No Dia Nacional de Atenção à Dislexia (16/11) especialistas apontam os primeiros sintomas e novos tipos de tratamento para melhora da qualidade de vida dos pacientes
Comemorado no dia 16 de novembro, o Dia Nacional de Atenção à Dislexia busca aumentar a conscientização sobre este transtorno de aprendizagem que afeta cerca de 5% da população brasileira, segundo estimativas do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Dislexia. A condição, que é frequentemente diagnosticada em crianças em idade escolar, se manifesta como uma dificuldade na leitura e na escrita, sem comprometer a inteligência geral.
Os sintomas da dislexia costumam aparecer entre os 5 e 7 anos, quando as crianças começam a ser expostas às habilidades de leitura e escrita. Os principais sinais a serem observados incluem dificuldade em associar sons às letras, leitura lenta e hesitante, inversão de letras ou números, problemas com a compreensão de texto e erros ortográficos frequentes.
Os tratamentos tradicionais para a dislexia envolvem
uma abordagem multidisciplinar, combinando terapia fonoaudiológica, apoio
pedagógico especializado e, em alguns casos, intervenção psicológica. A
fonoaudiologia ajuda a criança a melhorar suas habilidades de leitura,
compreensão e fluência verbal, enquanto programas educacionais personalizados
utilizam métodos de ensino estruturados que associa estímulos visuais,
auditivos e táteis.
Novos tratamentos e a importância do diagnóstico precoce
Segundo a neurocientista e pesquisadora do Hospital das Clínicas do grupo de distúrbios de movimentos da Faculdade de Medicina da USP, Carolina Souza, o diagnóstico da dislexia precisa ser precoce e o apoio multidisciplinar são fundamentais para melhorar a qualidade de vida de quem convive com a dislexia. "O diagnóstico precoce e intervenções adequadas podem fazer toda a diferença na trajetória acadêmica e social da criança", afirma a neurocientista.
Nos últimos anos, a tecnologia tem desempenhado um papel crescente no tratamento de pessoas com dislexia com softwares de leitura assistida por inteligência artificial e aplicativos de reforço escolar. Uma nova abordagem que vem ganhando cada vez adeptos é a neuromodulação não invasiva que atua diretamente no cérebro para melhorar a capacidade de processamento da linguagem e das funções cognitivas.
Com as técnicas como a estimulação magnética
transcraniana (EMT) e a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC)
que são capazes de modular a atividade cerebral em áreas associadas à leitura,
escrita e reconhecimento de padrões linguísticos, ajudando no tratamento da dislexia:
“Estudos recentes mostram que, quando combinada com terapias tradicionais, a
neuromodulação pode potencializar os resultados, promovendo uma maior plasticidade
cerebral e facilitando o aprendizado em crianças e adultos com dislexia”,
afirma a neurocientista.
Flavia Lopes
Fonte: Carolina Souza, neurocientista com PhD em Neurologia pela USP
Nenhum comentário:
Postar um comentário