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domingo, 13 de setembro de 2020

Hemofilia e COVID-19. O que é preciso saber?

A doença não é fator de risco para o novo coronavírus, porém, se infectado, o paciente e os médicos devem tomar alguns cuidados


Algumas doenças pré-existentes são consideradas fatores de risco para o novo coronavírus. A hemofilia, embora exija alguns cuidados, não está entre elas, pois pacientes de hemofilia têm um sistema imunológico competente para defesa contra o novo coronavírus. No Brasil, existem cerca de 13 mil pacientes com hemofilia A (decorrente da falta do Fator VIII da coagulação e é a mais comum) e B (decorrente da falta do Fator IX da coagulação e menos frequente) cadastrados pelo Ministério da Saúde. O país é a quarta maior população mundial de pacientes com a doença, que atinge em sua maioria pessoas do sexo masculino, conforme dados do World Federation of Hemophilia.

Mas, se um portador de hemofilia tem o mesmo risco de contágio que um adulto saudável, quais cuidados diferenciados devem ter esses pacientes diante da COVID-19?

- Em primeiro lugar, os pacientes com hemofilia e seus familiares não devem interromper a rotina de idas aos hemocentros para retirada de insumos, evitando comprometer o tratamento;

- É importante observar que não há evidência científica de que crises de tosse - um dos sintomas de COVID-19 - possam provocar hemorragia;

- É fundamental que a equipe de saúde que está tratando do novo coronavírus esteja ciente de que aquele paciente possui hemofilia ou outro distúrbio na coagulação, principalmente caso precise de internação. Deve-se fornecer os contatos com o centro tratador da doença do paciente para esclarecimento de dúvidas sobre o histórico do paciente e decidir a melhor conduta terapêutica entre os profissionais de saúde;

- Não há contra-indicação para as pessoas com hemofilia fazerem exames para detecção da COVID-19, porém para testes e procedimentos mais invasivos é recomendada a administração de dose adicional de reposição de fator VIII para evitar sangramentos, prática já comum em hospitalizações desses pacientes por outras causas que não a COVID-19;

- Conforme a progressão da infecção, os pacientes com COVID-19 grave, com ou sem hemofilia, podem desenvolver uma coagulopatia chamada Coagulação Intravascular Disseminada (CID ou CIVD), apresentando alterações em seus exames laboratoriais que avaliam a coagulação.

- É importante observar que não há evidência de transmissão de COVID-19 pelo sangue. Então, não há risco de contágio pelo concentrado de fator plasmático usado na reposição de fator. Vale lembrar que o concentrado de fator plasmático recebe um preparo antes criterioso que garante sua segurança antes de chegar aos pacientes. A COVID-19 é transmitida pelo toque do aperto de mão contaminadas, por gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro e objetos e superfícies contaminadas;

No mais, valem as tais regras de ouro para se proteger, indicadas para todos. Higienização das mãos, uso de máscara ao sair e se tiver alguém doente em casa, distanciamento social o maior tempo possível e usar o antebraço para espirrar ou tossir. E é preciso ficar atento a sintomas como febre, tosse, coriza, dificuldade para respirar, perda de olfato, cansaço e alteração de paladar.

 


Fontes:

WFH (
http://www.wfh.org/en/home)
Ministério da Saúde (
http://saude.gov.br/)
Roche (
http://www.roche.com.br/pt/farmaceutica/areas_terapeuticas/hematologia/hemofilia/podcast-hemofilia-COVID-19.html


Desparamentação e intubação são os momentos de maior risco de contaminação para médicos

 Segundo o Dr. Anthony Carmona, coordenador médico do Grupo Hygea, o uso de EPIs não é uma realidade cultural entre os profissionais de saúde no Brasil

 

 A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) divulgou na última quarta-feira (2), que o continente americano tem o maior número de trabalhadores de saúde infectados pela Covid-19 em todo o mundo. Segundo a entidades, quase 570 mil profissionais de saúde dessa região adoeceram e mais de 2,5 mil morreram. Os Estados Unidos e o México responderam por 85% dessas mortes

Segundo o Dr. Anthony Augusto Carmona, coordenador médico do Grupo Hygea que está atuando no atendimento à Covid-19 nas regiões Sul e Sudeste do Brasil há cinco meses, existem dois momentos nos procedimentos médicos que colocam os profissionais de saúde em maior risco de contaminação: a intubação dos pacientes e a desparamentação.

“Os protocolos do Ministério da Saúde para a intubação dos pacientes são rígidos e claros: o profissional deve cuidar para não se expor ao aerossol. Isso só é possível com o uso correto dos EPIs. O problema é que, no Brasil, o uso de EPIs na área da saúde não é cultural. Desde a faculdade, os médicos são ensinados a se proteger principalmente da tuberculose e da meningite, doenças contagiosas mais conhecidas até então. Por isso, a Covid-19 pegou toda a classe desprevenida culturalmente”, analisa Carmona.

