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quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Escolhendo a cor da calcinha para passar o Réveillon?

Entenda como a tonalidade, tecido e modelo podem impactar a saúde íntima
 

Com a chegada da temporada de simpatias para começar 2024 com o pé direito, a tradicional prática da "escolha da cor da calcinha" ressurge como uma das favoritas entre as mulheres. Mesmo para aquelas menos inclinadas à superstição, adotar esse toque de exagero pode ser uma decisão inteligente para garantir um novo ano auspicioso. Além das crenças associadas à escolha da cor da calcinha no Réveillon, é crucial ressaltar que aspectos como tonalidade, tecido e modelo podem impactar a saúde íntima da mulher. 

A calcinha favorita dos ginecologistas é a feita 100% de algodão, uma fibra natural. A peça tem primeiro contato com a região vaginal, tornando fundamental a escolha cuidadosa. Elementos como tecido, estrutura e tamanho desempenham um papel na preservação da saúde nessa área, assim como a forma como a roupa íntima é utilizada. 

A Dra. Ana Katherine, ginecologista da Comissão Especializada em Trato Genital Inferior da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), esclarece que não há proibição em usar uma calcinha diferente no Ano Novo. No entanto, ressalta que é aceitável desde que a paciente não apresente sintomas. Se a mulher estiver sem corrimento e livre de outros sintomas, é permitido optar por uma calcinha diferente. No entanto, é essencial manter a higiene, lembrando-se de lavar adequadamente. Se precisar sair, é aconselhável levar duas calcinhas, evitando permanecer por longos períodos com a mesma peça, pois o acúmulo de suor pode ocorrer. Ao usar o banheiro, é fundamental evitar que a calcinha fique suja e úmida. A ideia é minimizar o tempo de contato para prevenir o acúmulo de secreção. 

“Quanto à correlação entre o uso de cores específicas de calcinha e o aumento do risco de infecções, essa relação é precisa quando consideramos que roupas escuras e sintéticas têm propriedades de retenção de calor que podem propiciar a proliferação de infecções. Nesse contexto, as roupas íntimas claras são consideradas mais benéficas em termos de regulação térmica, uma vez que minimizam o aquecimento local, reduzindo assim o favorecimento de infecções. Além disso, é recomendável optar por tecidos naturais com pouca pigmentação, pois corantes e tinturas presentes em roupas íntimas coloridas podem ser fatores irritantes, potencializando reações alérgicas que, por sua vez, aumentam o risco de infecções”, destaca a ginecologista. 

Especialmente durante o verão, é frequente que as mulheres enfrentam um aumento das queixas genitais devido às condições climáticas, como calor, exposição solar e umidade. O uso regular de biquínis na praia contribui para o aumento da temperatura e umidade na região, o que propicia o desenvolvimento de infecções, tanto bacterianas quanto fúngicas. Portanto, é aconselhável assegurar uma boa ventilação na região genital e realizar verificações regulares para prevenir infecções. É recomendável evitar permanecer por períodos prolongados com maiô molhado, roupas de ginástica ou peças que possam aumentar a temperatura local. Em dias especialmente quentes, quando a paciente apresenta queixas ginecológicas, é até sugerido que a mulher durma sem calcinha.

Nesse sentido, a escolha de tecidos naturais, como o algodão, é preferível. Esses tecidos permitem a respiração adequada e a ventilação da área, contribuindo para a manutenção da saúde genital e prevenção de infecções. 

“Recomendamos que as mulheres adotem práticas de higiene genital, utilizando um sabonete líquido apropriado para cada fase da vida. O uso de calcinhas de algodão ou seda em cores neutras no dia a dia, sem o uso de absorvente diário, é aconselhado. Após urinar, a higiene deve ser realizada sempre de frente para trás, e ao evacuar, é essencial lavar a região. Opte por papel higiênico neutro e sem perfume”, explica a médica. 

Além disso, é essencial hidratar a pele da vulva, um cuidado muitas vezes negligenciado ao tratar o restante do corpo. Recomenda-se dormir sem calcinha, e, sempre que possível, ficar de saia sem calcinha em casa para permitir a entrada de oxigênio. Isso auxilia na manutenção dos lactobacilos naturais da vagina, preservando assim o microbioma vaginal.


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