Como a jornada responsável na nova Economia da IA está moldando o futuro de alguns setores e o papel de grandes players de mercado nesse processo
Quando
pensamos em inteligência artificial (IA), automaticamente nossos sentidos e
percepções estão trabalhadas e imaginar tecnologias futuristas e de difícil
acesso. Todavia, a realidade se transpõe de forma totalmente oposta, uma vez
que a IA, como conhecemos está redefinindo a maneira como vivemos hoje, no
presente e nos mais diversos setores, incluindo o setor financeiro. Não é sobre
robôs, hologramas ou quaisquer outros periféricos que rondam a noção de ficção
científica. É sobre linguagens de programações em grande escala que são capazes
de processar altos volumes de dados, codificar linguagem humana e fazer
predições baseadas em dados. É uma realidade que tem atravessado pessoas
físicas e jurídicas que, mais uma vez, podem ser de quaisquer setores e áreas
de atuação.
O que esperamos e aguardamos é que isso seja feita de forma segura e em que
formato. Podemos dizer que o universo dos negócios tem se expandido e se
transformado em todo o mundo, e o setor financeiro não é exceção. À medida que
a tecnologia evolui, surge a necessidade de uma abordagem responsável e
sustentável para a aplicação da IA. Neste artigo, exploraremos como justamente
essa jornada responsável na nova Economia da IA está moldando o futuro do setor
financeiro e o papel de grandes players de mercado nesse processo.
Como podemos imaginar a essa altura, a IA desempenha um papel crucial no setor
financeiro, oferecendo benefícios significativos e impulsionando a inovação em
setores como análise de dados, predição de mercado, negociação, fraudes e
anomalias, responsabilidade, ética e sustentabilidade e são esses temas que
atravessaremos por aqui.
Análise de Dados e Predição de Mercado:
A IA permite a análise de grandes volumes de dados históricos e em tempo real,
identificando padrões e tendências que auxiliam os investidores na tomada de
decisões informadas. Algoritmos de machine learning processam informações de
notícias, relatórios financeiros e redes sociais para prever como os
investidores reagirão a eventos específicos e como isso afetará os preços dos
ativos.
Dessa forma, como podemos garantir a visão futura dos bancos na garantia da
cibersegurança? A resposta pode não ser tão simples. Por isso, vamos nos ater
ao essencial da discussão que é a relação entre pessoas e dados.
Modelos preditivos, por exemplo, estimam os possíveis cenários futuros dos
dados. Eles fazem previsões, mas não sugerem ações ou decisões estratégicas –
reservando essa função ao capacity humano. Dessa forma, a habilidade de análise
e curadoria é de suma importância para garantir a consistência das informações
geradas. Pessoas capacitadas geram confiança e segurança na tomada de decisão,
seja um C-level ou um analista.
Com isso, garantimos uma primeira camada de segurança que é a checagem e o
cumprimento de protocolos rigorosos de verificação e autenticação. Tanto da
coleta de dados como parâmetros de utilização desses sistemas inteligentes de
predição.
É necessário também a implementação de soluções de segurança avançadas, como
firewalls, sistemas de detecção de intrusão (IDS) e sistemas de resposta a
incidentes (SOC), para que se possa identificar e neutralizar ameaças
cibernéticas em tempo real e assim chegarmos à etapa da negociação.
Negociação Automatizada:
Como um benefício ao setor financeiro, algoritmos programados para executar
ordens de compra e venda de ativos financeiros em milissegundos são utilizados
e vale ressaltar o poder da IA como copiloto de trabalho no processo de
negociação, afinal, a decisão final é tomada por um ser humano especialista com
base no que é gerado.
Neste cenário, podemos tomar como exemplo uma solução em nuvem baseada em
inteligência artificial que possua a diretriz de gerar propostas automáticas
com base em banco de dados histórico da empresa e do cliente, bem como produtos
e serviços oferecidos. A partir de uma solicitação de serviço feita através de
uma série de perguntas e respostas, o profissional gera automaticamente uma
proposta com base no ticket formado, bem como histórico de consumo. Claramente,
é um trabalho que devolve horas produtivas ao colaborador que poderá voltar seu
tempo a analisar de forma meticulosa o negócio e trabalhar propostas de forma
mais assertivas e personalizadas. Ou seja, tomar mais decisões estratégicas.
Detecção de Fraudes e Anomalias:
Esse é um ganho enorme ao adotar a IA inclusive no processo de cibersegurança
que levantamos anteriormente. Aqui a IA identifica atividades fraudulentas ao
analisar grandes volumes de dados de transações bancárias. Modelos de machine
learning aprendem com padrões suspeitos e alertam sobre transações anômalas. A
colaboração com empresas de segurança especializadas e a participação em fóruns
de discussão sobre cibersegurança no setor financeiro permitem o
compartilhamento de conhecimentos e melhores práticas.
Mas afinal, o que grandes players de mercado podem fazer para garantir o
desenvolvimento sustentável do mercado financeiro mesmo em uma época de
transformação digital?
Uma das principais estratégias é a incorporação de critérios ESG nos
investimentos. É fundamental canalizar fundos para empresas e projetos que
atendam a esses critérios, promovendo investimentos responsáveis. Além disso, a
transparência e a divulgação detalhada sobre o desempenho ESG das operações são
essenciais para construir confiança e responsabilidade.
Grandes empresas precisam pensar e implementar programas de educação financeira
que incluam noções de sustentabilidade e a capacitação interna dos funcionários
sobre tecnologias de automação, inteligência artificial, produtividade e
segurança.
Hoje, a Microsoft, por exemplo, precisa utilizar sua influência de mercado e
práticas que unam proteção e inovação juntos. Dessa forma, podemos proteger a
privacidade dos dados dos clientes e usá-los de maneira ética, já que isso é
uma responsabilidade que não pode ser negligenciada. Implementar algoritmos de
IA que sejam transparentes e não discriminatórios também é crucial para ganhar
a confiança do público.
Na América Latina, há empresas com vasta experiência em IA que vem
desenvolvendo tecnologias inteligentes para o setor financeiro e trazendo o
futuro para ainda mais perto ao tornar realidade essas práticas baseadas em
inteligência artificial e automações de processos imbuídos em políticas
transparentes de segurança e confiança. Diversos são os cases em instituições
que vão de pequeno a médio porte.
Ao adotar essas práticas, esses grandes players do mercado que desenvolvem
soluções voltadas para o impulsionamento do mercado financeiro não só garantem
o desenvolvimento sustentável, mas também fortalecem sua reputação e criam
valor a longo prazo para todas as partes interessadas.
Na era da transformação digital, a sustentabilidade do mercado financeiro não é
apenas uma opção, mas uma necessidade imperativa para o sucesso contínuo.
Shirley Fernandes - fundadora e sócia-diretora da N1 IT, empresa do Grupo Stefanini especializada em consultoria de serviços na nuvem.
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