Karol Dapousa fala sobre técnicas e
orientações para empresas aprimorarem suas políticas de preço
A precificação de produtos e serviços é um aspecto fundamental
para a sustentabilidade e crescimento das empresas. Definir corretamente o
valor dos produtos e serviços oferecidos pode ser um desafio, mas é crucial
para assegurar a saúde financeira do negócio. Segundo o SEBRAE, de 25% a 31%
das empresas enfrentam dificuldades de gestão, que incluem problemas com a
precificação.
Para estabelecer uma estratégia de preço adequada, é essencial
considerar fatores como custos de produção, margem de lucro e a percepção de
valor pelo consumidor. A diferenciação entre preço e valor é vital. O preço é a
quantia que o consumidor paga, enquanto o valor inclui a percepção do público
sobre o quanto vale o produto ou serviço.
Karol Dapousa, Contadora Especialista em Estratégia Financeira,
destaca que uma precificação inadequada pode afetar negativamente a gestão
empresarial, dificultando decisões importantes e o crescimento saudável da
empresa. "Uma precificação mal feita prejudica a gestão empresarial,
dificulta a tomada de decisão, o crescimento empresarial de forma 'saudável' e
consciente. Por exemplo, como uma empresa consegue contratar um funcionário
para expandir se os preços praticados não quitam as dívidas mensais?"
Além disso, a falta de uma precificação adequada pode levar a
riscos legais significativos. Karol explica: "Os riscos que as empresas
correm são entrar em uma bola de dívidas, quando precisam recorrer a
empréstimos bancários, pagando juros altos, ou renegociando impostos, novamente
juros e multas, processos por inadimplência, e até mesmo o encerramento das atividades."
No Brasil, embora não exista uma regulamentação específica para
a precificação, a legislação relacionada ao giro de estoque e aos impostos
impacta diretamente essa área. "Os impostos entram nesse item, pois os
cálculos tributários são em cima do faturamento. Se você não leva em conta a
porcentagem que deverá pagar ao fisco, como considerar que a precificação está
certa?", esclarece Karol.
Para evitar problemas e garantir a conformidade regulatória, é
recomendável que as empresas adotem boas práticas legais. Karol sugere:
"Manter o fluxo de caixa atualizado, definir metas mensais, acompanhar
gastos e dívidas, projetar o fluxo de caixa mensal, se atentar aos contratos
fechados, negociar com fornecedores de matéria-prima, financeiro (banco/máquinas
de cartão), mão de obra etc."
Muitas empresas, especialmente as iniciantes, não adotam uma
abordagem estratégica para a precificação. "A maioria das empresas no
início não pratica um cálculo de precificação estratégico. Elas possuem algum
conhecimento e tentam ajustar como taxa de markup ou margem de contribuição,
porém para indicar qual a melhor estratégia, precisa fazer uma análise mais
profunda", pontua Karol.
Karol oferece um serviço específico para empresas que não
desejam contratar uma gestão financeira completa, mas precisam de ajuda na
análise de precificação. "Para fazer precificação, é necessário que alguns
pontos estejam em ordem, como a separação das despesas fixas e dos custos
variáveis, e que a pessoa tenha uma noção da margem de contribuição. Isso a
maioria das empresas não possui."
O serviço oferecido por Karol inclui dois encontros. No
primeiro, ela orienta os empresários a ajustarem os valores dentro de uma
planilha. "No primeiro encontro, eu daria toda a orientação para as
pessoas ajustarem esses valores dentro de uma planilha. E após isso, na segunda
reunião, eu passaria os valores para eles." Nos dois encontros, Karol
também identifica problemas de gestão que a empresa possa ter e oferece soluções,
como consultoria express ou serviços de gestão financeira.
A precificação é, portanto, um elemento essencial para o sucesso
empresarial. Com uma abordagem estratégica e informada, as empresas podem
evitar dívidas, processos legais e garantir um crescimento sustentável.
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