-lo com antecedência de três a quatro horas antes de dormir para alcançar
uma boa umidade no ambiente. “Se for necessário manter o equipamento ligado
durante a noite, ajuste-o para a intensidade mínima e mantenha uma porta aberta
para permitir o escape do excesso de partículas de água. Uma toalha de rosto
úmida perto da cama também pode ajudar a melhorar a umidade do ar, enquanto as
bacias com água são ineficientes”, acrescenta.
Atenção também deve ser dada aos aquecedores com resistência
(calor seco) e aparelhos de ar condicionado na função quente, que são grandes
vilões da umidade do ar. O professor ressalta que, nesses casos, o uso de
umidificadores é imprescindível. “Manter o ambiente limpo, livre de poeira, e
evitar cortinas e tapetes também contribuem para a saúde respiratória,
especialmente para grupos de risco”, finaliza.
Centro Universitário Facens
Nenhum comentário:
Postar um comentário