Recentemente, abriu-se uma discussão sobre o modelo
remoto de trabalho e educação, evidenciando um novo panorama. Muitas pessoas se
adaptaram rapidamente ao ambiente virtual e gostariam de seguir suas rotinas
desta maneira. Enquanto isso, outra parte afirma que sente a necessidade de
retornar ao modelo presencial. Um estudo feito pela Harvard University revelou
que 67% dos trabalhadores preferem o modelo remoto integral ou híbrido.
Na educação, o governo federal estima que, até
setembro, 12 mil novos pontos de internet serão instalados em escolas da rede
pública do país, ampliando o acesso e a conectividade - o que também estimula o
aprendizado digital.
O teletrabalho e o ensino a distância se tornaram
exemplos de uma sociedade que caminha para o conceito da convergência digital
e, por terem características semelhantes, as duas modalidades permitem mais
facilidade e produtividade, encaixando as atividades junto com demais tarefas
do dia a dia.
No entanto, temos que considerar que, embora haja
muitas vantagens, também é preciso olhar com atenção para os pontos negativos
que o modelo 100% remoto proporciona. Embora a tecnologia seja útil e permita
este acesso, especialmente no âmbito da educação, é fundamental que os alunos
recebam o apoio adequado de professores, materiais didáticos acessíveis, etc. O
mesmo ocorre com o trabalho a distância, onde os colaboradores precisam de
acompanhamento e checagem constante de atividades, com prazos previamente
estabelecidos.
Para mim, o desafio não está em oferecer um modelo
que satisfaça a este ou aquele gosto, mas em saber o momento certo de conciliar
ambas as modalidades para ampliar o sucesso de estudantes e trabalhadores no
nosso atual cenário. O que defendo é que a melhor opção é o modelo híbrido, que
será a chave para alcançarmos a inovação tecnológica efetiva. O ciclo PDCA,
método de gestão utilizado para controle e melhoria de processos e produtos, é
um recurso crucial para que a rotina híbrida possa funcionar da melhor maneira.
Com ele, podemos estabelecer que as etapas de planejamento (P) e ação (A) do
processo exigem um contato presencial entre os envolvidos, humanizando e
aproximando as relações. Já para as etapas de fazer (D) e checar (C) se
manteria de forma virtual, democratizando a experiência.
Isso porque, como profissional do setor, entendo
que, apesar da tecnologia ser um recurso muito importante nesse processo de
busca pela inovação e transformação constantes, ainda existem atividades que o
sistema remoto não permite compreender, como um feedback mais humano a um aluno
ou colaborador. Para se ter um exemplo, temos implementado uma rotina que
concilia estudos e trabalho remoto na Infosys, por meio de certificações SAP
para uma turma de mais de 80 colaboradores desde o início deste ano. Ao
avaliarmos o índice de aproveitamento, tivemos a grata surpresa de que ele
alcançou 78% ao longo dos 120 dias disponibilizados pela empresa para obter a
certificação.
O que impactou esse resultado foi justamente a
oportunidade de aderir a uma atividade remota, mas com acompanhamentos presenciais
para tirar dúvidas, auxiliar com dificuldades e ouvir os colaboradores. E é
este mesmo conceito que deve ser aplicado quando falamos de educação a
distância. É importante, em primeiro lugar, realizar um planejamento anterior
ao início das atividades. Depois disso, contar com as ferramentas adequadas e
continuar focado no lado humano são fatores que contribuem para o sucesso da
rotina híbrida, tão desejada atualmente.
Paulo Sérgio Rodrigues - diretor sênior da Infosys
Brasil
Infosys
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