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quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Como o estresse impacta sua saúde

 Entenda como funcionam os efeitos do estresse no organismo e confira dicas práticas de como gerenciá-lo para viver mais saudável e feliz

 

O distanciamento social dos últimos meses vem causando um estresse crônico na vida das pessoas, gerando quadros de ansiedade, insônia e depressão. Para se ter ideia, a venda de medicamentos para esses problemas aumentou em 5,75% nos doze meses acumulados até maio deste ano segundo dados da IQVIA, consultoria especializada no setor farmacêutico.

De acordo com o médico nutrólogo, especialista em obesidade e membro do Conselho para Assuntos Nutricionais da Herbalife Nutrition do Brasil, Nataniel Viuniski, o estresse causa uma série de mudanças fisiológicas diante de uma ameaça. É uma resposta de sobrevivência, assim como acontece com um animal que está sendo perseguido na natureza. "Hormônios como a adrenalina e cortisol são instantaneamente produzidos, aumentando os batimentos cardíacos e acelerando respiração para preparar o corpo para entrar em ação, como fugir ou lutar", explica Dr. Nataniel.

O problema surge quando o estresse se torna algo constante e crônico, não permitindo ao corpo relaxar. É quando se inicia um processo que afeta todo o organismo. "A produção de células do sistema imune é impactada favorecendo as infecções, que podem ser inclusive recorrentes. A saúde cardiovascular também fica prejudicada por conta da constante alteração da pressão arterial", exemplifica o médico. Fora a sensação de esgotamento no final do dia devido à maior exigência do organismo por carboidrato, que acaba usando as reservas do fígado (glicogênio) para lidar com a situação.

Também há grandes chances de haver ganho de peso e o acúmulo de gordura abdominal tão prejudicial ao coração por conta do quadro de inflamação do organismo. "A cascata hormonal estimula a fome e nos faz buscar alimentos calóricos que possam nos dar conforto. E pode haver uma perda mais acentuada de massa muscular, deixando o metabolismo mais lento e propenso a acumular gordura", acrescenta Dr. Nataniel. 



7 maneiras de lidar com o estresse

A seguir, confira dicas simples e práticas do especialista para reduzir o estresse e melhorar a saúde: 



1. Pratique exercícios - Busque maneiras de manter o corpo ativo. Use aplicativos que sugerem exercícios com o peso do próprio corpo ou busque maneiras criativas de se exercitar com as coisas que tiver em casa, como usar o saco de feijão como halter. "O exercício libera hormônios do relaxamento que vão ajudar o corpo a sair da tensão", explica o médico. Se preferir ir para a rua para correr ou caminhar, lembre-se de usar máscara e evite lugares com aglomerações. 



2. Mantenha uma alimentação saudável - Faça refeições equilibradas que contenham vitaminas e minerais, mas também boas quantidades de proteínas e fibras. "A proteínas vão ajudar a dar mais saciedade ao longo do dia e a evitar a perda de massa muscular. Já as fibras contribuem para manter a saúde do intestino, órgão responsável pela maior produção de serotonina, hormônio que nos dá aquela gostosa sensação de bem-estar. Lembre-se ainda de se hidratar com água e chás para ajudar as fibras a cumprirem seu papel no intestino", orienta o médico. Vale ainda consumir suplementos de ômega 3, gordura poli-insaturada precursora de compostos que protegem veias e artérias, oferecendo uma ação positiva na saúde cardiovascular. 



3. Descanse - Primeiramente, durma o suficiente! Um sono adequado é extremamente útil para acalmar a resposta ao estresse. 



4. Adote práticas de relaxamento - Meditação, ioga ou mesmo exercícios de respiração profunda ajudam a avisar o corpo e a mente que não há mais perigo. 



5. Cultive um hobby - Aproveite o tempo livre para realizar algo para si mesmo, como ler um livro, fazer algo que você realmente ama e até descobrir novos hobbies. 



6. Fique conectado com a família e amigos -
Ficar isolado fisicamente não significa que é preciso perder o contato com outras pessoas. Ligações por telefone e por videochamada são ótimas maneiras de manter as relações. 



7. Tenha uma rotina consistente -
Levante-se no mesmo horário, vista-se, organize seu escritório e trabalhe normalmente como faria. Nada de ficar de pijama o dia todo, hein?



Herbalife Nutrition


QUARENTENA: COMO LIDAR COM AS OSCILAÇÕES DE HUMOR DAS CRIANÇAS E OUTROS DESAFIOS

 Pesquisa realizada pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) em conjunto com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), apontou que 88% dos pediatras do Brasil, entrevistados entre julho e agosto, disseram que as crianças têm apresentado alterações comportamentais, sendo as oscilações de humor as alterações mais frequentes na pandemia. Diante da situação, como os pais podem lidar com as emoções das crianças e ajudá-las a encarar o momento de maneira mais tranquila? Cláudia Onofre, educadora da Dentro da História, aborda as principais causas desses sentimentos e dá dicas de atividades que os pais podem e devem investir no dia a dia, entre elas a leitura!


Salas de aula vazias há praticamente seis meses, crianças com uma rotina completamente diferente do que estavam acostumadas, longe dos amigos, da socialização. De repente, aprender e brincar ficou restrito apenas ao ambiente de casa. Essa mudança tem sido o fator dominante para que as crianças passassem a apresentar trocas de humor mais frequentes, tendendo para o lado negativo. Ainda de acordo com a pesquisa realizada pela FEBRASGO e SBP, 77% das mães relatam mau humor dos filhos durante a quarentena. O fato é que a saúde mental dos pequenos tem sido uma preocupação constante na pandemia e a falta da rotina que estavam habituados, tem significado um peso enorme. Segundo a educadora Claudia Onofre, consultora da plataforma de livros Infantis Dentro da História, aprender dentro de casa é algo possível e bastante indicado nesses tempos. Para isso, vale desenvolver estratégias para deixar a rotina mais amena, inclusive como forma de apoiar o aprendizado, desenvolver autonomia e ajudar a criança a lidar com as próprias emoções.


:: PERÍODO SEM AULAS PRESENCIAIS NÃO SIGNIFICA PERÍODO SEM APRENDIZADOS!

