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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

No Dia Mundial do Câncer, campanha alerta para urgência de diagnósticos e tratamentos mesmo durante a pandemia de Covid-1

Mais de 70 mil brasileiros com câncer podem ter deixado de receber o diagnóstico nos quatro primeiros meses da crise sanitária.

 

Nesta quinta-feira, 4 de fevereiro, entidades e médicos no mundo todo chamam a atenção para a importância de não atrasar diagnósticos e controle do câncer, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus. No Dia Mundial de Combate ao Câncer, a preocupação é evitar o surgimento de uma pandemia de tumores em estágio avançado. Isso porque, em 2020, as medidas de distanciamento social impactaram a rotina de muitos pacientes oncológicos e reduziram drasticamente os diagnósticos e tratamentos.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Oncoguia apontou que 43% das pessoas em tratamento relataram que sua rotina de cuidados médicos foi impactada pela pandemia. Entre as justificativas para o cancelamento ou adiamento dos tratamentos, 43% disseram que foi uma decisão do hospital ou clínica por conta de risco de contágio, priorização de pacientes, redução de equipe e impacto na infraestrutura. Já 12% afirmaram que foi uma decisão pessoal e 3% declararam que foi uma escolha compartilhada com o médico.

Além do impacto sobre os tratamentos, a pandemia também prejudicou a identificação de novos casos de câncer. Dados Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) estimam que ao menos 70 mil brasileiros com câncer deixaram de receber o diagnóstico nos quatro primeiros meses de pandemia. Para se ter uma ideia do que isso pode representar no futuro, basta considerar que são previstos 625 mil novos casos da doença no Brasil ao ano até 2022, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

É preocupante, portanto, a estimativa de que uma parte significativa desses casos deixou de ser identificada e, consequentemente, tratada. Com esse represamento, os especialistas temem um aumento expressivo no número de pacientes com câncer em estágio avançado, já que alguns tumores podem evoluir de forma agressiva em poucos meses.

De acordo com um estudo publicado na revista médica britânica BMJ, atrasar o tratamento de um câncer por um mês pode aumentar o risco de morte entre 6% e 13%. Ainda segundo os autores da pesquisa, adiar por 12 semanas a cirurgia de uma mulher com câncer de mama se traduz em 6.100 mortes adicionais nos Estados Unidos e 1.400 no Reino Unido. Em tempos de Covid-19, a recomendação das sociedades médicas é a manutenção da rotina de acompanhamento e da não interrupção do tratamento por conta própria, de modo que médico e paciente determinem juntos a melhor forma de continuar realizando os cuidados, mas com segurança.

"A taxa de contaminação por Covid-19 nas clínicas oncológicas é bastante baixa graças a todas as manobras de distanciamento social. Portanto, tanto as clínicas de oncologia quanto as unidades hospitalares são tidos como ambientes bastante seguros. O nível de cuidado nesses ambientes é tão elevado que a taxa de infecção pelo novo coronavírus tem sido relativamente baixa", explica o médico oncologista Luiz Henrique de Lima Araújo, que também é pesquisador do INCA.

O normal mudou, o câncer não

Diante desse cenário, a campanha "O Normal Mudou, o Câncer Não" foi criada para sensibilizar a sociedade sobre a importância de não interromper os tratamentos oncológicos mesmo durante a pandemia e estimular uma mobilização social em prol do apoio aos pacientes com câncer. A campanha é realizada pela AstraZeneca em parceria com o Instituto Lado a Lado Pela Vida, Instituto Vencer o Câncer, Oncoguia, Femama e diversas associações médicas.

A ideia é promover uma abordagem positiva sobre a retomada do tratamento oncológico para fazer de 2021 o ano do cuidado. No site https://www.programafazbem.com.br/onormalmudouocancernao, pacientes, familiares e amigos encontram informações e um vídeo gravado pelo Dr. Dráuzio Varella sobre a importância da retomada e manutenção dos tratamentos oncológicos durante a pandemia.

A campanha inclui ações nas redes sociais, mídia impressa e veiculação de spots em rádio, que contam com a participação do Dr. Fernando Maluf, médico oncologista e fundador do Instituto Vencer o Câncer. Tem ainda o apoio de diversos influenciadores, como Letícia Birkeuer, Viviane Pasmanter, Julianne Trevisol, Cinara Leal, Renata Boldrini, Heslaine Vieira e Maria Joana.

"A grande mensagem é que os pacientes não devem mais postergar seus exames de rotina, suas mamografias, colonoscopia, biópsias e qualquer outro procedimento que tenha indicação médica. O mais importante é que você converse com o seu médico, mesmo durante a pandemia", reforça o oncologista e pesquisador Luiz Henrique de Lima Araújo.


Mitos e verdades sobre a cera de ouvido

  Uso de hastes flexíveis e soluções caseiras podem gerar danos graves aos pacientes com acúmulo da substância


A chegada do Verão costuma aumentar o número de atendimentos de pacientes em prontos-socorros com a reclamação de ouvido tampado devido ao acúmulo de cera. Por conta do desconhecimento, muitas pessoas acabam piorando a situação ao tentar “resolver” o problema com soluções caseiras.

Para esclarecer os principais mitos e verdades a respeito do assunto, a otorrinolaringologista Marcéli Nicole Peixoto Paiva, do Hospital Paulista, aborda a seguir as principais consequências do excesso de cera nos ouvidos, assim como os tratamentos possíveis.

