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quarta-feira, 3 de julho de 2024

Será dor de cotovelo ou epicondilite lateral?

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A pergunta denota bom humor, só que não está associada aos sentimentos de ciúmes ou inveja, mas à causa dessa lesão, explica a Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo

 

Aqui, a expressão popular “ter dor de cotovelo” não está ligada à sua origem clássica da cena de alguém que passou por uma decepção amorosa e vai chorar as mágoas em um bar, com os cotovelos sob a mesa. Mas, sim a uma das dores mais frequentes que afetam o cotovelo da população. Trata-se da epicondilite lateral, conhecida como “cotovelo de tenista”. E, embora até 50% dos praticantes de tênis podem desenvolvê-la a cada ano, comumente ocorre em pessoas que nunca pegou em uma raquete.

 

O cotovelo é uma articulação complexa, composta por três ossos: úmero, rádio e ulna, além de ligamentos, tendões e músculos, que permitem movimentos precisos para flexão, extensão, rotação e estabilização do mesmo. Sua função é crucial para a realização de atividades cotidianas e esportivas, as quais podem ocasionar lesões.

 

A epicondilite lateral é a situação mais comum da dor na parte lateral do cotovelo causada pela sobrecarga nos tendões da articulação e uma das lesões por movimentos repetidos mais corriqueiras. “As causas variam e estudos mostram que pessoas com mais de 40 anos são mais suscetíveis, assim como fumantes, obesos e aquelas que praticam movimentos repetidos, por pelo menos duas horas por dia”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC), Carlos Henrique Ramos.

 

Além de afetar tenistas, a lesão pode ocorrer em praticantes de outros esportes, como o badminton, squash, judô, jiu-jitsu, remo, musculação. Mas há também incidência em pessoas que realizam atividades domésticas, pintura, carpintaria, digitação e outras atividades.

 

Os sintomas vão depender da inflamação ou degeneração do tendão. Quanto mais avançado o processo, maior a dor, que pode estar presente ao realizar as atividades do dia a dia, como pegar objetos e sacolas. “O diagnóstico pode ser feito pela dor local por meio do toque (palpação direta), e/ou pode apresentar edema (“inchaço”). Também é comum que os pacientes sintam incômodo ao esticar completamente o cotovelo ou realizar movimentos de extensão do punho ou dedos”, ressalta o ortopedista.

 

 

Prevenção e tratamento

 

A postura adequada nos movimentos diários e nas atividades físicas, podem diminuir a sobrecarga nos tendões do cotovelo e, dessa forma, evitar a lesão. É importante fortalecer, alongar os músculos do cotovelo e respeitar o descanso entre as atividades.

 

O presidente da SBCOC ressalta que primeiro é necessário que o padrão de movimento e postura sejam identificados, a fim de corrigi-los para reduzir a sobrecarrega dos tendões. “Associado à esta medida, indicamos repouso, gelo e anti-inflamatórios, para que haja a recuperação do tendão, principalmente nos casos agudos, incluindo a reabilitação (fisioterapia). Quando os sintomas persitem, outros métodos conservadores de tratamento podem contribuir para melhora clínica, sendo os mais comuns a infiltração (injeção de medicamentos), terapia extracorpórea de ondas de choque, etc.”, fala o médico. 


Casos cirúrgicos são raros e indicados apenas quando não há melhora após utilizados os métodos anteriores. Para o tratamento adequado da lesão, é necessário consultar-se com um ortopedista, preferencialmente que atue na área do cotovelo.

 

Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo - SBCOC



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