"As escolas de educação infantil perderam e ainda estão perdendo até 80% dos seus alunos e a estimativa é que mais de 50% fechem as portas," afirma Claudia. Um dos motivos para isso é que as escolas também sentem pressionadas e tendem a passar uma quantidade gigante de conteúdo. Como as crianças não têm maturidade ainda para lidar com tanta demanda, é inevitável que a família seja envolvida no processo e fique sobrecarregada.

"O melhor dos mundos seria a família e escola darem as mãos e juntos olharem para um novo tempo que, mesmo com tantos desafios, está sendo precioso por estimular a convivência diária, empatia, respeito e valorizar em especial o vínculo afetivo que está sendo construído de forma única".

Segundo a educadora, o aprendizado inserido na rotina inclui: organização da casa, cozinhar, cuidar de si e do outro. "Estes são conhecimentos adquiridos para a vida. As famílias que exercitarem esse olhar contribuirão diretamente para cidadãos ativos, participativos e certamente serão responsáveis pela construção de um mundo melhor".


:: MAIS IMPORTANTES DO QUE NUNCA: OS LIVROS!

As oscilações de humor das crianças têm solução! Os pais podem administrar essas fortes emoções investindo em atividades ricas em distração, aprendizado e aventura, como no momento da leitura. "O livro acolhe, acalma e possibilita grandes viagens. Sempre indico que as famílias se permitam viver ‘15 minutos de ouro’ por dia." A educadora ensina que neste momento pais e filhos devem parar tudo que estão fazendo, desconectar do celular, do computador, da televisão e se entregarem. Uma dica é escolher com a criança um lugar para chamar de seu e que seja aconchegante. Jogar almofadas no chão em cima de um tapete ou edredom e desfrutar desse momento. "Faça a leitura, mostre as ilustrações, explore a história com gestos e tom de voz. Depois, peça que a criança conte ou reconte a história, de asas à imaginação. Tenho certeza de que irão se surpreender e esses 15 minutos de ouro significarão um tempo maior de comunhão e afeto que só a leitura é capaz de proporcionar", comenta Cláudia.

A educadora ainda destaca que, neste momento, a leitura também aproxima, os familiares. "Avós, tios, padrinhos, podem participar desses momentos, mesmo que virtualmente, contando histórias de algum livro ou mesmo da vida real, que podem prender a atenção das crianças. Uma ideia, por exemplo, é lembrar de quando receberam a notícia que os pais da criança estavam grávidos, quando ela nasceu, o primeiro passeio etc.".


:: COZINHAR, CULTURA MAKER, E MUITAS OUTRAS ATIVIDADES!

"Minha sugestão para que as crianças continuem realizando atividades educativas, evitando inclusive o estresse causado pelo tédio, é explorar a cozinha. Sim, cozinhar é o máximo!"

Para esta sugestão, a educadora lembra que a internet está cheia de receitas incríveis, saudáveis e fáceis que as crianças amam. Cozinhar é uma forma de explorar vários sentimentos, informações e habilidades. Pode-se trabalhar a leitura da receita, a matemática das quantidades de ingredientes, o controle da ansiedade com o tempo de preparo, a magia de ver um bolo crescer dentro do forno, os sentidos do olfato, paladar, visão.

Outras atividades educativas citadas pela educadora envolvem explorar a cultura maker através de sucatas, e ainda desafios que resultam em uma recompensa no final. "Existe uma infinidade de blogs, incluindo o da Dentro da História, com muitas sugestões de atividades que, inclusive podem estar ligadas à leitura do livro."


:: ATENÇÃO AO USO EXCESSIVO DOS ELETRÔNICOS!

O acesso à tecnologia, como uso de tablets e celular, pode ser uma aliada dos pais, mas é importante haver equilíbrio. A exposição em excesso às telas pode, inclusive, desencadear os sentimentos negativos mostrados na pesquisa realizada pela FEBRASGO e SBP.

"Importante haver regras. Sugiro limitar duas horas ao dia de uso de tablets e celulares. Importante também impor um distanciamento mínimo da tela. A proximidade exagerada com a tela, mesmo durante aulas on-line, pode levar a criança a ter sintomas de irritabilidade, ansiedade, agressividade, isolamento e até mesmo queda do desempenho escolar", explica Cláudia.


# 5 regrinhas para o bom uso das telas:

- Estabeleça um horário fixo no dia de acordo com a faixa etária,

- Blinde os momentos da refeição,

- Selecione o conteúdo e acompanhe diariamente os acessos,

- Interaja em alguns momentos, assistindo com a criança os vídeos que ela mais gosta,

- Na hora de dormir, desconecte-se no mínimo uma hora antes e não deixe a criança carregar o celular ou tablet no quarto.


# 5 dicas para rotina off-line

- Criança adora brincar! Os adultos podem e devem reservar um tempinho para estimular brincadeiras, se entregando de corpo e alma para o momento.

- Ensine as brincadeiras que mais gostava quando criança: Roda, amarelinha, dança das cadeiras, corrida do ovo na colher.

- Quem conta com pouco espaço pode estimular a criança a brincar com massinha, desenho, reciclagem de caixinhas em diversos tamanhos e formatos.

- Música e dança são sinônimo de diversão. Que tal brincar de estátua?

- Faça uma autocrítica e dê o exemplo. Se o adulto estiver exagerando no uso do celular, será mais difícil convencer os filhos


Medo de sair de casa e sensação de vulnerabilidade podem caracterizar ‘Síndrome da Cabana’

 Segundo a psicóloga Naiara Mariotto, transtorno é causado pela mudança de hábito repentina, mas pode ser tratado com terapia. 

 

Com o anúncio feito pelo Governo do Estado de São Paulo de que toda a população deve receber a vacina contra a Covid-19 até fevereiro de 2021, a expectativa é que a rotina anterior à pandemia seja retomada aos poucos, após meses de isolamento. 

A notícia da possível retomada, contudo, pode se tornar um pesadelo para muitas pessoas que se acostumaram à ideia de proteção dentro de casa e se desconectaram da realidade em que viviam antes da chegada da doença. De acordo com a psicóloga Naiara Mariotto, o medo de sair e a sensação de vulnerabilidade são alguns dos sintomas que caracterizam a ‘Síndrome da Cabana’. 

“Os principais sintomas são dificuldade de concentração, mudanças no padrão do sono (sonolência ou insônia), inquietação, falta de motivação, falta de esperança, irritabilidade, desconfiança de tudo e, às vezes, tristeza ou depressão persistente”, diz. 