Além do procedimento de intubação, outro momento de risco de contaminação do profissional da saúde, segundo o coordenador médico do Grupo Hygea, é a desparamentação. “O médico sai do plantão cansado, esgotado e doido para ir para casa. Nessas condições, baixa a guarda e fica exposto à contaminação se não seguir o protocolo”.

E qual o protocolo da desparamentação? Existe um rito que não pode ser alterado: retirar o avental, enrolando de dentro para fora, retirar os propes e retirar as luvas, sem ter contato com a parte externa, e descartar o material; higienizar as mãos com álcool em gel; retirar e descartar o gorro; higienizar novamente as mãos com álcool em gel; remover a máscara; higienizar pela terceira vez as mãos com álcool em gel. “Parece exagero, mas é nessa hora que a contaminação mais acontece”, adverte Carmona.

O cuidado com tantos detalhes faz do Grupo Hygea um exemplo de cuidado com a saúde dos médicos. Nos últimos cinco meses, uma média de 700 médicos atuaram por mês no atendimento em diferentes unidades de saúde e hospitais no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A média de registro de Covid-19 na equipe foi de 20 casos por mês, sem qualquer óbito. “Isso não acontece por acaso. Todos os nossos médicos são orientados a realizar os procedimentos de desparamentação nos treinamentos de equipe. Em algumas das unidades onde atuamos, mantemos um Núcleo de Educação Permanente que promove treinamentos contínuos para todos os médicos contratados. Esse treinamento regular é essencial para se criar a cultura de uso e manuseio correto dos EPIs.

Além de treinamento, Carmona lembra que em todas as unidades nas quais o Grupo Hygea atua são implementados fluxos rigorosos para atendimento aos pacientes. “Temos duas linhas bem definidas de triagem e encaminhamento. O paciente que chega à unidade hospitalar ou de saúde com qualquer sintoma gripal, vai para a unidade Covid-19. O paciente que chega com qualquer outro sintoma é encaminhado para o atendimento geral. Essa organização também é uma forma de assegurar a saúde de pacientes e dos profissionais da saúde”, finaliza o coordenador médico do Grupo Hygea.


Idosos com arritmias cardíacas têm mais risco de desenvolver demência

Além da demência, as arritmias cardíacas nos idosos são responsáveis pelos quadros de acidente vascular cerebral (AVC)

 

A fibrilação atrial, tipo de arritmia cardíaca que mais afeta os idosos, pode aumentar as chances de doenças neurodegenerativas. A informação é de um estudo publicado no European Heart Journal, que teve a participação de 260 mil pessoas acima dos 60 anos, e que mostrou que cerca de 10 mil desenvolveram a fibrilação atrial. Desses, 24,4% apresentou algum grau de demência depois da doença.

Thaís Nascimento, médica membro da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas – SOBRAC, alerta que além do risco de demência, a fibrilação atrial é a principal responsável pelos quadros de acidente vascular cerebral (AVC). “Esse tipo de arritmia pode se manifestar de forma sintomática ou assintomática, por isso procuramos sempre monitorar o ritmo cardíaco do paciente com consultas regulares e muitas vezes o uso de aparelhos tecnológicos”, conta.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o AVC é a doença cardiovascular que mais mata adultos brasileiros e dados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), apontam que a cada ano surgem 250 mil novos casos de AVC no país. “Por conta disso, existe uma preocupação no meio médico em sempre estar monitorando o paciente idoso através de consultas regulares”, ressalta Thais. 

Ela explica que o aparecimento da fibrilação atrial pode ter predisposição genética ou não, mas o acúmulo de fatores de risco contribui para o acometimento da doença como a hipertensão arterial, tabagismo, obesidade, apnéia do sono, diabetes, insuficiência cardíaca, estresse, entre outros. “A maneira com a qual o idoso leva a vida também influencia no diagnóstico, se o paciente teve hábitos saudáveis durante a vida, provavelmente seu risco de ter arritmia pode diminuir”, explica Thaís.

 

Live no Instagram debaterá sobre as arritmias cardíacas nos idosos 

Na próxima segunda-feira, dia 14 de setembro, às 20h, a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) irá abordar este tema em uma live com os especialistas Thais Nascimento e Januário de Pardo Mêo. Eles responderão as principais dúvidas e orientarão os expectadores. 

Segundo Ricardo Alkmim Teixeira, presidente da SOBRAC, é missão da Sociedade atuar com ações educativas para o esclarecimento das arritmias cardíacas, prevenção e tratamentos por meio de comunicações em seu site, mídias sociais e pela Campanha Coração na Batida Certa. “Ainda mais neste momento de isolamento social que estamos vivendo, a SOBRAC está procurando formas de se aproximar de pacientes e da população geral levando informações de qualidade e orientações”, explica o presidente.

 

Acompanhe as Lives no Instagram: @sobrac 

 

 Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC)

 www.sobrac.org.


