Apesar dos desafios impostos pela condição, hoje em dia as pessoas com estomia podem fazer qualquer tipo de atividade
Criado pela Lei número 11.506/2007, em homenagem a fundação da Sociedade Brasileira dos Ostomizados (Abraso), o Dia Nacional dos Ostomizados, celebrado em 16 de novembro, tem o objetivo de combater o preconceito contra as pessoas com estomia por meio da disseminação de informações a respeito da condição. Segundo o Ministério da Saúde, existem cerca de 400 mil pessoas com algum tipo de estomia no Brasil.
A cirurgia de confecção da estomia é o procedimento pelo qual um indivíduo, seja adulto ou criança, necessita passar para criar uma abertura, um orifício, de um órgão para o meio externo do corpo no corpo, que vai funcionar como um caminho alternativo para seu funcionamento, como a eliminação das fezes e urina ou para auxiliar na respiração.2 “Estomia é a comunicação entre um órgão interno com o ambiente externo. Existem vários tipos de estomias como a traqueostomia, que é a estomia respiratória, a gastrostomia, que é a estomia de alimentação, e as estomias de eliminação, como a colostomia, a ileostomia e a urostomia”, explica a estomaterapeuta Maria Angela Boccara de Paula, membro titular emérito da Sociedade Brasileira de Estomaterapia, presidente do Comitê de Educação do WCET (World Council of Enterostomal Therapist), mestre e doutora em enfermagem.
De acordo com Maria Angela, conscientizar as pessoas é
fundamental, porque a estomia impõe muitos desafios para a vida de quem é
acometido pela condição. “Cada tipo da estomia pode apresentar uma dificuldade
diferente. Uma estomia de eliminação, por exemplo, implica na utilização de um
equipamento coletor, que precisa estar aderido a pele. Por isso, é importante
que a bolsa seja adequada ao perfil corporal da pessoa, para prevenir
intercorrências como a dermatite de contato irritativa, causada por vazamentos
ou adesivos não amigáveis à pele”, esclarece.
Nova vida graças à estomia
Diagnosticada em 2003 com Doença de Crohn, doença inflamatória crônica que afeta o trato gastrointestinal, a enfermeira e embaixadora da Coloplast, Manie de Andrade vive com uma estomia desde 2015. “Fiz diversos tratamentos que tiveram sucesso apenas por um tempo determinado. “Então, no intervalo entre os ciclos de medicamentos tive um quadro mais grave com abscessos, estenose e perfuração intestinal. Foi nesse momento que a estomia chegou na minha vida”. Conforme descreve Manie, mesmo tendo que passar por uma adaptação, a estomia foi essencial para que ela voltasse a ter qualidade de vida. “Tenho o diagnóstico de uma forma grave da Doença de Crohn. Quando passei pela cirurgia, eu estava em uma crise muito difícil. Estava tendo dias de dores, depressão e crises de ansiedade. Mal saía de casa. Então, a estomia me proporcionou viver. Nos últimos anos eu sobrevivi”, admite.
Maria Angela explica que o processo de adaptação pode levar um tempo, já que se trata de uma situação muito delicada. “São necessidades íntimas que fazemos de forma privativa e ter que utilizar um equipamento coletor que fica a mostra pode ser bastante constrangedor, até para adaptar as vestimentas e evitar que o equipamento apareça”. Mas a estomaterapeuta afirma que é possível ter uma vida normal, seja no trabalho, na família, no convívio social. “As pessoas com estomia podem viajar, nadar, praticar esportes, ter vida sexual, pois hoje em dia as bolsas coletoras são muito boas. O uso correto do equipamento adequado ao perfil de cada um determinará mais qualidade de vida porque transmitirá mais confiança. É sobre ter a certeza de que será possível sair com segurança, pois seu equipamento não vai vazar”, destaca.
Manie concorda e conta que tem uma rotina normal, faz musculação, dança, além de sair com amigos e construir relacionamentos como qualquer pessoa. “Uso uma bolsa que tem o tamanho perfeito para mim, com o fechamento em velcro. Por ser super flexível, ela contribui na facilitação de atividades simples como amarrar um tênis, por exemplo”.
A enfermeira acredita que O Dia Nacional dos Ostomizados é importante para conscientizar o público a respeito da condição. “Por mais que você não veja, algumas deficiências existem. É preciso aprender a lidar e falar com as pessoas com mais educação e respeito”, pede, Manie. E deixa uma mensagem otimista para quem está passando pelo problema agora: “Eu sei que alguns momentos podem ser bem difíceis. A adaptação leva um tempo. Se você fez cirurgia recentemente, espero que seus dias melhorem mais e mais. Lembre-se de viver! A vida é passageira. E nem sempre nos damos conta disso. Converse com seu médico, busque o equipamento mais adequado para você. Informe-se sobre seus direitos, busque-os e seja feliz”, conclui.
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