A psicóloga explica que o termo surgiu em meados de 1900, nos Estados Unidos, para nomear os problemas enfrentados pelos trabalhadores que passavam longos períodos em cabanas esperando o fim do inverno e depois tinham receio de retomar ao convívio social. 

Atualmente, muitas pessoas podem sofrer com a síndrome, mas aquelas que já enfrentam a ansiedade, ou os trabalhadores que estão voltando às empresas contra a própria vontade, podem estar mais suscetíveis a desenvolverem os sintomas. 

“As pessoas foram obrigadas a se adaptarem a uma nova rotina dentro de casa e, de alguma maneira, elas associam aquilo com proteção. Ter que voltar à rotina de encontro ao desconhecido, se sentindo muito mais vulnerável, vai demandar muito mais energia do cérebro, aumentando esse estresse”, explica. 

 

Diagnóstico e tratamento 

            De acordo com Naiara, os sintomas podem aparecer em diversos níveis, mas é importante que as pessoas que estão percebendo problemas no trabalho relacionados à síndrome procurem ajuda. Outra situação de alerta é quando um amigo ou parente de confiança relate mudanças no seu comportamento. 

Durante as sessões, o terapeuta procurará entender quais são os medos e aplicar técnicas que mais se enquadram ao perfil do paciente.  

“Uma delas é a técnica da dessensibilizarão sistêmica, na qual a gente coloca o paciente, de modo gradual, em contato com os seus medos para que ele tenha pequenos sucessos e desmistifique esses receios”, conta.  

Com as técnicas guiadas pelo terapeuta, o paciente acabará desenvolvendo autoconhecimento com relação às emoções e sentimentos que são passíveis de controlar. Outra abordagem no tratamento é a busca por lembranças de coisas divertidas ou prazerosas que você viveu fora de casa.  

“Vai ser importante conversar sobre isso, tentar reviver, entender que isso é passageiro, e que por mais que a gente não saiba quando, tudo vai voltar ao normal. Se você sair e se sentir mal, você pode voltar para casa, conduzindo a situação no seu tempo, da sua maneira, com calma”, diz. 

 

 


Naiara Mariotto - psicóloga clínica, seguindo a abordagem cognitivo comportamental. É especialista em relacionamentos e equilíbrio emocional, psicoterapeuta, sexóloga, supervisora clínica e palestrante.  É fundadora da Clínica Naiara Mariotto, em Araraquara (SP), onde oferece atendimentos para crianças, adolescentes, adultos, casais e famílias, além das terapias corporais e relaxantes. 


Setembro Amarelo: é preciso estender a mão sem julgamento!

Você sabia que em 2020 completamos seis anos de Setembro Amarelo? Criada em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), para falar sobre a importância da prevenção ao Suicídio, a campanha, na verdade, ocorre o ano todo. E vocês sabiam que, infelizmente, enquanto escrevo essas palavras, dezenas de pessoas cometem o ato? De acordo com Organização Mundial da Saúde, em 2019, cerca de 800 mil pessoas acabam com suas vidas todos os anos no mundo, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos e no geral, pouco mais da metade de todas as pessoas que assim procedem têm menos de 45 anos, ou seja, são jovens que ainda têm um vida toda pela frente, mas que já não enxergam oportunidades de serem felizes.

Estudos também apontam que 96,8% dos casos de suicídio estão associados a um transtorno psiquiátrico que não foi tratado adequadamente ou sequer diagnosticado e acompanhado, por isso, meus amigos, a melhor maneira de diminuir esses dados tão tristes e alarmantes são as estratégias de prevenção.

Esses indicadores me assustam, afinal, neste ano em que lancei o livro “Decida Vencer”, que tem sido um sucesso em vendas, tenho visto muitas pessoas tão acometidas por desequilíbrios, como por exemplo, depressão e transtorno bipolar que sequer conseguem chegar ao ponto de decidirem algo a favor de suas vidas. Nesses casos decidir vencer não é apenas uma questão interna. E isso me entristece muito.

Vivemos em um mundo caótico, não é mesmo? Para alguns pode até ser fácil, mas eu garanto que para maioria de nós é difícil lidar com as nossas limitações emocionais, com a nossa bagagem e com tudo o que passamos ao longo de nossas vidas. Mas, enquanto uma parte da população consegue escolher mudar por iniciativa própria as atitudes diárias para ter uma vida mais plena e feliz, outras precisam de um auxílio médico. E isso não é demérito, muito pelo contrário, buscar por ajuda mostra força, humildade e coragem.

Decidir vencer, meus amigos, é um caminho de pedras, uma trajetória na qual haverá percalços. No entanto, se você percebe que alguém próximo lida com sua rotina de forma mais árdua do que deveria, que sua percepção da realidade está alterada, e que interfere no seu livre-arbítrio, é hora de estender a mão.

Realmente, os últimos meses não têm sido nada fáceis para nós. A pandemia tem contribuído para piorar as insatisfações, mas o Setembro Amarelo chegou para nos lembrar sobre a importância de um tratamento eficaz, para que o pensamento suicida desapareça e a pessoa possa viver uma vida completa, a que todos nós temos direito.

Quando se estende a mão, promovemos a transformação e damos a chance de uma vida nova para alguém. Mas você sabe como fazer isso? Primeiro, fiquem atentos com frases que podem, muitas vezes, ser ignoradas como "Vou desaparecer”, “Vou deixar vocês em paz”, “Eu queria poder dormir e nunca mais acordar”.

Depois, tente conversar sim, mas não diga coisas como “Ah, mas você tem a vida boa”, “Você ainda é jovem”, “Na sua idade eu já tinha passado por tal situação”. Isso não funciona para quem está com uma ideação muito forte. E não é nem porque a pessoa não quer, ela está com uma ideia fixa mesmo.

Pessoas nessas condições não precisam de julgamento, só precisam de compreensão, serem ouvidas, e claro, de um tratamento correto, pois a emergência psiquiátrica pode ser a porta de entrada do paciente em risco de suicídio para uma nova vida.

Falar sobre isso é, principalmente, ouvir a pessoa. Deixe-a saber que você está lá para ouvi-la com a mente aberta e ofereça seu apoio. Perguntas como “O que você está sentindo?”, “Por que você está sentindo isso?”, ajudam muito. Seja um ouvinte qualificado e incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência ou apoio em algum serviço público.

