Dra. Waleska de Carvalho, ginecologista
e obstetra da AMCR, apresenta os principais grupos que recorrem à doação de
gametas para realizar o sonho da maternidade e paternidade
A recepção de óvulos ou sêmen doados é uma solução cada vez mais buscada por casais e indivíduos que enfrentam dificuldades para engravidar com seus próprios gametas. Diversos grupos podem se beneficiar desse recurso, desde mulheres em menopausa até casais homoafetivos.
Mulheres que não menstruam mais devido à menopausa, aquelas que
passaram por tratamentos de quimioterapia ou radioterapia, e pacientes que não
conseguiram sucesso em ciclos de fertilização in vitro (FIV) com seus próprios
óvulos, são fortes candidatas à recepção de óvulos doados. "Mulheres que
foram submetidas a cirurgias nos ovários por endometriose ou cistos ovarianos
também podem precisar de óvulos doados para engravidar," explica Waleska
de Carvalho, ginecologista e obstetra da Associação Mulher, Ciência e
Reprodução Humana do Brasil (AMCR).
Casais com Infertilidade e Histórico de Doenças Genéticas
Homens com infertilidade grave e casais com antecedentes de
doenças genéticas que podem ser transmitidas aos filhos também se beneficiam da
recepção de gametas doados. "A doação de gametas é crucial para evitar a
transmissão de doenças hereditárias e garantir a saúde dos futuros
filhos," afirma Waleska de Carvalho.
Casais
Homoafetivos e Produção Independente
O mês de junho, dedicado ao orgulho LGBT, destaca a luta contra a
discriminação e pela inclusão. "Desde 2011, o STF reconheceu a união
homoafetiva com direito à constituição familiar, e o CRM normatizou as regras
para o tratamento desses casais", destaca Waleska de Carvalho. Para casais
homoafetivos femininos, a gestação compartilhada, onde o embrião obtido com o
óvulo de uma mulher é transferido para o útero da parceira, tem mostrado
benefícios significativos, proporcionando uma maior ligação entre a mãe
genética e a mãe biológica. Já para casais homoafetivos masculinos, o processo
envolve a fertilização do óvulo de uma doadora com o sêmen de um dos parceiros
e a transferência do embrião para o útero de substituição.
A procura por tratamentos de reprodução assistida por casais
homoafetivos tem aumentado significativamente nos últimos anos, permitindo que
muitos realizem o sonho de constituir uma família.
Critérios de seleção para garantir saúde e compatibilidade na doação de gametas
Escolher um doador compatível é um passo crucial no processo de
doação de gametas. A compatibilidade não se restringe apenas às características
físicas, mas também inclui fatores genéticos e imunológicos.
Características
Físicas e Saúde
O primeiro passo é escolher um doador com boa saúde física e
mental. Deve-se selecionar um doador cujas características físicas sejam
semelhantes às do receptor, incluindo raça, peso, altura, cor e textura dos
cabelos, cor dos olhos e cor da pele. "Além das características físicas,
consideramos também antecedentes pessoais de saúde, como histórico de diabetes,
hipertensão, câncer e doenças psiquiátricas, além de hábitos como tabagismo e
etilismo," explica Waleska de Carvalho.
Ferramentas
Tecnológicas
Existem programas como FENOMATCH, OVOMATCH e FACE MATCH, que
utilizam biometria facial para encontrar doadores compatíveis nos bancos de
dados das clínicas. "Essas ferramentas ajudam a selecionar doadores que se
assemelhem fisicamente ao receptor, aumentando as chances de sucesso no
tratamento," ressalta Waleska de Carvalho.
Compatibilidade
Sanguínea
A compatibilidade sanguínea é outro fator importante. Os filhos herdam o tipo sanguíneo dos pais, e as possíveis combinações devem ser consideradas para evitar problemas futuros. "A incompatibilidade sanguínea, especialmente no fator Rh, pode causar complicações na gravidez, mas isso pode ser prevenido com a administração de imunoglobulina Rh na primeira gestação ou em caso de aborto," alerta Waleska de Carvalho.
AMCR – Associação Mulher Ciência e Reprodução Humana do Brasil
Para saber mais informações, acesse o site
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