Especialista explica esquema vacinal e benefícios da mudança de oral para injetável
O Ministério da
Saúde do Brasil acaba de implementar mudanças significativas na vacinação
contra a poliomielite, substituindo a vacina oral (VOP) pela vacina inativada
injetável (VIP). Para o Prof. Dr. Antonio Condino-Neto, médico pediatra,
alergista e imunologista pela USP, “A adoção exclusiva da VIP
visa aumentar a eficácia e a segurança da imunização contra a poliomielite.
Isso porque a vacina inativada injetável induz uma resposta imunológica robusta
sem o risco de reativação viral presente na vacina oral. Essa mudança fortalece
a proteção das crianças e contribui para a manutenção do status do Brasil como
país livre da poliomielite há mais de três décadas”.
A substituição da
vacina oral (VOP) pela injetável (VIP) foi motivada por critérios
epidemiológicos, evidências científicas e recomendações internacionais.
A VIP, contendo o vírus inativado, oferece maior segurança, eliminando o risco,
embora raro, de poliomielite associada à vacina, que poderia ocorrer com a VOP,
que utilizava vírus atenuados. “Além disso, países como Estados Unidos e nações
europeias já adotaram esquemas vacinais exclusivos com a VIP, portanto essa
mudança na vacinação da polio alinha o Brasil às práticas internacionais”,
explica o especialista em Imunologia, que também é diretor científico na Clínica Alergológica.
Efeitos
colaterais – Dr. Condino-Neto explica que há
diferenças nos perfis de efeitos colaterais entre as vacinas. A VOP, por conter
vírus vivos atenuados, pode apresentar um risco - ainda que muito raro - de
causar poliomielite associada à vacina. Já a VIP, por ser composta de vírus
inativados, não apresenta esse risco, e os seus efeitos colaterais são
geralmente leves: podem incluir dor ou vermelhidão no local da injeção, febre
moderada, dor de cabeça ou dores no corpo, desaparecendo entre 24 a 48 horas.
Esquema
de vacinação e cuidados pós-vacinação:
As doses recomendadas da vacina contra poliomielite injetável devem ser:
- 2 meses: 1ª dose
- 4 meses: 2ª dose
- 6 meses: 3ª dose
- 15 meses: dose
de reforço
“Após a vacinação,
é comum que a criança apresente reações leves, como dor ou vermelhidão no local
da injeção e febre moderada. Por isso, minha recomendação é manter a área da
aplicação limpa e seca e observar se a criança apresenta qualquer reação
adversa. Em caso de dúvidas ou reações intensas, os pais devem procurar
orientação médica”, alerta Dr. Condino-Neto.
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