E se você está passando por isso, se já pensou em cometer suicídio, lembre-se de algo muito importante, quando você pede ajuda, será respeitado e levado a sério, terá o seu sofrimento levado em consideração e o mais importante: será encorajado a se recuperar!

Saiba que você tem todos os recursos necessários para realizar os sonhos da sua vida e  com uma ajuda qualificada assumirá um nova jornada de descobertas e felicidades, e nas inevitáveis ocasiões em que se sentir tentado a desanimar, diga a si mesmo: “Só por este instante eu vou ser feliz”.





Eduardo Volpato - Nascido em Porto Alegre, Eduardo Volpato começou a trabalhar muito cedo com o pai e aos 16 anos empreendeu como eletricista e manutenção geral. Saía de casa com o dinheiro da ida, mas sem o dinheiro da volta, como forma de forçá-lo a ganhar o dia de qualquer jeito, sem a alternativa de desistir ou desanimar. Dono de um saber em empreendedorismo um tanto quanto autodidata, Volpato nunca parou de estudar. Formado em eletrônica e especialista em segurança pública e privada, é CEO Founder do Grupo Volpato, uma das maiores empresas brasileiras do setor de segurança. Master Coach Integral Sistêmico pela Florida Christian University e Analista de Perfil Comportamental Cis Assessment pela Febracis, Volpato tem se dedicado a ensinamentos de coragem e determinação para quebrar o ciclo de insatisfação que acomete milhares de brasileiros.


Entenda a importância de saber gerenciar bem o seu tempo

A melhor maneira para se alcançar os objetivos ainda saber administrar o seu dia

 

Com a mudança de hábitos e da nossa rotina devido às consequências do isolamento por conta da pandemia, a sensação de alternância de velocidade do tempo se tornou mais frequente.

Em certos momentos, o ponteiro do relógio parece está cada vez mais acelerado do que de costume e em outros, estagnado.

Essa instabilidade gerada através da quebra do nosso planejamento diário pode causar alterações no humor e sentimentos de frustração, afetando o nosso humor e saúde emocional motivada pelo sentimento de impossibilidade de controlar os eventos que estão acontecendo a nossa volta.

A sensação de estar correndo constantemente e não chegar a lugar nenhum ou a falta de tempo para si, nos leva a exaustão ao aumento da possibilidade de cometer decisões erradas e sentimentos negativos de insatisfação, desmotivação e perda de confiança.

Ter uma vida plena repleta de harmonia, sem estresse, já é quase que impossível pelo fato de que sempre adiamos tomadas de decisões importantes, postergamos compromissos, decisões e responsabilidades sempre para o dia seguinte.

Para isso, é necessário saber administrar o tempo, pois é a partir da organização das nossas atividades diárias é que possamos ter uma qualidade de vida e sucesso na conquista de nossos objetivos.

Aprender a gerir corretamente o seu tempo auxilia no alcance de um equilíbrio harmônico e ganhos na vida pessoal e profissional.


Conheça os 3 passos necessários para começar a administrar melhor o seu tempo

1.    Ter consciência do problema a ser resolvido.


2.    Criar uma estratégia e formular alternativas consistentes para alcançar os seus objetivos.


3.    Sair do plano de ideias e partir para ação, superando obstáculos e alcançando metas.

Além dos pontos mencionados, é muito importante ter consciência de que o primeiro passo antes de qualquer tomada de decisão para realizar uma mudança é conhecer a raiz do seu problema.

Estar ciente de todos os seus hábitos de vida nos permite identificar justamente aqueles que queremos abandonar.

Outra dica de ouro para aprender administrar bem o seu tempo é ter em mente quais são as minhas prioridades de vida, se elas estão relacionadas ao seu sucesso profissional, vida sentimental, família ou saúde, pois a partir dai você poderá definir os rumos do seu planejamento.

Inicie escolhendo um hábito, justamente aquele te te incomoda mais, não ultrapasse esse limite, pois lembre-se que é impossível fazer guerra em todas as fronteiras.

 
Agora  é partir para ação!


Construa hábitos saudáveis na sua rotina, organize-se de forma eficiente, saiba delegar funções as pessoas mais próximas e principalmente proteja-se de possíveis ladrões de tempo.

Essa mudança de atitude exige que sejam seguidas a risca por um período de pelo menos 30 dias para que passem a se tornar um hábito diário e constante do seu dia - dia.

É fundamental reavaliar diariamente sempre o que já foi feito e as conquistas realizadas, para que pequenos ajustes  possa ser feitos para completar o sucesso da sua empreitada.

Tenha em mente que o emprego de uma  mudança de inteligente contribui não só para melhoria na qualidade vida, mas também como motivação para a realização de novos objetivos.





Gad Adler - Nascido em Jaffa, Israel, é filósofo, terapeuta motivacional e palestrante.Formado em Filosofia e História das Religiões pela Universidade de Tel Aviv, escreveu o livro “Você não pode tudo!Mas pode e merece ser feliz.“; é criador do método Melhor Maneira de aperfeiçoamento emocional, espiritual e da consciência para uma vida melhor, além de  administrar o site:www.melhormaneira.com.br com conteúdo motivacional e que leva o mesmo nome da técnica.

Insta: @melhor.maneira
Youtube: https://www.youtube.com/channel/UC8AsBDCFpRuSiLlSXFhOUGQ
www.melhormaneira.com.br


Uma atenção especial aos jovens e adolescentes na pandemia

Orientação da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS) é de muito diálogo e atenção dos pais

 

O dia do adolescente, no Brasil, é comemorado anualmente no dia 21 de setembro. Trata-se de uma fase do desenvolvimento na qual as coisas mudam muito de uma hora para outra, ou seja, as mudanças acontecem de forma muito brusca. Com a pandemia do coronavírus isso tudo continuou ocorrendo, porém em um cenário impactado por alterações na rotina de todos. 

“Sempre priorizamos em nosso discurso uma série de coisas como promoção de atividades físicas na rua, contato frequente com as pessoas, exposição moderada à mídia e às telas. O foco sempre foi estimular o convívio pessoal com máximo possível de amigos e realização de atividades esportivas e hábitos alimentares. No cenário da pandemia, houve uma mudança geral nisso tudo e o que vimos foram diferentes reações. Alguns adolescentes e jovens reagiram muito bem, mas outros não”, explica a pediatra e hebiatra, presidente do Comitê Gaúcho de Adolescência da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Lilian Day Hagel.