“A cera nos ouvidos só gera prejuízos” – Mito

A cera é uma substância benéfica, produzida pela pele do canal auditivo, que ajuda na proteção do ouvido e contém substâncias com propriedades antibacterianas.

“A cera precisa ser retirada periodicamente com hastes flexíveis” – Mito

De acordo com a otorrinolaringologista, o ouvido tem mecanismos próprios que permitem a expulsão lenta e periódica do excesso de cera. O uso de hastes flexíveis e semelhantes prejudica a atuação desses mecanismos. “Por isso, a remoção da cera por conta própria pelo paciente deve ser evitada ao máximo. Nos casos em que a cera esteja em excesso, prejudicando a audição e causando incômodo, o paciente deve procurar o otorrinolaringologista para que seja feita a remoção com os instrumentos e técnicas adequadas, após uma correta avaliação.”

Algumas pessoas podem ter uma produção maior de cera, mas há hábitos que favorecem o acúmulo e a compactação da cera no canal auditivo, como o uso de hastes flexíveis e a manipulação dos ouvidos com outros objetos, seja na tentativa de aliviar a coceira ou de retirar o cerume por conta própria. “Deve-se evitar ao máximo esses hábitos a fim de prevenir não apenas o acúmulo de cera, como também prevenir lesões na pele do conduto e na membrana timpânica, e até mesmo a perda auditiva.”

“O acúmulo de cera gera prejuízo momentâneo à audição” – Verdade

O mais comum é o acúmulo de cera e não uma produção em excesso da substância. Nesses casos, o paciente tem uma sensação de ouvido tampado, com consequente diminuição e abafamento da audição, que gera bastante incômodo. De acordo com a médica, alguns casos podem vir associados à coceira e à dor, geralmente de leve intensidade. Em outros, podem estar associados à inflamação do canal auditivo.

“A produção de cera depende de vários fatores” – Verdade

A produção depende de fatores como condições de pele, estado febril, irritações locais e até mesmo o estado emocional do paciente. Banhos de imersão em mar, piscinas e lagos não afetam a produção do cerume, mas podem causar sensação de ouvido tampado, o que leva a um aumento significativo da procura ao atendimento de otorrinolaringologia durante o Verão.

“A água não afeta a condição da cera nos ouvidos” – Mito

A entrada de água pode deslocar a cera já existente no canal auditivo, gerando o seu bloqueio. Da mesma forma, a simples presença da água já pode gerar uma sensação transitória de entupimento do ouvido. Isso costuma ser breve, melhorando após a evaporação ou escorrimento natural da água. Nesses casos, o ato de virar a cabeça com a orelha afetada para baixo e puxá-la levemente para trás pode ajudar no escoamento da água. Caso a sensação de obstrução da audição permaneça mesmo após essa manobra e não melhore após algumas horas, deve-se suspeitar da presença de cera impactada e até mesmo de outras condições como inflamações do canal auditivo, se houver também dor ou coceira. Assim, o paciente deverá procurar auxílio para o devido tratamento.

“O uso de fones interfere na situação da cera nos ouvidos” – Verdade

O uso de fones de ouvido do tipo intra-auricular, ou seja, aqueles que penetram o canal auditivo, pode ser danoso, pois eles “empurram” a cera para dentro, podendo gerar acúmulo da substância. De acordo com a médica, estes são os principais cuidados em relação aos fones de ouvidos:

- Dar preferência aos fones que não penetram o canal auditivo, como os que se encaixam na cartilagem da concha, os que se apoiam atrás da orelha e os que cobrem a orelha;

- Fazer a higienização periódica dos fones auditivos com álcool após o uso para evitar infecções;

- Escolher o modelo de fone de ouvido que mais lhe cause conforto. Caso algum determinado modelo cause dor persistente, evitar o uso e procurar auxílio com o otorrinolaringologista;

- Independente do modelo do fone de ouvido, deve-se evitar o volume demasiadamente alto nos fones, assim como a exposição prolongada ao som, pois intensidades sonoras altas e prolongadas muito próximas ao órgão auditivo podem causar lesões como perda auditiva e zumbido, que podem ser irreversíveis.

“Na maioria das vezes, o tratamento para o excesso de cera é indolor” – Verdade

A remoção da cera de ouvido é um procedimento rápido, na maioria das vezes indolor, e gera um alívio imediato dos sintomas. O médico irá detectar a causa das sensações relatadas pelo paciente e proceder à sua remoção, caso haja excesso. Nesse caso, o médico pode empregar as seguintes técnicas e instrumentos, dependendo de cada paciente:

1 - Irrigação (lavagem) com água limpa na temperatura corporal (através do auxílio de seringas ou duchas automáticas);

2 - Sucção da cera com uma sonda de aspiração fina;

3 - Remoção mecânica da cera com uma cureta delicada.

Em alguns casos, quando a cera está muito petrificada ou impactada, pode ser necessária a prescrição de gotas otológicas para “amolecimento” da mesma, alguns dias antes do procedimento, a fim de facilitar a remoção.



Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Casos de contaminação por hepatite A aumentam no verão

Doença é causada pela água e alimentos contaminados

 

O início do ano é um dos momentos mais propícios para aproveitar o verão. E mesmo que as medidas de prevenção para conter o avanço da COVID-19 ainda estejam em vigor, ainda é possível se divertir, com segurança, nos dias quentes. Porém, essa época também é marcada pela maior incidência da hepatite A, já que o vírus se prolifera em água contaminada.

