Especialista Marcel Scalcko explica como a técnica já ajudou mais de 5 mil
pessoas
Com a proximidade do Dia dos Pais, muitos
brasileiros passam por reflexões sobre o significado da paternidade. Isso
porque, segundo dados da Associação
Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-brasil), em 2021, foram registradas
163.895 crianças sem pai no país. Para ajudar na alienação ou ausência parental
e também a solucionar conflitos entre pais e filhos, muitas famílias estão
recorrendo as constelações familiares. “É uma prática diferente das terapias tradicionais, que ajuda
a resolver conflitos, de ordem pessoal, profissional e até de saúde. O trabalho
é realizado em uma única sessão e pode trazer qualidade de vida para a pessoa e
para todo o sistema familiar”, explica Marcel Scalcko, especialista na área e
que já ajudou mais de 5 mil pessoas com a técnica.
Em 2018, o Sistema
Único de Saúde (SUS) incluiu a Constelação nas Práticas Integrativas e
Complementares (PICS). Contudo, muitos ainda desconhecem a prática e os benefícios que essa
abordagem alternativa gera nos relacionamentos familiares. Além da saúde
pública, o poder judiciário também reconheceu a importância da Constelação
Familiar, que vem sendo adotada para resolver conflitos em 16 estados do
Brasil.
A prática, também
conhecida como Constelação Sistêmica, foi criada pelo Alemão Bert Hellinger, em
1978, e é baseada nas 3 Ordens do Amor: Hierarquia, Pertencimento e Equilíbrio.
De acordo com o especialista Marcel Scalcko, quando essas leis são
desrespeitadas, a vida fica em desequilíbrio. A constelação pode ser realizada
em grupo (workshop) ou individualmente. Uma constelação se dá através da
reunião do constelador, do paciente e de um grupo de pessoas que são convidadas
a representar membros da sua família, de forma figurativa.
“Qualquer questão que
tenha acontecido com os nossos antepassados, vai impactar toda a descendência
dessa família, caso fique oculto. Recebemos muitos casos conflitantes de pais e
filhos. O Brasil é um país sem pais. São sessões emocionantes. Há pessoas que
chegam para sessão e dizem que não falam com o pai há anos. Uma semana depois,
me ligam e contam que fizeram as pazes. Isso porque a pessoa entendeu e fez
valer as ordens do amor. Através da dinâmica, ela equacionou algo dentro dela,
em relação ao sistema familiar e só assim pode fazer as pazes com o pai”,
esclarece Scalcko.
A mineira Fábia Pires
procurou a constelação familiar, porque não aceitava a sua escolha para o pai
de sua filha. “Na representação, eu entendi que a medida que eu julgava a minha
própria decisão, eu afastava a minha filha de mim e não somente do pai. Com a
dinâmica, foi possível olhar para esse pai com mais amor e carinho e perceber
que ele era o melhor pai que a minha filha poderia ter. Até que consegui
harmonizar a relação entre eu, ele e minha filha”, comenta a paciente.
Ela conta, também, que foi provocada para olhar a relação com o seu próprio e como enxergava essa paternidade. “Foi um momento de despertar, não apenas da paternidade do pai da minha filha com ela, mas também do meu pai comigo. Foi uma experiência incrível, bem dolorosa, mas bem conduzida”, finaliza Fabia.
Segundo o constelador Marcel
Scalcko, os temas que mais aparecem na terapia alternativa são: desequilíbrio
financeiro, falta de um parceiro, desarmonia na família, dilemas na carreira,
conflitos nos relacionamentos de casal. “Os resultados variam de pessoa para
pessoa. A compreensão do descumprimento das ordens do amor acontece no evento.
O tempo que a pessoa vai demandar para se submeter, respeitar e se alinhar as
ordens do amor, vai depender de cada um. Há pessoas que resistem, outras que se
rendem”, comenta o especialista
Conheça as três leis
da vida na Constelação Familiar:
1. Lei da ordem ou da
hierarquia --
“Existe uma ordem de chegada e os mais velhos, que chegaram primeiro, possuem
certos privilégios em relação aos mais novos. Porém, quem chega antes também
tem mais responsabilidades com relação a quem veio depois. Por outro lado, quem
vem depois deve respeito e honra a quem chegou antes”. Marcel explica que se há
um conflito entre pai e mãe, por exemplo, o filho não pode entrar no meio para
apaziguar ou defender um dos lados. Caso contrário, ele sai do lugar de filho e
toma o partido por um dos pais. Dessa forma, ele estaria descumprindo a lei da
ordem.
2. Lei do pertencimento: “Ninguém pode ser excluído do sistema
familiar. Um exemplo de exclusão seria uma mãe que sofreu um aborto e depois
teve um filho. Esse filho não é o primogênito. O filho que nasceu e morreu é o
primeiro. Isso não pode ficar oculto ou passar despercebido. Caso contrário,
essa família estaria excluindo a primeira criança e consequentemente
desrespeitando a lei do pertencimento, ensina o constelador.
3. Lei do equilíbrio: “Fala sobre a troca, o ato de dar e
receber. Para as nossas relações funcionarem, nós devemos manter o equilíbrio
entre dar e receber. Por exemplo: quando ambas compartilham mutuamente, dando e
recebendo aquilo que cada um é capaz”, acrescenta o especialista.
Marcel Scalcko - bacharel em Administração e Direto, com pós-graduação em
Administração de Marketing. É fundador e CEO do Grupo Scalco, empresa de
consultoria em gestão para alta performance e de treinamentos comportamentais.
Scalcko é treinador comportamental há mais de 25 anos e já assistiu mais de 110
mil pessoas com suas metodologias próprias, como o Programa de Gestão para Alta
Performance (G.A.P) e as Leis da Vida - uma abordagem de desenvolvimento humano
que é apresentada pelo autor no seu best-seller “As 9 leis inegociáveis da
vida”.
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