Segundo a médica, em um levantamento feito através de questionários com os adolescentes e jovens foi constatado que o mais difícil para esse público tem sido ficar longe dos amigos e das festas e não fazer atividades físicas. O uso da máscara repercute de maneira distinta entre os adolescentes e jovens.

“Usar a máscara é importante pelo cuidado com a saúde, mas acaba mexendo na autoestima também. Essa faixa etária está em um processo de mudança do corpo e a máscara mudou a autoimagem de cada um”, completa Lilian.

Os adolescentes e jovens relatam um fator positivo da pandemia que é o convívio com a família. Muitos passaram a fazer refeições juntos e estão dialogando muito mais com os pais.

“Não podemos desejar que o cenário atual seja normal. A tranquilidade de aceitar que isso é uma pandemia afetou a todos e ninguém ficará isento sem ter algum tipo de sofrimento ou necessidade. As vezes a adaptação vai ser mais ou menos traumática. Um aspecto que exige uma atenção muito grande são casos de ambientes familiares problemáticos. Quando ele fica isolado em um ambiente não seguro, aumenta a violência e para isso nós, médicos, estamos muito atentos”, finaliza.

Por fim, a médica reforça que os pais tenham consciência de que o ambiente virtual não é sinônimo de segurança. A internet tem coisas maravilhosas, mas há muitos riscos. Por isso é indispensável que as famílias acompanhem muito de perto com quem os filhos estão se relacionando e que ambientes virtuais estão sendo acessados.

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Marcelo Matusiak


Especialista destaca o que os momentos difíceis podem nos ensinar

Adriana Drulla explica que pesquisas sobre o crescimento pós-traumático mostram que nossa capacidade de ressignificar momentos difíceis nos leva a crescer com a adversidade


Às vezes parece que somos tomados por uma série de acontecimentos ruins. É a perda de um emprego, de um ente querido, uma doença repentina, o isolamento social, a falta de perspectivas. Ainda assim, a boa notícia é que é possível aprendermos e nos tornarmos pessoas melhores, mesmo diante das dificuldades. 

Segundo a mestre em psicologia positiva, Adriana Drulla, é natural que tenhamos aversão ao nosso sofrimento e ao sofrimento do outro, principalmente quando o outro é um filho ou uma pessoa querida. O estresse pode causar depressão, ansiedade, e outras doenças. “Mas as pesquisas mostram que é possível e inclusive comum que as pessoas cresçam a partir de uma experiência difícil em vez de ficarem piores por causa delas. Claro que não é fácil e muito menos uma regra, mas muitas vezes o sofrimento nos transforma e nos torna melhor no longo prazo”, destaca a especialista. 

“As pesquisas recentes sobre crescimento pós-traumático mostram que o que nos leva a crescer com a adversidade é a nossa capacidade de ressignificar momentos difíceis. Também por isso, as pessoas que se apoiam em vínculos interpessoais durante a dificuldade tendem a ser mais resilientes. A primeira importância dos vínculos é que o outro valida as nossas emoções e nos faz sentir compreendidos. A partir desse apoio conseguimos examinar as nossas circunstâncias por uma perspectiva mais ampla e com menos reatividade. Mais do que isso, o relacionamento com o outro permite que falemos sobre o que nos aflige, e isso nos ajuda entender como podemos lidar com o sofrimento e aos poucos identificar quais lições podemos tirar disso que é difícil”, explica a especialista.

Os momentos difíceis forçam as pessoas a pararem o piloto automático, refletirem sobre o que importa, e não raramente adotarem objetivos mais coerentes com a sua felicidade. “Não é incomum que pós adversidade as pessoas se tornem menos obcecadas com o trabalho, mais disponíveis para ajudar o outro, mais sensíveis ao que de fato as faz feliz. Após superarem dificuldades, também é comum que as pessoas descubram uma força interna e qualidades que não sabiam ter. Ver-se capaz de superar algo difícil, nos deixa mais confiantes sobre a nossa capacidade de enfrentar futuras adversidades”.


Muitas vezes as dificuldades nos roubam a esperança, e o buraco parece não ter fundo. Isso faz parte e é importante permitir-se sentir, encontrar alguém que nos compreenda e com quem possamos contar. “Mas depois que as dificuldades passam e olhamos pra trás, não é incomum percebermos que nos tornamos melhores por causa das dificuldades e não apesar delas”, finaliza Adriana Drulla.

 



Adriana Drulla - Mestre em Psicologia Positiva pela Universidade da Pennsylvania.  Autora de artigo científico sobre a transmissão intergeracional da autocompaixão entre mães e filhos. É especialista em Mindfulness pela Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA) e teacher in training do Programa Mindful Self-Compassion, criado por Kristin Neff e Christopher Germer. Formada em Conscious Parenting por Shefali Tsabary, psicóloga referência em parentalidade e autora do método que une psicologia, parentalidade e espiritualidade. 

https://www.instagram.com/adrianadrulla/?hl=pt-br

Podcast Crescer Humano: https://spoti.fi/3lzJghY


Suicídio e depressão: questões individuais ou coletivas?


Na obra “O Suicídio”, publicada em 1897, o sociólogo francês Émile Durkheim traz uma abordagem sociológica para um fenômeno envolto em uma série de preconceitos. A novidade não foi somente em analisar um tema que era (e ainda é) considerado tabu sob um viés isento de juízos de valor, mas também em designá-lo como fato social e, portanto, objeto de estudo da sociologia. Ou seja, apesar de o ato ser individual, o suicídio possuiria relação com fatores externos que não apenas as trajetórias particulares das pessoas que cometeriam tal ato extremo.  

Na sociedade europeia do século XIX os estudos sobre suicídio estavam se deslocando da ideia de que fosse uma questão moral, passando a ser visto como um crescente problema social. O acúmulo de informações estatísticas sobre o assunto permitiu correlacioná-lo a outros dados e formular hipóteses. Valendo-se dos dados estatísticos e do método comparativo, a análise de Durkheim estabelece conexões entre a forma com que o suicídio ocorre e sua frequência, ao meio social.

