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sábado, 28 de setembro de 2024

Como ajudar os estudantes no desenvolvimento da empatia?

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Segundo pesquisa, mais de 40% dos jovens possuem um déficit de empatia. Visando estimular os estudantes a se colocarem no lugar do outro, a assessora pedagógica da Mind Makers, Luiza Sudário, sugere uma dinâmica que pode ser realizada na sala de aula

 

A palavra empatia passou a fazer parte do vocabulário de muitas pessoas nos últimos anos e não é por acaso. Cada vez mais, a sociedade tem percebido a importância do desenvolvimento de habilidades socioemocionais e, nesse cenário, aprender a se colocar no lugar do outro passou a ser um componente fundamental na formação dos indivíduos.

 

Tanto que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que define os direitos de aprendizagem dos alunos de escolas brasileiras, considera a empatia uma de suas competências gerais. De acordo com o documento, os estudantes devem “exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza”.

 

Ainda assim, o cenário da educação brasileira, no que diz respeito ao desenvolvimento da empatia, não é o ideal. Um estudo desenvolvido pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) revelou que 42,6% dos jovens apresentam déficit de empatia e 31,1% possuem alguma dificuldade no desenvolvimento de relações afetivas. A pesquisa aponta que a insuficiência desses aspectos pode resultar em dificuldades de interação social.

 

Nesse sentido, é necessário que as escolas pensem em maneiras criativas para ajudar seus alunos no desenvolvimento dessa habilidade. É o que recomenda a assessora pedagógica da Mind Makers, Luiza Sudário. "É difícil falar em empatia no singular. Fazer dinâmicas coletivas com os alunos em sala de aula fazem com que eles sintam na pele determinada realidade, algo que apenas assistir a um filme ou ver uma notícia no jornal não é capaz de impulsionar”, diz.

 

Na pele do outro

Para ajudar as escolas a atuarem na formação de cidadãos mais empáticos, Luiza sugere uma atividade prática. É a dinâmica “Na pele do outro”, que submete os alunos a situações que os estimulam a se colocarem no lugar de uma pessoa que passa por dificuldades diárias, como um indivíduo na terceira idade, por exemplo.

 

Nessa aula, para exercitar a empatia e a capacidade de sentir o sofrimento por trás dos problemas de alguém, a turma vive um dia como uma pessoa idosa, realizando uma série de desafios habituais, como amarrar os sapatos, subir um lance de escadas ou costurar um botão. Porém, para se aproximar dessa realidade, os estudantes experimentam ter os próprios sentidos limitados, utilizando óculos com plástico bolha e luvas de cirurgia – para dificultar a visão e o tato, respectivamente.

 

Para potencializar a dinâmica, o professor assume o papel de facilitador, isto é, alguém que auxilia o aluno a chegar em diferentes conclusões, de maneiras inesperadas. “Costumo dizer que o aluno constrói esse conteúdo com o professor, colocando a mão na massa e, de fato, sendo protagonista", explica Luiza.

 

Ao final da atividade, a assessora pedagógica recomenda que haja um momento de reflexão sobre a dinâmica que foi aplicada. “Para além de se colocar no lugar do outro, exercitar a empatia é também renuncia à própria perspectiva de mundo, para experimentar uma realidade que pode ser diferente”, afirma Luiza. “É se permitir simplesmente ouvir a dor do outro, sem julgamentos, sem certo e errado, sem pensar como aquela experiência deveria ou não ser”, conclui.

 

Mind Makers

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