Aliar fala, comportamento e suportes visuais ajuda familiares a estimular interação social em crianças no TEA Créditos: Envato |
Estratégias podem auxiliar pais e familiares a lidar com desafios da interação social no Transtorno do Espectro Autista
De acordo com
um estudo da Centers for
Disease Control and Prevention (CDC), até 2020, uma em cada 36
crianças convivia com o Transtorno do Espectro Autista em todo o mundo. Apesar
das características muitas vezes distintas e individuais, uma dificuldade comum
entre pessoas autistas é a comunicação. Para se comunicar efetivamente, a
maioria das pessoas utiliza muito mais do que apenas a fala, como a linguagem
corporal, o contato visual, gestos com as mãos, a postura e o tom da voz, entre
outros fatores que influenciam diretamente na maneira de se fazer compreender.
No entanto, muitas vezes, autistas não possuem tais habilidades plenamente
desenvolvidas.
O ambiente
social em que o autista está inserido é crucial para auxiliar no seu
desenvolvimento. “O déficit na comunicação é uma circunstância em que o autista
encontra dificuldade na linguagem e no comportamento social. Com incentivo e
acompanhamento adequados, a criança pode, aos poucos, aprender a se comunicar
melhor. Essa melhora, além de beneficiar a própria criança, também ajuda as
pessoas ao redor, promovendo uma maior compreensão no convívio”, comenta a
psicóloga e diretora da Luna ABA, Natalie Brito.
Confira abaixo
cinco dicas básicas para quem está começando a desenvolver a comunicação com
crianças no TEA:
Simplificação
da linguagem
As figuras de
linguagem, gírias e abreviações são características da fala informal. Em muitos
momentos, esses usos, além de frases longas para contar algo em uma conversa,
são aspectos que podem causar mais dificuldade para a criança com TEA na
interpretação da fala.
Busque
utilizar frases curtas e diretas para facilitar o processamento auditivo e a
compreensão. A simplificação da linguagem pode auxiliar no entendimento das
instruções.
Utilização
de suportes visuais
A comunicação
não se resume apenas à fala, mas também inclui situações não verbais.
Relacionar imagem à fala facilita a ligação entre o verbal e o visual,
auxiliando na comunicação.
Incorpore
imagens, pictogramas e aplicativos para reforçar a comunicação verbal e não
verbal. Ferramentas visuais podem ser extremamente úteis para crianças
autistas, incentivando a comunicação além da fala.
Modelação
A modelação é
utilizada para facilitar novos comportamentos por meio da repetição. A
observação do comportamento ao redor permite que a pessoa no espectro autista
copie as ações, alcançando a resposta desejada.
Aprendendo por
meio do exemplo, a modelagem é uma forma de demonstrar comportamentos e
habilidades de comunicação para a criança, que pode imitá-los, transformando-se
em uma ferramenta poderosa de aprendizado.
Reforço
positivo
Além das
atitudes necessárias para o desenvolvimento da comunicação, é extremamente
importante observar e cuidar da forma como essas ações estão sendo realizadas.
Atente-se aos comportamentos esperados e fortaleça-os.
Em muitos
momentos, pode parecer um desafio ou algo impossível, mas é importante manter
os comportamentos desejáveis em destaque, focando no crescimento da criança.
Mantenha-se otimista e positivo; ela também copiará esses comportamentos.
Oportunidades
de ensino
Por fim,
lembre-se de que cada situação pode ser usada para ensinar. Desde a forma como
você conversa com seus amigos na presença das crianças até as interações entre
elas, é importante evitar comparações.
Em vez de
dizer “aquela criança consegue e você não”, prefira algo como “aquela criança
está pegando a bola, assim como você”, usando o exemplo para concretizar a
modelagem. Transformar situações cotidianas em oportunidades de aprendizado
pode fortalecer habilidades comunicativas.
A criação de estratégias eficazes de comunicação está, sobretudo, nas práticas diárias. “Pais e familiares podem, por meio de medidas comportamentais, auxiliar a criança no desenvolvimento de habilidades comunicativas, tornando a rotina mais leve e acolhedora”, finaliza Natalie.
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