Além das regularidades relativas a variáveis como perfil, faixa etária, região e época do ano, Durkheim também observou que o grau de integração social dos indivíduos seria um fator a incidir consideravelmente nas taxas de suicídio. E a partir disso, elaborou uma classificação dos tipos mais comuns: o suicídio anômico, que seria uma resposta a alguma situação de anomia social (como uma crise econômica, por exemplo); o suicídio egoísta, que se manifestaria em indivíduos não socialmente integrados,  numa espécie de “desencaixe” com o mundo social; e o suicídio altruísta, em que ocorre o contrário, o indivíduo encontra-se tão profundamente identificado e engajado ao seu grupo social que está disposto a dar a vida por isso  - que, adaptando para a contemporaneidade, encontraria seu exemplo nos “homens-bomba”.

Passados mais de cem anos desde a publicação do estudo percebe-se que, apesar dos avanços, ainda há muito desconhecimento e preconceitos em relação ao fenômeno e aos transtornos que geralmente o acompanham, como a depressão. Mais do que isso, a maior parte das discussões sobre suicídio e depressão os concebe como problemas individuais cujo tratamento e solução também seria individual.

Não se trata de afirmar que pessoas que se encontram em sofrimento psicológico e possuem ideações suicidas não devam buscar tratamento especializado para si, longe disso. No entanto, quando a Organização Mundial da Saúde declara a depressão como o mal do século e as taxas de suicídio se elevam consideravelmente em épocas de crise e especialmente agora, em meio à pandemia, podemos concluir, como Durkheim, que o problema é também social. E que, portanto, exige um tipo de abordagem diferenciada e a busca por soluções coletivas.

Além de ser necessário que todos tenham condições mínimas de viver com dignidade, precisamos rever urgentemente nosso modelo societal, baseado em padrões extremamente individualistas e competitivos que são excludentes para boa parte da população. Certas definições sobre o que seria o sucesso, a felicidade, a beleza e o bem-estar, potencializadas pelas redes sociais, colaboram para a geração de sentimentos de inadequação e angústia para quem não consegue alcançá-las.

Tratemos nossas aflições pessoais e nossas - como diria Durkheim - anomias sociais. Pois ambas estão conectadas e precisam de tratamento adequado.

 



Maria Emília Rodrigues - mestra em Sociologia, professora da área de Humanidades do curso de Sociologia do Centro Universitário Internacional Uninter.

O suicídio e sobre quem fica: como sobreviver à perda

A vida é impermanente, tornando bastante variável a capacidade de adaptação às circunstâncias. O suicídio, como qualquer fenômeno humano, implica um entendimento biológico e psicossocial. É necessário perceber que o ato é, sobretudo, o meio encontrado para dar fim à dor. “Muitas vezes, o objetivo principal é parar o sofrimento e não exatamente pôr fim à vida. Quando ajudadas a tempo, as pessoas podem entender que há outras saídas e formas de lidar com seu sofrimento”, explica Flávia Teixeira, psicóloga, mestre em Saúde Coletiva pela UFRJ, professora de pós-graduação em Psicologia Hospitalar na UFRJ e pós-graduada em Psicossomática Contemporânea.

 

Sobre quem fica

A AFSP (American Foundation for Suicide Prevention), nos Estados Unidos, denomina de suicide survivors (sobreviventes do suicídio) os parentes e amigos que sofrem a perda. Segundo a psicóloga, esses indivíduos precisam de atenção, acolhimento e cuidados, pois o impacto da perda por suicídio pode suscitar os mais diversos sentimentos e reações, entre eles, uma grande sensação de culpa.

“Quem perde alguém para o suicídio desenvolve vários sintomas de adoecimento físico e psicológico, como insônia, falta de apetite, tristeza profunda, falta de energia, depressão, entre outros. Sentimentos de abandono e traição são naturais nesses casos. Há quem sinta dificuldades em aceitar que não percebeu os sinais, que pode ter sido negligente e que não fez nada para evitar. Em suma, o suicídio deixa marcas e um misto de sentimentos confusos em quem fica”, pontua Flávia Teixeira.

 

O luto

É o processo de elaboração de uma perda. No caso do suicídio, o luto tende a ser permeado pela busca de explicações e prováveis vestígios que possam clarificar o motivo que levou seu parente ou amigo a tirar sua própria vida. Os questionamentos se repetem e nunca há uma resposta que justifique a tragédia.

 “Cada um tem seu próprio tempo e modo de vivenciar o luto. Mas o processo pode ser mais difícil neste caso, já que ainda há muitos tabus acerca do suicídio, fato esse que dificulta a validação dos sentimentos de quem sofre a perda. Geralmente, a pessoa não encontra muito espaço para desabafar sua dor”. 

Datas comemorativas, como aniversário, Natal ou réveillon perdem um pouco do encanto. “É como se a alegria destes eventos tivesse ido embora junto com a pessoa querida. Torna-se praticamente impossível passar o Natal sem lembrar dos momentos felizes com quem se foi. Daí a importância de respeitar os limites da pessoa enlutada, cabendo somente a ela escolher como prefere lidar com as lembranças e os sentimentos que surgem nestas épocas”, pondera Flávia Teixeira. 

 

Como sobreviver

Não existe um manual padrão de como sobreviver às perdas. As reações de quem vive ou viveu essa experiência dolorosa são muito particulares, até porque elas dependem do tipo de relacionamento que se tinha, do vínculo afetivo e, principalmente, da estrutura de personalidade da pessoa.

“Não há certo nem errado, e ninguém deve se cobrar e se culpar por nada. O tempo de cada um precisa ser respeitado, sem julgamentos e censura”, reforça a psicóloga. Segundo ela, o ideal é estar perto de pessoas e lugares que a façam se sentir acolhida e aceita.

Grupos terapêuticos de suporte e apoio podem contribuir para o indivíduo desenvolver recursos internos que ajudarão a lidar com a nova realidade. “A troca de experiências promove aprendizados, crescimento pessoal e serve de ferramenta para auxiliar a pessoa a seguir sua vida, o que não significa esquecer quem partiu, mas inseri-lo em uma outra perspectiva de significado e sentido”, finaliza Flávia Teixeira.