Segundo o Dr. Rodrigo Luz, hepatologista e coordenador do Centro Hepatobiliar do CHN, essa doença é transmitida através do contato com água, bebida ou alimento – principalmente verduras, frutas e vegetais crus e frutos do mar mal lavados – com a presença do vírus ou através do contato com uma pessoa infectada. Isso exige um cuidado maior na hora de escolher o alimento que será consumido, tanto em casa quanto em restaurantes.

“É necessário higienizar os alimentos com muito cuidado para diminuir ao máximo as chances de contágio pelo vírus da hepatite A. Isso vale para a água que for consumida, ela deve ser filtrada e própria para o consumo. Outra forma de prevenir a doença é evitando praias, lagoas e cachoeiras com indícios de poluição.”, afirma Rodrigo.

O médico explica que os principais sintomas da hepatite A são: dor no corpo, desânimo, mal-estar, urina escurecida, olhos e pele amarelada (icterícia). “Como os sintomas iniciais da doença são muito semelhantes aos de outros quadros comuns, é mais difícil realizar o diagnóstico na fase inicial. Porém, a boa notícia é que a grande maioria dos casos de hepatite A não evolui para um estágio perigoso e basta ficar em repouso e beber bastante água para recuperar-se por completo.”, complementa o hepatologista.

Caso os sinais persistam, é indicado que o paciente busque orientação médica – já que, nos casos mais graves, pode haver a hepatite fulminante, em que a função hepática fica seriamente comprometida. Além de ter atenção redobrada com a água e os alimentos consumidos, a vacina contra a hepatite A é a principal forma de prevenir a doença. Ela deve ser tomada em duas doses, com intervalo de seis meses.

Além da hepatite A, Rodrigo Luz alerta para um outro perigo iminente que vem preocupando os cariocas: a contaminação da água pela geosmina. A substância orgânica produzida por algas, deixa a água turva e com gosto de barro, tornando-a imprópria para o consumo. De acordo com o médico, beber a água com geosmina pode provocar diarreia, gastroenterite e vômitos, confundindo os sintomas de hepatite A.


Como anda a sua audição?

 Conheça os primeiros sinais de dificuldade auditiva


Admitir a própria deficiência auditiva não é fácil, mas é necessário. Será que você ainda ouve tão bem quanto antes? Muitas pessoas não entendem de imediato o que está ocorrendo quando surgem as primeiras dificuldades de audição. Isso acontece porque, na maioria dos casos, a perda auditiva se desenvolve lentamente no decorrer dos anos e os sintomas são difíceis de serem identificados.

O processo é diferente em cada indivíduo, mas aproximadamente uma em cada dez pessoas a partir dos 40 anos já convive com algum grau de perda auditiva. Com o envelhecimento natural do corpo, as células ciliadas do ouvido interno começam a morrer. E na Terceira Idade, a perda auditiva tende a ser mais severa.

"O primeiro passo é aceitar que já existem dificuldades para ouvir em certas situações. Reconhecer a deficiência é a melhor coisa a fazer. Estudos comprovam que o tratamento da perda de audição, geralmente com o uso de aparelhos auditivos, resulta em melhoras significativas na qualidade de vida", afirma a fonoaudióloga Marcella Vidal, Gerente de Audiologia Corporativo da Telex Soluções Auditivas.

O indivíduo pode notar os primeiros indícios de surdez pela dificuldade de entender o que as pessoas estão falando. Os sons da fala com mais alta frequência são as consoantes, como o S, T, K, P e F.

Dez outros sintomas devem acender o sinal amarelo.

- Ouvir as pessoas falando como se elas estivessem sussurrando;

- Assistir TV em volume mais alto do que as outras pessoas da casa, pedindo com frequência para aumentarem o som;

- Não ouvir quando é chamado por uma pessoa que não está à sua frente ou que se encontra em outro cômodo do imóvel;

- Comunicar-se com dificuldade quando está junto a um grupo de pessoas ou em uma reunião;

- Pedir com freqüência que as pessoas repitam o que disseram;

- Ouvir com dificuldade o toque da campainha de casa ou o toque do celular; ou mesmo ficar embaraçado ao não entender o que outro diz pelo telefone;

- Dificuldade em comunicar-se em ambientes ruidosos, como no carro, ônibus ou trem;

- Fazer uso de leitura labial durante uma conversa;

- Família e amigos comentam que você não está ouvindo bem;

- Se concentrar muito para entender o que as pessoas falam ou cochicham;

O diagnóstico deverá se feito por um médico otorrinolaringologista. Depois, cabe a um fonoaudiólogo indicar qual o tipo e modelo de aparelho são os mais indicados para atender às necessidades de cada um.

"Dificuldades de audição podem afetar a vida social e prejudicar as relações de trabalho. A perda auditiva acontece de maneira lenta e progressiva e, com o decorrer dos anos, se não houver tratamento, a deficiência atinge um estágio mais avançado. Por isso, o uso diário do aparelho e o apoio da família são essenciais para que o indivíduo resgate a sua autoestima e mantenha a vontade de interagir com parentes e amigos", explica a fonoaudióloga da Telex.

A tecnologia avançada tem sido uma grande aliada dos deficientes auditivos. Atualmente, há uma diversidade de modelos de aparelhos, discretos, com design moderno, conectados à Internet e adequados para os diferentes graus de perda auditiva.


