Posicionamento
das Sociedades de Imunização e Pediatria irá embasar as recomendações sobre
esse grupo específico; vacinação do entorno irá auxiliar com a diminuição do
risco de pacientes com câncer infantojuvenil
O mundo se encheu de
esperança após a divulgação da vacina contra a Covid-19. A necessidade de ter
uma vacina contra um vírus que devastou a população mobilizou a comunidade
científica mundial que vem estudando arduamente diversas plataformas de vacina
para imunizar a população contra a doença.
"Até o momento,
duas vacinas contra COVID-19 foram aprovadas para uso emergencial no Brasil.
Ainda não se sabe a segurança e eficácia em alguns grupos específicos como
pacientes imunossuprimidos, oncológicos ou submetidos a transplante de medula
óssea", explica a Dra. Fabianne Carlesse, infectologista pediátrica do
Hospital do GRAACC.
A avaliação de risco
benefício e a decisão referente à vacinação ou não deverá ser realizada pelo
paciente em conjunto com o médico assistente, sendo que a vacinação somente
deverá ser realizada com prescrição médica.
"Aguardamos o
posicionamento da Sociedade Brasileira de Imunizações, e de Pediatria, para as
recomendações sobre esse grupo etário. Depois dessa aprovação é que haverá
alguma recomendação para as crianças oncológicas. Porém, a vacinação do
entorno, seja médicos, pais, avós, tios ou responsáveis, irá auxiliar muito com
a diminuição do risco desses pacientes terem contato com a Covid-19, e isso já
pode ser considerado uma grande vitória", salienta a Dra. Fabianne.
Algumas precauções
devem ser tomadas ao se recomendar a vacinação, e isso vale para qualquer
vacina. Por exemplo, diante de doenças agudas febris moderadas ou graves,
recomenda-se o adiamento da vacinação até a resolução do quadro com o intuito
de não se atribuir à vacina as manifestações da doença. "Não há
evidências, até o momento, de qualquer preocupação de segurança na vacinação de
indivíduos com história anterior de infecção ou com anticorpo detectável pelo
SARS-COV-2", acrescenta a infectologista.
Tipos e importância das
vacinas
As vacinas de vírus
inativados utilizam tecnologia clássica de produção, através da qual é
produzida uma grande quantidade de vírus em cultura de células, sendo estes
posteriormente inativados por procedimentos físicos ou químicos. Geralmente são
vacinas seguras e imunogênicas, pois os vírus inativados não possuem a
capacidade de replicação e, assim, o organismo não fica exposto às grandes
quantidades de antígenos.
As vacinas de vetores
virais utilizam vírus humanos ou de outros animais, replicantes ou não, como
vetores de genes que codificam a produção da proteína antigênica (no caso a
proteína Spike ou proteína S do SARS-CoV-2). Os vetores virais replicantes
podem se replicar dentro das células enquanto os não replicantes, não conseguem
realizar o processo de replicação, porque seus genes principais foram
desativados ou excluídos. Uma vez inoculadas, estas vacinas com os vírus
geneticamente modificados estimulam as células humanas a produzir a proteína
Spike, que vão, por sua vez, estimular a resposta imune específica. O vírus
recombinante funciona como um transportador do material genético do vírus alvo,
ou seja, é um vetor inócuo, incapaz de causar doenças.
O vírus tem uma
capacidade de transmissibilidade muito alta. Cada indivíduo infectado consegue
infectar de 2,5 a 3 pessoas, sendo assim cerca de 60% a 70% da população
precisaria estar imune (assumindo uma população com interação homogênea) para
interromper a circulação do vírus. Desta forma, seria necessária a vacinação de
70% ou mais da população (a depender da efetividade da vacina em prevenir a
transmissibilidade) para eliminação da doença. Portanto, em um momento inicial,
em que não existe ampla disponibilidade da vacina no mercado mundial, o
objetivo principal da vacinação passa a ser focado na redução da
morbimortalidade causada pelo novo coronavírus, bem como a manutenção do
funcionamento da força de trabalho dos serviços de saúde e a manutenção do
funcionamento dos serviços essenciais.
Sobre o GRAACC
Criado em 1991 para
atender crianças e adolescentes com câncer, o Hospital do GRAACC tornou-se, em
pouco tempo, referência no tratamento do câncer infantojuvenil, principalmente
em casos de maior complexidade. Possui uma parceria técnica-científica com a
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que possibilita, além de
diagnosticar e tratar o câncer infantil, o desenvolvimento de ensino e
pesquisa.
O GRAACC é a primeira
instituição do país, especializada em câncer infantojuvenil, a receber a
acreditação da Joint Commission International (JCI), uma das
organizações mais renomadas do mundo na área de certificações em serviços de
saúde, que reacreditou o hospital em 2020, quando foram realizadas mais de 32
mil consultas, além de cerca de 1500 procedimentos cirúrgicos e 20,5 mil
sessões de quimioterapia.
A instituição
completará 30 anos de atividades em 2021. Neste período, o Hospital do GRAACC
elevou o patamar do tratamento de alta complexidade do câncer infantojuvenil no
Brasil, para 70% de chances de cura, em média. Saiba mais sobre o trabalho do
GRAACC em https://www.graacc.org.br
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