Aumento em relação ao ano passado é de 13,4%
De acordo com balanço do terceiro trimestre de 2024 divulgado pela
Abecs, associação que representa o setor de meios eletrônicos de pagamento, os
gastos de brasileiros com cartões no exterior continuaram a crescer de maneira
importante, com avanço de 13,4% (em comparação ao ano
anterior) e US$ 4,1 bilhões (R$ 22,9 bilhões) em movimentações
financeiras.
Os locais onde os brasileiros mais realizaram pagamentos com
cartões foram a Europa, com R$ 11 bilhões (+32%),
e Estados Unidos, com R$ 7,5 bilhões
(+23,1%). Juntos, os dois destinos somaram R$ 18 bilhões.
O valor gasto com cartões nas duas localidades juntas cresceu 28,3%
no terceiro trimestre, representando 80,6% do total transacionado no
exterior.
Nas demais regiões, é relevante ressaltar o crescimento do uso dos
cartões na América sem levar em conta os Estados Unidos, cujo volume atingiu R$ 3,2
bilhões, registrando incremento de 28,7%
no trimestre. Em seguida estão a Ásia, com R$ 941,7 milhões
(+41,8%), Oceania com R$ 200 milhões (+19,6%)
e a África, com R$ 143,7 milhões (+66,1%).
Já o movimento contrário, ou seja, os gastos dos estrangeiros no Brasil somaram US$ 1,2 bilhão (R$ 6,9 bilhões) com cartões, apresentando uma queda de 14,5% em relação ao terceiro trimestre de 2023.
Outros dados do balanço do terceiro trimestre de 2024 seguem abaixo:
As compras realizadas com cartões de
crédito, débito e pré-pagos atingiram a marca de R$ 1
trilhão no terceiro trimestre deste ano, de acordo com dados da
Abecs, associação que representa o setor de meios
eletrônicos de pagamento. O montante, recorde para o período, é 10,2%
superior em relação a igual trimestre do ano passado. No
acumulado de janeiro a setembro, o valor transacionado nas compras com cartões
chegou a R$ 3 trilhões, crescimento de 10,9%
em relação ao mesmo período de 2023.
Na comparação entre as modalidades, o
destaque ficou, por mais um trimestre, com o cartão de crédito: R$ 693,2
bilhões, crescimento de 14%. O segundo maior volume
transacionado foi com cartão de débito, que movimentou R$ 248,3
bilhões (-0,4%). Já o cartão pré-pago somou R$ 94,1
bilhões (+14,7%).
Quantidade de transações
No terceiro trimestre, o uso dos
cartões como um todo ultrapassou a marca de 11,5 bilhões
de transações, alta de 7,1%. Isso significa que os
brasileiros fazem, em média, 127 milhões de pagamentos por dia (ou algo em torno
de 1.500 por segundo) tanto em estabelecimentos físicos, quanto
em ambientes online.
O cartão de crédito foi, também, a
modalidade mais usada nas compras e pagamentos, com 5 bilhões
de transações. Na sequência vêm o cartão de débito, com 4,2 bilhões,
e o pré-pago, com 2,3 bilhões.
Pagamentos recorrentes
Um ponto inédito trazido
pela Abecs são as informações do uso dos cartões para pagamentos recorrentes,
modalidade de cobrança automática que facilita a rotina do consumidor e gera
mais eficiência de recebimento ao estabelecimento comercial.
Os pagamentos recorrentes movimentaram R$ 28
bilhões no terceiro trimestre de 2024. O crescimento é de 41,2%
em relação ao mesmo período do ano passado. Em dois anos, o volume movimentado
por transações recorrentes cresceu 89,2%.
No recorte por modalidade, o cartão de
crédito movimentou R$ 26,6 bilhões (+44%),
o cartão pré-pago R$ 685 milhões (+38,9%)
e o cartão de débito R$ 673 milhões (+15,8%).
Cartão de débito cresce no ambiente online
No recorte de compras remotas, ou seja,
no ambiente online, os cartões movimentaram R$ 246 bilhões
no terceiro trimestre de 2024. O uso dos meios eletrônicos de pagamento pela
internet e outros canais remotos, como aplicativos e carteiras digitais,
cresceu 15,8% no período.
O cartão de débito continua ganhando
cada vez mais espaço nessas transações, tendo apresentado crescimento de 6,9% no
trimestre. Se avaliado o crescimento em relação ao período antes da pandemia
(3º trimestre de 2019 x 3º trimestre de 2024), o uso do débito em compras
não-presenciais subiu 427,8%, enquanto o do cartão de
crédito cresceu 186,6%.
Pagamento por aproximação
Já os pagamentos por aproximação, que
utilizam a tecnologia NFC (Near Field Communication), movimentaram R$ 376
bilhões no terceiro trimestre. O volume transacionado cresceu 46,5%
em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A quantidade de compras utilizando esta
tecnologia chegou a 66 bilhões por dia. Ou seja, a cada
hora, brasileiros realizam, em média, cerca de 2,8 milhões de pagamentos por
aproximação. A quantidade total de compras cresceu 33%
em relação ao mesmo período do ano anterior.
Em setembro de 2024, a quantidade de
compras com cartões e outros dispositivos por aproximação atingiram 65%
dos pagamentos presenciais. Até o primeiro semestre de 2025, espera-se que os
pagamentos por aproximação representem 70%.
Pesquisa recente do Instituto Datafolha
apontou que, dentre os consumidores que costumam realizar pagamentos por
aproximação, a maioria usa a tecnologia de maneira frequente, ou seja, sempre
ou quase sempre (61%). Além disso, rapidez e
comodidade foram os principais benefícios citados pelos consumidores (89%)
ao se utilizar o modelo NFC.
Análise por região
Na análise regional, o Sudeste atingiu
a marca de R$ 559,5 bilhões (+10,2%) em
valor transacionado. A região Sul teve o segundo maior volume, R$ 147,1
bilhões (+16,5%). O Nordeste aparece em
terceiro lugar com R$ 124,4 bilhões (+12,6%),
seguido pelo Centro-Oeste, com R$ 80,2 bilhões (+17,3%), e pela
região Norte, com R$ 40,5 bilhões (+10,6%).
Petshop e bares e restaurantes lideram
No terceiro trimestre de 2024, o
segmento do varejo que registrou maior crescimento em valor transacionado com
cartões foi o de petshop (+15%). Em segundo lugar aparece o
setor de bares e restaurantes com 6%, seguido por farmácias, com alta
de 4,6%. Os setores de roupas e acessórios (3,6%)
e autopeças e afins (3,1%) tiveram alta na ordem dos 3%.
No setor de serviços, quem lidera o
crescimento de valor transacionado com cartões é a área de telecom, com 13,5%,
seguida de perto por serviços médicos e afins com 13,4%.
O setor classificado como cultura e esportes aparece em terceiro lugar, com
alta de 12,7%. Profissionais liberais tiveram crescimento de 10,3%
e o setor de seguros ficou com 3,4%.
Abecs
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