A primeira região a
desenvolver civilizações complexas nas Américas foi o território que hoje
conhecemos como mesoamérica, área da América Central que toma grande parte do
México e alguns países vizinhos. Essa região, ainda hoje, é repleta de uma
cultura ímpar e belíssima, que nos meses finais do ano culmina com a festa do Dia
de Los Muertos.
Conhecer essa festa, que se
estende do dia 31 de outubro a 2 de novembro, é mergulhar na cultura local em
uma das ocasiões mais interessantes e diferentes que nosso continente pode
oferecer. Fazer um intercâmbio para o México nutre o estudante não só com a
língua espanhola, que é o tradicional, mas também o leva a conhecer aspectos do
povo que datam de centenas de anos antes da era comum, com os povos indígenas
responsáveis por grandes construções, tradições peculiares e cheias de dança,
festa e alegria.
Muitos podem questionar o
aspecto do estudo da língua espanhola, se comparada ao inglês, por exemplo.
Porém, ao contrário do que pensam, o espanhol é muito mais do que o “portunhol”
que se fala por aí. Ela pode parecer uma língua fácil, mas ainda assim é
estratégica, sendo o quarto idioma mais falado no mundo. Considerando que a
maioria das empresas no Brasil possuem inúmeros negócios na América Latina, o
espanhol é quase que obrigatório para manter boas relações comerciais, hoje em
dia. Em termos de currículo só se tem a ganhar, pois novas oportunidades se
mostram.
Mas intercâmbio não é só
língua, é imersão em uma cultura diferente. E em termos de cultura, essa época
é ideal, pois não há festa mexicana mais peculiar do que o Dia de Los
Muertos. A festa começou com civilizações como os astecas, maias, dentre
outros, e partia de um ponto de vista diferente sobre a morte, o de que ela faz
parte de um ciclo natural da vida, e não é o oposto a ela. Não se trata de um
“castigo divino”, como fala a cultura judaico-cristã, a que estamos habituados.
Por isso, a alegria em um
dia em que os espíritos dos familiares visitam seus entes queridos é visto como
um dia de festa, de lembrança, e não de melancolia. Embora coincida com o
calendário europeu do Halloween, Dia de Todos os Santos e o Dia de Finados,
aqui no Brasil, a data nada tem a ver com essa visão, sobretudo porque suas
raízes históricas, culturais e até climáticas são diferentes. Para os europeus,
de onde as datas comuns vêm, essa era uma época de frio intenso, do começo do inverno,
onde tudo morre, plantas, animais, pessoas. Na mesoamérica não era a mesma
época do ano, não havia o “fantasma” do inverno e da escassez.
Poder estar em contato com
essa diferença cultural é enriquecedor de muitas maneiras, pois o modo de
pensar das pessoas da região é diferente, até mesmo em assuntos tão universais.
Além disso, sempre é possível aproveitar o México por muitos outros motivos,
como a culinária apimentada e exótica, as lindas praias e o povo hospitaleiro
tão próximo e tão distante, ao mesmo tempo, de nós brasileiros.
O local é interessante,
sobretudo para quem vem buscando aprender. A região convive em harmonia com a
beleza natural e um povo orgulhoso de conquistas e lutas históricas muito
importantes. Ciudad de Mexico e Playa del Carmen, por exemplo, são duas das
cidades mais cosmopolitas do país e ideais como destino para o intercâmbio.
Elas permitem a imersão do estudante sem se que se deixe totalmente de lado o
padrão de vida com que estamos acostumados aqui no Brasil.
Mariana Carone
- Consultoria do departamento de produtos da Global Study.
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