A leitura é ferramenta essencial na
aprendizagem e para o desenvolvimento do cérebro. Ela faz pensar. Intelectuais,
autores e educadores ao longo da história falaram de sua importância – como
Francis Bacon ("A leitura faz o homem completo; a conversa, ágil; e o
escrever, preciso"); Miguel de Cervantes ("Aquele que lê
muito e anda muito, vê muito e sabe muito"); Mário Vargas Llosa ("Um
público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco
manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias"); e
muitos, muitos outros.
O nosso inesquecível Paulo Freire, autor de
A importância do ato de ler, afirma que “é preciso que a leitura seja
um ato de amor”. E o autor japonês Ryuho Okawa, ao comentar em um de seus
livros (Ame, Nutra e Perdoe) o tipo de educação que os pais podem
oferecer aos filhos, enfatiza a importância de “ensiná-los sobre o espírito que
existe por trás de cada treinamento, ou seja, a importância da atitude de
procurar superar as próprias limitações e se tornar um ser humano magnífico”. É
o conhecimento que transforma.
Ao observar o ambiente em que crescem hoje
as crianças, percebe-se o desafio que é para os pais e professores desenvolver
nelas o hábito da leitura. A multiplicidade de opções de entretenimento tende a
afastar as crianças dos livros. O desenvolvimento nelas do interesse por boas
histórias infantis deve vir junto com a alfabetização e ser permanentemente
estimulado. É essencial que esse hábito seja cultivado em casa, sob orientação
dos pais, como alternativa ao tempo dedicado à televisão e ao celular – dois
canais em que a criança mergulha antes mesmo de ser alfabetizada.
Na passagem do ensino fundamental para o
ensino médio, é essencial que o mestre seja um guia seguro no pleno despertar
para o mundo da literatura nacional e estrangeira, esta atrelada ao domínio de
outras línguas. Para a formação de cidadãos completos, com conhecimento capaz
de transformar o mundo e o próprio país, é também essencial que o estudante
saiba aliar a leitura de temas técnicos e científicos de seu interesse ao
conhecimento da história e geografia, de correntes sociológicas e filosóficas
passadas e contemporâneas, sem ignorar outros gêneros, como romances, obras de
ficção, suspense e autoajuda. Imagine como o Brasil seria diferente se todos os
estudantes cultivassem o hábito da leitura. Mais e mais pessoas com
conhecimento transformador surgiriam e não haveria a carência de lideranças que
existe hoje. É necessário que o hábito da leitura seja cultivado em todos os
lugares e estratos sociais.
Por último, também deve ser estimulado
entre nossos estudantes o hábito de acompanhar o noticiário nacional e
internacional, através da leitura crítica de jornais e revistas e de
publicações nas mídias sociais. Muitas mentiras (chamadas de fake news)
são publicadas hoje em meio ao noticiário sobre política, economia, meio
ambiente, conflitos, globalização, minorias etc. É preciso haver uma
alfabetização midiática (media literacy), desenvolvendo o senso crítico
diante dos acontecimentos, das correntes de pensamento e dos problemas sociais
e mundiais. Esse senso crítico, aliado ao domínio da língua, também será
fundamental na hora de escrever um texto ou fazer uma redação.
Um recadinho final: o hábito da leitura
deve nos acompanhar ao longo de toda a vida, em qualquer profissão, em qualquer
situação, em qualquer idade. Quem lê muito sabe mais. A leitura alimenta o
cérebro e a alma. Em seu livro Think BIG, Ryuho Okawa fala que as
sementes de pensamentos plantadas no coração determinam o futuro.
Kie Kume - gerente da
editora IRH Press do Brasil, que
publica em português as obras de Ryuho Okawa. Um dos autores mais prestigiados
no Japão, Okawa tem mais de 2.200 livros publicados, ultrapassando 100 milhões
de cópias vendidas, em 28 idiomas. (www.okawalivros.com.br)