Fêmeas são as mais
afetadas pela doença; castração é principal forma de prevençãoCréditos: Envato
Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de
Medicina Veterinária (CFMV) revelou que, no Brasil, de 45% a 50% das fêmeas
caninas desenvolvem câncer de mama em algum momento da vida, enquanto 30% das
fêmeas felinas do país também são atingidas pelo problema, sendo que cerca de
80% desses casos são diagnosticados como tumores malignos e 20% deles são
descobertos tardiamente, dificultando o tratamento e, consequentemente,
diminuindo as chances de cura.
Causas e prevenção
Por ser uma doença causada por hormônios
relacionados à reprodução, como o estrógeno e a progesterona, esse tipo de
câncer tem maior incidência em fêmeas que não foram castradas precocemente -
antes do segundo cio - e nas que recebem doses de hormônio, como injeções e/ou
comprimidos anticoncepcionais, explica a doutora em Cirurgia Veterinária e
professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Positivo (UP),
Sabrina Marin Rodigheri. “A castração precoce é a principal forma de prevenção
ao câncer de mama nos pets. É recomendado que seja realizada entre o primeiro e
o segundo estro do animal, para evitar possíveis problemas de uma castração
muito precoce.” A especialista revela que essa falta de castração precoce é o
principal motivo para que a doença seja tão comum, pois muitos tutores não têm
ciência da importância ou até mesmo não têm condições financeiras para realizar
o procedimento em seus pets.
Sabrina aponta que raças como poodle, pastor alemão
e dachshund têm uma incidência mais alta da doença. Por isso, é importante
ficar ainda mais alerta entre as fêmeas caninas dessas raças. Não há um
levantamento oficial da taxa de mortalidade, porém, visto que praticamente 7 em
cada 10 casos são tumores malignos, acredita-se que esse número fica entre 25%
e 50% dos diagnósticos.
Como identificar?
A médica veterinária recomenda aos tutores palpar
as mamas das cadelas e gatas com frequência, principalmente das que não foram
castradas precocemente, e se atentar para qualquer mudança na região, como
nódulos, caroços, feridas e aumento de volume. “Pode ser tanto um nódulo maior,
do tamanho de uma ervilha, ou um bem pequeno, como se fosse um grãozinho de
areia por baixo da pele, mas que já pode ser algo”, alerta Sabrina, que explica
que, em alguns casos, os pets também podem apresentar sintomas como perda de
peso, cansaço e tosse, que pode significar um problema mais sério. “Isso
geralmente acontece no caso de uma metástase, que é quando o tumor já se desprendeu
da mama e foi para algum outro órgão, principalmente o pulmão. É importante
ficar alerta nesses casos, pois a principal causa das mortes por câncer de mama
nos pets é a metástase pulmonar.”
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da doença deve ser feito por um
médico veterinário, preferencialmente especializado em oncologia veterinária,
para que seja o mais preciso possível. “Esse diagnóstico pode ser realizado por
uma biópsia aspirativa, para uma avaliação citológica, ou por meio de cirurgia
para a retirada do tumor e, posteriormente, a realização de uma avaliação
histopatológica a fim de investigar se é maligno”, explica a especialista, que
ressalta a importância do médico veterinário na solicitação de exames que
busquem uma possível metástase, como a radiografia de tórax, para avaliar o
pulmão, e a ecografia de abdômen, para examinar outros órgãos.
A professora explica que o tratamento mais indicado
para a doença é a mastectomia, procedimento cirúrgico para realizar a remoção
das mamas afetadas, além do pós-operatório, no caso de um tumor mais agressivo.
“A extensão e o tipo de cirurgia escolhida depende da avaliação do médico
veterinário, que será baseada no número e no tamanho dos tumores. Se confirmado
como tumor maligno na avaliação histopatológica, pode ser recomendada a
quimioterapia no término do tratamento”, finaliza Sabrina.
Universidade Positivo
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