É preciso transformar a educação: educadores falam sobre os possíveis caminhos através do mindfulness

A prática ajuda a despertar o afeto, a compaixão, a empatia e outras competências que podem contribuir para que docentes e alunos vivenciem novas formas de ensino



Se antes a preocupação das escolas era centrada em dar conta do desenvolvimento cognitivo dos alunos, dos conteúdos previstos na grade curricular, hoje é cada vez mais evidente a necessidade de cuidar também da saúde mental das crianças e adolescentes. Para muitos educadores, a meditação mindfulness é um dos caminhos para uma educação mais humanizada, para a formação de seres mais saudáveis e felizes.

Partindo dessa perspectiva, muitos colégios vêm adotando como parte da proposta educacional a inserção da meditação mindfulness no dia a dia escolar. Para o pedagogo e psicólogo Marcelo Cunha Bueno, fundador da escola Estilo de Aprender, localizada em São Paulo, a prática, que busca estimular a vivência no tempo e espaço presentes, tem um poder transformador.

"Grande parte da proposta cultural das escolas se baseia na ideia de que o ser não está pronto e que nós educadores precisamos agir para que eles se tornem alguém. Quando mudamos essa perspectiva e começamos a nos conectar com a atenção plena, com o tempo presente, com o aqui e o agora, criamos uma relação mais justa com a criança, a partir do que ela pode fazer nesse momento, do que ela pode ser, do que acontece diante dos nossos olhos, sem julgamento. Isso é dar chance para o nascimento de uma nova escola", afirma Marcelo.

As técnicas milenares do mindfulness consiste em focar a atenção no tempo presente, ampliando a consciência sobre os pensamentos, sentimentos e ações, e promete oferecer maior bem-estar, empatia, foco, melhores respostas aos desafios e pressões diárias, menos estresse.

"Quando falamos da prática de mindfulness é importante deixar claro que ela não muda o que acontece ao nosso redor, mas promove uma tomada de consciência que nos tira do automático e nos leva a ter um olhar mais amplo, oferecendo novas oportunidades de resposta àquilo que nos acontece, respostas emocionalmente mais saudáveis, leves e positivas, tanto para crianças, quanto para adultos, dentro e fora da escola", explica a especialista em meditação Daniela Degani, idealizadora do projeto MindKids, que tem como propósito levar a meditação para o ambiente escolar.

Os princípios da meditação mindfulness também estão inseridos na rotina da Juan Uribe Inglês Afetivo, escola especializada no ensino afetivo do inglês para crianças de 2 a 14 anos, em São Paulo. Para Juan, fundador da instituição, ajudar as crianças a cultivar habilidades socioemocionais faz parte do processo de ensino. "Se questões humanas como empatia, compaixão e generosidade estão presentes, essas crianças vão conseguir brilhar em qualquer área. O que o mercado de trabalho e o mundo mais precisa hoje é de pessoas humanas, presentes, que não estejam anestesiadas", afirma o docente.

Segundo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Harvard (EUA), da Universidade Justus Liebig Giessen (Alemanha) e da Universidade de Massachusetts (EUA), por exemplo, o mindfulness é capaz de modificar a estrutura cerebral, aumentando a densidade da massa cinzenta no hipocampo e reduzindo a massa cinzenta na amígdala. Em outras palavras, isso significa um aumento da área cerebral ligada ao aprendizado, memória, introspecção, e redução da área relacionada ao comportamento mais agressivo, reatividade e respostas impulsivas.

Outra pesquisa realizada por cientistas da Universidade Católica de Leuven (KU Leuven), na Bélgica, revelou que a prática do mindfulness também foi responsável por reduzir os sintomas de depressão, ansiedade e estresse nos jovens.

Respaldadas por pesquisas científicas como essas, que comprovam os benefícios do mindfulness para a formação integral dos alunos, escolas ao redor do mundo seguem esse mesmo caminho na busca por uma educação transformadora, humana e positiva.


Reflexões de um pai sobre aprendizagem em situações de crise, e como a tecnologia pode ajudar

Como professora da pré-escola e educação especial, minha esposa tem mais paciência no dedo mindinho do que a maioria das pessoas que conheço tem em todo o corpo. Está acostumada à agitação e ao barulho das crianças durante a aula, isso é o que escolheu quando decidiu sua profissão. Mas a uma pandemia, não. Por causa da covid-19, agora entra em uma escola vazia e ensina de forma remota às crianças de três a quatro anos de idade isolada por horas a fio. Na primeira semana de aula, seu grupo de alunos comemorou três aniversários. Minha esposa estava sentada em seu escritório com um chapéu de festa, cantando sozinha em voz alta. “É desencorajador vê-los sentados em frente a uma tela todo dia”, ela me disse. “Suas amizades estão diminuindo. O brilho nos olhos não está lá.” 

Como seu marido, sei que, como professora, essa experiência é assustadora para ela. Já não existem aqueles “milhões de pequenos momentos” que ela diz serem necessários para conhecer cada aluno em nível pessoal. A interação cara a cara, pela qual ela é apaixonada, acabou. “O ensino a distância nunca será igual à escola real, mas temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para continuar”, disse. "Nossos alunos precisam de nós."

 


Não poder fazer o suficiente 

 

Como um pai que trabalha em tempo integral em casa, o aprendizado remoto também pode ser desafiador do outro lado da tela. Nossos filhos, de 10 e 13 anos, costumam ficar entediados sentados em frente ao computador o dia todo. Tenho a impressão de que seus professores não se atrevem a desafiá-los porque não estão presentes para ver o que está acontecendo. Também não consigo ver o que está ocorrendo o tempo todo, pois das 9 às 17h (se não mais) fico em um ambiente separado usando meus próprios itens de trabalho para fazer home office. Eu me pergunto: quanto tempo usando a tela as crianças ficam em cada dispositivo? Tento ter certeza de que estão gastando seu tempo de forma produtiva, mas não há muito que eu possa realmente fazer.

 

É com isso que mais tenho lutado: a sensação de não ser capaz de fazer o suficiente por minha esposa e filhos quando sei que suas experiências poderiam ser melhores. Em meu trabalho como gerente global de Marketing de Redes Sociais na Avaya, compartilho histórias de como as empresas estão criando experiências importantes com nossas soluções de comunicação e colaboração. Acabamos de compartilhar uma história incrível de um diretor de escola que fez a transição de todo o seu grupo de alunos para um programa de aprendizagem on-line em uma semana, usando a solução de videoconferência e colaboração em equipe baseada na nuvem, o Avaya Spaces. A adaptação foi simples para pais e professores, e a escola não perdeu o ritmo com seu currículo planejado.

