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quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Doença letal: saiba mais sobre a raiva humana e seus riscos

 

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Transmitida de animal para humano, a raiva pode matar em até 100% dos casos, explica o infectologista do Hospital Anchieta de Brasília


Recentemente o Distrito Federal registrou o primeiro óbito por raiva humana, uma doença causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, sendo a doença infecciosa com a maior letalidade, onde virtualmente 100% de todos os casos evoluem para óbito. Relatos de sobreviventes são extremamente raros uma vez que se iniciam os primeiros sintomas. As informações sobre transmissão, sintomas, tratamento e prevenção se tornam essenciais neste cenário.

 

Como se dá a transmissão pelo animal infectado? 

O infectologista Victor Bertollo explica que a transmissão se dá principalmente a partir de mordeduras e arranhões de animais mamíferos contaminados, mas também podem ocorrer após a lambedura de mucosas ou ferimentos. Se torna extremamente importante o cuidado e atenção ao passear com seu cão na rua ou passar por lugares que hajam animais sem suas devidas coleiras e focinheiras. 

“A exceção dos roedores de vida urbana (como ratos e ratazanas), acidentes com qualquer animal mamífero são acidentes com risco potencial. Historicamente a transmissão se dava mais frequentemente a partir de acidentes com cães, porém com o avanço das ações de vacinação canina e consequente redução da ocorrência de casos nos últimos anos, hoje a maioria dos casos se dão a partir de acidentes com morcegos e, em menor grau com gatos e animais silvestres”, explica o infectologista do Hospital Anchieta de Brasília.

 

Sintomas e tratamentos

Normalmente os sintomas iniciais se dão no local da infecção, podendo ocorrer formigamentos, choques, alterações de sensibilidade no local associados a alterações na personalidade e sono. Posteriormente, com o agravo da doença, inicia-se a febre, alucinações, medo de água e ar e convulsões.

O médico explica ainda que não existem tratamentos bem estabelecidos com segurança e eficácia demonstrada. “No geral o tratamento é de suporte, visando o controle de sintomas e conforto do paciente. Existem alguns protocolos de tratamento experimental com relatos anedóticos de sucesso parcial. Uma vez que não se tem tratamento eficaz, é fundamental a prevenção. Ainda é fundamental que evitem contato com animais desconhecidos, vivos ou mortos, e que vacinem seus animais de estimação. Mas é importante que sempre que ocorra um acidente o animal agressor seja observado pelos próximos 10 dias”, explica. 

A prevenção é feita através da vacinação animal e, em caso de acidentes, vacinação humana. É importante que as pessoas procurem atendimento médico caso tenham acidentes (mordeduras, arranhaduras ou lambeduras de mucosas) com animais para que seja avaliado pelo profissional de saúde a necessidade de se iniciar a profilaxia pós exposição, que se trata da administração de vacina e, em casos específicos, soro ou imunoglobulina específica. “A indicação ou não da sorovacinação considera elementos referentes à gravidade do acidente bem como aspectos relacionados ao animal agressor, sendo avaliado caso a caso conforme protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde”, informa Bertollo.


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