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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Imunização é um dos principais temas do Congresso Brasileiro de Pediatria 2015



Evento que reúne médicos de todo Brasil e professores de diversos países vai debater a importância da vacinação infantil

O Rio de Janeiro será palco, a partir do dia 12 de outubro, do 37º Congresso Brasileiro de Pediatria. Estima-se a participação de cerca de 6 mil pediatras de todo o Brasil no evento, que terá duração de cinco dias e contará com diversas palestras voltadas ao universo infantil e juvenil, entre elas, a importância de cuidar da vacinação infantil, principalmente no cuidado que os pais devem ter para as chamadas doses de reforço, que podem garantir proteção prolongada contra várias doenças.

Ao longo dos primeiros anos de vida, todo indivíduo precisa de uma série de cuidados, e um dos principais é a vacinação. Entre o nascimento e o 10º ano de vida, as crianças têm que tomar em torno de 15 vacinas, sendo que muitas delas precisam ainda de um ou mais reforços¹. Por isso, o calendário de vacinação e as doses de reforço (principalmente a realização de duas doses das vacinas contra varicela e contra hepatite A) terão grande destaque durante o Congresso.

Durante o encontro, médicos de todo país participarão de debates como, os desafios da imunoprevenção infantil e as recomendações do calendário de vacinação. Outro tema que será amplamente abordado é a agressividade e imprevisibilidade da doença meningocócica, um problema mundial de saúde pública. A meningite é uma infecção que se instala principalmente quando uma bactéria ou vírus consegue vencer as defesas do organismo e ataca as meninges — três membranas que envolvem e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central².

Principais palestras sobre o impacto da vacinação na saúde infantil:

Dia 14/10  
Vacinas Pediátricas
- Desafios da imunoprevenção infantil e as recomendações do calendário de vacinação – Dr. José Geraldo Ribeiro Leite
De 12h30 às 13h30

DIA 15/10
Vacinas Meningocócicas
- Como melhor proteger a população contra a Doença Meningocócica - Prof. Marco Aurélio Palazzi Sáfadi e Dr. Felipe Lorenzato
De 12h30 às 13h30

– A agressividade e imprevisibilidade da Doença Meningocócica – Um desafio contínuo, principalmente devido às variantes genéticas do meningococo B - Dr. Felipe Lorenzato
De 12h35 às 12h50

– Vantagens da ampla proteção da vacina internacionalmente conhecida como Bexsero®, a vacina inovadora contra diferentes sorosubtipos do meningococo B, e da vacina meningocócica ACWY (conjugada) - Prof. Marco Aurélio Palazzi Sáfadi
De 12h50 às 13h20

Referências:


2 - Ministério da Saúde/SVS/Brasil 2015. Portal da Saúde SUS. Meningites. Encontrado em http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/meningites. Acessado em 12/06/2015

Primavera abre temporada de alergias sazonais





Médico pneumologista elenca quatro dicas para auxiliar a combater rinites e crises respiratórias que aparecem junto com a estação das flores

Coceira e irritação nos olhos, coriza e garganta ‘raspando’. Além de embelezar o visual das cidades, o início da primavera marca também a temporada de alergias sazonais. Os sintomas, que aumentam consideravelmente nessa época do ano, são causados por diferentes fatores, entre eles a baixa umidade do ar, a inversão térmica, o aumento da poluição atmosférica e a polinização das árvores floríferas.
“A manifestação alérgica é a forma de o organismo responder que algo não está bem. Obstrução nasal, espirros e coceiras são sintomas comuns, porém, casos que demoram em desaparecer, como falta de ar e desconforto respiratório, podem indicar que é hora de buscar atendimento médico”, ressalta Paulo Paes Silvado, médico pneumologista do Hospital Santa Catarina.
O especialista esclarece que, em grande parte das vezes, as manifestações alérgicas acontecem nesta época com as pessoas potencialmente sensíveis porque é na primavera que o pólen - conjunto de minúsculos grãos produzidos pelas flores das plantas – penetra nas mucosas aéreas e ativa o processo alérgico reacional. Consequentemente, o nariz começa a coçar, surgem os espirros e a irritação na garganta e nos olhos. “Embora pareça que o único ‘vilão da história’ seja o pólen, também importantes são os outros alérgenos inaláveis como ácaros, fungos e epitélio de animais domésticos, que fazem parte dos agentes desencadeantes das alergias respiratórias”, diz o especialista.
Doutor Silvado elenca quatro dicas para auxiliar a combater rinites e crises respiratórias que aparecem junto com a estação das flores:
  • Hidrate-se: ao tomar bastante água a mucosa nasal é hidratada, evitando, assim, que fique ressecada e que alergênicos (substâncias dos alimentos, plantas ou de animais que provocam uma reação do sistema imunológico) entrem na circulação sanguínea;
     
  • Limpeza diária: lugares acarpetados, como escritórios, por exemplo, devem ser limpos com aspirador de pó diariamente, principalmente se tiverem pessoas alérgicas que circulam ou habitam o local. Evitar tapetes e cortinas no quarto também pode auxiliar;
     
  • Atenção especial na hora de dormir: se o clima estiver muito quente, umedeça o ambiente. Aparelhos umidificadores podem garantir uma boa noite de sono e atenuar os sintomas das alergias sazonais.
     
Evite a automedicação: ao contrário do que muitos pensam, utilizar descongestionante nasal por conta própria pode potencializar os efeitos da alergia. Antes de qualquer medicação, é de suma importância procurar o médico.

