Iniciativa do PROADI-SUS, realizada em parceria com o Ministério da Saúde e conduzida pelo Hcor, busca embasar a formulação de políticas públicas para o Sistema Único de Saúde (SUS)
Com mais de um bilhão de pessoas com obesidade em
todo o mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) trata o tema como uma
epidemia e estima que, até 2025, cerca de 167 milhões de pessoas ficarão menos
saudáveis por estarem acima do peso ou obesas1. Os números levam em
consideração as crianças: atualmente, são 39 milhões com obesidade. No Brasil,
um levantamento do Ministério da Saúde, realizado em 2019, mostrou que 6,4
milhões de pessoas menores de 10 anos de idade já tinham excesso de peso, sendo
que 3,1 milhões contavam com o quadro evoluído para essa condição de saúde2.
A condição é sinal de alerta para condições de saúde futuras, uma vez que,
crianças e adolescentes com excesso de peso podem apresentar dificuldades
respiratórias, aumento do risco de fraturas e outros agravos osteoarticulares,
hipertensão arterial sistêmica, marcadores precoces de doenças cardiovasculares,
dentre outros.3
Com o objetivo de auxiliar o Ministério da Saúde na
formulação de políticas públicas e decisões estratégicas relacionadas ao
assunto, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único
de Saúde (PROADI-SUS), em parceria com a Coordenação-Geral de Alimentação e
Nutrição (CGAN/MS), elaborou um mapa de evidências científicas sobre a
prevenção e tratamento do excesso de peso infantil. A iniciativa, que faz parte
do projeto Manuais de Alimentação Cardioprotetora, conduzida pelo Hcor, já
identificou 530 publicações e reúne mais de 2.130 evidências científicas até o
momento.
O levantamento constatou, ainda, uma maior
concentração de evidências produzidas a partir de intervenções
multicomponentes, aquelas que combinam mais de um tipo de intervenção. Entre
os desfechos de saúde mais avaliados encontram-se o Índice de Massa Corporal
(IMC), o peso e o nível de atividade física cotidiana. Já entre as maiores
lacunas estão a produção científica com resultados para custo-efetividade das
intervenções, aptidão física e aspectos de saúde mental, e intervenções a
partir das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS).
Tais resultados servem, ainda, para embasar novos
estudos e avaliações metodológicas dentro das áreas com maior vazio de
informações. “O mapa nos indica quais são as lacunas de conhecimento que
podem fomentar o desenvolvimento de novas pesquisas. Esses dados servem como
parâmetro para onde direcionar os nossos esforços no futuro e, com isso,
garantir práticas e o cuidado de qualidade para toda a população”, explica
Enilda Lara, coordenadora do projeto.
Essa é uma das entregas da iniciativa, realizada
desde 2006, que tem como objetivo desenvolver um padrão de alimentação saudável
para a prevenção de doenças cardiovasculares no Brasil. Outras ações incluem a
elaboração de um manual de orientações a profissionais de saúde da Atenção
Primária para melhorar a qualidade de vida de pacientes com obesidade,
hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto e doenças cardiovasculares,
além de promover a capacitação de nutricionistas com oficinas realizadas por
todo o País.
O mapa é
oferecido na web de maneira gratuita e pode ser navegado de forma
interativa e personalizada com a utilização de filtros, permitindo a
identificação de público-alvo, ambiente de realização da intervenção, condições
de saúde dos indivíduos participantes dos estudos e detalhes metodológicos das
pesquisas. Ainda em 2022 será desenvolvido um mapa sobre o excesso de peso em
adultos, gestantes e idosos.
Referências:
- Organização Mundial da Saúde -- Link;
- Ministério da Saúde -- Obesidade
infantil afeta 3,1 milhões de crianças menores de 10 anos no Brasil —
Português (Brasil) ;
- Ministério da
Saúde - Portal
da Secretaria de Atenção Primária a Saúde
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