GRAACC orienta sobre a vacinação contra Covid-19 em crianças com câncer

Posicionamento das Sociedades de Imunização e Pediatria irá embasar as recomendações sobre esse grupo específico; vacinação do entorno irá auxiliar com a diminuição do risco de pacientes com câncer infantojuvenil

 

O mundo se encheu de esperança após a divulgação da vacina contra a Covid-19. A necessidade de ter uma vacina contra um vírus que devastou a população mobilizou a comunidade científica mundial que vem estudando arduamente diversas plataformas de vacina para imunizar a população contra a doença.

"Até o momento, duas vacinas contra COVID-19 foram aprovadas para uso emergencial no Brasil. Ainda não se sabe a segurança e eficácia em alguns grupos específicos como pacientes imunossuprimidos, oncológicos ou submetidos a transplante de medula óssea", explica a Dra. Fabianne Carlesse, infectologista pediátrica do Hospital do GRAACC.

A avaliação de risco benefício e a decisão referente à vacinação ou não deverá ser realizada pelo paciente em conjunto com o médico assistente, sendo que a vacinação somente deverá ser realizada com prescrição médica.

"Aguardamos o posicionamento da Sociedade Brasileira de Imunizações, e de Pediatria, para as recomendações sobre esse grupo etário. Depois dessa aprovação é que haverá alguma recomendação para as crianças oncológicas. Porém, a vacinação do entorno, seja médicos, pais, avós, tios ou responsáveis, irá auxiliar muito com a diminuição do risco desses pacientes terem contato com a Covid-19, e isso já pode ser considerado uma grande vitória", salienta a Dra. Fabianne.

Algumas precauções devem ser tomadas ao se recomendar a vacinação, e isso vale para qualquer vacina. Por exemplo, diante de doenças agudas febris moderadas ou graves, recomenda-se o adiamento da vacinação até a resolução do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença. "Não há evidências, até o momento, de qualquer preocupação de segurança na vacinação de indivíduos com história anterior de infecção ou com anticorpo detectável pelo SARS-COV-2", acrescenta a infectologista.


Tipos e importância das vacinas

As vacinas de vírus inativados utilizam tecnologia clássica de produção, através da qual é produzida uma grande quantidade de vírus em cultura de células, sendo estes posteriormente inativados por procedimentos físicos ou químicos. Geralmente são vacinas seguras e imunogênicas, pois os vírus inativados não possuem a capacidade de replicação e, assim, o organismo não fica exposto às grandes quantidades de antígenos.

As vacinas de vetores virais utilizam vírus humanos ou de outros animais, replicantes ou não, como vetores de genes que codificam a produção da proteína antigênica (no caso a proteína Spike ou proteína S do SARS-CoV-2). Os vetores virais replicantes podem se replicar dentro das células enquanto os não replicantes, não conseguem realizar o processo de replicação, porque seus genes principais foram desativados ou excluídos. Uma vez inoculadas, estas vacinas com os vírus geneticamente modificados estimulam as células humanas a produzir a proteína Spike, que vão, por sua vez, estimular a resposta imune específica. O vírus recombinante funciona como um transportador do material genético do vírus alvo, ou seja, é um vetor inócuo, incapaz de causar doenças.

O vírus tem uma capacidade de transmissibilidade muito alta. Cada indivíduo infectado consegue infectar de 2,5 a 3 pessoas, sendo assim cerca de 60% a 70% da população precisaria estar imune (assumindo uma população com interação homogênea) para interromper a circulação do vírus. Desta forma, seria necessária a vacinação de 70% ou mais da população (a depender da efetividade da vacina em prevenir a transmissibilidade) para eliminação da doença. Portanto, em um momento inicial, em que não existe ampla disponibilidade da vacina no mercado mundial, o objetivo principal da vacinação passa a ser focado na redução da morbimortalidade causada pelo novo coronavírus, bem como a manutenção do funcionamento da força de trabalho dos serviços de saúde e a manutenção do funcionamento dos serviços essenciais.


Sobre o GRAACC

Criado em 1991 para atender crianças e adolescentes com câncer, o Hospital do GRAACC tornou-se, em pouco tempo, referência no tratamento do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade. Possui uma parceria técnica-científica com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que possibilita, além de diagnosticar e tratar o câncer infantil, o desenvolvimento de ensino e pesquisa.

O GRAACC é a primeira instituição do país, especializada em câncer infantojuvenil, a receber a acreditação da Joint Commission International (JCI), uma das organizações mais renomadas do mundo na área de certificações em serviços de saúde, que reacreditou o hospital em 2020, quando foram realizadas mais de 32 mil consultas, além de cerca de 1500 procedimentos cirúrgicos e 20,5 mil sessões de quimioterapia.

A instituição completará 30 anos de atividades em 2021. Neste período, o Hospital do GRAACC elevou o patamar do tratamento de alta complexidade do câncer infantojuvenil no Brasil, para 70% de chances de cura, em média. Saiba mais sobre o trabalho do GRAACC em https://www.graacc.org.br


Mitos e verdades sobre a creatina

 Farmácia de manipulação desmistifica os questionamentos sobre o suplemento

 

Assim como o Whey Protein, a Creatina também é um suplemento muito utilizado por pessoas que gostam de treinar e ter um auxílio na manutenção do corpo, isso porque ela melhora a resistência durante a atividade física, hipertrofia e aumento da força.