Cinco dicas para prevenir a dilatação de vasos sanguíneos e a formação de edemas e coágulos

Especialista fala ainda sobre sintomas e tratamentos e ressalta que acessórios de compressão graduada podem atuar de maneira preventiva e promover o fluxo sanguíneo adequado nas pernas e pés, evitando a formação de varizes e coágulos

 

Estudo divulgado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) mostra que as varizes atingem cerca de 38% das pessoas na fase adulta, sendo que entre as mulheres esse número chega a 45%. Para as pessoas acima de 70 anos, os dados revelam que 70% apresentam sintomas dessa condição, que é caracterizada pela dilatação de vasos sanguíneos, decorrente de uma insuficiência venosa crônica.

De acordo com o médico cirurgião vascular, Dr. Gustavo Solano, parceiro da SIGVARIS GROUP - empresa líder no mercado de acessórios de compressão graduada - as varizes fazem parte de um quadro de debilitação das veias dos membros inferiores. "Com o passar da idade, muitas vezes, as veias das pernas deixam de cumprir seu papel de retornar o sangue para o coração. Com isso, há uma dilatação dos vasos sanguíneos na região e isso é preocupante, pois aumenta as chances de se formarem coágulos sanguíneos nas pernas, o que conhecemos como trombose venosa profunda, um risco à saúde", explica.

As pessoas com varizes podem apresentar sintomas como inchaços, edemas (manchas esverdeadas ou roxas), cansaço e
sensação de peso nas pernas. "Há ainda, em alguns casos, o surgimento de úlceras de difícil cicatrização na pele, provocadas pela inflamação das veias afetadas.", comenta Dr. Solano.

Entre os motivos para o surgimento das varizes, o médico destaca o fator genético, o sedentarismo, a obesidade e, para as mulheres em especial, os cuidados no período e gestação, além os hormônios, já que pessoas que fazem terapias de reposição hormonal ou ingerem algum medicamento que alteram o sistema hormonal podem ter a integridade dos vasos sanguíneos alterada.

Doutor Solano explica que apesar de existirem diferentes técnicas para tratar as varizes, "é importante atuarmos na prevenção". O especialista elenca algumas dicas e orienta as pessoas a sempre procurarem um profissional para avaliar a saúde das pernas:

Mantenha uma dieta saudável: é sempre bom evitar a ingestão frequente de alimentos gordurosos. Deve-se aumentar o consumo de alimentos com fibras, que auxiliam na digestão e eliminação de toxinas do organismo.

Mantenha-se sempre hidratado: beber água e outros líquidos, muitas vezes presentes em alimentos como frutas e legumes ajuda, também a desintoxicar o organismo e manter o bom funcionamento dos órgãos.

Evite bebidas alcoólicas e o fumo: a ingestão de álcool e tabaco prejudicam o bom funcionamento do organismo. No caso do fumo, o risco de se desenvolver uma doença cardiovascular é muito maior, pois há o entupimento das veias.

"Use meias ou canelitos de compressão graduada para prevenir e tratar as varizes ou outras doenças venosas: os acessórios de compressão graduada promovem o fluxo sanguíneo adequado nas pernas e pés, evitando a formação de varizes e coágulos", diz o médico. Há opções, como a
Linha Sculptor, da SIGVARIS GROUP, que podem ser usadas no dia a dia e previvem doenças venosas.

Pratique exercícios: a prática de atividades físicas é essencial para manter a saúde do corpo, fortalecer os músculos e vasos sanguíneos. O exercício físico também ajuda a eliminar toxinas do organismo, evitando o entupimento de veias.



 

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Ansiedade e alimentação: o que esses dois atos têm em comum?

Dr. Paulo Lessa comenta sobre a ansiedade alimentar que muitos abraçaram durante o isolamento social.


O Brasil é o país com maior taxa de pessoas com transtorno de ansiedade no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ao menos 18,6 milhões de brasileiros, cerca de 9% da população, sofrem de algum transtorno de ansiedade. Além disso, nos últimos dez anos, o índice de obesidade entre os brasileiros aumentou 60%, segundo a pesquisa Vigitel, feita pelo Ministério da Saúde.

O problema atinge tanto homens quanto mulheres e é mais frequente a partir dos 25 anos. Dessa forma, não é difícil imaginar que a ansiedade e a obesidade estão interligadas. Você se considera uma pessoa ansiosa? Olha, já parou para pensar o quanto este sentimento pode estar prejudicando seu processo de emagrecimento?

Segundo Dr. Paulo Lessa, médico e proprietário do Instituto Lessa, a ansiedade provoca alterações na sua produção hormonal, afetando drasticamente o processo de emagrecimento. “Se você vive ansioso, seu organismo produz uma quantidade elevada de Cortisol, hormônio que, em excesso, impede o emagrecimento”, explica.

Em alguns casos, a ansiedade também pode influenciar no seu sono, o que é possível trazer uma queda aos níveis de Serotonina, hormônio responsável pelo bom humor e bem estar e altera os níveis de Leptina, hormônio que ajuda na saciedade. “Quando esses dois hormônios estão baixos, pode aumentar as chances de uma possível compulsão alimentar, o que pode acarretar a obesidade”, revela o médico.

