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quinta-feira, 4 de julho de 2024

Dia Mundial da Alergia 08/08

Da dor de cabeça à acne: como alergias alimentares podem estar prejudicando sua saúde e como resolver


As alergias alimentares são uma preocupação crescente em todo o mundo, afetando milhões de pessoas de todas as idades e impactando significativamente sua qualidade de vida e segurança alimentar. Estudos realizados pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) revelam que a prevalência de alergias alimentares varia entre 1% e 10% da população global, com maior incidência em crianças, mas também atingindo muitos adultos. 

O nutrólogo Dr. Ronan Araujo, esclarece que, a alergia alimentar é uma resposta imunológica anormal a proteínas presentes em certos alimentos. O sistema imunológico, ao identificar erroneamente essas proteínas como ameaças, desencadeia uma reação que pode variar de leve a grave. As alergias alimentares são mais comuns em crianças, mas podem persistir na vida adulta e, em alguns casos, desenvolver-se mais tarde na vida. 

Muitas pessoas não imaginam que sintomas comuns, como dores de cabeça frequentes e enxaquecas, acne e erupções cutâneas, rinite e inflamações respiratórias, podem ser causados por alergias ou sensibilidades alimentares. Essas reações são frequentemente subestimadas e mal diagnosticadas, mas têm um impacto significativo na qualidade de vida. Identificar e eliminar os alimentos desencadeantes pode levar à melhora desses sintomas. Esta abordagem sublinha a importância de uma avaliação nutricional detalhada, que irá oferecer soluções práticas e efetivas para problemas de saúde muitas vezes negligenciados.



Principais alimentos responsáveis por alergias 

Alguns alimentos são conhecidos por serem os principais desencadeadores de alergias alimentares. Estes incluem:
 

• Leite: Especialmente comum em crianças, a alergia ao leite pode causar reações como vômitos, diarreia e urticária.
 

• Ovos: Muitas crianças com alergia ao ovo também podem ter outras alergias alimentares.
 

• Amendoim e nozes: Estas alergias são particularmente preocupantes devido ao alto risco de reações anafiláticas.
 

• Soja: Embora menos comum, a soja pode causar reações em bebês e crianças pequenas.
 

• Trigo: Associado a várias reações alérgicas e condições como a doença celíaca.
 

• Peixes e mariscos: Alergias a frutos do mar são mais comuns em adultos e podem ser graves.


Além dos alérgenos mais comuns, alguns alimentos menos conhecidos também podem desencadear reações alérgicas:
 

• Sementes de gergelim: Cada vez mais relatadas como causadoras de alergias, especialmente em crianças.
 

• Mostarda: Um alérgeno menos conhecido que pode causar reações significativas.
 

• Lentilhas e leguminosas: Além da soja, outras leguminosas como lentilhas e ervilhas podem causar alergias em algumas pessoas.
 

• Frutas: Como kiwi, banana e abacate, que podem provocar reações alérgicas cruzadas em indivíduos com alergia ao látex.


As alergias alimentares podem ser classificadas em diferentes tipos, dependendo dos mecanismos imunológicos envolvidos:
 

Alergias mediadas por IgE
 

IgE ou imunoglobulina E, é um tipo de anticorpo produzido pelo sistema imunológico. Sua principal função é atuar contra parasitas, mas também está fortemente envolvido em reações alérgicas.
 

As mais comuns, ocorrem quando o sistema imunológico produz anticorpos IgE em resposta a um alérgeno alimentar. Essas reações são geralmente rápidas e podem levar à anafilaxia.
 

Alergias não mediadas por IgE

Incluem condições como a enterocolite induzida por proteína alimentar, onde a reação é mediada por células do sistema imunológico e não por anticorpos IgE. As reações são mais tardias e afetam principalmente o trato gastrointestinal.
 

Reações mistas
Algumas alergias alimentares envolvem tanto mecanismos mediados por IgE quanto não mediados por IgE, resultando em uma variedade de sintomas.
 

Descoberta precoce e diagnóstico

A descoberta precoce das alergias alimentares é crucial para a prevenção de reações graves. Aqui estão algumas abordagens:
 

• Histórico alimentar detalhado: Uma avaliação detalhada dos sintomas e padrões alimentares pode ajudar a identificar possíveis alérgenos.
 

• Testes cutâneos e de sangue: Testes cutâneos de puntura e exames de sangue para medir níveis de anticorpos IgE específicos são ferramentas valiosas.
 

• Teste de provocação oral: Realizado sob supervisão médica rigorosa, este teste envolve a ingestão gradual do alimento suspeito para observar reações.


O manejo eficaz das alergias alimentares vai além da simples evitação de alérgenos, o Dr. Ronan Araujo orienta o que pode ser feito:
 

• Educação alimentar: Informar pacientes sobre a leitura de rótulos e a identificação de ingredientes ocultos é fundamental.
 

• Planos alimentares personalizados: Nutrólogos desenvolvem dietas que garantem a nutrição adequada enquanto evitam alérgenos específicos. Isso pode incluir substituições seguras e nutritivas.
 

• Imunoterapia oral: Esta técnica, ainda em pesquisa, envolve a ingestão controlada e gradual de alérgenos para aumentar a tolerância. Estudos mostram que pode ser promissora para certos pacientes.
 

• Suplementação nutricional: Para pacientes com dietas restritivas, a suplementação pode ser necessária para prevenir deficiências nutricionais e fortalecer o sistema imunológico.
 

A nutrologia está na vanguarda da inovação no manejo das alergias alimentares. Pesquisas recentes investigam a relação entre o microbioma intestinal e a imunidade, buscando desenvolver terapias que modifiquem o microbioma para reduzir a sensibilidade alérgica. A nutrigenômica, que analisa como os nutrientes influenciam a expressão genética, pode levar a dietas personalizadas que minimizam o risco de alergias. Além disso, alimentos funcionais enriquecidos com probióticos e prebióticos estão sendo estudados por sua capacidade de fortalecer o sistema imunológico e reduzir a incidência de alergias alimentares. 

Dr. Ronan Araujo conclui destacando que, refletir sobre o papel da nutrologia no manejo das alergias alimentares nos leva a uma compreensão mais profunda do impacto da alimentação em nossa saúde e bem-estar. Não se trata apenas de evitar reações alérgicas, mas de adotar uma visão integral da saúde, onde a nutrição personalizada e inovadora pode transformar vidas. Este é um lembrete poderoso de que, ao entender melhor nossos corpos e suas respostas, podemos construir um mundo onde a alimentação seja uma fonte de cura e fortalecimento, e não de medo.



Dr. Ronan Araujo - Formado em medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, médico especializado em nutrologia pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia). Com foco em causar impacto e mudar a vida das pessoas através de sua profissão, ele também se tornou membro da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), que o leva a ser atualmente um dos médicos que mais conhece e entrega resultados quando falamos sobre emagrecimento e reposição hormonal.


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