Além disso, se engana quem acredita que essa é sua única função. Alguns estudos propõem o seu uso para idosos com Alzheimer e Parkinson, pois contribui para o metabolismo energético e diminui o estresse oxidativo. No entanto, apesar de seus inúmeros benefícios, muitos mitos rondam o tema, e pensando nisso a farmácia de manipulação, A Fórmula, resolveu esclarecer algumas dúvidas.

"Nós da A Fórmula conhecemos muito o uso desses suplementos, principalmente porque temos fabricação própria, e agora no verão, o uso deles aumenta, pois, as pessoas buscam fazer atividades que as deixem com um corpo dos sonhos para aproveitar praias e piscinas. É importante entender, que, além disso, a creatina auxilia em muitos pacientes internados, para evitar a fadiga e as dores musculares, sendo ideal nesse momento de pandemia. Por isso achamos de extrema importância trazer essas informações para que não haja mais dúvidas", conta Helder Teixeira, farmacêutico franqueado da farmácia.

Confira:


• Creatina pode ser encontrada em alimentos.

Verdade. Alguns alimentos são ricos em creatina, como carne de porco, carne vermelha, salmão, fígado, frango, atum, bacalhau, ovo e leite. Contudo, diferente do suplemento, esse produtos possuem outros componentes, por isso, se quiser extrair a melhor parte deles é ideal que se consulte um especialista e ele lhe indicará a porção certa para ingeri-los.


• Creatina interfere no crescimento do adolescente.

Mito. Esse é um dos mitos mais comentados entre as pessoas, mas passa longe de ser real, porque todos nós temos creatina no corpo e consumismo-os praticamente todos os dias nos alimentados citados acima. Apesar de não haver nenhuma preocupação, sempre é bom passar por uma avaliação de um especialista.


• A Creatina não precisa ser ciclada.

Verdade. Alguns suplementos precisam dessas pausas durante seu uso, para que estejam em um nível equilibrado no corpo, porém, com a creatina é diferente, isso porque ela necessita desses altos níveis para ter efeitos positivos.


• A Creatina é um esteróide.

Mito. A creatina é um aminoácido, diferente dos esteróides, que são grandes grupos de compostos solúveis de gordura.

• Mesmo a creatina podendo ser encontrada em alimentos, o suprimento às vezes se torna necessário.


Verdade. Isso porque para a pessoa conseguir extrair toda a quantidade de creatina que ela precisa, seria necessário comer uma quantidade anormal dos alimentos, e por isso, em casos de homens e mulheres que treinam, se indica o uso de suplementos.

 


A Fórmula


Rastreamento de casos é essencial na volta às aulas presenciais

O retorno das aulas presenciais no País, além de dividir opiniões entre profissionais, autoridades e pais, já conta com datas e protocolos definidos em alguns estados. Com esta perspectiva, é preciso reforçar a atenção aos cuidados que este processo demanda, não somente no ambiente escolar, mas também com a necessidade de um rastreamento eficaz para impedir uma propagação maior da Covid-19.

Segundo a cardiologista infantil e médica do exercício e esporte do Hospital Edmundo Vasconcelos, Silvana Vertematti, nesse novo passo deve-se levar em consideração episódios já vivenciados em outros países para maior segurança. “Dados recentes publicados na Inglaterra, a partir do relatório do sistema público de saúde, apontam que 26% dos grupos investigados e com infecções estavam ligados a transmissões em creches, escolas primárias e secundárias, sugerindo que as escolas que permaneceram abertas durante o lockdown de novembro podem ter influenciado na crescente taxa de infecção no país”, explica.

A fim de evitar essa cena no Brasil, a médica alerta para a importância de seguir na prática os protocolos definidos para evitar a contaminação. “É preciso de medidas efetivas no dia a dia, que envolvem distanciamento social, higienização, materiais de proteção individual e higiene para alunos e funcionários, redução do número de alunos em sala, e claro, o rastreamento – processo que quando bem definido e executado pode ajudar na investigação de casos domiciliares”, enfatiza.

Dentre as medidas do rastreamento está a suspenção da presença de alunos ou colaboradores que apresentem qualquer sintoma gripal ou tenham tido contato com alguém com suspeita de estar com covid-19, mesmo sem o exame positivo. “Essa é uma importante ação para evitar a disseminação do vírus no ambiente escolar. O indicado é que nestas situações seja feito o afastamento de no mínimo 10 dias”, explica Silvana Vertematti.

É importante lembrar que os cuidados não se restringem à escola: é preciso seguir com a prevenção também em casa. É indispensável, por exemplo, retirar a roupa imediatamente após chegar e colocá-la para lavar. Assim como é essencial fazer a higienização dos calçados e do material escolar ou de trabalho, no caso dos professores. A médica ainda adiciona outro cuidado a essa lista: o banho e a lavagem do rosto com sabonetes não irritativos aos olhos e a lavagem dos cabelos.

A médica esclarece a importância das escolas no enfrentamento ao estresse tóxico causado pelas restrições da pandemia as crianças e adolescentes, mas reforça o alerta sobre a responsabilidade e prudência na retomada. “Apesar de estudos relacionados à baixa transmissibilidade e pouco número de casos graves nesta população, há de se ter certeza que as normas de segurança serão aplicadas assertivamente e que a abertura nas escolas realmente não terá impacto em um número maior de infecções”, concluí.