Vale lembrar que disbiose intestinal, deficiências de certos nutrientes e algumas outras alterações hormonais podem levar a uma ansiedade exarcebada e consequentemente a uma queda do metabolismo, dificultando com isso a perda de peso. “Procure um médico que entenda do assunto e que tenha uma equipe multidisciplinar para poder te ajudar da melhor forma possível”, finaliza.

 



Dr. Paulo Lessa - capixaba e especialista em saúde e qualidade de vida. Atualmente atende seus pacientes no Instituto Lessa, onde é proprietário com a sua esposa, em Vitória-ES. Também conta com mais de 190 mil seguidores em seu perfil no Instagram.

Instagram: @drpaulolessa


Educação socioemocional deve ser prioridade daqui para a frente

Em meio à indefinição sobre a data de retorno às aulas presenciais em todo o Brasil e qual o melhor modelo a ser adotado para a retomada, já se discute, também, quais serão os reais impactos da pandemia para a Educação. O que será do ano letivo daqui para a frente? Com tantas incertezas, o futuro aponta para um ensino mais acolhedor e desenvolvedor das habilidades socioemocionais, diante do fato de que as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) devem ser implementadas pelas escolas brasileiras até 2021.

É consenso entre os agentes escolares que a tecnologia não substitui as conexões entre alunos e professores, estabelecidas em sala de aula, e que o ensino híbrido seria o modelo ideal. Mas, como 2020 já está acabando, e as aulas remotas seguem como única opção, professores precisam se desdobrar para manter a criatividade – mesmo em meio ao estresse e à ansiedade – para superar o desafio de continuar se conectando com os alunos e passar um ensino de qualidade.


De acordo com o pesquisador norte-americano Daniel Goleman, doutor em Psicologia e professor pela Universidade de Harvard, em palestra para gestores de escolas parceiras do SAS Plataforma de Educação, estudos sobre o mercado de trabalho revelam que as habilidades socioemocionais já são mais importantes do que as cognitivas, que representam apenas 15% das competências necessárias para os grandes líderes. Para o especialista, as habilidades são importantes para cumprimento de tarefas, mas não são diferenciais para a alta performance, seja no mercado de trabalho, seja na escola.


Fica evidente que trabalhar as habilidades socioemocionais é fundamental não só durante, mas também após a pandemia. A situação decorrente do surto de covid-19 acelerou a necessidade de uma abordagem mais acolhedora, mesmo à distância, de alunos preocupados, assustados e, até mesmo, traumatizados, antecipando a adoção de práticas que cumprem as diretrizes da BNCC.


As competências da Base regulamentam uma proposta de ensino que investe no desenvolvimento intelectual, social, físico, emocional e cultural do aluno, por meio das normativas: conhecimento, argumentação, repertório cultural, trabalho e projeto de vida. Seu propósito é estabelecer um currículo mais atual para elevar o padrão de ensino e a consequente formação de jovens mais atuantes na sociedade. Afinal, é papel da escola garantir a formação integral do aluno e contribuir para ajudá-lo a criar o seu projeto de vida.


Antes mesmo da pandemia, muitas escolas em todas as partes do mundo já procuravam oferecer uma formação mais humana aos jovens. O distanciamento social ajudou a florescer essa humanidade na relação interpessoal educacional, que deve se tornar realidade a partir do próximo ano. Especialmente no Ensino Médio, fase em que o estudante precisa aprender a articular anseios com seu futuro.


O desenvolvimento de habilidades socioemocionais e do projeto de vida estimula o aluno a fazer escolhas, a promover o autoconhecimento e propósito, a reconhecer a importância da relação com o outro, a gerenciar as incertezas do futuro e a transformar sonhos em realidade.


O desenvolvimento de nosso país passa pela construção de uma educação de qualidade e de alto desempenho, preparando o aluno para ser um cidadão protagonista, pronto para tomadas de decisões e competente em habilidades para a vida. Entretanto, enquanto nossa sociedade enfrenta dificuldades para retomar a normalidade, os educadores seguirão se reinventando para cumprir o dever de ensinar, mas, sobretudo, de continuar cuidando da inteligência emocional de alunos, de seus familiares e, também, dos próprios professores.

 



Marcos Moriggi - diretor de Consultoria Pedagógica do SAS Plataforma de Educação



Ensino à distância para crianças em debate durante a pandemia

A especialista em educação infantil e terapeuta familiar Evelyn Stam aponta os prós e contras do ensino à distância durante a pandemia da covid-19, que se tornou uma das principais questões familiares do momento.




Estamos vivendo em época de pandemia. Muitas incertezas, muitas mudanças e uma situação que não tem data de término. Uma das mudanças mais comentadas e questionadas por pais e educadores durante a pandemia é o ensino à distância, que se tornou necessário quando muitos países decidiram fechar as escolas e fornecer ensino online, forçando pais a assumirem muitas vezes o papel de educadores, na tentativa de ajudar seus filhos a acompanharem as aulas neste novo formato.

