terça-feira, 25 de junho de 2024

Conheça 5 dicas para melhorar a comunicação com crianças autistas

 

Aliar fala, comportamento e suportes visuais ajuda familiares
a estimular interação social em crianças no TEA

Créditos: Envato

Estratégias podem auxiliar pais e familiares a lidar com desafios da interação social no Transtorno do Espectro Autista 

 

De acordo com um estudo da Centers for Disease Control and Prevention (CDC), até 2020, uma em cada 36 crianças convivia com o Transtorno do Espectro Autista em todo o mundo. Apesar das características muitas vezes distintas e individuais, uma dificuldade comum entre pessoas autistas é a comunicação. Para se comunicar efetivamente, a maioria das pessoas utiliza muito mais do que apenas a fala, como a linguagem corporal, o contato visual, gestos com as mãos, a postura e o tom da voz, entre outros fatores que influenciam diretamente na maneira de se fazer compreender. No entanto, muitas vezes, autistas não possuem tais habilidades plenamente desenvolvidas.

O ambiente social em que o autista está inserido é crucial para auxiliar no seu desenvolvimento. “O déficit na comunicação é uma circunstância em que o autista encontra dificuldade na linguagem e no comportamento social. Com incentivo e acompanhamento adequados, a criança pode, aos poucos, aprender a se comunicar melhor. Essa melhora, além de beneficiar a própria criança, também ajuda as pessoas ao redor, promovendo uma maior compreensão no convívio”, comenta a psicóloga e diretora da Luna ABA, Natalie Brito. 

Confira abaixo cinco dicas básicas para quem está começando a desenvolver a comunicação com crianças no TEA:


Simplificação da linguagem

As figuras de linguagem, gírias e abreviações são características da fala informal. Em muitos momentos, esses usos, além de frases longas para contar algo em uma conversa, são aspectos que podem causar mais dificuldade para a criança com TEA na interpretação da fala.

Busque utilizar frases curtas e diretas para facilitar o processamento auditivo e a compreensão. A simplificação da linguagem pode auxiliar no entendimento das instruções.


Utilização de suportes visuais

A comunicação não se resume apenas à fala, mas também inclui situações não verbais. Relacionar imagem à fala facilita a ligação entre o verbal e o visual, auxiliando na comunicação. 

Incorpore imagens, pictogramas e aplicativos para reforçar a comunicação verbal e não verbal. Ferramentas visuais podem ser extremamente úteis para crianças autistas, incentivando a comunicação além da fala. 


Modelação

A modelação é utilizada para facilitar novos comportamentos por meio da repetição. A observação do comportamento ao redor permite que a pessoa no espectro autista copie as ações, alcançando a resposta desejada. 

Aprendendo por meio do exemplo, a modelagem é uma forma de demonstrar comportamentos e habilidades de comunicação para a criança, que pode imitá-los, transformando-se em uma ferramenta poderosa de aprendizado.


Reforço positivo

Além das atitudes necessárias para o desenvolvimento da comunicação, é extremamente importante observar e cuidar da forma como essas ações estão sendo realizadas. Atente-se aos comportamentos esperados e fortaleça-os. 

Em muitos momentos, pode parecer um desafio ou algo impossível, mas é importante manter os comportamentos desejáveis em destaque, focando no crescimento da criança. Mantenha-se otimista e positivo; ela também copiará esses comportamentos. 


Oportunidades de ensino

Por fim, lembre-se de que cada situação pode ser usada para ensinar. Desde a forma como você conversa com seus amigos na presença das crianças até as interações entre elas, é importante evitar comparações. 

Em vez de dizer “aquela criança consegue e você não”, prefira algo como “aquela criança está pegando a bola, assim como você”, usando o exemplo para concretizar a modelagem. Transformar situações cotidianas em oportunidades de aprendizado pode fortalecer habilidades comunicativas.

A criação de estratégias eficazes de comunicação está, sobretudo, nas práticas diárias. “Pais e familiares podem, por meio de medidas comportamentais, auxiliar a criança no desenvolvimento de habilidades comunicativas, tornando a rotina mais leve e acolhedora”, finaliza Natalie.


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