Outubro é o mês da conscientização sobre a doença de Gaucher





Doença rara atinge quase 900 pessoas no País. Sintomas que confundem médicos podem retardar o diagnóstico correto

Com o objetivo de difundir os sinais e sintomas da doença de Gaucher, enfermidade rara e hereditária que afeta cerca de 10 mil pessoas no mundo, a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) lança a campanha #PenseGaucher. A campanha será realizada durante todo o mês de outubro. “Queremos chamar a atenção dos hematologistas, pediatras e demais profissionais da saúde para a doença e, com isso, reduzir a jornada do paciente em busca do diagnóstico, que pode levar décadas”, afirma Célia Campanaro, hematologista pediátrica, membro da ABHH.
Assim foi com Paulo Ricarte, da cidade de Tuntum, no Maranhão. “Um médico me disse que eu teria apenas mais um ano de vida. Ele não sabia o que eu tinha. Minha infância e adolescência foram muito difíceis”, conta. Ricarte só foi diagnosticado aos 23 anos, depois de passar por diversos médicos e especialistas. Hoje, desfruta uma vida praticamente normal, apesar de apresentar algumas sequelas, principalmente ósseas, por ter tido o diagnóstico da doença na fase adulta.  
“Por essas e outras histórias, temos de fazer com que os médicos e a população conheçam mais sobre a doença de Gaucher”, explica a hematologista. Com incidência estimada em 1 para 120 mil pessoas, o Brasil é o terceiro país com maior número de pacientes identificados, depois dos Estados Unidos e de Israel. Já são mais de 850 pacientes diagnosticados. Para Ricarte, depois do diagnóstico e início do tratamento, sua vida tomou novo rumo. “Gosto de fazer novas amizades, de conhecer gente. E quero contar a minha experiência para que outros não passem pelo que eu passei”, explica o paciente.
Esse longo período para chegar ao diagnóstico é uma das principais preocupações daqueles que lidam com a doença de Gaucher. “É de extrema importância que os profissionais da saúde reconheçam as manifestações clínicas e despertem a atenção para a doença, mesmo que não sejam eles os os responsáveis por conduzir o tratamento”, afirma Célia. É importante pensar e investigar os casos suspeitos. Por ser uma enfermidade evolutiva, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e iniciado o tratamento adequado, menores serão as chances de complicações, como por exemplo, as doenças ósseas. O principal objetivo da campanha é a qualidade de vida dos pacientes. Os primeiros sinais podem aparecer em qualquer idade, mas predominam na infância e adolescência. A doença de Gaucher pode ser classificada em três tipos:
- O Tipo 1 (forma não neuropática) corresponde a 95 % dos casos e é a forma mais comum. Afeta 1 em cada 40 mil a 60 mil indivíduos na população em geral e não compromete o cérebro ou o sistema nervoso. Alguns pacientes com a doença de Gaucher Tipo 1 podem ter pouco sintomas, enquanto outros podem apresentar manifestações graves, até fatais.   Os sinais e sintomas mais comuns são a barriga distendida, pelo aumento do baço e do fígado, fraqueza, palidez, dores ósseas, sangramentos e hematomas sem história de traumas nos locais. Também podem acontecer fraturas mais facilmente, pela fragilidade dos ossos. O hemograma pode mostrar anemia, redução de plaquetas e alterações de glóbulos brancos. A progressão da doença costuma ser lenta ou variável, e a sobrevida pode ser normal, na dependência das complicações.
- O Tipo 2 (forma neuropática aguda) é mais raro e grave. Afeta crianças com quatro a cinco meses de idade, compromete cérebro, baço, fígado e pulmão. Podem ocorrer convulsões, alterações na respiração e progressivo retardo mental. A doença evolui rapidamente, causando a morte geralmente até o segundo ano de vida.
- Já o Tipo 3 (forma neuropática crônica), também raro, é mais brando que o tipo 2.  O diagnóstico é feito na infância e adolescência e há comprometimento de cérebro, baço, fígado e ossos. A evolução do quadro neurológico é variável, mas menos grave que o do tipo 2. A sobrevida se dá até a segunda ou terceira década de vida. Os sinais e sintomas aparecem até o fim da infância, e os pacientes com doença de Gaucher Tipo 3 podem viver até a idade adulta.
O diagnóstico da doença de Gaucher se dá com base na história clínica e no exame físico.  Na doença de Gaucher, ocorre a redução da atividade de uma enzima, chamada glicocerebrosidase ácida, o que leva ao acúmulo de uma gordura específica dentro de células chamadas macrófagos. Esses macrófagos repletos da gordura não digerida são chamados de células de Gaucher, e encontrados em diferentes partes do corpo, principalmente no baço, no fígado e na medula óssea. A procura das células de Gaucher na medula óssea deve ser feita com atenção, e auxilia no diagnóstico.  A confirmação da doença de Gaucher se faz pela dosagem da enzima específica no sangue.  
O tratamento se baseia na reposição da enzima faltante e é chamado de Terapia de Reposição Enzimática (TRE). O paciente deve receber suplementação da enzima glicocerebrosidase ácida, desenvolvida em laboratórios especiais e muito parecida com a forma normal, que se encontra reduzida no paciente.  Com a TRE, os macrófagos passam a ficar livres do acúmulo da gordura, e as manifestações da doença têm melhora gradativa. Os efeitos marcantes da TRE são a diminuição dos volumes de fígado e baço, melhora das manifestações hematológicas (anemia e sangramentos), melhora da infiltração da medula óssea e das alterações ósseas, inclusive a dor, com grande melhora da qualidade de vida desses pacientes. O tratamento da TRE para a doença de Gaucher é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 1996, e normatizado desde 2002 com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), balizado pelo Ministério da Saúde.

Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH):
A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) é uma associação privada para fins não econômicos, de caráter científico, social e cultural. A instituição congrega médicos e demais profissionais interessados na prática hematológica e hemoterápica de todo o Brasil. Hoje, a instituição conta com mais de 2 mil associados.

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