 


Hospital Edmundo Vasconcelos

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Dia Mundial de Combate ao Câncer (04/02)

  PARA ESPECIALISTA DO GRUPO LEFORTE, PANDEMIA LEVA A UM AUMENTO DE CASOS NÃO DIAGNOSTICADOS

 

Pacientes devem manter a rotina de exames e consultas, como forma de diagnosticar precocemente a doença

 

 

De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registrou 625 mil novos casos de câncer em 2020. O número é 28% superior a 2010 e deve aumentar ainda mais na próxima década. 

Mas o cenário pode ser ainda mais crítico, diante do adiamento de exames e consultas por parte dos pacientes, em razão da pandemia de Covid-19. O alerta é feito pelo Dr. Ricardo Antunes, coordenador de Cirurgia Oncológica do Grupo Leforte e presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC).

 “Por receio de contaminação pelo coronavírus, homens e mulheres que poderiam ter os seus casos diagnosticados no início estão adiando suas consultas e exames de rotina, fundamentais para a detecção de tumores ainda no início. Com isso, no futuro próximo, além de sobrecarregar todo o sistema de saúde, esses pacientes terão suas chances de cura muito reduzidas”, afirma Antunes.

Como resultado, lembra o especialista, a doença cresce de maneira alarmante não só no Brasil, mas no mundo. De acordo com análises epidemiológicas, o número de casos novos deverá aumentar em 50% nas próximas duas décadas. A estimativa é que em 2030 existam 21 milhões de novos diagnósticos e 14 milhões de mortes ao redor do planeta decorrentes do câncer, em função do envelhecimento da população, mudanças de hábitos, estilo de vida e exposição a fatores de risco como tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, nutrição inadequada, exposição solar intensa, HPV, entre outros aspectos do mundo contemporâneo.

 

Prevenção é fundamental, apesar da Covid-19

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 50% dos cânceres podem ser prevenidos. No mesmo sentido, a detecção precoce e o tratamento adequado garantem maior chance de cura. 

Existe grande variação na magnitude e nos tipos de câncer entre as diferentes regiões do Brasil. No Sul e Sudeste, predominam os cânceres de próstata e mama, bem como o de pulmão e de intestino. A região Centro-Oeste, apesar de semelhante, incorpora o câncer do colo do útero e o de estômago entre os mais incidentes. Nas regiões Norte e Nordeste, a incidência do câncer de colo do útero e de estômago tem impacto importante.

Para Antunes, aqueles pacientes que optaram por adiar a ida ao médico devem retomar o mais rápido possível as consultas e exames preventivos. “As instituições de saúde estão preparadas para esse atendimento, com protocolos rígidos, que preveem ambientes e fluxos separados para pacientes de Covid-19 e outros casos. Não há motivo para correr o risco de um diagnóstico tardio, que influencia drasticamente no tratamento de qualquer tipo de tumor.”

 

Fluxos separados 

Desde o início da pandemia, o Grupo Leforte se preparou para atender os seus pacientes, estabelecendo fluxos, equipes e áreas separadas para atendimento de pacientes com ou sem Covid-19. Isso possibilitou a manutenção de consultas, exames e cirurgias de outros casos, sem necessidade de interrupção. 

No caso de pacientes oncológicos, os atendimentos ambulatorial e de quimioterapia foram transferidos para as unidades avançadas do Oncologia Leforte, em Alphaville, Higienópolis e Osasco, fora do ambiente hospitalar. Além disso, foram alterados os fluxos para os atendimentos oncológicos nas Clínicas e Diagnósticos do Grupo, localizadas na Liberdade, Morumbi e Santo André. Outros procedimentos, como troca de cateteres, por exemplo, estão sendo realizados (em alguns casos) com atendimento residencial.

 


Centro de Saúde da Mulher e Oncologia Leforte

 https://www.leforte.com.br/centro-de-saude-da-mulher/


Dia Mundial do Câncer: Tipo agressivo de câncer de pele é o segundo mais comum entre os não melanoma

Carcinoma espinocelular de pele corresponde a 20% do total de casos de câncer de pele não melanoma. Na forma avançada da doença, pode levar a alta morbidade com impacto social e na qualidade de vida


O próximo dia 4 é lembrado como o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se mais de 685 mil novos casos no Brasil ao ano, sendo o de pele não melanoma o mais frequente1. No constante cenário de informações e conscientização sobre a doença, muito se discute sobre os cânceres de pele do tipo melanoma1. No entanto, o tipo não melanoma é justamente o mais diagnosticado ao redor do mundo e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no país1.

 

A exposição prolongada e repetida ao sol é um dos fatores que aumenta o risco do desenvolvimento do câncer de pele, sendo a responsável por cerca de 90% dos casos. Muitas vezes a doença demora para se manifestar, já que há um longo período de latência entre a exposição aos raios UV e os sintomas. Com isso, 80% dos diagnósticos ocorrem em pessoas idosas e, à medida que as expectativas de vida aumentam, também cresce a incidência do câncer de pele não melanoma.  

Segundo um estudo realizado em 2020 pela The Economist Intelligence Unit (EUI), a proporção de pessoas com 65 anos ou mais no mundo deve alcançar 21,2% até 20502, e a incidência de diversos tipos de tumor tende a aumentar conforme a idade. No Brasil, a previsão é que o número de idosos chegue a mais de 20% da população até 20502.

Entre os cânceres de pele não melanoma está o carcinoma espinocelular de pele, o 2º mais comum entre os do tipo, correspondendo a 20% do total de casos3. Ao ano, são mais de 33 mil novos casos da doença, dos quais cerca de 5% podem evoluir para a forma avançada e causar forte impacto na vida do paciente4. Na Região Sul do Brasil, dados locais indicam que as taxas de incidência de CEC de pele em geral variaram de 40 casos em 1980 a 120 casos em 2011 para cada 100 mil habitantes5. Nas últimas três décadas, essas taxas aumentaram de 50% a 200% nos Estados Unidos4.

