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quarta-feira, 3 de julho de 2024

Afinal, quem se beneficia com a recepção de óvulos ou sêmen doados?

Dra. Waleska de Carvalho, ginecologista e obstetra da AMCR, apresenta os principais grupos que recorrem à doação de gametas para realizar o sonho da maternidade e paternidade

 

A recepção de óvulos ou sêmen doados é uma solução cada vez mais buscada por casais e indivíduos que enfrentam dificuldades para engravidar com seus próprios gametas. Diversos grupos podem se beneficiar desse recurso, desde mulheres em menopausa até casais homoafetivos. 

Mulheres que não menstruam mais devido à menopausa, aquelas que passaram por tratamentos de quimioterapia ou radioterapia, e pacientes que não conseguiram sucesso em ciclos de fertilização in vitro (FIV) com seus próprios óvulos, são fortes candidatas à recepção de óvulos doados. "Mulheres que foram submetidas a cirurgias nos ovários por endometriose ou cistos ovarianos também podem precisar de óvulos doados para engravidar," explica Waleska de Carvalho, ginecologista e obstetra da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR).


Casais com Infertilidade e Histórico de Doenças Genéticas

Homens com infertilidade grave e casais com antecedentes de doenças genéticas que podem ser transmitidas aos filhos também se beneficiam da recepção de gametas doados. "A doação de gametas é crucial para evitar a transmissão de doenças hereditárias e garantir a saúde dos futuros filhos," afirma Waleska de Carvalho.


Casais Homoafetivos e Produção Independente

O mês de junho, dedicado ao orgulho LGBT, destaca a luta contra a discriminação e pela inclusão. "Desde 2011, o STF reconheceu a união homoafetiva com direito à constituição familiar, e o CRM normatizou as regras para o tratamento desses casais", destaca Waleska de Carvalho. Para casais homoafetivos femininos, a gestação compartilhada, onde o embrião obtido com o óvulo de uma mulher é transferido para o útero da parceira, tem mostrado benefícios significativos, proporcionando uma maior ligação entre a mãe genética e a mãe biológica. Já para casais homoafetivos masculinos, o processo envolve a fertilização do óvulo de uma doadora com o sêmen de um dos parceiros e a transferência do embrião para o útero de substituição.

A procura por tratamentos de reprodução assistida por casais homoafetivos tem aumentado significativamente nos últimos anos, permitindo que muitos realizem o sonho de constituir uma família.


Critérios de seleção para garantir saúde e compatibilidade na doação de gametas 

Escolher um doador compatível é um passo crucial no processo de doação de gametas. A compatibilidade não se restringe apenas às características físicas, mas também inclui fatores genéticos e imunológicos.


Características Físicas e Saúde

O primeiro passo é escolher um doador com boa saúde física e mental. Deve-se selecionar um doador cujas características físicas sejam semelhantes às do receptor, incluindo raça, peso, altura, cor e textura dos cabelos, cor dos olhos e cor da pele. "Além das características físicas, consideramos também antecedentes pessoais de saúde, como histórico de diabetes, hipertensão, câncer e doenças psiquiátricas, além de hábitos como tabagismo e etilismo," explica Waleska de Carvalho.


Ferramentas Tecnológicas

Existem programas como FENOMATCH, OVOMATCH e FACE MATCH, que utilizam biometria facial para encontrar doadores compatíveis nos bancos de dados das clínicas. "Essas ferramentas ajudam a selecionar doadores que se assemelhem fisicamente ao receptor, aumentando as chances de sucesso no tratamento," ressalta Waleska de Carvalho.


Compatibilidade Sanguínea

A compatibilidade sanguínea é outro fator importante. Os filhos herdam o tipo sanguíneo dos pais, e as possíveis combinações devem ser consideradas para evitar problemas futuros. "A incompatibilidade sanguínea, especialmente no fator Rh, pode causar complicações na gravidez, mas isso pode ser prevenido com a administração de imunoglobulina Rh na primeira gestação ou em caso de aborto," alerta Waleska de Carvalho. 



AMCR – Associação Mulher Ciência e Reprodução Humana do Brasil
Para saber mais informações, acesse o site


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