A especialista em educação infantil e terapeuta familiar
Evelyn Stam, aponta que existem vantagens e desvantagens na adoção da telescola ou ensino à distância, e que ambas precisam ser consideradas antes de um veredicto final: “tivemos que nos adaptar a essa mudança quase que de um dia para o outro, quando a pandemia do novo coronavírus veio e surpreendeu a todos. Não estávamos totalmente preparados, sejam os pais ou os professores e a até mesmo os próprios alunos, para nada do que viria a acontecer depois e, naturalmente, foram necessários alguns ajustes de última hora para encontrar soluções minimamente viáveis e impedir que nossos filhos perdessem um ano escolar. Mas nem tudo tem sido mal e há também benefícios na educação à distância, que tende a ser algo ao qual nós vamos ter de nos adaptar, já que deve ser uma tendência.”


Desvantagens

Evelyn Stam ressalta as principais desvantagens do ensino à distância:


 Acesso à tecnologia

Nem toda família tem acesso à computadores de qualidade e internet estável. Famílias que não possuem um computador ou não dispõem de internet rápida simplesmente não têm como acompanhar as aulas online, fazer fotos de atividades realizadas ou enviar arquivos grandes.


 Disponibilidade

Famílias que possuem um computador e internet de boa qualidade nem sempre estão preparadas para lidar com o ensino online. Famílias com mais de um filho nem sempre tem um computador para cada membro da família. Além disso, a mesma internet que era suficiente para atender a todos os moradores agora está sobrecarregada, com pais e filhos utilizando a conexão ao mesmo tempo para cumprir com suas cargas horárias de trabalho e estudo.



Uso das ferramentas de software

Nem todas as pessoas estão acostumadas a sistemas de reunião online, como Zoom, Google Classroom, Microsoft Teams, etc… Há pessoas que estão experimentando um enorme sentimento de sobrecarga, tendo que lidar não só com a pandemia, mas com o aprendizado de novas tecnologias.



Sobrecarga

Muitas pessoas estão experimentando um aumento significativo da carga de trabalho. Trabalhar de casa não significa trabalhar menos. Além disso, todos estão em casa o tempo todo então o tempo de limpeza da casa e a frequência na limpeza aumentam. Somado a isso há ainda a carga de tarefas dos filhos que precisam ser supervisionadas pelos pais. Pais estão se sentindo professores, profissionais, mães e pais, tudo ao mesmo tempo.

Professores também estão sobrecarregados e têm que aprender a lidar com novas tecnologias, criar materiais que funcionem para o ensino online, tudo isso enquanto lidam com os próprios filhos e com o aprendizado dos próprios filhos em casa.

 

Vantagens


Da mesma forma, a especialista aponta diversas vantagens que o ensino à distância pode trazer



Possibilidade de revisar o conteúdo


 A aula online pode ser assistida quantas vezes o aluno precisar. O aluno pode pausar para fazer anotações, copiar diagramas da internet. O ensino se torna mais interativo e acessível para os alunos.



Estude no seu ritmo

O aluno pode estudar no seu próprio ritmo. Cada aluno prepara a suas tarefas na sua velocidade, sem a pressão de fazer as coisas na mesma velocidade e da mesma forma que os colegas.



Pais têm contato com o universo dos filhos

Agora sabemos exatamente o que os nossos filhos estão aprendendo na escola, o que eles gostam mais e o que têm mais dificuldade. Sabemos o quanto de tempo eles precisam para entender determinado conteúdo e entendemos melhor como a escola funciona.



As crianças estão aprendendo habilidades novas

Crianças aprendem rápido e se adaptam mais fácil que os adultos às novas tecnologias. As aulas online estão preparando os nossos filhos para o trabalho do futuro.



Estamos aprendendo novas formas de ensinar e aprender

 Sim, tem sido desafiador. Contudo já estamos a ver os primeiros sinais de coisas que tem funcionado muito bem no ensino online. Estamos criando soluções para lidar com o deslocamento, condições climáticas e ausências por motivos médicos. A pandemia nos forçou a ser criativos, a pensar em novas soluções e melhores maneiras de aprendizado.


Veredicto

Evelyn pondera o panorama geral da educação à distância: “Como podemos ver, o ensino à distância tem vantagens e desvantagens. Nos demanda muito tempo, mas aprendemos muito com a experiência. O verdadeiro desafio é não deixar o nosso papel de pais para assumir o papel de professores. Somos e continuaremos a ser pais sempre. Essa é a nossa relação mais importante. Aconteça o que acontecer o ensino nunca deve ser o preço da nossa relação com os nossos filhos.”


7 Dicas Para Voltar À Prática Do Esporte Neste Momento de Maior Flexibilização

Ortopedista E Especialista Em Traumas Do Esporte, Da Dicas Valiosas Para Que Você Volte A Praticar Suas Atividades Físicas.

Indicada pela OMS, a prática de exercícios físicos deve ser feita constantemente para que possamos manter nossa saúde física e mental.

