Restrição a alguns alimentos é comum em crianças, mas também pode acometer adultos. Segundo especialista, a falta de certos alimentos acarreta problemas de saúde
A cena é comum: durante uma situação ou conversa
informal, descobrimos que um amigo, parente, ou filho de um conhecido não come
determinado alimento. Cebola, salsinha ou coentro, ovos, azeitona, cogumelos,
determinadas texturas... É o chamado “Transtorno alimentar seletivo”. Mas à
medida que essa lista de alimentos não consumidos fica muito longa e a lista de
alimentos aceitos fica muito restrita podem acontecer deficiências importantes
de nutrientes no organismo da pessoa, além de problemas sociais e de
relacionamento.
SELETIVIDADE COMEÇA NA INFÂNCIA
Segundo a nutricionista e coordenadora do curso de
Nutrição da Faculdade Anhanguera, Patrícia de Moraes Pontilho, a recusa por
determinados alimentos começa na infância. “Quem não se lembra de ver crianças
fazendo bico para não comer brócolis, por exemplo? Ou ainda, em algum momento,
a maioria de nós provavelmente teve esse comportamento”, diz.
Para a especialista, esses comportamentos podem
estar relacionados à falta de conhecimento e experimentação da criança a
determinadas texturas, cores e sabores. Para amenizar esse quadro, pais e
responsáveis devem introduzir alimentos diferentes no cardápio, de forma gradual.
“Obrigar a criança a comer feijão, legumes ou
qualquer outro alimento não é o ideal, e é justamente essa obrigação que pode
desencadear o transtorno. Se uma criança não come abóbora e mandioca, mas gosta
de purê de batata, pode ser oferecido purê de abóbora e mandioca, por exemplo.
É uma forma de apresentar o alimento de uma forma e textura já conhecida,
criando uma experiência nova e prazerosa”.
SELETIVIDADE NA IDADE ADULTA
É comum que a seletividade a certos alimentos
acompanhe o indivíduo até a vida adulta. A diferença é que, na mesa de um
restaurante, na companhia de pessoas com as quais não temos tanta intimidade,
por exemplo, podemos tender a ter vergonha de dizer que não comemos tal
alimento.
Mas é possível reverter o quadro. “Compor o prato
com alimentos de sabores diferentes ou complementares podem ser uma boa saída
para passar a consumir ingredientes diferentes de forma que passam
despercebidos, criando novos hábitos e adaptando o paladar a novos gostos e
texturas”, recomenda.
O QUE CARACTERIZA A SELETIVIDADE ALIMENTAR?
- Rejeição a determinadas texturas de alimentos:
borrachudas (cogumelos, champignon, shimeji, balas gelatinosas) e gelatinosas
(pudins, gelatina, geleias).
- Rejeição a alimentos que imitam determinados sons
ao mastigar. Exemplo: pães e biscoitos, folhagens ou hortaliças.
- Rejeição a determinados sabores: amargo (rúcula,
alcaparra), azedo e cítricos (limão, abacaxi); entre outras situações.
ALGUNS CASOS REQUEREM TRATAMENTO
Alguns indivíduos podem apresentar até ânsia de
vômitos, diarreia e desconforto quando se deparam com certos tipos de
alimentos. Nesses casos, cabe buscar tratamento para lidar com o problema,
envolvendo profissionais como nutricionista, médico e psicólogo.
“Em alguns casos, o transtorno pode ter origem em
traumas de infância de fundo psicológico, alterações sensoriais de origem
biológica, ou ainda indicar problemas de saúde, como intolerância à lactose ou
outros componentes alimentares, que inclusive são capazes de desencadear
alergias e intoxicações”.
Por fim, a nutricionista lembra que uma dieta
balanceada é uma grande aliada do bem-estar e longevidade. “Exceto os casos em
que o indivíduo tenha uma restrição indicada por profissional e não possa
consumir determinado alimento, a dieta de todos os indivíduos deve ser variada
e equilibrada, para que o organismo possa se desenvolver e manter as suas
funções de forma saudável”, conclui.
Anhanguera
https://www.anhanguera.com/ e https://blog.anhanguera.com/category/noticias/
Kroton
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