 

Enquanto isso, minha esposa teve de passar por 30 horas de treinamento antes do início do novo ano escolar. Espera-se que ela use várias plataformas diferentes para controlar as tarefas e organizar seu plano de estudo. Apenas uma conta de videoconferência foi criada para sua classe, o que torna impossível a criação de pequenos grupos ou programas de educação individual (que são cruciais para seus alunos de educação especial). Ela me disse que, se não fosse por sua amizade com o administrador de TI da escola, ela estaria com problemas.

 


Obtenha tudo em um lugar só

 

Com o Avaya Spaces, é possível criar “espaços” infinitos para atender praticamente a todas as necessidades dos alunos e das aulas. O professor pode criar um “espaço” separado para os alunos terem reuniões individuais, onde podem compartilhar certas informações que não pertencem à turma toda, e os assistentes também podem participar. É possível ainda organizar “espaços” abertos simultaneamente para monitorar diferentes alunos ou grupos de alunos (isso é algo que ela diz que seus colegas que ensinam em séries mais avançadas ficariam deslumbrados em ter). Os alunos mais velhos podem usar o aplicativo Avaya Spaces para smartphones, para passar para um aprendizado mais interativo, e os professores e pais também podem usar o aplicativo para ficar por dentro das atualizações de seus filhos 24 horas por dia, 7 dias por semana.

 

O aprendizado digital pode ser altamente interativo e abrir novas portas e oportunidades para ver, falar e trabalhar com outros alunos e professores. O que nossos filhos estão experimentando neste momento é a “aprendizagem em crise”. Não estou de forma alguma sugerindo que tenho todas as respostas, mas, como alguém que depende muito do Avaya Spaces para realizar o próprio trabalho, sei que a plataforma facilitaria muito a experiência de educação on-line para minha esposa, meus filhos e muitos outros. Essa situação está impulsionando uma nova era de inovação na educação, na qual soluções como essa estarão no centro das necessidades. Não há desculpa para as escolas não inovarem e criarem experiências que são realmente importantes para nossos professores, crianças e famílias.


Para todos os pais como eu, continuem! Para todos os professores (incluindo minha esposa), por favor, saibam o quanto vocês são respeitados e apreciados durante este período desafiador e  complicado. Vamos permanecer unidos e seguir criando experiências significativas, dentro e fora da sala de aula.

 



Jason Quesada - gerente global de Marketing de Redes Sociais da Avaya


5 dicas para dar suporte à alimentação dos filhos na volta às aulas

 Família e escola devem trabalhar em conjunto para que crianças entendam a importância de novos hábitos

 

Com a aproximação do retorno das atividades escolares, muito tem se discutido sobre o que precisa ser feito para que os alunos possam aprender sem que isso signifique um aumento do risco de disseminação da COVID-19.

Após meses longe do ambiente escolar, as crianças estão ansiosas para interagir com colegas e professores. Alguns cuidados passam a ser essenciais principalmente na hora do lanche em que a criança vai manusear alimentos e ter contato mais próximo aos demais colegas. 

A tarefa de ensinar os procedimentos desta nova realidade não é fácil e deve ser enxergada como um trabalho em conjunto da família e dos profissionais da escola. De acordo com a nutricionista Ryung Minami da Sapore, empresa de refeições corporativas, responsável por restaurantes instalados em algumas escolas particulares brasileiras, as equipes dos colégios precisam estar treinadas para ajudar e orientar os alunos de forma adequada. 

“Nos restaurantes e lanchonetes das escolas em que atuamos, os profissionais estão preparados para pensar desde cardápio ideal para fortalecer a imunidade da criança até para orientar quanto ao distanciamento”, explica. A profissional afirma ainda que ao ensinar as crianças alguns importantes hábitos saudáveis, a família ajuda a tornar a escola e a saúde uma prioridade durante o restante do ano letivo. 

Aqui estão algumas dicas para dar apoio aos filhos no retorno às atividades escolares:

 

1 – Nada de morder o lanche do amigo! 

Criança adora compartilhar, seja o lanche ou utensílios como copos e talheres. Nesta fase, é importante que elas entendam que cada um deve ter e comer suas próprias coisas. Para ajudar, coloque copos, guardanapos e toalhas descartáveis na lancheira/bolsa.

 

2 – Antes de comer: sabão na mão

Ao ensinar seus filhos a lavar as mãos corretamente - especialmente depois de assoar o nariz, usar o banheiro e antes de comer - você pode ajudá-los a reduzir o risco de adoecer e infectar outras pessoas.

 

3 – Lanchinho pra ficar fortinho 

Quem conhece a canção popular “Meu lanchinho”, sabe que as crianças entendem que elas precisam lanchar para ficarem fortes e crescer. Basta reforçar quais tipos de alimentos são importantes para elas, por exemplo frutas, vegetais e cereais. "No atual momento que vivemos, é muito importante oferecermos uma alimentação rica em nutrientes (vitaminas, minerais, fibras) para fortalecer a saúde das crianças.", explica a nutricionista.

 

4 – O dinheiro fica na mochila 

Com a tecnologia é possível simplificar e evitar que as crianças peguem fila ou troquem dinheiro na lanchonete da escola. Como exemplo, um aplicativo desenvolvido pela Sapore possibilita a antecipação do pedido do lanche pelos responsáveis. No dia basta a criança retirar e se alimentar. Portanto, verifique com a escola quais alternativas estão disponíveis.

 

5 – Hora de trocar a máscara

Lanchou? Então troque a máscara. É importante que a criança tenha pelo menos três opções de máscara para que faça as trocas de maneira adequada e segura. Além disso, é importante ensiná-las a guardar em uma sacolinha separada na bolsa. 

E lembre-se! Tente não deixar o aprendizado dessas importantes ações de saúde para o primeiro dia. Pratique todos esses procedimentos como se fosse um treinamento de "preparação para a escola" que começa ao sair de casa, lavando as mãos, verificando a temperatura. Fora isso, é essencial que a família entenda e tenha paciência na condução da criança para essa nova realidade. 


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