Tipos de câncer de pele

Câncer de pele melanoma: tem origem nos melanócitos, as células produtoras de melanina que determinam a cor da pele.

Câncer de pele não melanoma: apresenta tumores de diferentes tipos e os mais frequentes são o carcinoma basocelular e o carcinoma epidermoide.

 

Sanofi Genzyme

 

 

Referências:

 

  1. Instituto Nacional do Câncer (INCA). Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf Acesso em 29/01/2021.
  2. The Economist Intelligence Unit. Cancer and ageing: Policy responses to meeting the needs of older people.
  3. Karia PS, et al. Cutaneous squamous cell carcinoma: estimated incidence of disease, nodal metastasis, and deaths from disease in the United States, 2012. J Am Acad Dermatol. 2013; 68(6):957-966.
  4. Najjar T. Cutaneous squamous cell carcinoma clinical presentation. Medscape.com. New York: Medscape, LLC [atualizada em 07/5/2018; acesso em 25/09/2019]. Disponível em https://emedicine.medscape.com/article/1965430-overview  
  5. Nasser N, et al. Squamous cell cancer – 31-year epidemiological study in a city of south Brazil. An Bras Dermatol. 2015;90(1):21-6) 

 

Algoritmo computacional associado a eletroencefalografia se mostra eficaz no diagnóstico de Alzheime

Usando duas técnicas de baixo custo, pesquisadores da Unesp e do Inpe conseguiram diferenciar pacientes com a doença de indivíduos saudáveis. Próximo passo é aprimorar o método para permitir diagnosticar a enfermidade na fase inicial (foto: Chris Hope/Wikimedia Commons)


A combinação de duas técnicas de baixo custo se mostrou eficaz no diagnóstico de Alzheimer, doença neurodegenerativa e progressiva do sistema nervoso central. A análise de dados obtidos pela técnica de eletroencefalografia (EEG) – usada para o diagnóstico de enfermidades como epilepsia, esquizofrenia, distúrbios do sono e Parkinson –, em combinação com um algoritmo computacional, permitiu diferenciar pacientes saudáveis dos portadores da doença.

O estudo foi publicado na revista PLOS ONE por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“A técnica utilizada nesse trabalho, proposta durante meu doutorado, permite mapear dados fisiológicos em uma rede complexa e analisar a dinâmica de informações a partir das características da rede associada. É sabido que dados de EEG de pacientes com a doença de Alzheimer apresentam uma diminuição das chamadas componentes de alta frequência, bem como um aumento das componentes de baixa frequência, quando comparados ao exame de pacientes sadios. Observamos que dados de EEG de pacientes com dinâmicas distintas [sadios versus doentes] resultaram num mapeamento em redes com topologias também distintas, o que atesta a eficiência da técnica”, explica Andriana Campanharo, professora do Instituto de Biociências de Botucatu (IBB-Unesp) e coordenadora do estudo.

A eletroencefalografia consiste na medição dos sinais elétricos do cérebro por meio de eletrodos no couro cabeludo, o que permite o registro das atividades dos neurônios em intervalos de tempo uniformes. Já uma rede complexa é uma estrutura descrita por um conjunto de vértices, arestas e por algum tipo de interação entre eles, de forma que possam ser analisados computacionalmente.

“Uma das grandes vantagens desse trabalho é utilizar dados de EEG – exame com baixo custo, alta resolução temporal, ampla disponibilidade e que fornece informações valiosas sobre a dinâmica cerebral de indivíduos com Alzheimer”, diz Aruane Mello Pineda, primeira autora do trabalho, realizado durante seu mestrado no IBB-Unesp.

O diagnóstico foi possível a partir da classificação das redes complexas associadas aos dados de EEG de 48 voluntários, sendo 24 saudáveis e 24 com Alzheimer em estágio avançado. As informações fazem parte de um banco de dados reunido por pesquisadores da Universidade Estadual da Flórida, nos Estados Unidos.


Áreas mais afetadas

Além da classificação de todos os voluntários como “sadio” ou “doente”, foi realizada uma investigação das áreas do cérebro mais afetadas pela doença. Para isso, dados de EEG dos portadores de Alzheimer, em 19 diferentes posições do couro cabeludo, foram também mapeados em redes complexas.

Com base na análise estatística das redes obtidas, os pesquisadores concluíram que a região temporal-parietal esquerda – na parte traseira superior da cabeça – é onde os eletrodos melhor detectam os sinais elétricos associados ao Alzheimer.

“A observação corresponde à compreensão atual sobre a progressão da doença, que geralmente se manifesta nessa região, responsável pela memória verbal e que, aparentemente, é mais vulnerável”, afirma Pineda, que atualmente realiza doutorado, no Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) financiado pela FAPESP na Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos.

O grupo liderado por Campanharo agora trabalha com um banco de dados maior, com mais de 100 pacientes, entre saudáveis e com diferentes estágios de Alzheimer. Uma vez que a técnica foi validada para identificar portadores da doença em estágio avançado, o objetivo agora é identificar padrões que diferenciem o estágio inicial do avançado.

