Especialista em intervenções precoces e diretora do BakyKids Centro de Especialidades, Daniella Sales Brom afirma que uma equipe multidisciplinar ajuda muito no diagnóstico e no tratamento
“Se com cinco ou seis meses a criança não solta gritinhos, não tem intenção para comunicar, não olha, não brinca, não manipula brinquedos ou não pega na comida, já temos protocolos padronizados, nacionais e internacionais, para realizar as avaliações. As avaliações propriamente ditas de comunicação motora da fala, de expressão mesmo, podem ser feitas a partir do momento que a criança adquire balbucios.”, explica Daniella Brom, fonoaudióloga e diretora do BakyKids Centro de Especialidades, que acaba de ser aberto em Goiânia.
Segundo
ela, as opções de testes e avaliações clínicos para diagnosticar atrasos de
fala e linguagem, síndromes e casos de crianças com o Transtorno do Espectro
Autista evoluíram muito nos últimos anos, mas ainda encontram no senso comum e
nas crenças populares seus maiores obstáculos.
“É
preciso ter cuidado com essas crenças porque às vezes podem contribuir para que
os pais neguem a realidade e isso pode prejudicar o diagnóstico e tratamento de
condições atípicas. A ideia de que ‘cada criança tem seu tempo’, por exemplo,
pode atrasar a busca da família por ajuda e diminuir as opções de intervenções
e tratamentos precoces para as crianças”, diz Daniella.
1 ano de idade é um marco importante para o desenvolvimento infantil
Desde os primeiros 15 dias de vida em diante já existem avaliações, como a observação do frênulo da língua, feito ainda na maternidade. Depois, existem algumas avaliações audiológicas de rastreio para ver se a criança escuta, porque é por meio dessa audição que a criança vai desenvolver a comunicação falada e uma linguagem expressiva.
Mas, com um ano de vida, a criança precisa ter no seu vocabulário palavras como mamã, papá, água ou águ, bobó (vovó) e precisa ter um vocabulário de fala. “Esse é um marco pontuado pelas referências científicas, então é preciso sim ter um marco de fala com um aninho. E, a partir daí, as avaliações são cada vez mais minuciosas para perceber também as questões mais sutis não só da comunicação, mas também do desenvolvimento neurológico da criança”, explica Daniella.
O
profissional habilitado e preparado para trabalhar com essas questões da
comunicação é o fonoaudiólogo, desde prevenção, orientação, tratamento ou
intervenção e estimulação. “Nosso trabalho não é apenas com a criança, mas com
a família toda. Atualmente, com a vida mais corrida e o uso das telas, muitas
vezes falta incentivo à fala e à interação. Então, é preciso orientar a família
de forma geral”, finaliza a fonoaudióloga.
Marcos do Desenvolvimento Infantil
- Até os quatro meses é esperado mexer os olhos em todas as direções, sorrir
para as pessoas, alcançar brinquedos, sustentar a cabeça, empurrar as
perninhas e imitar sons;
- Até os seis meses, o bebê rola nas duas direções, reconhece familiares,
responde com sons ao que ouve, tenta pegar objetivos, começa a se sentar
sem apoio e ri ou grita;
- A partir dos nove meses, começa o apego com familiares, entende o “não”,
balbucia palavras “mama” e “papa”, faz movimento de pinça com os dedos e
se senta sem suporte;
- Com 12 meses, o bebê responde comandos simples de voz, tenta
reproduzir palavras, copia gestos, fica de pé apoiado, tem coisas e
pessoas favoritas e pode dar passos;
- Aos 18 meses, ele entrega objetos às pessoas, fala palavras
simples, acena a cabeça para “sim” e “não”, aponta para partes do corpo e
anda sozinho;
·
Ao completar 24 meses, a criança é capaz de imitar os outros, gosta
de brincar com outras crianças, conhece nome de familiares e objetos, fala
frases de duas a quatro palavras, já aprende consegue chutar uma bola e começa
a correr e entender cores e formas.
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