Infelizmente nestes dias de Pandemia, malhar e fazer um esforço para ultrapassar nossos próprios limites, se tornou um desafio ainda maior. Acabamos deixando muitas das nossas atividades rotineiras de lado, mas agora, com uma maior flexibilização é hora de vencer os desafios e voltar à forma.

O Dr. Samuel Lopes, médico ortopedista e especialista em joelho e trauma do Esporte, nos mostra em pequenos passos, como dar um salto de qualidade em nossa prática esportiva diária.


1 – A prática regular de alguma atividade física ou esportiva é essencial para promover e manter a saúde física e mental. Sendo assim, não há desculpas para ficar parado e seguir na inércia. E a primeira dica é se movimentar, manter-se motivado e criar uma rotina para implementar um novo hábito saudável no seu dia a dia.



2 – Se a sua escolha for ficar em casa, procure fazer suas aulas pela internet; práticas on-line pode ser uma opção em tempos de isolamento, claro que tendo sempre a orientação de bons profissionais. Importante buscar atividades que se adequem ao seu gosto pessoal e à sua capacidade física atual.


3 – Improvise, pense “fora da caixinha”, trabalhe com o que você tem em mãos. Por exemplo, você pode usar outros objetos como peso, como mochilas com pesos, garrafas ou latas. Pode usar calças de lycra no lugar das calças de elástico, e um tapete confortável. E lembre-se, a correta execução dos movimentos bem como cuidados com a postura são importantes. Se necessário, busque auxílio de um profissional de educação física para te orientar adequadamente.


4 – Crie uma nova agenda com dias e horários para as práticas semanais. Adapte seus exercícios da academia quando possível, mas mantenha sempre o foco. Procrastinar não é uma escolha.


5 – Comece pelo mais fácil, pelo mais simples; abdominais, barras, agachamentos ou flexões são exercícios básicos, mas que podem ajudar muito quem está começando ou retomando as atividades. E, além de tudo, você pode fazer isso dentro da sua casa.



6 – Infelizmente, com a quarentena, somos obrigados a praticar atividade física mantendo um distanciamento adequado além do uso da máscara. Sendo assim, procure praticar suas atividades sem acompanhantes, procure a máscara mais adequada para suas práticas, que possam ser mais confortáveis, não dificultem muito a respiração e possam absorver melhor o suor sem ficar encharcadas.


7 – Queimar calorias pode ser mais simples do que se imagina, com a realização de exercícios desde os mais básicos aos mais complexos e, acreditem, serviços domésticos como varrer a casa, limpar ou lustrar móveis, lavar louça entre outros, também ajudam na queima de calorias.

Ainda que a quarentena possa ter mudado sua rotina, não perca o hábito de se exercitar. E lembre-se: a rotina diária de atividades físicas, acompanhado de um profissional da área, e uma alimentação balanceada faz parte da boa saúde física e mental.

 



Dr. Samuel Lopes - Médico, especialista em trauma do esporte. Membro efetivo da sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT), Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ) e da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte. Chefe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Santa Casa de Juiz de Fora – MG. Reabilitação -Tratamento – Ortopedia – Medicina Esportiva – Saúde

Site: www.drsamuellopes.com.br

Instagram@ drsamuellopes

https://www.youtube.com/channel/UCjyIdBIYxiFKYzGsm8wdbEg


O que muda com a chegada de um irmão

Nascimento de um novo filho e o vínculo de irmão
(Cegonha Imagens)


O nascimento de um segundo filho altera toda a dinâmica familiar

 

 

Se por um lado, a chegada de um bebê traz felicidade, há alguns sentimentos que podem provocar angústia nos pais e no irmão mais velho. Na vida adulta a relação de irmãos também é impactante podendo contar com casos de um amor inexplicável e identificação entre ambos, assim como ser fruto de atritos familiares.

Os estudos na área não são tão frequentes, mas reflexões filosóficas e psicanalíticas ajudam a entender qual a importância do vínculo e desafios a serem abordados no âmbito familiar. O pediatra do Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Renato Santos Coelho, destaca um dos sentimentos mais comuns quando é criado o vínculo entre irmão que é o ciúme, questão trazida inúmeras vezes pelos pais nos consultórios médicos.

"O ciúme é um sentimento universal e humano e não pode ser evitado. O irmão que diz que não tem ciúme algum, pode na verdade estar negando. O irmão mais velho sempre foi o centro das atenções e viveu a experiência de ser o único. O segundo, terceiro ou quarto filho nunca passou por isso, então a maneira como cada um vai lidar é diferente. Tudo vai depender do temperamento da criança. Recomendo aos pais não dizer para criança que ela não pode ter ciúmes. Ao invés disso, dizer que entende o filho e compreende o sentimento se dispondo a ajudar", afirma o pediatra do Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Renato Santos Coelho.

(Freepik)

O médico destaca outro um fenômeno cultural. A tradição antiga era de famílias numerosas. Na sociedade contemporânea o número de irmão diminuiu muito. Há famílias com menos irmãos e muitos filhos únicos.