O trabalho abre caminho para que, futuramente, haja um diagnóstico automático e mais preciso da doença de Alzheimer. Dessa forma, será possível detectá-la ainda em fase inicial, facilitando o tratamento precoce.

O estudo contou com a colaboração dos pesquisadores Fernando M. Ramos, do Inpe, e Luiz Eduardo Betting, da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB-Unesp).

O artigo Quantile graphs for EEG-based diagnosis of Alzheimer’s disease pode ser lido em: https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0231169.
 

 


André Julião

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/algoritmo-computacional-associado-a-eletroencefalografia-se-mostra-eficaz-no-diagnostico-de-alzheimer/35108/


Dia Mundial de Combate ao Câncer - Suscetibilidade ao Câncer relacionada à Idade

 Artigo publicado no Scientific Reports (Nature) relata o aprimoramento da ação epigenética e abre caminho para monitorar o processo de envelhecimento, hábitos e qualidade de vida que interferem no aumento da suscetibilidade ao câncer relacionada à idade

 

Um grupo de médicos e cientistas publicou recentemente no periódico Scientific Reports, base de artigos científicos da revista “Nature”, uma nova pesquisa¹ sobre o biomarcador LINE-1, para demonstrar a erosão epigenética durante o processo de envelhecimento. A metilação desses genes tem sido associada a diversas síndromes de hipo e hipercrescimento, alterações neurológicas e tumorais. 

O artigo publicado no Scientific Reports [Aging-associated distinctive DNA methylation changes of LINE-1 retrotransposons in pure cell-free DNA from human blood¹] apresenta dados da melhoria metodológica que resolve um problema fundamental da análise amplamente difundida em todo o mundo usando biópsia minimamente invasiva de fluidos corporais (biópsia líquida). Esta análise mais precisa irá facilitar e melhorar o emprego como exemplo do único marcador patenteado no mundo para identificar o câncer de próstata com base em Epigenética. 

Segundo o cientista principal, Simeon Santourlidis, da Universidade Heinrich Heine, de Düsseldorf, Alemanha, a biópsia líquida é de importância central para o diagnóstico, prognóstico e terapia de várias entidades tumorais, a fim de alcançar uma redução significativa na morbidade e mortalidade nos pacientes afetados. A análise da biópsia líquida pode ser utilizada ainda nas áreas de medicina regenerativa e pesquisa de idade. 

Pela primeira vez, foi possível avaliar a fração de DNA livre de células completamente separada de todas as outras frações de DNA do sangue periférico. Assim, a metodologia viabiliza a análise da característica tumoral e de envelhecimento, como assinaturas epigenéticas. 

Esta melhoria técnica da análise da biópsia líquida já existia, mas com o auxílio de tecnologias exclusivas poderá ser aplicada no mundo todo e servir para inúmeros ensaios clínicos, inclusive para novas aplicações com biópsia líquida em pacientes em tratamento de câncer de mama, de próstata, entre outros. 

Para chegar aos resultados os pesquisadores aplicaram partes maiores do DNA humano (retrotransposons LINE-1) para demonstrar a erosão (degeneração) epigenética durante o processo de envelhecimento. 

“Esta detecção aprimorada da epigenética do LINE-1 pode ser usada como um biomarcador de várias maneiras, por exemplo, para monitorar o processo de envelhecimento, os hábitos e a qualidade de vida de todas as pessoas, bem como monitorar o aumento da suscetibilidade ao câncer relacionado à idade”, explica Santourlidis. 

Para o uro-oncologista e também coautor da pesquisa, o brasileiro Marcelo Bendhack, ainda serão necessárias pesquisas complementares para identificar outros fatores adicionais, a partir de DNA livre e que circula no sangue, para auxiliar no diagnóstico e tomada de decisões para o tratamento do câncer de próstata e de bexiga. Agora, a partir deste progresso científico do método, outras doenças malignas também poderão ser tecnicamente melhor avaliadas pela biópsia líquida. 

“O objetivo é adiantar e avaliar com precisão tanto o diagnóstico quando o prognóstico do paciente, através da coleta de sangue. Este método analisa e extrai melhor o DNA livre circulante, com mais pureza. Naturalmente, mais estudos serão necessários, mas serão estudos com qualidade mais elevada, próprio de evolução do estudo inicial”, explica o médico brasileiro Marcelo Bendhack, do Departamento de Urologia do Hospital Universitário Positivo, em Curitiba (PR), coautor da pesquisa que resultou na patente do marcador epigenético para o câncer de próstata e doutor em urologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pela Faculdade de Medicina Heinrich-Heine, Düsseldorf (Alemanha).

 

Epigenética

A epigenética é definida como o estudo das modificações do DNA e histonas (tipo de proteína encontrada nos cromossomos), que são herdáveis e não alteram a sequência de bases do DNA. As modificações que as histonas podem sofrer estão associadas à metilação, fosforilação e acetilação. Na molécula de DNA, o grau de metilação influencia e ativa (ou não) a transcrição gênica, que pode ser ativada ou produzir uma proteína correspondente, de genes promotores (oncogenes) ou supressores de tumores.

 



¹Aging-associated distinctive DNA methylation changes of LINE-1 retrotransposons in pure cell-free DNA from human blood

https://www.nature.com/articles/s41598-020-79126-z

Wardah Mahmood, Lars Erichsen, Pauline Ott, Wolfgang A. Schulz, Johannes C. Fischer, Marcos J. Arauzo-Bravo, Marcelo L. Bendhack, Mohamed Hassan & Simeon Santourlidis. 


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