Cirurgiã Dentista pontua em quais casos a remoção é indicada e quais os principais riscos e cuidados
Quem já extraiu dentes do siso sabe que é aquela cirurgia muitas vezes obrigatória e que exige tempo de recuperação e cuidados específicos. Primeiro de tudo, é necessário consultar um especialista para compreender a necessidade real de retirar o dente. É o que explica a Dra. Diana Fernandes, Cirurgiã Dentista pela Associação Brasileira de Odontologia.
A cirurgiã revela os casos em que a remoção é indicada, como, por exemplo, quando o siso surge numa posição abaixo do dente vizinho. "Isso dificultará sua higienização, porque a escova não vai alcançar esse dente, portanto, com certeza, a pessoa terá uma cárie ali", explica.
Além dessa situação, o siso deve ser retirado quando o paciente não tem espaço suficiente na arcada, o que fará com que o siso empurre os outros dentes.
"Outra condição que demanda a remoção é quando o siso nasce com uma camada de gengiva cobrindo metade do dente. Essa camada é chamada de capuz coronário e pode inflamar com frequência, pois entram alimentos entre o dente e a gengiva, causando uma dor de inflamação bem aguda (Pericoronarite), que pode paralisar a vida da pessoa por causar dificuldade de abrir a boca (Trismo) e também de engolir e mastigar", informa Dra. Diana.
Um quarto motivo que exige a cirurgia de retirada do siso é a ausência de seu antagonista. Se um dente do siso nasce na arcada de cima, por exemplo, e o da arcada inferior não nasce, é necessária a remoção, já que esse dente não terá uma função de uso. "Só servirá para juntar placa bacteriana e trabalho para limpar", sentencia a cirurgiã.
Por
fim, mais uma razão que leva à certeza da retirada é quando o siso desponta em
uma posição desfavorável (torto) para o dente vizinho, diz a Dra. Diana,
informando que isso acontece muito e causa um espaço entre os dentes, onde se
acumulam alimentos e as chances de cáries no dente sadio ao lado do siso.
Pontos de atenção quanto à cirurgia do siso
Uma vez concluído que a remoção é necessária, Dra. Diana chama a atenção para possíveis complicações na extração do dente. "O mais comum é a parestesia, que é a sensação de boca anestesiada parcialmente por um período. Isso ocorre porque temos um nervo na mandíbula, chamado nervo alveolar inferior, que atravessa praticamente toda mandíbula e fica próximo ao dente do siso. Dependendo da posição que o siso estiver, na hora da extração, se o dente tocar no nervo, ele poderá ficar sensível e gerar essa sensação prolongada de anestesia", define ela, ao acrescentar que essa reação não apresenta grande gravidade, já que o nervo alveolar inferior é um nervo sensitivo e não motor, ou seja, não trará prejuízos ao sorriso ou à face, além de ser um processo reversível, que volta ao normal com o tempo.
Outros
possíveis reveses da extração do siso, segundo a Dra. Diana, são o inchaço
natural da manipulação do local e uma demora na coagulação do sangue na região.
Cuidados imprescindíveis na remoção do siso
A cirurgiã Dra. Diana lembra que é indicado que o paciente vá para a cirurgia alimentado, com meio bucal limpo, sem cáries e sem os cálculos dentários, "pois ali há bactérias que podem cair na corrente sanguínea, trazendo uma infecção", alerta.
A seguir, a dentista lista uma série de cuidados para que o pós-cirúrgico seja tranquilo e mais rápido:
- Atenção à coagulação!
"É de extrema importância que, após a cirurgia, o paciente deixe uma
gaze no local, apertando para ajudar a hemostasia, para parar o
sangramento. É indicado que não faça bochechos com água, porque isso induz
o corpo a mandar mais sangue e retardar a cicatrização. Portanto,
recomenda-se também evitar o movimento de cuspir, para que o sangue
repouse ali, entre em coagulação e, então, vire uma gengiva com osso
novamente".
- Repouso. A cirurgia exige atenção
do corpo para restabelecer com calma a região manipulada. Chegar em casa e
relaxar é fundamental no pós-cirúrgico.
- Manter a região fria.
"Colocar gelo no local, por dentro e por fora é importante para
acelerar a coagulação. Alimentos frios também contribuem".
- Alimentação cuidadosa.
Montar e seguir à risca uma dieta fria e líquida nos primeiros dias será
de grande relevância no início da cicatrização, assim como evitar comidas
com grãos nos 3 primeiros dias após a cirurgia.
- Nada de bochechos!
Vale ressaltar que os bochechos são inimigos da coagulação e, por isso,
nos 3 primeiros dias, não se deve bochechar.
- Atenção à escovação.
Elevar o nível de cuidado e atenção para escovar os dentes naquela região
da cirurgia.
- Cabeça elevada ao dormir.
Dormir com 2 travesseiros nos 2 primeiros dias do pós-cirúrgico alivia a
pressão na região durante a noite.
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