"Há experiências muito boas entre irmãos, na qual se tornam amigos inseparáveis para o resto da vida trazendo cumplicidade. Por outro lado, não dá para esquecer que há muitos casos de problemas familiares entre irmãos. Um alerta é para que o pensamento romântico e clássico de que os pais sempre vão gostar dos filhos da mesma maneira pode ser interpretado de maneira diferente. O sentimento de gostar dos filhos é pra todos, mas nenhum pai ou mãe precisa se sentir culpado por ter uma sintonia ou identificação maior com um determinado filho”, completa Renato.

Por fim, o cenário atual está acentuando alguns problemas por conta do confinamento nas residências. A pandemia colocou todo mundo dentro de casa e nessa hora as diferenças se acentuam.

"Assim como aconteceram casos de problemas entre casais, os problemas entre irmão se acentuaram. É preciso cooperação e respeito para que todos passem por essa situação”, finaliza o médico.

 


Marcelo Matusiak

 

Sono na Pandemia - Aumentam casos de insônia entre os profissionais de saúde

Pesquisa revela que 13% dos profissionais de saúde iniciaram tratamento medicamentoso para insônia durante a Pandemia


Como está o Sono dos Profissionais de Saúde, em tempos de Pandemia

Esse foi o tema da pesquisa liderada pelos especialistas da ABMS (Associação Brasileira de Medicina do Sono) e da ABS (Associação Brasileira do Sono), contabilizando mais de 4.900 entrevistados de todas as Regiões do Brasil, no período de 30 de maio a 25 de junho de 2020.

O estudo foi coordenado pelos Drs. e pesquisadores do Incor HCFMUSP Luciano Drager (vice-presidente da ABMS) e Pedro Genta (Presidente da ABMS.

“Este estudo é inovador por sua abrangência nacional e espírito colaborativo entre os coordenadores da ABMS e ABS. O número de participantes foi extraordinário, além de nossas expectativas, e retrata o grau de envolvimento que os profissionais de saúde estão tendo durante a Pandemia”, comenta Dr. Pedro Genta.

De acordo com o Dr. Luciano Drager, esse estudo sobre o sono é o maior do mundo realizado até o momento.

O especialista explica que o objetivo primário do estudo foi detectar o aumento de casos de insônia entre os profissionais de saúde, correlacionando com diversos fatores relacionados à pandemia bem como ansiedade e o burnout (estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional).

Os resultados desta primeira etapa da pesquisa revelaram que 41% dos profissionais de saúde entrevistados apresentam sintomas de insônia ou pioraram a insônia já existente durante a pandemia. Além disso, 61% dos participantes reportaram piora da qualidade do sono. Outro dado alarmante é que 13% dos entrevistados iniciaram tratamento medicamentoso para a insônia.

Dentre os profissionais entrevistados, 55,7% relataram que atendem ou já atenderam pacientes com Covid-19, sendo a maioria técnicos ou auxiliares de enfermagem, enfermeiros e médicos.

Entre os fatores independentemente associados com novas queixas de insônia ou piora da insônia, destacam-se:

- Sexo feminino (75% de aumento);

- Redução da renda em 30 a 50% (55% de aumento);

- Alterações de peso (aumento ou redução) – aumento de 55 a 87%, respectivamente;

- Atender ou já ter atendido pacientes com Covid-19 (28% de aumento).

- Ter desenvolvido o Burnout (quase 2x maior);

- Ter ansiedade (o maior fator obtido relacionado à insônia neste estudo com 3x mais chance).

De forma interessante, o aumento da renda observado em alguns profissionais e o fato de trabalhar no consultório foram associados com menor chance de ter novas queixas de insônia ou piora da insônia.

 “A partir desses dados, podemos intensificar nossos esforços para ajudarmos esses profissionais que, em sua grande maioria, atuam na linha de frente da Covid-19 a obterem melhor qualidade de sono”. Isto pode não só melhorar a qualidade de vida, mas até mesmo a tomada de decisões no dia a dia deste trabalho que exige muito destes Profissionais, comenta Drager.




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Setembro Amarelo: relação entre redes sociais e suicídio

Especialista explica como a internet pode ser propagadora de gatilhos e como diálogo pode diminuir incidência de casos


O suicídio, hoje em dia, ainda é considerado tabu por muita gente. Mas não deveria. Afinal, faz uma média de uma vítima a cada quatro segundos no mundo, ou seja, 800 mil vítimas por ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A psicóloga Ana Gabriela Andriani explica que, em muitos lugares, existe um empecilho extra para tentar diminuir esse número. “Existe a crença de que, ao falar sobre o assunto, estaríamos, na verdade, propagando ou divulgando o suicídio e suas tentativas”. Ela adverte, no entanto, que deveria ser o oposto, que falar disso poderia reduzir a incidência de casos.


