Causada pelo vírus Varicella-Zóster, o mesmo da catapora, enfermidade também conhecida como "cobreiro" causa dor intensa e lesões de pele. Casos têm aumentado no Brasil
Autoridades de saúde estão em alerta: a
herpes-zóster, uma velha conhecida de médicos e infectologistas do mundo todo,
tem tido um aumento no número de casos no Brasil. De acordo com um estudo
recente da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), o número de
casos da enfermidade aumentou, em média, 35,4% no Brasil nos últimos anos.
Surgida a partir do mesmo vírus que causa a varicela, esta enfermidade pode
atingir qualquer pessoa que já teve a doença em algum momento da vida e é
especialmente perigosa em casos de pessoas que estão com o sistema imunológico
comprometido.
O infectologista credenciado da Paraná Clínicas,
empresa do Grupo SulAmérica, Dr. Luiz Otávio da Fonseca (CRM-PR 39.666, RQE
23.253) explica que a herpes-zóster, também conhecida popularmente como
cobreiro, tem uma origem mais comum do que muitos de nós imaginam: “esta é uma
doença infecciosa provocada pelo vírus Varicella-Zoster, o mesmo que causa a
catapora, que é a infecção primária manifestada a partir do momento da
contaminação. Já a herpes-zóster é uma enfermidade causada a partir da
reativação do vírus anos ou décadas depois de adquirida”, explica.
Os sintomas costumam ser facilmente identificáveis:
erupções cutâneas que aparecem sempre no mesmo lado do corpo, ardor e coceira
no local das lesões, febre, dor de cabeça e mal-estar. Outro sintoma comum é
uma dor muito intensa nos nervos da região torácica, cervical, lombar ou da
face: elas costumam preceder o surgimento das lesões e, em alguns casos, podem
persistir por meses mesmo depois do diagnóstico e tratamento da doença. Além
disso, apesar do nome, é importante deixar claro que a herpes-zóster não tem
relação direta com o vírus da herpes simples, aquele que causa lesões na boca e
nos genitais.
Mas, então, por que ele volta a se manifestar? O
Dr. Luiz Otávio explica: “Mesmo depois do indivíduo se curar da catapora, o
Varicela Zoster permanece latente, inativo sem causar doença, no gânglio
nervoso ao lado da coluna vertebral. Este não é necessariamente um problema na
medida em que o vírus é rapidamente combatido pelos anticorpos produzidos pelo
organismo toda vez que tenta reativar (causar doença no corpo). No entanto, com
o passar dos anos, a imunidade do indivíduo acaba baixando, fazendo com que o
Varicella-Zoster consiga causar a herpes-zóster. Ou seja: para mantermos o
vírus sob controle, precisamos de um sistema imunológico forte e saudável”,
afirma.
Uma vez que a doença se manifesta, o tratamento é
feito com analgésicos e drogas antivirais que visam aliviar os sintomas e
promover a cicatrização mais rápida das feridas. Quanto mais precoce o
diagnóstico e início da medicação, mais rápida é a cura. Embora não represente
um grande perigo à maior parte dos pacientes, a herpes-zoster pode causar dores
e lesões bastante incômodas e colocar em maior nível de perigo idosos, pessoas
imunossuprimidas ou com outras doenças que causem imunodeficiência.
Prevenção
A Varicella-Zoster é transmissível apenas para
pessoas que nunca tiveram catapora ou que não receberam a vacina contra a
doença na infância. Nestes casos é importante permanecer distante de pacientes
que estejam manifestando sintoma da herpes-zóster e não ter contato com suas
roupas, lençóis, cobertores ou toalhas.
Outra forma de prevenção é a recém aprovada vacina
contra herpes-zóster, indicada principalmente para pessoas a partir dos 50
anos, faixa etária de maior incidência da doença: disponível apenas na rede
privada, ela é capaz de reduzir sua ocorrência em até 50% e, mesmo nos casos em
que a enfermidade se manifesta, há uma significativa redução do número de
lesões e risco de agravamento.
Em caso de manifestações de sintomas, é importante procurar
um infectologista imediatamente para começar o tratamento.
Paraná Clínicas
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