Dia Nacional da Mamografia relembra que exame é o principal aliado no diagnóstico precoce do câncer de mama
Especialistas reforçam
importância do exame mesmo durante a pandemia
Nesta sexta-feira, 5
de fevereiro, data em que se celebra o Dia Nacional da Mamografia, a Fundação
Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI) e o HCor se
unem para um alerta à queda dos números de mamografias, exame que localiza os
tumores nas mamas.
Um levantamento
realizado pela FIDI - gestora de serviços de diagnóstico por imagem em 85
unidades rede pública - aponta uma redução de 42,6% na busca por exames de
mamografia em 2020, em comparação ao ano de 2019. O receio de contrair o novo
coronavírus parece ser a causa principal da diminuição de agendamentos do
exame. "Houve uma diferença expressiva no número de pacientes que deram
continuidade nos exames de rastreamento ou que iniciaram seus tratamentos
oncológicos, neste momento de pandemia", observa Vivian Milani, médica
radiologista da FIDI.
De acordo com Dr.
Abdalla Skaf, coordenador do Departamento de Diagnóstico por Imagem do HCor, em
um comparativo entre 2019 e o ano que marcou o início da pandemia de Covid-19
no Brasil, no hospital, duas a cada dez pacientes deixaram de fazer o
procedimento em 2020 (uma queda de 27,3%). No entanto, a continuidade da
realização de exames e check-ups é fundamental para o diagnóstico precoce de
doenças como o câncer de mama, que, por sua vez, é o principal fator para
reduzir a mortalidade entre as mulheres com a doença. Ou seja, quanto mais
avançado for o estágio do câncer de mama no momento em que a doença é
detectada, a chance de cura vai ficando relativamente menor.
Conforme a Agência
Internacional de Pesquisa em Câncer (International Agency for Research on
Cancer - IARC), o câncer de mama, considerado a principal causa de morte
por câncer nas mulheres, é a neoplasia maligna mais incidente entre mulheres do
mundo inteiro (excetuando-se os carcinomas de pele não melanoma), totalizando
24,2% de casos em 2018, com aproximadamente 2,1 milhões de ocorrências novas.
No Brasil, o número entre brasileiras também é ascendente. Para o triênio
2020-2022, foram estimados pelo Instituto Nacional de Câncer 66.280 novos
quadros da doença, o que representa uma taxa de incidência de 61,61 por 100.000
mulheres.
Por isso, além de
adotar hábitos mais saudáveis como: praticar atividades física regularmente;
alimentar-se da melhor forma possível; evitar o consumo excessivo de álcool;
não utilizar reposição hormonal de forma prolongada e/ou em alta doses e fazer
a mamografia com regularidade anual, mesmo em momento de pandemia. "Para
mulheres com fatores que contribuem para a indicação do exame, como o histórico
da doença na família, ou entre 40 a 70 anos, o cuidado é redobrado, pois as
chances de a doença aparecer aumentam. A realização do exame pode diminuir significativamente
as chances de morte pela doença", confirma Afonso Nazário, mastologista do
HCor.
Outro aspecto
importante é que, a cada mês de atraso no tratamento cirúrgico do câncer de
mama, a chance de morte aumenta 8%, podendo chegar a 13% nas formas graves da
doença, aponta Nazário.
Como é o exame
No dia do exame, não é
recomendado o uso de produtos como desodorante ou talco na região das mamas. Na
ocasião, a paciente é posicionada em pé, de forma que o seio fique entre as
duas placas do mamógrafo, que fará a compressão da mama para a captura das
imagens.
A mamografia pode ser
indicada para pacientes que não tenham a idade mínima de 40 anos, mas que
tenham risco aumentado para o desenvolvimento de tumores mamários, como aquelas
com história familiar de câncer de mama. Já em mulheres grávidas, o exame não
costuma ser orientado, pois sua precisão cai. Entretanto, quando se palpa
nódulo altamente suspeito na gestante, ela pode ser realizada, pois não
interfere no desenvolvimento fetal. Neste caso, a radiação pode ser minimizada
com uso do avental de chumbo sobre o abdômen da paciente sentada normalmente,
para melhor conforto. Nos primeiros três meses da gestação, quando a mamografia
não é indicada, o ultrassom é a melhor opção para avaliação das mamas neste grupo
específico.
Sobre a FIDI
A Fundação Instituto
de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI) existe há mais de 30 anos
e é responsável por gerir sistemas de diagnóstico por imagem na rede pública de
saúde. Fundada em 1985 por médicos professores integrantes do Departamento de
Diagnóstico por Imagem da Escola Paulista de Medicina - atual Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP) -, a FIDI nasceu com o objetivo de prestar
assistência à população, além de contribuir para o aprimoramento de médicos
radiologistas por meio de programas de educação continuada, bolsas de estudo e
cursos de especialização.
Com 2.500
colaboradores e um corpo técnico formado por mais de 500 médicos, a FIDI
realiza anualmente 5 milhões de exames entre ressonância magnética, tomografia
computadorizada, ultrassonografia, mamografia, raios-X e densitometria óssea.
Desde 2006, a FIDI deixou de ser Instituto e passou a ser denominada Fundação.
Em 2009 ganhou status de Organização Social, expandido sua atuação e hoje está
presente em 85 unidades de saúde nos estados de São Paulo e Goiás, além de ter
participado da primeira Parceria Público-Privada de diagnóstico por imagem na
Bahia. As unidades Goiás e SEDI III receberam o selo de "Excelente Empresa
Para se Trabalhar" (GPTW) em 2018 e 2019. Neste ano, a unidade de São
Caetano do Sul elencou o guia "Melhores Empresas para Trabalhar GPTW -
Saúde 2019".
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