O diabetes mellitus é uma doença crônica que pode elevar o risco para doenças cardiovasculares, como apontou o estudo CAPTURE ¹, realizado pela farmacêutica Novo Nordisk, afirmando que um em cada três pacientes com diabetes tipo 2 já possui doença cardiovascular estabelecida.
Atualmente, o Brasil ocupa a quinta posição mundial em número de
casos de diabetes, com 16,8 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos afetadas pela
doença, segundo o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes. A
estimativa é que esse número chegue a 21,5 milhões em 2030. No Dia Mundial do
Diabetes (14/11), a dra. Rosita Fontes, endocrinologista dos laboratórios
Sérgio Franco e Bronstein, que fazem parte da Dasa, explica que a relação entre
diabetes e doenças do coração é complexa e multifatorial, mas, de maneira
geral, pode afetar o órgão de três formas principais.
1. Diabéticos têm mais chances de ter problemas
cardiovasculares
Segundo a American Heart Association², a chance de desenvolver
doenças cardíacas passa a ser de duas a quatro vezes maior em comparação com
quem não possui diabetes.
“Isso
ocorre, principalmente, porque a doença, quando não controlada, pode afetar o
endotélio, ou seja, a camada interna dos vasos sanguíneos. Uma vez que o
sistema vascular está comprometido, prejudica-se também o funcionamento do
coração”, afirma a dra. Rosita.
2. Formação de acerelada de placas nas artérias
O aumento da glicose pode danificar os vasos sanguíneos e provocar
inflamações, elevando o risco de aterosclerose – caracterizada pelo acúmulo de
placas de gordura nas artérias. A formação dessas placas torna as artérias mais
rígidas, dificultando a passagem do sangue, aumentando a pressão corporal, além
do risco de trombose, caso se desprendam e formem coágulos.
“É importante estar atento aos sintomas do diabetes tipo 2 para
que o diagnóstico seja feito precocemente e o tratamento seja acompanhado por
um endocrinologista. Os sinais da doença são característicos, como visão turva,
sede excessiva, aumento na frequência urinária e episódios de fadiga”, detalha
a médica.
3. Sobrecarga ao coração
A resistência à insulina, comum em pacientes com diabetes tipo 2,
também pode estar associada à obesidade, outro fator de risco cardiovascular.
Um estudo³ recente conduzido pela Endocrine Society descobriu que pessoas com
menos de 50 anos e obesas têm um risco maior de ataque cardíaco ou derrame
se viverem com obesidade por 10 anos.
“O coração de uma pessoa obesa e com diabetes precisa trabalhar
mais para bombear sangue para todo o corpo, o que pode levar ao aumento do
tamanho do órgão. Por isso, a perda de peso é importante para controlar o
diabetes, pois diminui a concentração de insulina e aumenta a sensibilidade a
ela”, reforça Rosita Fontes.
Segundo a endocrinologista, é extremamente possível ter qualidade
de vida com diabetes e minimizar os riscos cardiológicos. Para isso, a médica
afirma que é fundamental adotar um estilo de vida saudável, incluindo a prática
regular de atividades físicas, uma dieta equilibrada e o monitoramento contínuo
dos níveis de glicose, que pode ser feito em casa com a ajuda de aparelhos
específicos. O acompanhamento médico frequente é vital para ajustes no
tratamento e na prevenção de complicações.
Referências
¹ https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34315481/
³ https://www.eurekalert.org/news-releases/1046226
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