Em 2016, ocorreram numerosos problemas que
afetaram a humanidade, como catástrofes, atentados
terroristas na Europa e Oriente Médio, a guerra civil na Síria e, no Brasil, a crise política e econômica. Tal cenário desperta o pessimismo nas
pessoas, causando muito estresse, explica Jennifer França, psicóloga e diretora
científica do Departamento de Psicologia da Sociedade de Cardiologia do Estado
de São Paulo (SOCESP). “O estresse é uma reação do organismo que ocorre quando
há necessidade de lidar com situações que exijam um grande esforço
emocional e mental para serem superadas. A
resposta ao estresse prepara o nosso corpo para situações difíceis, mas quando
existe o descontrole, podem ocorrer problemas
cardiovasculares, dentre outras patologias”.
Recentemente,
o Google divulgou a lista de assuntos mais pesquisados no Brasil.
Dentre os temas da lista Top 10, destacaram-se três
temas que causaram grande comoção: a tragédia do acidente
aéreo com os jogadores da Chapecoense, a morte do
ator Domingos Montagner e eleições 2016. Situações preocupantes e
traumáticas acabam afetando emocionalmente os indivíduos. “Existe também o que
chamamos de fontes internas de estresse, que são os sentimentos e pensamentos,
a maneira particular de reagir a situações. Esses têm um efeito ainda maior no organismo, não só por serem uma fonte estressora, mas também
por muitas vezes serem os responsáveis por dificultar os mecanismos de relaxamento. O pessimismo é um desses sentimentos”, explica a
psicóloga.
Uma
pesquisa da Escola de Saúde Pública T. Chan, de Harvard, mostrou que pessoas
com atitude positiva diante da vida correm menos
risco de morrer de doenças cardíacas, câncer, AVCs, problemas respiratórios e infecções. O estudou analisou a vida de 70 mil mulheres,
num período de oito anos, e a cada dois anos colhia dados das voluntárias, como
pressão arterial e o nível de atividade física. Os pesquisadores concluíram que
38% das otimistas tinham menor chance de morrer de males do coração.
A
especialista ressalta que esse estresse desencadeia alguns sintomas, como o aumento da pressão arterial, a respiração acelera,
o coração bate mais rápido e os músculos ficam mais tensos. Ocorre, também, liberação de alguns
hormônios, como cortisol, dopamina eadrenalina. “Uma
vez passado o “perigo” ou estímulo intenso, o corpo pode relaxar e procurar
novas forças. Aí, acontece o grande problema. Quando
essas situações de estresse tornam-se constantes e
os mecanismos de relaxamento escassos, criamos uma situação propícia ao
adoecimento”, afirma Jennifer.
A
diretora da SOCESP explica que essa dificuldade no mecanismo de relaxamento
pode gerar uma sobrecarga no coração e outros órgãos do nosso corpo.
“Sentimentos de raiva,emoção e
preocupação intensas podem elevar
consideravelmente a pressão arterial. Portanto, precisamos aprender a pensar de
modo mais positivo e saudável”.
Abaixo
a psicóloga da SOCESP lista algumas recomendações importantes para aprender a
controlar o estresse.
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Tenha uma alimentação saudável.
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Pratique atividade física, sempre com avalição médica e acompanhamento de um
profissional de educação física. Durante a atividade física o corpo libera
hormônios que ajudam na regulação do estresse.
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Tenha momentos de relaxamento, tanto o corpo quanto a mente encontra espaço
para se livrar das tensões do dia-a-dia. Esta atividade precisa ser regular, ou
seja, todos os dias encontrar momentos de prazer. Não existe receita para
relaxar, cada um precisa identificar que atividade, lugar ou forma é melhor
para seu relaxamento, alguns gostam de música, atividades manuais, leitura,
lembre-se que deve ser algo que te deixe distante da rotina do dia-a-dia.
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Busque um equilíbrio emocional, através de autoconhecimento e de atitudes
positivas diante da vida, converse com as pessoas ao invés de brigar. Pessoas
competitivas demais, que fazem várias coisas ao mesmo tempo, sem ter tempo para
relaxar, são mais propensas ao estresse e consequentemente ao desenvolvimento
de hipertensão.