Redes Sociais e suicídio

De acordo com a especialista, as redes sociais, sim, têm sido um meio propagador de gatilhos para as tentativas de suicídio, especialmente quando falamos de jovens e adolescentes. Isso principalmente em um momento em que o consumo da internet aumentou tanto em função da necessidade do isolamento físico social. O bullying e a constante necessidade de aprovação virtual têm levado cada vez mais jovens a desenvolver quadros de depressão e ansiedade. Um estudo realizado pela Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, mostrou que os “heavy users” (usuários que passam grande parte do tempo na internet) possuem três vezes mais chances de sofrer de depressão comparando com aqueles que conferem suas redes sociais com menos frequência.

Já um estudo de 2017 da agência nova/sb analisou mais de 1 milhão de menções ao suicídio nas redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter e Youtube): em 34,2% dos casos eram piadas ou memes, 24,4% eram opiniões, 22,1% citações, 7,5% notícias, 6,3% relatos e 5,5% se tratavam de depoimentos. OS dados também mostraram informações preocupantes: 18,3% das postagens eram falas negativas ou preconceituosas, como por exemplo “conte a um psicólogo, não ao Facebook”, “quem tem depressão não fica em rede social tentando aparecer” ou “quem quer se matar não avisa”. Algumas, inclusive, incentivavam os usuários a tirar a própria vida. “Esses resultados mostram a necessidade de uma abordagem e de um espaço sem julgamentos para sensibilizar e educar e, assim, contribuir com a prevenção”, afirma Ana Gabriela.


Diálogo como prevenção

Para a psicóloga, o diálogo é fundamental. “É necessário falar sobre o assunto. Mas isso não significa apenas divulgar números. É preciso entender o que leva ao suicídio, como é possível prevenir e que o suicídio é uma questão de saúde pública. Precisamos abrir esse canal de diálogo e trazer informações sobre o tema e tudo o que o cerca, como as doenças mentais, saúde mental, o que é e quais são os sinais de comportamento suicida.”

Ela explica que o assunto é complexo e nem todas as pessoas que cometem o suicídio apresentam algum tipo de sinal prévio, por isso que é tão importante erradicar esse preconceito. Outro ponto fundamental para se esclarecer é que muitas vezes não existe um planejamento para tal ato. “Muitas vezes a pessoa busca uma maneira de acabar com algum sofrimento e vê na tentativa do suicídio uma saída. Ela não pensa em morrer, ela pensa em uma solução para aquele momento de dor. É importante esclarecer que nem toda pessoa que comete suicídio planejou a ação, pretendia de fato acabar com a vida ou tinha histórico de tentativas”, analisa.

Ana Gabriela ainda salienta que o preconceito de achar que quem comete suicídio é fraco também não é válido. “Vemos pessoas fortes que, em um momento de desespero, só enxergam isso como saída. Julgar o próximo não vai ajudá-lo”. Desde 2014, ocorre no Brasil a campanha do Setembro Amarelo, que é realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). Uma tentativa de levar luz ao assunto.

“Quando falamos sobre a prevenção do suicídio, devemos prestar atenção à forma como abordamos o tema. Muitas vezes focamos na morte apenas de pessoas famosas e colocamos uma certa dose de romance no ato, ligando o suicídio ao estilo de vida dessa personalidade, como falta de sono, vida agitada e conturbada, por exemplo. O que é deixado de fora nesses casos, muitas vezes, são as reais causas do suicídio”, diz Ana Gabriela. Ela finaliza alertando que estão no grupo de risco pessoas com esquizofrenia, bipolaridade, borderline, uso excessivo de drogas e de álcool.

 



Gabriela Andriani - Graduada em Psicologia pela PUC-SP, Ana Gabriela Andriani é Mestre e Doutora pela Unicamp. Tem pós-graduação em Terapia de Casal e Família pelo The Family Institute, da Northwestern University, em Illinois, Estados Unidos, e especialização em Psicoterapia Dinâmica Breve pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas/USP. Possui, ainda, aprimoramento Clínico em Fenomenologia Existencial na Clínica Psicológica da PUC-SP. Ana Gabriela acredita que o autoconhecimento influencia diretamente no trabalho, nas relações afetivas e na qualidade de vida.


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Se você quer que recursos públicos sejam orientados à sociedade e não sirvam para financiar partidos políticos e processos eleitorais, mas vê essas verbas sendo ampliadas...

Se você quer que os presidentes Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre encerrem seus mandatos no final deste ano, mas vê manobras para que sejam reeleitos...

 Se você acha um absurdo a UNE arrecadar anualmente milhões de reais com a emissão da carteira estudantil, mas sabe que o Congresso Nacional deixou caducar a Medida Provisória que as tornava gratuitas...

Se você gostaria que houvesse entre nós um renascimento do amor à pátria, mas vê, por toda parte, serem plantadas sementes de divisão e conflito, traição e revolta...

 ... enfim, se você é conservador, ou liberal, e pensa que tendo vencido a eleição realizou o necessário e suficiente para corrigir alguns dos pecados mortais da vida nacional, acorde.

 Sim, acorde! Entenda, no jogo jogado da "democracia" brasileira, o tamanho do estrago feito em nosso país. É porque estamos institucionalmente tão mal que os bons brasileiros, como você, são tão necessários.




Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Integrante do grupo Pensar+.

 

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